segunda-feira, 21 de março de 2016

Bhagavad Gita

Bhagavad Gita - capítulo X - versículo 03. Aquele que Me percebe como sem nascimento e sem princípio, que Me vivencia como Senhor Supremo dos mundos, esse é o que, entre os mortais, está livre de todo erro e falta.
Aquele que convive com Deus sem se preocupar com o Seu início ou fim, vive sem erro e falta. Já aquele que se preocupa de onde veio Deus, para onde Ele vai, porque Ele é o Deus e não outro, como Ele age, não consegue a libertação do ego, a liberdade.

Elevação

A bondade, a equanimidade, o sentir-se feliz, a austeridade, a benevolência, a fama e a calúnia; todos estes diferentes estados da existência provêm somente de Mim. 

Qual é a palavra usamos quando falamos disso? Emanação de Deus. Tudo que existe é uma emanação de Deus, inclusive o que você acha que faz. 

A partir disso, volto, então, a um ponto que já abordei: você não consegue a evolução espiritual; Deus lhe dá. A evolução espiritual não é algo que se conquiste, mas sim alguma coisa que Deus dá ao ser. Quando Ele a dá para um espírito? Quando este vivencie a verdadeira adoração, quando lutar para oferecer ao Pai em sacrifício a sua intencionalidade. 

Enquanto o ser deixar-se levar pelas suas intenções não recebe a elevação de Deus.

Ensinamentos

Participante: Esses ensinamentos foram divisor de águas em minha vida. Fui espírita, Kardec e umbanda, criado na igreja Batista e conheci diversos segmentos de estudos. Gostaria de saber porque em nenhum desses conhecimentos disponíveis nunca tinha ouvido falar que vivemos numa ilusão, que não devemos agregar valores às coisas, seja bom ou ruim e principalmente que o livre arbítrio é do Espírito. Posso dizer com toda certeza que se disser para qualquer pessoa, que Deus cria tudo e que você é apenas um ventríloquo, ele irá me chamar de louco. Se esses ensinamentos são tão inovadores, quais as chances das pessoas passarem para a nova fase, principalmente nesse momento de transição?

Usando Deus Causa Primária? Nenhuma.

Nenhuma pessoa passará para nova fase usando o ensinamento Deus Causa Primária. Falo isso porque vocês acham que aprenderam este ensinamento, mas na verdade não aprenderam. Na realidade, vocês apenas criaram culturalmente uma ideia do que é ser Causa Primária.


Sabe porque digo isso? Por que vocês só usam Deus Causa Primária quando querem usar. Vocês acham que Deus é Causa Primária, mas ainda acham que vocês existem. Se Deus é Causa Primária de tudo, vocês não existem!


Vocês acham que Deus é Causa Primária, mas se isso fosse verdade, não iam acreditar que alguém está falando aqui, que vocês estão ouvindo aí e nem que existe o computador entre nós. Mas, ainda acreditam nisso tudo.


Deus Causa Primária de todas as coisas é o ensinamento que para o ser humano, para a busca para a felicidade do ser humano, não serve para nada.


Agora, porque nunca lhe falaram isso? Porque todas as religiões querem lhe prender ao mundo do devas dela. A igreja católica e evangélica querem que você vá para o paraíso, o budismo quer que vá para o Nirvana, o muçulmano quer que você vá para uma tenda cercada por virgens. Todas elas criaram o seu próprio mundo de devas e querem que você vá para lá. 


Eu não quero isso para vocês.

Participante: Não entendo. Uma hora eu sou Deus e em outra Ele está muito distante. Em que me guiar?
Você é Deus ou melhor, Deus é você. Isso é verdadeiro. Só que para você Deus está distante. A diferença entre ser e saber que é, é imensa.

Saber que é, é uma informação cultural: ‘eu sei que eu sou Deus’. Se sabe que é, porque não vive como Ele?

Desculpe-me, mas aqui não temos nenhuma criança e não estou falando direto com você, mas preciso dizer uma coisa. Se vocês sabem que são Deus, porque ainda continuam tendo relações sexuais? Deus não tem relação sexual com ninguém.

Você me responderia: ‘ah, mas eu tenho o meu lado humano’. Pronto, deixou de ser Deus.
Deus está longe de você porque antes de ser Ele, você é humano. Por isso o Deus que diz que é, nada mais é que uma projeção Dele feita pela sua mente. Você faz um Deus para si, por isso não é Ele.

Eu vou dizer uma coisa: não foi à toa que corremos com as transcrições dos estudos das Cartas de Paulo. Daqui para frente, vamos usar muito Paulo. Neste exato momento, vou falar agora de um ensinamento do apóstolo.

O que está acontecendo hoje aqui é que vocês estão saindo da escola primária e estão entrando no ginásio. Eu estou deixando de tratá-los como criancinhas, estou deixando de ser a tia e estou falando como um professor para adolescentes. Enquanto vocês eram criancinhas eu contava estórias da carochinha, ou seja, o que falamos nos últimos dez anos.

Agora você é adulto. Vamos conversar de homem para homem?

quarta-feira, 16 de março de 2016

Os não judeus não têm a Lei.

Os não judeus não têm a Lei. Mas, quando fazem pela sua própria vontade o que a Lei manda, eles são a sua própria lei, embora não tenham a Lei de Moisés. (Carta aos Romanos, 2, 14).

Como disse anteriormente, a questão de haver a lei ou não é subjetivo e Paulo falaria posteriormente dos não judeus que, mesmo não tendo a lei, a cumprisse. Vamos agora ver este tema...

Outro dia disse em uma palestra – e os que lá estavam ficaram horrorizados – e vou repetir agora: se o ser humanizado amar ao dinheiro acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, ele estará amando a Deus. Isto porque se o Senhor é tudo, Ele é o dinheiro.

O mandamento, a lei, o ensinamento, é amar incondicionalmente e sem propriedade, portanto, ame. Não importa qual o objeto desse amor, se você amá-lo desta forma, estará cumprindo a lei.

Não estou falando em possuir, que é a forma normal do ser humanizado se relacionar com as outras coisas da matéria, mas sim em amar o dinheiro de uma forma incondicional, estando ele com você ou não...
Participante: Então, porque Cristo diz que eu não devo ter posses materiais?

Porque você não sabe amar a estas coisas. Na verdade, guiado pelo ego, o ser age possessivamente e egoisticamente na relação com os demais elementos do mundo - a relação pecaminosa que vimos antes...
O problema, no sentido espiritual, não são os elementos materiais, mas a forma como o ser se relaciona com qualquer coisa. Se o espírito relacionar-se com Deus, com os mestres ou mentores a partir de paixões humanas (possessivas) os objetivos da encarnação não serão alcançados do mesmo jeito.

Além do mais, Cristo não disse que o ser humanizado não pode ter coisas materiais – até por que ele tinha: o que ele ensinou é que o espírito não deve possuir aquilo que está sob sua guarda temporária. Disse também: não se pode desejar ter mais do que tem. Isso ele ensinou, mas não ter, não disse...

O Espírito da Verdade foi claro sobre o assunto: “É natural o desejo de possuir? Sim, mas quando o homem deseja possuir para si somente e para sua satisfação pessoal, o que há é egoísmo” (O Livro dos Espíritos – pergunta 883). Não há problema em ter, mas quando se tem e não se compartilha e, ainda por cima se quer mais, aí o egoísmo aparece e a elevação espiritual é abandonada. 

Quer ver um exemplo? Você tem uma calça?

Participante: Tenho...

Quer comprar outra, não importa o motivo?
Participante: Quero...

Então, você não ama universalmente a calça que tem...

Ter uma determinada quantidade de calças não é problema: você pode ter cinqüenta ou uma. O importante é não achar-se dono dela e, por isso, esperar que ela lhe satisfaça (por exemplo esteja sempre limpa) ou querer ter outra que já não esteja sob sua guarda.

Participante: Então eu posso alcançar a Deus através de coisas materiais, como por exemplo o dinheiro?
Sim, desde que ame este elemento de uma forma universal e não possessiva. Quando isso acontecer você não desejará o do próximo e não possuirá como seu o que estiver sob sua guarda... 

Se estes preceitos não estiverem preceitos não é amor, mas paixão. A paixão por qualquer elemento prende à materialidade, mas o amor universal por eles leva a Deus...

Participante: Mas, se eu amar o dinheiro não amarei o próximo, porque irei querer ter o dinheiro?
É, vocês nem sabem o que é amor... Falou em amar, logo ligam este sentimento à possessão.
Se você amar universalmente o dinheiro amará o seu e o do próximo, sem precisar tê-lo. Além disso, poderá repartir o seu sem querer mantê-lo sob sua custódia. O amor universal ao dinheiro é aquele que não precisa da posse para ocorrer; a paixão é que necessita.

Vocês confundem amor universal com posse... Veja outro exemplo...
A esposa diz que ama seu marido, mas se esse se afasta (há uma separação do casal), ela diz que o amor acabou. Isso é amor ou paixão mundana? 

Paixão, pois precisa da possessão sobre o marido (estar perto) para existir. Se fosse amor verdadeiro ele continuaria existindo, mesmo que o objeto dele se afastasse...

Amar o dinheiro universalmente é amá-lo na sua ausência ou na sua presença, o que está no seu ou no bolso do outro, sem condições ou desejos... Amar a todas as situações que envolvam o dinheiro incondicionalmente...

Participante: Amar desta forma é o que vem sendo dito que é o amor que se deve ter com Deus...
Sim, e por isso disse que se pode alcançar a Deus através do amor incondicional a qualquer coisa...
O amor a Deus que Cristo ensina é a sensação de felicidade (bem-aventurança) que se sente na alegria ou na dor, na felicidade ou na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza... Foi este mesmo sentido que eu dei acima ao amor ao dinheiro.

Levemos agora isso para o ensinamento presente de Paulo: aqueles que não têm a lei... Você, como cristão, deve buscar amar a Deus incondicionalmente, pois esta é a sua lei (ensinamento), mas aqueles que nem acreditem em Deus, se agirem com os elementos do mundo material nesta mesma incondicionalidade, terão cumprido a lei, sem nem ao menos conhecê-la.

Um ser humanizado não acredita em Deus.: qual o problema, espiritualmente falando? Se, por vontade própria, ele se harmoniza com o Universo na carência e fartura, qual o problema?
Participante: Mas e a luta para manter o dinheiro que muitos fazem?

Continuo insistindo: não estou falando em possuir ou desejar, mas em amar incondicionalmente. Aqueles que lutam para manter o dinheiro, bem como aqueles que lutam para manter o prazer individual na sua relação com Deus (pede que o Pai faça o que ele quer), não estão amando, mas seguindo suas paixões materialistas.
Participante: É que o senhor dá uns exemplos difíceis de compreender...

Para poder tirá-los da mesmice.

Sem estes exemplos vocês condenariam todos que tem dinheiro, mesmo sem saberem com que intencionalidade eles se relacionam com as coisas...

Estes exemplos são bons porque acabam com a idéia de que o externo dita o interno de cada pessoa. O que vale não é o que se tem ou faz, mas o interno de cada um (a forma como se relaciona com o ato) já que Cristo ensinou que Deus julga as intenções e não as ações. 

Participante: Mas Cristo ensinou que temos que amar a Deus?

Disse isso para você que acredita em Deus, mas, e para quem não acredita, será que não há salvação? Mais: se é Deus que emana as compreensões que o ego gera, será que este ser não poderia queixar-se depois de ter sido injustiçado porque o Pai não o fez acreditar Nele?

Pense... Nada pode ser hermeticamente fechado: tudo tem um destinatário e o mesmo ensinamento não pode ser aplicado coletivamente... Olha o que falamos do julgamento no início deste trecho: “... não importa quem você seja - pode ser o mais sábio sobre qualquer assunto, saber tudo de algum tema – não tem o direito de julgar ninguém. Mas, por que não tem direito a isso? Porque quando você julga (analisa e gera uma avaliação) o outro está fazendo o que mesmo que ele faz”. 

Como disse antes, Deus cria as verdades de cada um de acordo com sua provação. Se uma pessoa não acredita em Deus, eis aí uma compreensão, uma prova. A vitória nesta prova não é passar a acreditar, mas, mesmo fustigado por esta razão, viver incondicionalmente.

Para isso não precisa nem aprender os ensinamentos dos mestres: a lógica material serve.
Dinheiro foi feito para ser gasto, para gerar conforto, saúde, segurança: é isso que diz a lógica material. Quem segui-la, ou seja, despossuir a necessidade de manter o dinheiro sempre consigo, estará realizando a elevação espiritual.

A vida é cheia de altos e baixos; um dia se está por cima no outro por baixo. Compreendendo mais esta máxima material e vivendo-a com intensidade, saberá se trabalhar no momento que não tem dinheiro para tê-lo depois. Com isso eliminou o desejo e fez a elevação espiritual...

Agora disso tudo que disse retire a palavra dinheiro e coloque Deus... Não chegamos a todos os ensinamentos de Cristo sobre a forma de nos relacionar com o Pai?

Mas, os seres humanizados não aceitam o que estou dizendo porque partem da sua verdade para impor “certos”: “Cristo disse que tinha que amar a Deus, então nada substitui isso”. Ora, você está julgando o mundo, o certo e o errado, a partir de suas convicções e, por isso,não consegue entender o que estou dizendo. 

O que eu e Paulo estamos querendo dizer é que ninguém está perdido... Não importa se o ser humanizado é religioso ou não e nem que doutrina siga: se realizar o trabalho necessário, conseguirá a elevação espiritual. Mas, vocês não compreendem isso porque se fixam na letra fira do ensinamento do mestre...

A questão entre o que eu estou falando (elevar-se através do amor ao dinheiro) e o que vocês estão dando como certo, é semântica: só uma troca de nomes. Na verdade eu mantive a essência do ensinamento e troquei o nome justamente para mostrar que estão apegados à letra fria dos ensinamentos. 

Quer outra aplicação para isto que estou falando? A consciência que existe em alguns egos que os índios são selvagens e não podem elevar-se espiritualmente porque não possuem contato com os ensinamentos do homem branco. Estas verdades geraram, por exemplo, a necessidade da catequização. Mas quem disse isso, quem disse que é necessário que os silvícolas tenham que se adquirir a cultura do branco para poder se elevar?

Se o índio – que, aliás, tem muito mais chance do que o branco de se elevar por possuir menos conceitos sobre as coisas – vivenciar os ensinamentos de Cristo, mesmo que nunca tenha ouvido falar deste mestre, ele ascenderá ao reino do céu. 

Isto se aplica à idéia que os cristãos fazem dos mulçumanos, dos hindus e dos próprios integrantes das seitas cristãs diferentes, como as desavenças entre católicos e protestantes. Se estes seres conseguirem vivenciar os acontecimentos de sua vida dentro da incondicionalidade – o que aliás é ensinamento todos os mestres e não só de Cristo – estarão amando a Deus e é isso que importa.

É isso que Paulo está dizendo: não precisa ser judeu para ser salvo... Não precisa ser cristão, religioso e nem mesmo acreditar em Deus para alcançar a elevação espiritual. 

Na hora que os seres humanizados compreenderem esta realidade poderão aprender a conviver harmonicamente com o mundo em que vivem. O problema é que se apegam a letra fria de leis, que, aliás, são meras interpretações que eles mesmos fazem e com isso não conseguem viver bem nem com os outros nem com Deus.

Pai Joaquim

Os judeus têm a Lei; pecam e são julgados por ela. (Carta aos Romanos, 2, 12)

Por aquilo mesmo que você usa para julgar, as leis religiosas, morais, societárias, você será julgado.

Sabe, Cristo ensina que devemos amar o próximo como a si mesmo: isto é uma lei que você, que se diz buscador procura seguir. Aí você utiliza outro código legal (neste caso dos bons costumes) e diz que pela lei é feio comer de boca aberta, está usando a própria lei para julgar. 

Com isso faz aquilo que o mestre disse que não deveria ter sido feito, ou seja, quebrou um código legal, pois usou uma lei para julgar o próximo, quando o seu código de conduta diz que deve amar o próximo como a si mesmo.

Ao fazer isso cometeu duas falhas: além de apontar o erro que não existe, utilizou a lei em seu próprio benefício. Isto, aliás, é a coisa mais comum entre os seres humanizados.
A maioria dos religiosos procura interpretar a lei de tal forma que eles não percam a satisfação, o prazer. Seja qual for a lei - seja de sociedade, moral, ou religiosa – sempre busca aplicá-la em seu próprio benefício. Mas, isso não é só particularidade da vida religiosa: pratica-se o tempo inteiro.

Por exemplo, você diz que para ir a determinado lugar (por exemplo uma festa) deve estar com um determinado tipo de roupa que escolheu, mesmo que ela seja incômoda. Isso não é real: na verdade não tem que ir vestida daquele jeito, mas precisa ir para não ser criticada... Na realidade não é obrigada a ir, mas vai porque quer ser elogiada e aparecer como certa, ser aceita pela coletividade.

O ser humanizado interpreta e cria leis sempre a seu favor, mesmo que, aparentemente, isto não salte aos olhos. 

Então, o hábito de usar a lei para julgar o outro constitui em duas ações individualistas: a primeira quando acreditou no seu certo e a segunda quando julgou os outros por ela. 

Com isso vai se somando carmas e quando Deus dá o julgamento, o ser humanizado defende-se alegando inocência: ‘eu não fiz nada... Não bati, não agredi; só disse que ele é um idiota...’ Aí Deus pergunta “porque” e você responde: ‘porque ele não faz o que a lei manda fazer’... Esquece-se apenas que Cristo disse: “quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno” (Evangelho de Mateus, 5-22).

Participante: Quer dizer que não adianta ter lei?

Não é isso... A lei é um parâmetro para você realizar a sua reforma íntima. Ou, como disse Cristo: a espada que ele trouxe para que você matasse a sua humanidade...

Agora você não pode usar este mesmo ensinamento para julgar os outros, porque aí estaria descumprindo um dos princípios desta mesma lei: julgar os outros.

Preparando para viver

http://meeu.com.br/ceu/preparando-se-para-viver/

quarta-feira, 9 de março de 2016

ENSINAMENTOS DE BUDA - 14 - A CAUSA PRIMÁRIA E A LEI

ENSINAMENTOS DE BUDA - 14 - A CAUSA PRIMÁRIA E A LEI

Quando falamos em atos que causam impactos profundos e irreversíveis estamos falando em acontecimentos que estão legislados por códigos materiais ou divinos. Falamos em matar, roubar ou adulterar. Quando alguém comete um delito desses seguiu uma Causa Primeira dada por deus para agir daquela forma. Um assassino só consegue matar uma pessoa se Deus comandar o ato do assassinato.
“Não pensem que eu vim acabar com a Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas. Não vim acabar com ele e sim dar o verdadeiro sentido deles”. (Mateus – 5,17).

Está escrito que não se deve matar, mas assim mesmo os assassinatos acontecem diuturnamente. Se Deus é a Causa Primeira de todas as coisas, também tem que ser a Causa Primeira do assassinato. É por ter esse conhecimento que Jesus Cristo logo no início de sua pregação (Sermão do Monte) avisa que não veio para quebrar a lei, mas dar o real sentido dela.

O real sentido da lei não matar não é o de coibir o ato do assassinato, mas de que os seres preservem a vida do próximo. Para que isso aconteça é preciso que o ser universalize seus conceitos, pois enquanto tiver individualismos se ferirá e acabará merecendo se tornar em um assassino.

Assim, o ensinamento Deus Causa Primária não serve para afirmar que se pode matar se quiser, mas para ensinar que se o ser universalizar os seus conceitos jamais se tornará um assassino. O sentimento que espelha o universalismo é o amor universal. Portanto, Cristo veio para dizer que você deve amar para não se tornar em um assassino e não para continuar afirmando não mate.

O assassino tem o ato do assassinato comandado por Deus de acordo com as suas escolhas sentimentais. Quem odeia, tem raiva, inveja e outros sentimentos individualistas é um potencial assassino. Ao escolher esses sentimentos para os seus raciocínios, o ser passa a merecer que Deus o comande na prática do ato de matar.
Como vimos, o ser que merecer se transformar em um assassino não conseguirá provocar a morte de quem quiser, mas o alvo dos seus atos será determinado por Deus através do pensamento. Aquele que receber o ato também será merecedor dele. Dessa forma, se transforma em assassino aquele que merece e desencarna aquele que também merece desencarnar.

Essa visão para os acontecimentos é difícil para os seres encarnados que estão presos à vida carnal, mas já foi fartamente comentada pelos enviados de Deus.

“853b – Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morreremos se a hora não é chegada? “Não, tu não perecerás, e disso tens milhares de exemplos. Mas, quando é chegada a tua hora de partir, nada pode subtrair-te dela. Deus sabe, antecipadamente, de qual gênero de morte partirás daqui e, frequentemente, teu espírito o sabe também, porque isso lhe é revelado quando faz a escolha de tal ou tal existência”. (O Livro dos Espíritos).

O momento da morte é definido no Livro da Vida pelo ser antes da encarnação bem como o modo como ela ocorrerá. Aquele que morre assassinado já tinha esse destino traçado por ele mesmo e Deus, ao colocá-lo na frente de quem irá assassiná-lo apenas cumprirá o pedido pelo próprio ser.

Assim, todas as situações da vida, mesmo aquelas que pareçam atos de barbárie são comandados por Deus de acordo com a própria solicitação do ser no livro da vida, que foi feita com a intenção de expiar ferimentos causados por individualismos em outras existências. 

Utilizando a interdependência entre os seres, Deus vai gerando a impermanência dos pensamentos de acordo com o livre arbítrio sentimental de cada um. Dessa forma, cada um passa a fazer parte do outro e a sua própria parcela que existe dentro do assassino pede a Deus que o ato ocorra como prova de sua capacidade ou não de universalizar o ato.

Esta é a real interpretação das Leis de Moisés que aquele que alcança a elevação espiritual deve possuir.

Ofensas

Se um espírito se sentir ferido por outro, deve entender que ali existe uma ação de Deus. Acusar o ofensor de ter praticado espontaneamente o ato é negar a existência de Deus no planeta. Sendo um ato de Deus, então ali existiu justiça e foi praticado da maneira que deveria ser, pois foi obra da Inteligência Suprema do Universo. Assim sendo, o espírito que recebe o ato não deve sentir-se ofendido, mas acreditar que Deus, pelo Seu amor, só trará a ele o que o auxilie na sua evolução. 

Joaquim de Aruanda

Mundo material e mundo espiritual

Como não consegue ver as outras densidades, o ser humano criou um local diferente para a existência delas e separou o universo em planos e locais diferentes. Como o ser humano acredita que existe uma “transformação” para que se torne espírito, criou, também, um local diferenciado para a vida deste “novo ser” em que se transformará. Assim, o ser humano dividiu o Universo em dois mundos distintos: o material e o espiritual. Ao menos denso, ele atribuiu a Deus o comando das coisas, mas para o material, assumiu a posição de Deus já que Ele se encontra em “outro lugar”.

Por este motivo, o ser humano é dominador por natureza. Como não consegue ver Deus na Terra e acha que Ele habita outro lugar, quer dominar o planeta e agir livremente. Porém, o espírito sabendo que este é um mundo espiritual onde a matéria possui várias densidades, consegue enxergar a ação do Pai sobre as coisas, inclusive sobre a sua vida.

terça-feira, 1 de março de 2016

A lei do suprimento

Por nenhum momento iríamos pensar em construir uma casa sem termos compreendido: As leis de projeto, escavação, edificação, etc., bem como as leis locais de zoneamento e de saúde. Não tentaríamos ganhar uma causa no tribunal, a menos que conhecêssemos a lei que a regula; e, tampouco iríamos tentar navegar sem o conhecimento das leis de navegação. Entretanto, tentamos resolver nossos problemas de suprimento individual; tentamos demonstrar a disponibilidade e abundância de suprimento sem o devido reconhecimento das leis que o governam.

Muitos ignoram a existência dessas leis e crêem que uma cega fé em algum Deus ou Poder é suficiente para manifestar a operação do bem na experiência individual. No plano do Absoluto não há nenhuma necessidade de se resolver o problema do suprimento. Nele nada é requerido, pois a substância espiritual é onipresente e inexistem tempo e espaço em que o suprimento esteja ausente. Enquanto não atingirmos esta Consciência, a Consciência crística, teremos de preparar o nosso destino em conformidade com a lei das escrituras, encontrada nos textos sagrados de todos os povos. Nosso primeiro passo é o reconhecimento de nosso ser verdadeiro-nosso relacionamento com Deus.

Compreendendo Deus como a Consciência divina única universal, e o homem como a expressão individual desta Consciência, descobrimos que TUDO QUE É DO PAI É MEU, isto é, tudo o que está incorporado a Consciência universal está incorporado à consciência individual, por elas serem uma. Assim, quaisquer coisas ou idéias de que necessitemos já são partes integrantes de nossa consciência, e se desdobrarão à percepção humana tão logo nos familiarizemos com a lei e passemos a aplicá-la.

“Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará” desta ilusão de que o que você busca encontra-se separado e apartado de você. Deverá haver o entendimento de que o universo inteiro está incorporado à Mente divina; e, em vista de esta ser a nossa única mente, todas as coisas já estão dentro de nós. Em conseqüência, jamais somos dependentes de alguma pessoa, lugar ou condição para coisa alguma! Portanto, nosso passo seguinte é abandonar toda dependência a pessoas, posições ou investimentos para o nosso suprimento.

A princípio, isto parece ser um disparate, já que as coisas do Espírito são loucuras para os homens. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” ( I Cor. 2:14. ).

Um negócio ou uma posição podem parecer constituir o presente canal de nosso suprimento. Nossos alunos ou pacientes podem aparentar ser nossos únicos canais. Donas-de-casa podem acreditar que seus maridos ou filhos sejam seus canais de suprimento. MAS NADA DISSO É VERDADEIRO. Como Deus, a Consciência divina, é a FONTE, então esta exata Consciência é o canal de suprimento; e, de fato, é o SUPRIMENTO em si. Procure sempre se afastar de suas noções pré-concebidas sobre este assunto, Reconheça que todas as coisas estão incorporadas à infinita Consciência eterna; e então, SAIBA QUE ESTA CONSCIÊNCIA É A SUA!

Tendo se libertado de toda dependência a fontes e recursos materiais e humanos, você perceberá o bem continuamente se desdobrando em sua experiência humana, na forma de bem que a cada momento lhe estiver sendo requerido. Enquanto caminha rumo a esta Consciência superior, obedeça a duas recomendações importantes dadas pelas Escrituras: “Levarás à casa do Senhor, teu Deus, as primícias dos frutos da tua terra.” ( Exodus 23:19.) A forma disso ser feito deverá ser como nos ensinou o Profeta Hebreu:”E esta pedra, que erigi em padrão, será chamada casa de Deus; e de todas as coisas que me deres te oferecerei ( ó Senhor ) o dízimo.” ( Gen. 28:22.)

Após reconhecermos que tudo que existe pertence a Deus, a Mente universal, pomos de lado uma pequena mas definida parte de tudo recebido individualmente, recirculando-a no Universal, ou seja, fazemos uso desta parcela sem a vincularmos com as despesas usuais ou pessoais. Podemos doá-la a alguma causa comunitária ou de caridade, podemos exprimir gratidão a um instrutor ou praticista espiritual, mas, seja como for, esta parcela deverá ser dedicada a serviço de Deus, o bem, independente da manutenção própria ou familiar. E ela deverá se constituir das “primícias” dos frutos-e não uma parte daquilo que sobrou de nossa receita. Deverá ser tirada da mesma tão logo a recebamos, de modo que possamos, nós mesmos, fazer o equilíbrio e confiar que “Deus dará o aumento”.

Nossa obediência a estes princípios nos dará condição de provar que “quando todas as fontes materiais estão secas, Tua plenitude permanece a mesma.” Quando relaxamos a mente consciente das tensões e lutas, e permitimos que o bem flua através de nossa consciência espiritual, descobrimos que não precisamos temer o que o homem mortal possa nos dar ou sonegar. Repousamos na firme convicção de que “Do Senhor é a terra e a sua plenitude”, e de que TUDO que é do Pai é MEU; tudo o que existe no Universal está se desdobrando para o individual. Chegamos agora àquela que talvez seja a suprema lei espiritual da Bíblia, a nós revelada por Jesus Cristo. Na Oração do Senhor, podemos ler:

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” Eis o ponto em que você pode pôr suas próprias limitações em suas demonstrações do bem. Na proporção em que você perdoa, receberá as bênçãos do Infinito. Podemos perdoar aos que nos devem somas de dinheiro, e àqueles que têm para conosco dívidas de amor, gratidão, reconhecimento, ou mesmo dívidas de cortesia de família ou amigos. Mas devemos perdoar. Devemos viver num constante estado de bênçãos. Este é o perdão verdadeiro que nos liberta das obrigações mortais e materiais.

Há algum tempo, fui procurado por um homem muito necessitado de dinheiro, sem emprego e sem fonte de renda Contou-me que um de seus amigos lhe devia uma soma de dinheiro que o tiraria da dificuldade, e perguntou-me: “Como fará para que eu possa receber esta dívida?” Disse-lhe que perdoasse tanto o homem como a dívida. Não que lhe escrevesse cancelando a dívida, já que esta era problema de seu amigo, mas que o perdoasse mentalmente, e caso ela nunca fosse paga, que não pensasse mais nela, nem pensasse maldosamente a respeito do chamado devedor. “Tire-o de seu pensamento como se ele não existisse, e deixe o Princípio divino abrir seus canais de suprimento.” Ele percebeu o ponto e se voltou deste único canal visível possível de suprimento para o Não-visto infinito. Exatamente na semana seguinte, ele recebeu dinheiro suficiente para mantê-lo por duas semanas, e, ao término da segunda semana, foi novamente chamado ao seu próprio emprego, de que havia sido desligado por vários anos.

Joel S. Goldsmith