segunda-feira, 29 de junho de 2015

É possível viver sem tomar remédio?

Participante: é possível viver sem tomar remédio?
Sim, isso é possível.
Participante: mas, não temos que preservar o nosso corpo físico?
Mas quem disse que o remédio preserva? Estamos discutindo a nível espiritual e você já partiu para o materialismo.
A partir de informações científicas você acredita que o remédio preserva o corpo, mas quem disse que isso é verdade? Muitas vezes toma remédio para uma coisa, mas não conhece a ação dele sobre outras partes do corpo. Estou falando do que é conhecido como efeitos colaterais de um remédio.
Quantas vezes já tomou um remédio para uma doença que destruiu sua parte intestinal? Quantos remédios propõe a cura de alguma parte do corpo, mas acabam ferindo outra? É isso que é chamado de efeitos colaterais.
Se este efeito existe, quem disse que tomar remédio preserva o corpo físico? Será que ele não causa mais mal? Tomar remédio não é sinal de prevenção do corpo físico, pois você o toma para curar alguma coisa, mas acaba fazendo mal a outra.
Na verdade, você nunca sabe qual a reação do remédio. Além de poder atacar outra parte do corpo, será que ele dará o resultado esperado?
Quantos remédios existem que se mostram eficazes em determinas pessoas e em outras não faz qualquer efeito? Na verdade, quando você toma um remédio não sabe se ele lhe fará bem. Mas, você continua tomando remédios assim mesmo. Por quê? Porque o ego diz que tomar tal remédio irá realizar a cura do seu mal.
Na verdade a coisa é muito mais profunda. É a personalidade humana quem vai criar a sensação da doença, da dor, do sentir-se doente e da cura, se esta acontecer. Aliás, o próprio remédio (a forma) é uma criação do ego, pois remédio como qualquer elemento material é fluído cósmico universal.
Apesar disso, a personalidade humana à qual o espírito está ligado durante a sua grande aventura, continua dizendo que o remédio é a causa primária da saúde. Mas, o que é a causa primária de tudo que existe como vimos no estudo de O Livro dos Espíritos?
Participante: Deus.
Se o ego diz que o remédio é a causa primária da doença, o que ele é para o espírito que está aprisionado a isso como realidade? O seu deus para a cura.
Na verdade, quando a personalidade humana dá a algum elemento material a causa primária de algum acontecimento, está criando um deus. Para ela o remédio é o deus da saúde, como o carro o é da locomoção e o alarme e a cerca elétrica da casa o deus da proteção.
Eu não queria usar o termo Deus nestas conversas de hoje, mas tive que fazê-lo para que vocês entendam a ação da personalidade humana. Ela substitui o Senhor do Universo como causa primária, trocando-O pelas próprias coisas materiais. O espírito que acredita que isso é real pode ser chamado, então, de materialista.
Já o ser que está liberto desta ação, o espiritualista, vive para Deus, se entrega em Deus e por isso atribui a causa primária a Ele. Este ser diz assim para si mesmo: ‘o ego está me dizendo que foi o remédio que me curou, mas eu sei que as propriedades dos elementos que compõem o remédio são causadas por Deus. Então, foi Ele que me curou e não o remédio’.
O espírito precisa pensar assim, se quiser aproveitar a encarnação como instrumento da elevação espiritual, mesmo que o ego não tenha como criar realidades sobre o Universo, sobre o mundo onde Deus age. Por causa da necessidade do ser ter que realizar esta libertação durante a encarnação é que a chamamos de uma grande aventura. Trata-se de uma aventura porque o espírito precisa afastar-se do mundo conhecido, o seu próprio mundo espiritual, e aventurar-se num mundo onde ele nada conhece.
Como foi definido anteriormente, aventura é um empreendimento de risco. Vir à carne é uma aventura para o espírito, pois é um empreendimento onde ele tem que executar algo, onde tem que viver um mundo completamente desconhecido sem ter nenhum mapa que o guie.
Ela contém riscos porque a auto identificação do espírito com o ego o faz achar que o que a personalidade diz é real (o remédio cura) e precisa libertar-se disso, entregando-se a um mundo que nada conhece naquele momento.

Pai Joaquim

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