terça-feira, 24 de novembro de 2015

Qual o fim objetivado com a reencarnação

Vamos entender isso porque é fundamental para quem vive esta vida pensando em elevação espiritual.
Kardec começa perguntando: qual o fim objetivado com a vida humana? Ou seja, qual o objetivo da encarnação, porque existem as diversas vidas? 

Como já foi dito, acima de tudo Deus é justo. Por isso, é preciso que a justiça seja a guia de todas as coisas que acontecem no Universo. 

Não é justo se condenar eternamente alguém por uma coisa que fez em um determinado momento. É preciso sempre se dar uma nova chance aos recalcitrantes. Como Cristo ensinou: é preciso perdoar nem sete nem setenta, mas setenta vezes sete. 

Se não houvesse encarnação, todos os espíritos estariam no fogo do inferno. Por quê? Porque todos já pecaram (agiram contra Deus) em algum momento de sua existência eterna. Falo em pecar como utilizar o individualismo. 

Mas, Deus é justo e acima de tudo amoroso. Ele está sempre pronto a dar uma nova chance. É isso que se chama expiação. 

Expiação é uma nova oportunidade para quem falhou uma vez; é o carma. É, na linguagem dos espíritas, pagar o que deve. 

Portanto, a reencarnação tem essa finalidade: vivenciar o resgate do seu erro anterior, colher aquilo que plantou. Tudo isso não como punição, mas como uma nova chance de elevação. Se não houvesse essa oportunidade, não haveria justiça. É por isso que o Espírito da Verdade fala que na expiação serve para se buscar gradualmente a elevação. 

Portanto, a reencarnação existe para que os espíritos possam, gradualmente, ter novas chances de elevação. Sem ela viveríamos num mundo onde o ser jamais poderia errar, pois se fizesse isso, estaria condenado eternamente. 

Se fosse assim, o perdão que Cristo ensinou teria sido perdido. Como ele poderia nos ensinar que precisamos perdoar, se Deus não perdoasse também os seus filhos?

Participante: Por que não se fala em provas nesta resposta sobre o objetivo da encarnação? Fala de expiação, mas não fala de provas.

Na realidade, o Espírito da Verdade não em provas nunca. Ele fala em expiação e missão. Eu diria que isso acontece porque hoje não há nenhum espírito fazendo prova. Está certo isso?
Participante: Como assim, não há espírito algum fazendo prova?

Vou melhorar a frase para ver se entendem o que quero dizer: não há espírito nenhum fazendo prova nova.
Todos os espíritos que estão encarnados na Terra estão fazendo nova prova de matérias onde ainda não foram aprovados e não provas sobre novos assuntos. Fazer novas provas sobre assuntos antigos é expiação e não provação. 

Na verdade, ao longo de muitas encarnações vocês já passaram por todas as provações. Em algumas foram aprovados, mas foram reprovados em outras. Hoje estão vivendo apenas as provações em que foram reprovados, ou seja, estão tendo uma segunda, terceira, quarta ou quinta chance. Nesse momento estão vivendo expiações e não é mais uma prova. 

É neste caso que a expiação vira uma prova: quando se tem que realizar provações sobre temas onde não houve anteriormente uma provação. Isso porque expiação é uma prova sobre um assunto já testado anteriormente. É uma nova chance de provação do mesmo assunto. 

Participante: Tenho muita confusão com esta questão de expiação. A expiação não existe nas circunstâncias da vida, mas com relação ao sentimento que está embutido nestas circunstâncias. É isso?

Sim, a expiação acontece na essência da circunstância da vida que você está vivendo.
Como disse, roubar seu carro não é uma prova. A provação diz respeito ao não possuir. Compreendendo isso fica mais claro entender a expiação.

Certamente ao longo das reencarnações vocês já fizeram provas de despossuir e foram reprovados. Nesta vida precisam passar novamente por este tema. Para isso, Deus escolheu a cena roubo do seu carro como uma prova de não possuir. Durante este acontecimento vocês fazem uma nova prova sobre o tema que, na verdade, é uma expiação e não uma prova, porque é uma nova chance para o mesmo assunto.
A sua situação de hoje não é provação, mas carma, ou seja, é a colheita do que fez ontem. Num momento anterior, quando roubaram o seu brinquedinho querido, você não passou na prova porque rangeu dentes. Neste momento vão lhe roubar o carro para ver se você continua rangendo. 

Participante: Na realidade a essência que você está falando, no princípio é uma, única. É o sentimento do amor que já é, vamos dizer assim, dado por Deus. Agora, quando na carne nas provas, ao utilizar ou não esse sentimento é que a gente cria vamos dizer, assim, outro sentimento. É isso?

Na verdade, você não cria outros sentimentos, pois não existem outros sentimentos no Universo. Você utiliza o amor que Deus lhe envia de uma forma egoísta. É isso.
Vamos colocar assim, para ficar bem claro: a prova sempre será escolher entre amar de uma forma universalista (amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo) ou usar de individualismo. A prova é sempre isso.

O que você chama de vários sentimentos são apenas expressões do individualismo e não elementos diferentes do amor que Deus lhe envia. O gostar e o não gostar, por exemplo, são expressões do individualismo e não sentimentos diferentes. Gostar é estar satisfeito com o que tem, não gostar é estar insatisfeito. Ou seja, quando seu individualismo é satisfeito, ama com uma expressão de satisfação; quando isso não acontece, ama com uma expressão de insatisfação.
Participante: Ao se referir à expiação o senhor disse que os espíritas chamam este objetivo da encarnação de pagar o que deve.

Sim, no ensinamento espírita o termo expiar é compreendido como pagar débitos, pagar o que se deve. Eu não gosto deste termo porque dá a impressão de que estamos falando de penalidades.
Na verdade, expiação é vivenciar situações que expressem a sua opção sentimental em momento anterior onde não amou universalmente. Isso é a expiação ou carma. 

Quando você vive o carma, não está pagando pelo que fez, mas sim expiando faltas anteriores, ou seja, está tendo uma nova chance, uma nova oportunidade de plantar diferente dessa vez. 

Participante: Mas, o momento de agora não deixa de ser uma prova. Certo?
Sim, não deixa de ser prova. Só que neste momento estou querendo fazer distinção entre provas e expiações para que vocês compreendam o instrumento expiação.

Prova é quando a situação está vinculada a assunto novo; expiação é prova à respeito de assunto velho. Vamos dizer assim: expiação é a segunda, terceira, quarta, quinta época, ou seja, uma nova chance onde você já foi reprovado temporariamente. 

Vou usar um exemplo humano para ficar mais claro. Você fez prova para motorista e foi reprovado. Agora vai prestar um novo exame. Ou seja, terá uma nova oportunidade de tirar a sua carteira. Esta nova prova é uma expiação, mas na verdade também é uma prova. 

Quando disse que não há mais espíritos em provas na terra quis fazer um jogo de palavras porque me perguntaram porque o Espírito da Verdade não fala em prova. Ele não fala em prova porque a expiação é uma prova. 

Joaquim de Aruanda

O que fizemos foi colocar a realidade de vocês numa mesa de operação

O que fizemos foi colocar a realidade de vocês numa mesa de operação e a dissecamos.

Apesar da conclusão estar logicamente correta, vocês não conseguem imaginar corretamente a realidade que dissemos, pois estas coisas fazem parte da criação do ego através da parte material que vocês não percebem.

Ego é você, ser humano. Ego é a psique humana, aquilo que a psicologia estuda. O mundo mental que você não vê acontecer.

Estas partes materiais criadas pelo ego, aliadas às sensações, também geradas pela personalidade humana, é que vão criar a realidade: aquilo que você vive como real. A sua realidade, portanto, sempre é formada por uma parte planetária, uma individual, uma percepção de ação e uma sensação, ou seja, uma emoção que se justifica quando imaginamos que a realidade é real.

Ao afirmarmos isso, estamos dissecando a tal da psique que os psicólogos estudam e que, para nós, se chama ego, é seu ‘eu material’, o ser humano. Mas, apesar desta personalidade humana parecer real, ela nada mais é do que uma personalidade transitória que está servindo de provação a um espírito que está vivendo a sua grande aventura.

Sei que a compreensão de que você não é a personalidade humana que veste é difícil. Mesmo os que acreditam em espíritos não conseguem se imaginar como um ser universal, mas acreditam-se como um homem. Por isso dizem assim: o meu espírito.

Não existe o seu espírito: você é o espírito. Não você o ser humano, não as ideias e conceitos que tem hoje, mas você é um ser universal que não tem consciência de ser o que é, pois o ego lhe diz que você é o eu material, o ser humano. Mas, essa personalidade humana não é você: você está vivendo anexado a ela, preso a esse ego sem ter consciência de você mesmo para poder viver a sua grande aventura, a encarnação.
É por isso que fica complicado se falar dessas coisas. 

Joaquim de Aruanda

Mensagens do comando Cósmico de Transição

Vocês experimentarão, mais e mais, o sentimento da elevação, o sentimento da expansão, e se encontrarão face a face com suas limitações, como já discutimos anteriormente. Será uma indicação para vocês, não de que estão fazendo algo errado, mas que, de fato, estão se expandindo além das velhas limitações, crenças e criações. Vocês estão entrando em uma nova região de suas consciências e crescerão, qualquer que seja a proporção do que possam executar dentro de seus próprios níveis de dedicação, suas próprias capacidades e aptidões. Este é um trajeto individual. Cada um de vocês tem uma meta. 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O grande problema do mundo humano

O grande problema do mundo humano é acreditar em um único Deus. Não há um único Deus... Ele está em tudo e por isso é tudo...

Este problema surgiu pela não compreensão do termo bíblico que fala da unicidade de Deus. A mente humana, para poder gerar algo superpoderoso, criou a ideia de que esta informação quer dizer que só existe um único Deus. Como este algo superpoderoso que ela criou também foi gerado como tendo os mesmos anseios que os humanos, ele se transformou num instrumento para garantir o feliz para sempre. Com isso os prende cada vez mais a este sonho...

Quanto engano, não é mesmo? Acho que vocês já deveriam ter acordado para o fato que não adianta apenas acreditar no deus criado pela mente e dedicar-se a ele para conseguir ser feliz para sempre. Quantos não seguem piamente a este deus e mesmo assim não conseguem viver felizes para sempre?

Se Deus é tudo, tudo é Deus. O cachorro, o papel deste livro, a tinta que o escreveu, você, os olhos que estão lendo, a planta, o ar, o sol e a lua são Deus. Ele não é só o que lhe traz o prazer, mas também quem não lhe traz. Ele não é apenas o criador da situação que você gosta, mas também da que você não gosta. Na verdade, Ele é mais do que o criador: é todos os instrumentos desta situação e é a própria situação...

Tudo é Deus e Deus é tudo. Portanto, existem múltiplos deuses. Para sair do sonho e viver a realidade é preciso se vivenciar isso. Enquanto você estiver preso à ideia de que existe apenas um único deus, estará confiante de que existe um ser superpoderoso que zela pelo seu feliz para sempre. Mas, como sonhadores que são, preferem acreditar que conhecem Deus...

Joaquim de Aruanda

Viver um conto de fadas é impossível

Movido por suas posses, paixões e desejos o ser humanizado romantiza a vida. Com isso imagina ser possível viver um conto de fadas onde todas as vontades são satisfeitas. Mas, isso é impossível...

Primeiro porque o Universo está em perfeito equilíbrio. Isso quer dizer que nada pode ser acrescentado a ele nem retirado dele. Sendo assim, quando um ser humanizado ganha alguma coisa, outro tem que perder aquilo. Se um ganhasse sem que outro perdesse, o Universo não mais seria estável e equilibrado. 


Além do mais, se só um ganhasse e outros perdessem sempre, um desequilíbrio também aconteceria, pois um ser seria superior a outro. Como todos somos filhos de Deus e tratados igualmente pelo Pai, ninguém é protegido por Ele. Por isso em alguns momentos uns ganham e outros perdem e em outros momentos a situação se inverte.


O segundo aspecto que impede que uma pessoa consiga ter todos os seus desejos contemplados é a própria descrição dos objetivos da encarnação feitos pelo Espírito da Verdade. Ele ensina que um dos objetos da existência humana para o ser universal que encarna é viver suas expiações e que esta vivência se caracteriza pela existência de vicissitudes na vida humana. Diferente do que pensam os humanos, vicissitudes não são carências, mas alternância das situações da vida. Sendo assim, o conto de fadas não pode ser vivenciado por um ser encarnado, pois o bom e o mau, o lucro e o prejuízo, a vitória e a derrota precisam estar sempre presentes na encarnação do espírito.


Ora, se Deus é a Causa Primária das vicissitudes da vida humana, o ser humanizado que acredita nos ensinamentos espiritualistas, ao invés de imaginar que Ele o ajudará a fazer o que quer, deve viver com a certeza que Deus fará o que for preciso para a sua elevação durante o dia a dia da existência de cada um. Essa mudança de forma de vivenciar a vida, que é pequena, é valiosa para se alcançar a elevação espiritual. Mas, infelizmente mesmo os espiritualistas não vivem assim...


Como espíritos decaídos que são – segundo a classificação feita por Krishna que dá este nome àqueles que ainda acham que são a mente e se guiam por ela – e imaturos – como classifica Paulo aqueles que não compreendem perfeitamente os ensinamentos de Cristo – ainda vagam pela vida humana crente que os seus desejos serão atendidos na totalidade. Pior: ainda acham-se no direito de rezar a Deus ou pedir a mentores ajuda para conseguirem o que querem...


Quanta tolice... Se não fossem decaídos ou imaturos saberiam que os contos de fadas só existem na imaginação humana e são obras da própria mente para prendê-los na esperança de que basta desejar para acontecer. 


Se fossem lúcidos e maduros espiritualmente falando saberiam que nem todo mundo vai guardar o objeto no lugar que eles querem, que nem todo mundo vai fazer as coisas do jeito que eles acham que deveriam ser feitas, que nem todos vão elogiá-lo e distingui-los pelo que fazem. Se não acreditassem numa vida cor de rosa não viveriam com medo e agoniados... 


Quem vive a vida imaginando que Deus pode lhe conceder todos os seus desejos só porque pede, está sempre com medo do futuro, pois não sabe se o Pai vai lhe conceder aquela graça ou não. Por causa deste medo perde a tranquilidade e agonia da incerteza de receber lhe desarmoniza com o mundo. Por isso, sofrem o tempo inteiro... 


Sofrem pela agonia de esperar; sofrem quando não alcançam aquilo que eles esperavam; sofrem quando veem alguém ganhar aquilo que eles queriam para eles. Já aquele que não espera nada, mas recebe tudo o que Deus lhe dá como fruto do Seu Amor por seu filho, vive sempre em paz e harmonizado com o mundo. 


Quem é lúcido com relação ao receber e é maduro na vivência da sua realidade está sempre feliz; agora, aquele que ainda acredita na possibilidade de viver um conto de fadas, vagueia pela vida sofrendo...


Joaquim de Aruanda

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

REALIDADE

No capítulo anterior definimos que a encarnação ocorre quando um ser universal está ligado a uma consciência diferente da sua (ligado a um ego) e que ela só termina quando do retorno à sua consciência original e não pelos acontecimentos nascimento e morte como até então vocês compreendiam. Acontece que, quando o espírito se liga a um ego cria para si uma nova identidade, que será um personagem que este ser vivenciará durante a sua aventura. Vamos entender isso.

O que é se ligar ao novo ego, a uma nova consciência? Vamos começar por aqui a nossa conversa.

CONSCIÊNCIA – Atributo pelo qual o homem pode conhecer ou julgar sua própria realidade. Faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados. (Mini Dicionário Aurélio).

O espírito possui uma consciência espiritual, ou seja, possui um atributo que lhe faz conhecer uma determinada realidade. A realidade conhecida pelo espírito quando de posse de sua consciência espiritual chamamos de Realidade espiritual.

Quando o espírito se liga à uma nova consciência, a sua anterior fica inacessível por aquilo que vocês chamam de véu do esquecimento. Ou seja, a realidade espiritual lhe fica inacessível. No entanto, surge para ele uma nova realidade que é construída a partir desta nova consciência. Chamamos a realidade gerada pela consciência temporária a qual o ser está ligado de realidade material.

Portanto, para o bom entendimento sobre o que vive o espírito quando ligado a uma ou outra consciência, conhecer a palavrinha realidade é fundamental, pois ela nunca deixa de existir, quer seja com uma ou outra consciência a qual o espírito esteja ligado. Vamos, então compreender o que é realidade.

REALIDADE – Qualidade do real. Aquilo que existe efetivamente, o que é real. (Mini Dicionário Aurélio).

Para o espírito existem algumas coisas no mundo espiritual, algumas coisas são reais, mas, quando se liga ao ego, o que existe para ele se transforma, uma nova realidade é criada.

É isso que estamos falando quando dizemos que encarnar é adotar uma nova consciência: adotar uma nova realidade. Adotar novos conceitos, verdades, objetivos e padrões sobre qualquer assunto: este é o verdadeiro significado da palavra encarnar.

Por isso digo que a aventura do espírito não é vir à carne, mas sim alterar a sua realidade. O espírito encarnado é aquele que abandona a sua realidade espiritual e passa a viver uma realidade gerada pelo ego que servirá como provação para a sua evolução.

Esta é a aventura que o espírito vive durante uma encarnação: alterar a sua consciência, ou seja, a sua realidade Real para uma temporária, que servirá como geradora de provações para a sua evolução espiritual. Isso é o que comumente é chamado de encarnação.

Pai Joaquim

SER HUMANO

Um espírito encarnado é aquele que vive com uma realidade temporária e transitória que foi criada e montada por si mesmo com o auxílio dos mestres, mentores e de Deus, de quem tudo se origina, para que elas sirvam de provação. Mas, essa forma de proceder gera um elemento novo no Universo: um eu.

Estou falando de uma identidade temporária que é gerada para que o ser possa realizar suas provações. É uma personalidade temporária que o espírito assume para poder viver a sua aventura. A este eu chamamos de ser humano.

O ser humano, que o espírito imagina ser durante a encarnação, é uma criação ilusória, pois faz parte de uma realidade temporária adotada por um espírito para executar suas provações. Por isso anteriormente respondi que enquanto alguém se entender como Maria estará preso à encarnação, pois Maria é um personagem temporário que o espírito vivencia como sendo ele porque está ligado a um determinado ego.

Se o ego fosse outro, poderia se chamar Joaquim, Manoel, ou qualquer outro nome. Mas, esta auto visão do espírito sobre si quando de posse da sua consciência espiritual, acaba, pois ele volta a sua realidade onde não possui nomes, sexo, ou qualquer outra realidade criada pelo ego.

Portanto o ser humano não é o espírito encarnado, mas uma identidade que contém todos os elementos que o ser precisa para viver as suas provações durante a sua grande aventura.

Pai Joaquim

A PROVAÇÃO DO ESPÍRITO

Acredito que a aventura do espírito está ficando mais clara cada vez que nos aprofundamos mais na definição dos termos que a envolve. Para nos aprofundarmos ainda mais vamos voltar a falar da provação.

Como disse, a encarnação é caracterizada pela alteração de consciência com o objetivo de criar provações. Sendo assim, pergunto: o que é a provação que o ser passa durante a vivência dos acontecimentos criados dentro da nova realidade? Vamos entender isso.

A Realidade universal é universalista. O que quer dizer isso? O universo é como um quebra cabeças gigantesco formado por milhares de peças que se fundem perfeitamente formando uma individualidade: o desenho do quebra cabeça como um todo.

Isso quer dizer que cada peça tem um desenho próprio, o seu conteúdo próprio, mas apenas o desenho totalmente formado é Real. O desenho de cada peça separadamente de nada tem importância. Por isso dizemos que acreditar que ele é importante é ilusão.

Se só o desenho final é Real, cada peça precisa se unir perfeitamente a outras com a intenção de gerar o desenho maior. Esta é a existência do espírito dentro Realidade do universo: uma convivência em perfeita consonância com seus irmãos.

Isso é o que todos os espíritos precisam alcançar durante o seu processo de evolução: a convivência harmônica com os demais seres. A esta forma de conviver com os irmãos chamamos de universalismo.

A forma contrária de viver chamamos de individualismo. Ela acontece quando a peça que forma o quebra cabeça acha que é importante por si mesma do que o todo. Ela não se vê como um componente do quebra cabeça, mas imagina que já é tudo o que pode existir.
Individualista é aquele ser do Universo que imagina que aquilo que ele quer, gosta ou acha certo é mais importante do que a plena fusão com o que os outros acham.

A partir destes dois conhecimentos podemos, então, afirmar que o processo de evolução espiritual é caracterizado pelo abandono do individualismo para alcançar o universalismo. E a provação está vinculada exatamente a isso, consiste exatamente nisso.

O espírito durante a sua aventura encarnatória, ou seja, a fusão a um ego, a uma nova consciência, a uma nova realidade, será testado para provar o universalismo que aprendeu de pose da sua consciência espiritual. Precisará provar a si mesmo que está de mão dada com todos para o bem universal. Para isso ele precisa abandonar os seus pontos de vista individuais.

Para realizar este trabalho ele precisará abandonar os sentimentos fundamentados no individualismo e alcançar o amor universal, incondicional. Por isso Cristo ensina: o caminho para se chegar a Deus é amar ao Pai sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Esta é a síntese do universalismo que o ser precisa vivenciar que cria a fusão prefeita entre ele e a sua comunidade espiritual.

Mas, como ocorre esta provação? Nos acontecimentos vivenciados pelo eu transitório ao qual o espírito está ligado. Sempre que um ato acontecer na existência desta identidade, a consciência criará valores fundamentados no individualismo (baseados nas crenças individuais) existente no ego proporcionando, assim, ao espírito uma oportunidade para provar a si mesmo que atingiu um grau de universalismo que não lhe deixa crer naquilo.
Portanto, o eu é o personagem com o qual o espírito cria a aventura e os acontecimentos de sua existência são o próprio aventurar-se: o caminhar para atingir o objetivo.

Pai Joaquim

A PROVAÇÃO EM SEUS DIVERSOS GRAUS

Já falamos da provação do ser, mas, vamos mais adiante em nossas análises para se compreender melhor alguns elementos presentes nos egos humanos que até hoje ainda não foram compreendidos.

Os graus de evolução espiritual são baseados no universalismo e, por conseguinte, no individualismo. O espírito que vocês consideram menos evoluídos são os mais individualistas; os que são considerados como evoluídos, os mais universalistas.

Esta verdade, como disse no início desta obra, vale para toda eternidade e para todos os seres. O que podemos chamar de individualismo zero, é Deus. Todos os outros espíritos, por menor grau que seja, possuem individualismo. Por isso todos os seres estão sempre estudando para aprenderem a se libertar desta sua característica e, posteriormente, ligando-se a egos para comprovarem o que aprenderam.

Então, o ego ou uma consciência transitória a qual o espírito se une para provação, não é apenas aquilo a que se ligam os seres que atualmente encarnam no planeta Terra. Ele existe em outros planetas e em outras dimensões no cosmo.

Nestes lugares, tanto como aqui, no entanto, o ego não pode ser confundido com a consciência Real (espiritual) do espírito. As duas coisas são diferentes. Mas, diferenciados em que sentido? Na capacidade de ser universalista, de abandonar a vaidade individualista e fundir-se totalmente ao Todo.

Todo ego é sempre menos universalista do que a consciência que o espírito tinha antes da encarnação, ou melhor, é mais individualista. Isso é necessário para que a provação exista, ou seja, é necessário que o apelo ao individualismo aconteça (crie-se realidades fundamentadas no querer para si, no valorizar-se) para que assim o ser tenha condições de provar o seu universalismo.

Portanto, a maior aventura do espírito, seja em que nível for, caracteriza-se pela fusão com um ego, um conjunto de verdades transitórias fundamentadas no individualismo, que o espírito assume para provar o seu universalismo. Faz isso não se submetendo ao apelo individualista que essas verdades criam e distinguem como real.

Pai Joaquim

A ENCARNAÇÃO FORA DA CARNE

Esta é a grande aventura espiritual. O espírito, possuidor de uma consciência universalista, aventura-se por terrenos individualistas com o objetivo de provar a si mesmo o seu aprendizado universalista não aceitando o individualismo proposto pelo ego.

Ficou claro agora o que é uma encarnação? Isso é uma encarnação. Encarnar nada tem a ver com carne, com o planeta Terra ou com vida material. Encarnar é um processo que podemos chamar de mental já que se trata de uma conscientização de realidades.

Por isto afirmamos no capítulo anterior que o espírito enquanto ainda aprisionado a verdades criadas por ele mesmo e adicionadas ao ego, que são mais individualistas do que a sua própria consciência espiritual, está encarnado, mesmo que para o mundo humano ele esteja morto.

Este ser está vivendo uma etapa de sua provação, pois ainda está ligado à realidade gerada pela personalidade transitória.  Isso pode acontecer durante aquilo que vocês chamam de vida carnal ou até no que é conhecido como vida espiritual.

Por exemplo. Os espíritos que vocês dizem que estão no umbral, são seres presos a uma encarnação. Eles ainda vivem aprisionados às identidades transitórias que viveram quando junto à carne e, por isso, acreditam nas realidades criadas por ela.

Mas, não é só os habitantes deste lugar que ainda estão encarnados. Muitos espíritos que vocês imaginam que são superiores e que os espíritas dizem que moram nas colônias espirituais, ainda estão presos a uma encarnação. Isso porque estão presos ao último ego, possuem uma identidade fundamentada no eu, ou seja, a última provação que fizeram. Estes ainda não retornaram ao seu estado natural dentro do seu grau de evolução.

Participante: demora muito para um espírito se desligar da sua vida carnal?

O desligar faz parte da encarnação. Têm espíritos ligados ao corpo há cinquenta cem anos, assim como existem espíritos ligados ao ego há cinco mil ou mais anos.

Participante: estou assustada, demora muito mesmo, não? E o senhor, demorou muito…
Não se assuste…

Frente a eternidade que você vai existir este tempo é apenas um piscar de olhos. A sensação de muito tempo existe apenas para os seres encarnados. Para o espírito não existe tempo, ou se existisse não seria dentro da compreensão que vocês têm sobre a sua extensão.

Saiba que nada existe por si, mas que o valor que cada elemento possui é dado pela comparação com que você faz dele com outros. Por exemplo: um dia para vocês é o fruto da comparação daquele passar de tempo com uma semana, um ano, uma década ou um século. Isso torna o período que falei muito longo. Mas, para o espírito a comparação é sempre com a eternidade. Por isso duzentos mil anos são muito pouco tempo.

Pai Joaquim

A ENCARNAÇÃO DENTRO DA CARNE

Participante: O senhor falou em espíritos nas colônias ainda vivendo encarnações. Isso me deixou confuso…

Vou tirar a sua dúvida e aproveito para falar um pouco mais a fundo na compreensão sobre uma encarnação.

Como é que se reconhece um espírito ligado a um ego, ou seja, ainda vivendo uma aventura encarnatória? Simples, muito fácil: o espírito individualista, a peça do quebra cabeça que ainda acha que seu desenho sozinho vale alguma coisa.

O que, em última análise demonstra o individualismo? A existência do eu.

Assim sendo, enquanto um espírito tiver um eu e vivenciar como real as interpretações desse eu (eu sou, eu gosto, eu quero, eu pertenço) ele estará vivendo uma etapa de provação e ainda não terá alcançado o seu retorno à consciência espiritual. Quando um espírito retorna à consciência espiritual o eu é sempre trocado pelo nós e o individualismo pelo universalismo.
Como eu disse, o espírito encarnado é como uma peça que se valoriza dentro de um quebra cabeça. Já o espírito na sua consciência espiritual anula o valor da sua peça e só pensa no quebra cabeça como um todo.

Então, a grande aventura do espírito (uma encarnação), é caracterizada pela existência da compreensão de ser um eu. Enquanto houver esta compreensão, o espírito, não importa que grau esteja, estará vivendo uma provação.

Isso quer dizer que aqueles que estão nas cidades espirituais, mas que ainda se reconhecem por algum eu, ainda estão encarnados. E isso nos leva ao último assunto que eu preciso falar neste momento: um espírito pode viver uma encarnação dentro de uma outra encarnação.
Ou seja, um ser universal pode estar ligado a um eu que é formado por um ego e, ao mesmo tempo, criar uma outra encarnação (outro ego) e ligar-se a um corpo carnal vivendo a realidade criada por esta segunda consciência.

Participante: Pode explicar melhor…

Antes de mais nada me deixe dizer que não estou falando mal desses espíritos. Muitos deles são considerados por vocês como de luz e são mesmos. Ou seja, eles são mais universalizados que os que estão ligados à matéria densa, mas isso não quer dizer que já recuperaram a sua consciência espiritual.

Um espírito que, habitando aquilo que vocês chamam de mundo espiritual superior, ainda tenha a consciência de que ele é o José, ou qualquer outro nome, ainda está encarnado.  Mesmo não estando ligado a carne e vivendo naquilo que é conhecido como mundo espiritual, ele está ligado a uma encarnação, onde assumiu a personalidade de José. Mesmo não ligado a carne ele está numa encarnação porque ainda existe um eu.

Este espírito, vivendo a encarnação José no mundo espiritual, pode preparar uma nova identidade para vivenciar no mundo material, assumi-la e depois voltar a ser o José. Ele sairá do mundo espiritual e virá para o mundo material – estes dois planos na Realidade não existem como lugares distintos; estou usando estes termos para facilitar a compreensão de vocês – onde vivenciará uma nova identidade, mas ainda estará numa encarnação onde ele era o tal do espírito José.

No entanto, um dia o José também acabará, ou seja, a ação da individualidade crendo-se isolada do todo terá que um dia acabar para que o espírito possa completamente interpenetrar no universo. Só nesse momento pode-se afirmar que ele está novamente de posse da sua identidade espiritual, da sua consciência espiritual.

Veja o exemplo de André Luís. Ele desencarnou e deixou de ser o humano que imaginava ser. Só que quando retornou ao mundo espiritual assumiu uma nova personalidade: a de André Luís. Nela ele viveu na cidade que vocês chamam de Nosso Lar e executou brilhantes trabalhos de auxílio aos encarnados.

Esta identidade, André Luís, é uma encarnação. Digo isso porque essa era uma identidade que ainda se via isolada do todo, ainda imaginava-se uma personalidade distinta das outras. Aquele espírito, portanto, ao vive-la, estava ligado à uma encarnação, mesmo que aquela personalidade jamais tenha existido no planeta terra como um ser humano.
No entanto, um dia, ele foi instigado a buscar além da própria realidade, ou seja, daquela cidade onde vivia. Este ser conseguiu, então, compreender a fusão com o universo e desligou-se daquela realidade temporária.

Hoje ele está no Universo, mas aceita voltar constantemente ao Nosso Lar para auxiliar aqueles que ainda estão presos a este cantinho do universo como a Realidade, como o Todo que pode existir.

Com este conhecimento, amplio, então, a resposta sobre os ovóides. Os espíritos que são vistos com esta forma, vivenciados com esta realidade, podem até não estar mais na personalidade que tiveram durante a vida material, mas estão com uma outra personalidade. Isso quer dizer que estão encarnados.

Participante: complicado…

Eu acredito até que seja, mas somente para aqueles que ainda estão presos à idéia de uma encarnação como um matéria, como vida carnal. Mas, universalmente falando, encarnação não é prisão à matéria ou à vida carnal, mas é caracterizada com a ligação com uma consciência fundamentada no individualismo, ou seja, com a existência de um eu. E isso acontece dentro e fora da carne, neste mundo ou no outro.

Era isso o que nós tínhamos para dizer hoje para começar esse estudo. Amanhã vamos continuar e chegaremos à vida carnal propriamente dita.
Fiquem com Deus…

Pai Joaquim

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Interdependência

Tudo o que falamos na nossa conversa de hoje tem como fundamento a pergunta 258 de O Livro dos Espíritos. Nesta questão é dito que a vida humana depende do gênero de provas que o espírito pede, ou seja, que tudo que acontece na existência carnal de cada ser depende do que ele, de posse de sua consciência espiritual que elabora compreensões a partir de outra visão do mundo, achou mais importante para si. Mas, temos dado ênfase apenas em quem recebe e com isso ficou algo importante de fora: quem serve de instrumento para o acontecimento.

No Universo existe uma lei que Buda nos falou: a interdependência. Ou seja, tudo se interliga. Quem recebe a ação que ataca o bom é aquele que precisa passar por aquilo, mas quem pratica também o merece. É o bem de um que faz ele servir de instrumento ao bem do outro.

Se um ser humanizado morre por um tiro, isso quer dizer que aquilo era o bem para ele. Mas, para quem atirou também existe um bem, ou seja, existe uma oportunidade de elevação. Esta, como a de quem recebeu, é caracterizada pela vivência libertando-se do bom.

No Universo não existem acasos, sortes ou azares. Tudo que acontece corresponde a um merecimento, ou seja, corresponde a um acontecimento que aquele ser precisava passar como oportunidade para fazer a reforma íntima e assim alcançar a elevação espiritual.

A interdependência é o motor que move o Universo. É ela que coloca frente a frente quem precisa receber uma ação com quem precisa praticá-la. Deus, como Causa Primária de todas as coisas, é apenas o orquestrador dessa lei. O encontro sempre acontecerá, pois ele é necessário para que a vivência do que foi pedido pelo espírito aconteça. Observando o merecimento de cada um de acordo com a sua intencionalidade na vivência de momentos anteriores que gera a necessidade de uma nova provação sobre o assunto, o Pai, então organiza a existência de todos. Sem isso o Universo seria um caos.

Será que você é capaz de imaginar o que seria a vida universal, humanizada ou não, se não fosse a interdependência? Para dar um exemplo disso vou mostrar um exemplo. Ele foi retratado em um trabalho anterior nosso:
Interligação universal

(Ou “De como comprar um pão pode afetar a Plutão”)

Para demonstramos a interligação de todo Universo e poder deixar bem claro a necessidade de Deus interferir em todos os atos dos espíritos na carne, dando a decisão final de cada um deles por menor que seja, vamos contar a história de como o ato de comprar um pão em uma padaria pode ter reflexos em Plutão, planeta do sistema solar que chamamos Terra. 

Quando um espírito na carne vai comprar pão, está entregando ao dono da padaria o dinheiro para pagamento dele. Este dinheiro interferirá na vida do dono da padaria e de todos os seus dependentes, pois poderá servir para auxiliar ou atrasar as provas que estes espíritos tenham que fazer, bem como a de cada empregado e sua família... 

Além de influenciar nas provas individuais destes seres, se pudessem comprar o pão onde quisessem, os seres humanizados poderiam afetar o equilíbrio da cidade onde moram. 

Se todos resolvessem comprar o pão em uma única padaria, outros seres na carne enfrentariam a falência, seus empregados, o desemprego, e seus fornecedores problemas monetários. Além disso, todos os outros comércios da cidade ficariam afetados com a concentração da riqueza de uma cidade apenas nas mãos de um só ser humano.

Por isto Deus precisa determinar quem vai comprar o pão e em qual padaria, quem poderá ser admitido ou demitido do seu emprego, quem precisa ganhar dinheiro ou não. Todo o equilíbrio da cidade depende do pão e onde ele será comprado...

Do dinheiro utilizado para comprar o pão, parte será destinada ao governo do país. Será distribuído entre o município, o estado e a federação. Se todos comprassem mais pão e menos feijão, a diferença do valor do imposto afetaria não só o município, mas todo o estado e até a nação.

Todos receberão parte do dinheiro que aquele espírito na carne gastou na padaria para comprar um pãozinho. Assim, todo o funcionamento da máquina estatal de um país depende também do número de pães que será consumido. 

Além de tudo, Deus precisa determinar o que cada um deve comer para que os governos possam praticar a caridade pública.

Contudo, se todos resolvessem comer mais pães que o normal, o consumo de trigo aumentaria e teria que haver mais plantio deste grão. Para se aumentar essa produção, mais matas teriam que ser devastadas. 

O equilíbrio ecológico do planeta Terra também depende da quantidade de pão consumido por cada um e é por isso que Deus precisa dizer a cada um quantos pães deve comer por dia, e quando comer...

Com o dinheiro arrecadado por impostos o governo faz o comércio externo. Desta forma, o dinheiro do pãozinho serve para que o país se relacione com os irmãos mais longínquos que dividem o planeta com ele.

O dinheiro do pão comprado aqui no Brasil pode ajudar a manter o emprego de alguém nascido no Japão e, consequentemente, estará influenciando também a família deste. Assim, até um desemprego mundial pode nascer pelo fato de muitas pessoas decidirem não comprar mais pão.

Para que todo o planeta tenha condições de vida dentro do previsto pelo Pai é que Ele precisa determinar onde e quantos pães cada um deve comprar.

O dinheiro recebido pelo pão comprado no Brasil poderá servir também para colaborar para que um outro país desenvolva tecnologias que permitam a construção de naves espaciais capazes de chegar até Plutão!
Chegamos no destino de nossa viagem: saímos da padaria do bairro de qualquer cidade do Brasil e chegamos ao planeta Plutão, com o dinheiro do pão.

Esta é a interação de todo o planeta: de um pão chegamos a Plutão. Se isso pode acontecer, se o equilíbrio de todo o Universo depende da compra de um pão, como entregar o comando deste ato a um espírito que se encontra insensível a todas estas repercussões universais pela sua visão estritamente material? Como deixar a decisão que afeta a todo Universo a um ser que está apenas preocupado em matar a sua própria fome?

Tudo o que se executa no Universo repercute como as ondas formadas na água quando uma pedra é jogada nela. Mesmo aqueles espíritos que se encontram fora da carne, em qualquer grau de evolução, não conseguem ainda ver até onde e como essas ondas afetarão o equilíbrio universal. Apenas Deus, Todo Poderoso, Onisciente e Onipresente tem a visão para comandar os “reflexos da onda”.

Este é o poder de Deus, esta é a responsabilidade do Pai. 

Precisando, então, haver uma interdependência nos acontecimentos da vida, quem poderia ser o orquestrador de tudo isso senão Deus? É isso que o Espírito da Verdade fala quando diz que Deus é a Causa Primária de todas as coisas (pergunta 1).

Joaquim de Aruanda

Uma só vida

Isso vale para tudo e para todos. É por isso que dizemos que o universo é único, uno e estável. Não há a menor diferença entre a sua vida e a de qualquer um. A dor é a mesma, o processo de criação é o mesmo. Não importa qual sejam o nomes ou os papéis que ela utilize em cada coisa, o processo é só um. 

O processo é único. Tanto faz em momento diferentes da sua vida ou da de qualquer um. Só muda o nome, o endereço.

Participante: nem temos que nos sentir especial por causa disso também. 
Exato.

Participante: o engraçado é que materialmente ela se apresenta de uma forma e internamente ela sempre busca o contrário do que está acontecendo do lado de fora. Quem é baixo gostaria de ser alto e vice-versa, quem tem cabelo liso quer ondulado ...

Sim, porque ela não foi criada Para lhe dar paz. Por isso os dois mundos da vida, o da ação e o mental, são normalmente antagônicos para lhe dar a oportunidade de realizar o seu trabalho. Mas, eles também podem ser semelhantes. 
 
No caso onde o mundo mental e o da ação se completam, isso não quer dizer que a vida está lhe dando a paz, mas sim o prazer. Novamente é ela lhe dando uma oportunidade de trabalho. 
 
Participante: pensando agora, esse processo é impressionante e aplica-se à tudo na vida. Você tem uma namorada, que imagina gostar, mas a vida está de olho em outra mulher. Aí vem ela e começa a dizer que aquilo não deveria ter sido feito, que deveria ficar com ela. Nada disso está acontecendo ...
Exato. Tudo isso é só enredo do filme, que é a própria vida. É igual a samba de escola de samba: é tudo a mesma coisa. A batida é a mesma, as melodias são parecidas: só muda o enredo, o assunto.

Pai Joaquim

A paz precisa de um trabalho específico

Viver desta forma é caminhar para o sofrimento. Sabe porquê? Porque a vida só tem sofrimento. 
Participante: até o prazer é um sofrimento.

A vida não é construída para gerar paz, harmonia e felicidade.

Participante: sou eu que tenho construir essas coisas internamente. 
Isso. 
 
A vida não é construída come essas finalidades. Ela é construída para gerar o prazer e a dor só. Esse é outro aspecto que vocês precisam entender. Para quê? Para entender que você precisa trabalhar pela sua paz. 
 
Participante: a paz não será apresentada pela vida. Sou eu que preciso construí-la.
Esse é que é o problema. Levado pela vida, ou seja, levado pela ideia que lhe é apresentada de que é capaz de receber a paz, não trabalha por ela. 
 
Participante: fica numa passividade ...

Fica esperando que a vida lhe apresente aquilo que ela diz que vai lhe trazer paz. Acho melhor esperar sentado, porque ela não é construída para dar essa sensação. 
 
Participante: o que a gente pensa é que o trabalho que devemos fazer para ter paz é no mundo material.

Sim, no sentido de mudar a vida para que a paz surja. Trabalhar no sentido de mudar a vida, mas essa presunção você já eliminou quando entendeu que a vida lhe é apresentada e não você que faz. A partir daí, o trabalho tem que passar a ser outro. Qual é ele? O de assistir a vida sem se envolver com o que ela cria. 
 
A sua vida se apresenta com a ideia que isso que faz é errado, que não deveria agir dessa forma. Tudo isso é a vida se apresentando. Quando entende que é incapaz de agir na vida, automaticamente começa a procurar um novo trabalho. Qual é? De aprender a viver em paz o que a vida lhe apresenta. 
Enquanto não entrar na realidade, ou seja, que a vida lhe é apresentada e que não tem a menor capacidade de ingerir nela, não faz o trabalho que tem que fazer. Aí vem a vida e lhe joga a ideia de que é capaz de se mudar: pare de agir do jeito que age, porque se parar terá paz. 
 
Mesmo que isso aconteça, a vida encontra outro motivo para lhe tirar a paz. Isso porque ela não quer resolver o problema, porque ela não quer nem pode lhe dar a paz. Ela não é constituída para isso. Ela é gerada de tal forma que você tenha a oportunidade de fazer o seu trabalho. E o trabalho é esse: aprender a assistir a vida sem envolver-se com ela.

Pai Joaquim

O ato mental é vida

Participante: entendo o que senhor diz, mas acho que sou eu que vivo trazendo esta questão à baila o tempo inteiro.

Não é você. Porque digo isso? Porque a vida não é apenas o que acontece, o ato físico, mas também o mental. Não há ninguém que pense. 


Participante: ele nos é dado.


Você fala isso, como vimos no início, sem saber o que está falando. Na verdade, o pensamento lhe é apresentado pela vida. Ele faz parte da vida, compõe a vida o acontecimento físico. 


A vida é formada pelo ato, pela ação e pelo mundo mental. Ela não pode ser tratada diferente, pois toda ação física só tem valor quando a vida dá o pensamento dizendo o que está acontecendo. Se ela não lhe desse o pensamento, o que veria seriam simples movimentações, sem sentido algum.


Portanto, a sua vida é composto pela soma de tudo o que está pensando e tudo que está fazendo. Na verdade não é você quem está fazendo nem pensando, mas aquilo que está sendo lhe apresentado neste momento como vida é o resultado da soma destas duas coisas.


Pai Joaquim

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Influência dos acontecimentos da vida sobre o espírito

O estudo do dia de hoje foi muito importante para nós porque sempre buscamos atingir as mais profundas verdades que cada um tem. Fizemos isso porque essas verdades enraizadas são inimigos desconhecidos pelos seres humanizados. Eles as tratam como amigas, como verdades, como realidades.

Sempre buscamos colocar profundidade nas nossas conversas, ou seja, expor essas verdades muito enraizadas à luz do ensinamento, mas nem sempre isso é possível. Fazemos isso para não fugir ao tema que está sendo estudado. Mas, O Livro dos Espíritos é grandioso porque ele alcança uma gama muito grande de assuntos e assim, na hora certa, podemos entrar o mais profundo nos exemplos. Hoje foi um destes dias, quando falamos dos doentes mentais.


Apegar-se à matéria ou aos acontecimentos da matéria como se eles atingissem ao espírito é uma visão materialista. Nenhum mestre deu apoio a esta visão. Krishna, por exemplo, ensina a Arjuna: nada pode cortar, ferir ou molhar o espírito. Ele falou isso porque sabe que todas estas coisas são criações de dentro do espírito e não de fora.


Aquele que acha que quando o corpo se molha, é cortado, recebe uma bala ou é estuprado e estas mesmas coisas acontecerem ao espírito desconhece a realidade do Universo. Desconhece a realidade dos elementos do Universo: ser humano, espírito e matéria. 


Para compreendermos a realidade do Universo, precisamos fazer uma distinção clara do que é o ser humano, o espírito e a matéria. Ser humano é uma encarnação que o espírito vivencia, espírito é o princípio inteligente e matéria aquilo que o espírito utiliza para agir e age sobre ela. 


Se isso é verdade, ou seja, se o espírito se utiliza de matéria para agir sobre ela mesma, ela não pode agir sobre o espírito. Ou seja, nenhum reflexo há no espírito quando algo acontece à matéria...


Quando nos prendemos aos acontecimentos da matéria e os levamos ao espírito, necessariamente surgirá o certo e errado, o bom e o mau, o bonito e o feio. É automático... É impossível a um ser preso a uma percepção de um acontecimento na matéria não reagir dentro do ilusório dualismo do espírito. É do querer interpretar os acontecimentos do mundo que se cria verdades para o Universo que não pertence a ele. 


Um ser humanizado, por exemplo, que se ressente de um estupro, é uma pessoa que teve seu corpo violentado e que reagiu com perturbação, ferimento e mágoa àquilo. Não foi o agente do acontecimento que causou o ferimento, a mágoa no espírito. Isso porque um espírito não pode agir sobre outro espírito, mas sim com matéria sobre outra matéria.


Precisamos ter isso muito consciente para que não naveguemos ao leo, ou seja, seguir a corrente humana que diz que devemos sofrer e execrar aquele que pratica um ato desses. Libertando-nos de seguir este fluxo humano podemos, ainda, não sofrer quando um acontecimento destes acontecer com outra pessoa.


Sofrer o que acontece com você ou com os outros não é preciso porque o sofrimento é uma escolha sentimental de cada um frente a um acontecimento do mundo. Consciente de que nada daquilo acontece ao espírito, pode, então, o ser humanizado escolher um sentimento diferente para reagir àquilo que vivencia. 


Está na hora dos seres humanizados tomarem o leme da vida na mão e não se deixarem guiar pela correnteza dos conceitos humanos. Se uma pessoa está passando fome, nenhum ser humanizado precisa sofrer por causa disso. Até porque, enquanto o ser está sofrendo não faz mais nada para ajudá-la... Ajude-a, se conseguir ajudar, mas não sofra por causa do estado dela, pois este não é o estado do espírito.
Porque existe gente sem teto ou sem-terra, ninguém precisa sofrer por isso. O espírito não tem teto ou terra...


O que o ser humanizado precisa compreender é que o mundo material não possui o sentido que os seres humanizados querem dar a ele. O que existe é apenas um cenário que forma um mundo de provas e expiações, ou seja, um lugar para que as encarnações do espírito ocorram.


Portanto, se uma pessoa é estuprada, ali há uma prova e uma expiação acontecendo e não um ato físico. Se alguém tem terra e outro não tem, ali há uma prova e uma expiação para quem a tem e para não a tem...


Este é o grande detalhe: a prova e a expiação são para quem tem e quem não tem... Sim, isso é algo que os seres humanizados esquecem com frequência: a prova e a expiação são para os dois. Os seres encarnados no mundo material acham que a prova e a expiação são exercidas apenas no sentido material, ou seja, não ter. Por isso acham que a provação e expiação são apenas para os pobres e que o rico não expia nada... 


É sobre estas compreensões que venho tentando conversar com vocês. É por isso que enfiamos o dedo na ferida mais profunda. Fazemos isso porque os seres humanizados normalmente se deixam levar quando o mundo os conclama para reagir às injustiças do mundo. Mas, não há injustiças neste mundo, porque tudo é prova e expiação merecida pelo espírito...


Precisamos mergulhar no oceano. Ir ao fundo das questões e verificar que a correnteza das verdades humanas leva o ser a servir à humanidade, ao planeta e a materialidade e que ela é contrária ao serviço de Deus. Assumir o leme da vida não é achar que com isso conseguirá fazer o que quer, mas sim ter a consciência de que não é obrigado a sofrer quando o mundo diz que deve sofrer. 


Você não é obrigado a acusar a quem pratica determinado ato, não é obrigado a maltratar quem pratica ações que o mundo condena. Ter esta consciência é assumir o leme da sua vida...


Durante a nossa conversa de hoje falaram sobre a lei que diz ‘não matarás’ para justificar o erro do assassino... A esta pessoa respondo com uma história bíblica que não tem a ver com este preceito, mas sim sobre a o condenar aquele que quebra a lei. 


Uma mulher, que foi pega num flagrante adultério, ato também coibido pela mesma lei que fala do ‘não matarás’, foi levada à presença de Cristo. Os professores da lei que levaram ela perguntaram ao mestre com arrogância, como desafio ao acatamento da lei por parte do mestre: e agora, o que o senhor vai fazer? A resposta foi clara: quem pode atirar a primeira pedra?


Quem de nós pode garantir que nunca nas existências anteriores estuprou uma pessoa? Quem de nós pode garantir que nas existências anteriores nunca matou ninguém? Quando, nestas ou em outras existências, erramos, esperávamos ser perdoados, amados, mas agora nos apressamos em acusar os outros...


Volto a repetir o que já disse hoje: não estou falando da lei terrestre deixar de dar o carma que aquela pessoa merece, ou seja, julgá-la, condená-la e dar a ela o cerceamento da liberdade que ela precisa e merece como carma. Estou falando do mundo interior de cada um dos seres humanizados. Neste mundo não pode haver a crítica, a raiva, o castigo, a penalidade. É isso que estou querendo dizer.


Os seres humanizados precisam superar as verdades do mundo para poderem alcançar o mundo espiritual, ao invés de se aprisionarem a elas dizendo que a verdade do mundo é a de Deus. A verdade do mundo é aquilo que cada um diz que é e a verdade de Deus é aquilo que Ele sabe que é...


Por isso o dia de hoje foi muito importante. Hoje, para aqueles que estavam aqui levantamos o véu da ignorância, o véu da ilusão gerado pelo maya em que os seres humanizados vivem. Até hoje tínhamos nos aprofundado em algumas coisas, mas hoje escancaramos a porta sobre este tema.


Quando Cristo fala em amar a todos, fala em amar o estuprador e o bandido também. Aliás, os bandidos de então foram os companheiros de Cristo no seu momento derradeiro sobre o planeta. E ele prometeu a um deles: se creres ainda hoje estará comigo no reino do céu... 


Esta foi a importância do dia de hoje. Foi importante porque descobrimos que o mundo não pode criar sub-espíritos, seres maus que mereçam castigos, pena. Descobrimos que não podemos nos declarar executor destes castigos, verdugo de nossos irmãos...


É nesse sentido que acho que o dia foi proveitoso, pois mexemos em bases da vida. E se vocês querem derrubar suas verdades, é preciso balançar as bases e não simplesmente ficar reconstruindo sobre as mesmas bases.


Joaquim de Aruanda

CLONAGEM

Participante: Quer dizer que Deus quer que a clonagem humana existe?
Sim. A clonagem será uma realidade dentro do mundo de regeneração. A clonagem do corpo, não do espírito. 

A clonagem é apenas uma forma diferenciada de se criar corpos das de hoje. No próximo mundo os corpos serão criados por um processo diferente, que vocês chamam de clonagem, ao invés de como hoje acontece: ato sexual. Esta forma de criar corpos será realidade no próximo mundo e é para isso que Deus vem dando amostras ao ser humanizado da clonagem. 

Agora, Deus é que ligará o espírito a qualquer corpo clonado. Não será porque um corpo foi criado que haverá nele a intelectualidade que caracteriza a existência de um espírito. Mas, isto Deus só fará quando a humanidade entender a ação de Deus (vida carnal como carmas emanados por Deus).

Eu diria que hoje já existem doze corpos clonados que estão nos laboratórios deitados em macas funcionando. Eles, no entanto, não têm intelectualidade, não são habitados por espírito. Desta forma, estes corpos não se mexem, não falam, não raciocinam: só vivem pelo funcionamento da máquina.

A clonagem será uma realidade até para libertação da sensualidade, um dos apegos que o ser humanizado precisa despossuir para elevar-se. Enquanto o espírito vivenciar o prazer através da percepção sensorial do corpo, ou seja, fazer o sexo com partes humanas, através de percepções, não atingirá a sua espiritualidade. Sexo não é ato físico, mas ação sentimental. 

A clonagem precisa existir para substituir o ato sexual que acabará quando o espírito libertar-se das sensualidades transmitidas pelos órgãos do corpo físico.

Participante: Na clonagem, como fica a questão espiritual com relação à reencarnação, pois, neste caso, foge o que conhecemos no espiritismo.

Nós precisamos entender que clonagem não tem nada a ver com reencarnação de espíritos, mas apenas com fabricação de massas carnais.

Participante: Mas um espírito estará lá quando Deus quiser ...

Sim, quando Deus quiser, não antes. Mas, isto também é o que acontece hoje: massas são geradas, mas é Deus quem liga o espírito a elas. Se Ele não fizer isso, as massas jamais se intelectualizarão.
Na verdade a clonagem só muda a forma de se gerar o corpo. Ao invés do ser humanizado dormir com seu parceiro (a) para gerar um corpo, este estará sendo gerado em um laboratório.

Participante: Será um outro tipo de carma?

Não. Eu não diria outro tipo de carma, mas uma nova forma de fazer o corpo. Para compreende melhor, vamos dizer que Deus inventou uma máquina mais fácil de fazer corpo do que as que vocês têm hoje.
Precisa ficar bem claro que clonagem não tem nada ver com reencarnação (vivência de carmas), mas apenas uma ação de criação de corpos, como um padeiro que mexe a massa para fazer o pão. 

Participante: Isso me lembra um filme ou um livro que vi onde os seres eram formados de acordo coma necessidade de cada região. 

Quem escreveu este livro? Deus. Então, ao invés de obra de ficção eu diria que é apenas uma psicografia.
Apesar disso, no futuro essa confecção não será de acordo com a região, mas de acordo com os carmas dos espíritos. As fábricas de corpos confeccionarão determinados tipos e formas de corpos porque o espírito que será ligado a ele por Deus o desenhou assim.

Participante: No caso esses seres eram criados de acordo com a necessidade da população. Por exemplo: Tantos eram criados para serem lixeiros, com uma inteligência pequena, outros para outras funções e moldados de acordo com aquilo que a sociedade precisava no momento.

Desculpe, eu não estou compreendendo porque você pode ter ficado boquiaberto com o que leu: os nascimentos na vida carnal hoje já são assim: os espíritos nascem para cumprir papéis necessários aos carmas da humanidade como um todo e planejam seus corpos de acordo com estes papéis.

Apenas os seres humanizados é que não veem isto. Eles pensam que o feto se desenvolve na sua barriga e que suas capacidades intelectuais são geradas por acaso ou por conta de atividade genética. Tanto o corpo como a capacidade intelectual de um feto é desenvolvida durante a gestação pelos espíritos fora da carne de acordo com a programação, com o desenho que este espírito fez do seu corpo antes da encarnação. Tudo moldado e desenvolvido igual a uma clonagem. 

Isto ainda não é realidade para vocês porque ainda estão presos na concepção através do ato sexual, no encontro do óvulo com o espermatozoide, e aí, a partir de reações químicas o próprio corpo faz, o ser é formado. Onde está Deus neste raciocínio? Assistindo a tudo impassível?

Participante: Na verdade, eu estava presa no poder do homem de estar criando o que ele quisesse. Com mais inteligências para cargos maiores e com menos inteligências para cargos menores.

Sim, será o espírito encarnado que fará os corpos no próximo mundo, mas este ser será um habitante do Mundo de Regeneração: um ser espiritual homem com conhecimento prévio da Realidade. Diria que os encarregados de fazer os corpos clonados do próximo mundo serão os sacerdotes da próxima fase.
Participante: Como é o desenvolvimento da matéria durante a gravidez?

A matéria é desenvolvida de acordo com a programação que é feita antes da encarnação pelo espírito que irá reencarnar. Este desenvolvimento é feito por espíritos desencarnados que trabalham sobre o fluído universal que forma as células do corpo.

Participante: Quer dizer que no futuro nós escreveremos no livro da vida se queremos nascer um ser clonado ou de uma mãe?

Não, todos serão clonados, porque o ato sexual físico acabará restando apenas o espiritual que não gera filho. 

Além do mais, o ato sexual físico, mesmo hoje, não gera filhos: apenas dá esta ilusão ao ser humanizado disso estar acontecendo. Então, na verdade o que acabará é só a ilusão que você tem de que o filho começa a ser gerado pelo encontro do espermatozoide com o óvulo.

Participante: Mas no mundo de regeneração saberemos que a clonagem vem de uma matéria prima básica (fluido cósmico universal) que é a matéria prima de tudo no universo e que é manipulado por Deus.
Manipulado por Deus através dos espíritos, pois Ele não faz diretamente. Mesmo hoje, na formação uterina do feto, já são espíritos que fazem e não a natureza (reações químicas que se formam espontaneamente).
Eu diria, então, que da mesma forma que um médico faz hoje a clonagem, quem vai fazer a preparação dos corpos serão espíritos elevados encarnados guiados conscientemente por Deus que terão a função de fazer o corpo daqueles que precisam encarnar. Nada mais que isso.

Estamos falando a mesma coisa, pois mesmo hoje isso já é feito desta forma. Existe um espírito elevado que se deixa guiar conscientemente por Deus fazendo o corpo físico dentro do útero da mãe. Só que hoje o corpo é feito por espíritos desencarnados, fora da carne, que trabalham magneticamente a massa que está dentro da barriga, dando a ela os aspectos pedidos pelo espírito no seu livro da vida. Por agirem no invisível, não serem percebidos pelos serem encarnados, os homens não acreditam nisso e afirmam que é a natureza agindo. 

Participante: Geneticamente falando, então, a humanidade será bem parecida, ou seja, quase idêntica?
Não, continuará a ser completamente diferente como é hoje, geneticamente falando. Não haverá apenas uma só matriz para ser clonada. No novo mundo continuarão existindo todas as diversidades entre corpos como hoje porque serão bilhares de matrizes.

Participante: Então, hoje é feita uma clonagem do desenho que fazemos no mundo espiritual para o nosso futuro corpo.

Perfeito. É feita uma materialização, uma clonagem, do desenho que você fez antes de encarnar. É só por isso que não estou entendendo a não compreensão, pois hoje já é assim. Apenas por não ver é que os seres humanizados têm a ilusão que o corpo é feito a partir do ato sexual e só através dele o filho pode nascer. Mas, este ato é só ilusão, é maya, é percepção, é prazer sensorial. 

Participante: Mundo de Regeneração igual: ao fim das estrias, celulite, pneu, botox.
Não, tudo isto continuará existindo para aqueles são individualistas, que buscam a felicidade através do corpo. Para esses continuará existindo tudo o que você falou, pois são instrumentos de Deus para aqueles que precisam e merecem.

Joaquim de Aruanda