quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Mensagem do dia

Você pode ser curvar para a vontade dos outros e perceber a sabedoria deles ou permitir-se adotar seu próprio caminho.

Um é Ego, o outro é Liberdade.

A escolha é sua.

Controvérsias sobre o flúor

Controvérsias sobre o flúor

Pesquisas recentes sugerem que o tratamento da cárie com fluoreto em excesso pode ser perigoso

Muito antes dos debates acirrados sobre cigarro, DDT, amianto, ou o buraco na camada de ozônio, a única controvérsia relacionada à saúde de que a maioria dos americanos tinha ouvido falar era a da fluoretação da água (tratamento da água potável pela adição de flúor). Nos anos 50, centenas de comunidades espalhadas pelos Estados Unidos se envolveram em calorosas discussões sobre se os fluoretos – compostos iônicos que contêm o elemento flúor – deveriam ou não ser adicionados aos sistemas de abastecimento de água. De um lado estava uma grande coalizão formada por cientistas do governo e das indústrias, que argumentavam que a adição de fluoreto à água potável protegeria os dentes contra as cáries. Do outro, ativistas para quem os riscos da fluoretação haviam sido estudados inadequadamente e a prática equivaleria à medicação compulsória – e, portanto, a uma violação das liberdades civis.

Os defensores dos fluoretos venceram a contenda, em parte ridicularizando seus oponentes, como a John Birch Society¸ associação direitista para a qual a fluoretação seria um plano comunista para envenenar os americanos. Hoje, cerca de 60% da população dos Estados Unidos bebe água fluoretada, incluindo os habitantes de 46 das 50 maiores cidades do país. A prática da fluoretação foi adotada também no Canadá, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e mais alguns outros países. Os críticos geralmente são repudiados pelos pesquisadores e agências de saúde pública desses países como pessoas enfadonhas ou fanáticas. Em outras nações, entretanto, a fluoretação da água é rara e controversa. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos consideram a fluoretação da água como uma das dez maiores realizações da saúde do século 20, juntamente com as vacinas e o planejamento familiar.
No entanto, a postura científica atual em relação à fluoretação pode estar mudando justamente no país onde a prática começou. Em 2006, após passar mais de dois anos revisando e debatendo centenas de estudos, um comitê do Conselho Nacional de Pesquisa (NRC, na sigla em inglês) publicou um relatório que deu um toque de legitimação a algumas das antigas colocações feitas pelos opositores da fluoretação. O relatório concluiu que o atual limite de fluoreto na água potável, indicado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) – 4 miligramas por litro (mg/L) – deveria ser diminuído por causa dos altos riscos, tanto para crianças como para adultos. Nas crianças, a exposição constante ao fluoreto a 4 mg/L pode descolorir e desfigurar os dentes permanentes – a fluorose dental. Nos adultos, pode aumentar o risco de fraturas ósseas e, possivelmente, de fluorose esqueletal moderada, doença que provoca enrijecimento das articulações. A maior parte da água potável fluoretada contém muito menos fluoreto que o limite indicado pela EPA, mas a situação é inquietante, pois ainda há muita incerteza sobre a quantidade adicional de flúor que ingerimos por meio da alimentação, bebidas e produtos de higiene bucal. Além disso, o conselho criado pelo NRC observou que o fluoreto pode também desencadear problemas de saúde mais sérios, como câncer ósseo e danos ao cérebro e à tireóide. Embora esses efeitos ainda não estejam provados, o NRC argumenta que precisam ser mais bem estudados.

Um dos maiores e mais longos estudos sobre os efeitos do fluoreto é o Iowa Fluoride Study, liderado por Steven M. Levy, da Faculdade de Odontologia da University of Iowa. Nos últimos 16 anos, a equipe de Levy monitorou de perto cerca de 700 crianças do estado de Iowa, para tentar identificar os efeitos mais sutis da fluoretação que talvez tenham sido negligenciados por estudos anteriores. Ao mesmo tempo, Levy também lidera um dos trabalhos mais abrangentes para medir as concentrações de fluoreto em milhares de produtos – incluindo alimentos, bebidas e cremes dentais –, e assim desenvolver estimativas mais confiáveis do quanto estamos ingerindo de fluoreto.

Trata-se de uma área de pesquisa altamente complexa, pois a alimentação, os hábitos de higiene bucal e os níveis de fluoretação da água variam muito, e também porque os fatores genéticos, ambientais e culturais parecem deixar algumas pessoas mais suscetíveis que outras aos efeitos benéficos e maléficos do fluoreto. Apesar de todas as incertezas, Levy e alguns outros pesquisadores partilham a visão de que algumas crianças, especialmente as mais novas, provavelmente estejam ingerindo mais fluoreto que deveriam. Eles aceitam a fluoretação da água como um método aprovado para o controle das cáries, principalmente nas populações em que a higiene bucal é deficitária. Mas acreditam que, nas comunidades com bom cuidado dental, os argumentos a favor da fluoretação não são tão poderosos como seria de esperar. “Em vez de apenas procurarmos elevar os níveis de fluoreto, precisamos descobrir o equilíbrio”, adverte Levy.
O Advento do Fluoreto

Anúncios de creme dental de mais de meio século estão pendurados nas paredes da sala de reunião de Levy. Uma dessas propagandas, da pasta de dente Pebeco, pergunta: “Você quer dentes feios e doloridos?”. Outro anúncio diz que “O creme dental Colgate com clorofi la acaba com o mau hálito”. São produtos da era pré-fluoreto, quando a deterioração dental – chamada de cárie na terminologia odontológica – estava por toda parte e os cremes dentais eram comercializados com apelos medicinais questionáveis.

A introdução do fluoreto mudou toda a cena. Em 1945, a cidade de Grand Rapids, em Michigan, tornou-se a primeira a fluoretar seu fornecimento de água. Dez anos depois, a Procter&Gamble lançou Crest, o primeiro creme dental fluorado, e que continha fluoreto de estanho (composto formado por um átomo de estanho e dois de flúor). A Colgate-Palmolive seguiu os mesmos passos em 1967, modificando o seu produto com aquele que se tornaria um dos ingredientes mais predominantes de combate à cárie nas pastas de dente: o monofluorofosfato de sódio. Em vez dos sais de fluoreto, encontrados nos cremes dentais e preferidos pelos dentistas, a maioria dos fornecedores de água finalmente acabou optando pela forma mais barata de fluoretação com os silicofluoretos, como o ácido hexafluorssilícico, produto derivado de um processo de fabricação de fertilizantes em que os minérios fosfáticos são tratados com ácido sulfúrico.

Nos anos 70 e 80, os Estados Unidos foram inundados por diversas formas de fluoreto, e a fluoretação se tornou a pedra fundamental da odontologia preventiva na maioria dos países de língua inglesa. Exatamente por que e como a maior parte das incidências de cárie diminuiu é assunto muito controverso, mas o consenso entre os pesquisadores dessa área é que o declínio foi rápido, e os fluoretos merecem muito desse crédito.

Foi nesse cenário que Levy ingressou na odontologia sanitária, em meados dos anos 80. A Colgate-Palmolive financiou suas primeiras pesquisas, que procuravam encorajar o uso do fluoreto nos consultórios odontológicos. Mas quando os dentistas americanos começaram a observar queda na incidência de cáries e aumento da fluorose nos dentes dos seus pacientes mais jovens, Levy se perguntou se as crianças estavam mesmo sendo beneficiadas pela fluoretação. “Houve uma mudança no meu modo de ver aquele problema. Passei de uma postura em que ‘mais fluoreto seria a nossa meta definitiva’ para outra em que teríamos de saber qual o melhor ponto de equilíbrio entre a incidência de cáries e a fluorose.”
Ação no Organismo

O papel dos fluoretos, provocando uma doença e combatendo outra, tem sua raiz no poder de atração que os íons de flúor exercem sobre os tecidos do corpo que contêm cálcio. De fato, mais de 99% dos fluoretos ingeridos, não excretados em seguida, vão para os ossos e os dentes. Eles inibem o aparecimento das cáries por dois mecanismos distintos: no primeiro, os fluoretos que entram em contato com o esmalte – a camada dura e branca que recobre a superfície do dente – incrustam se nas estruturas cristalinas da hidroxiapatita, o principal componente mineral dos dentes e dos ossos. Os íons flúor substituem alguns dos grupos hidroxila nas moléculas de hidroxiapatita do esmalte e isso torna os dentes mais resistentes à ação do ácido que dissolve o esmalte. Esse ácido é excretado pelas bactérias da boca, quando consomem os restos de alimentos. No segundo mecanismo, os fluoretos da superfície dos dentes funcionam como catalisadores que aumentam a deposição de cálcio e fosfato, facilitando a reconstituição dos cristais de esmalte pelo organismo, dissolvidos pela ação das bactérias.

Os fluoretos apresentam um efeito bem diferente quando altas doses são ingeridas por crianças cujos dentes permanentes estão se desenvolvendo e ainda não nasceram. As principais proteínas no início da formação dos dentes são as amelogeninas, cuja função é regular a formação dos cristais de hidroxiapatita. Quando se forma uma matriz de cristal, as amelogeninas decompõem-se e são removidas durante a maturação do esmalte. Mas quando algumas crianças consomem altas doses de fluoreto, absorvidas pelo trato digestivo e depois transportadas pela corrente sangüínea até os dentes em formação, os sinais bioquímicos falham.

As proteínas permanecem dentro do dente que está germinando por um período maior do que o normal, criando assim falhas na estrutura cristalina do esmalte. Como resultado, quando os dentes com fluorose finalmente irrompem, muitas vezes apresentam coloração desigual, com algumas partes mais brancas que outras – efeito visual provocado pela luz refratária que incide sobre o esmalte poroso. Nos casos mais graves a superfície dos dentes fica marcada por manchas marrons. Tanto a alimentação quanto a genética podem influir no desenvolvimento da fluorose, mas o fator mais importante, sem dúvida, é a quantidade de fluoreto ingerido.

Com verbas subvencionadas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Dental e Craniofacial, Levy resolveu determinar a quantidade de fluoreto que as crianças estavam consumindo e como isso estaria afetando seus dentes e ossos. Não há nenhum nível ótimo para a ingestão diária de fluoretos que seja universalmente aceito, ou seja, não há nenhum nível que maximize a proteção contra as cáries ao mesmo tempo que minimiza o risco de outras doenças. Mas o limite freqüentemente citado pelos pesquisadores varia de 0,05 a 0,07 mg de flúor por kg, de acordo com o peso da pessoa.
No início da década de 90, quando as crianças do estudo de Levy ainda eram bebês, ele descobriu que mais de um terço delas estava ingerindo fluoretos – principalmente via leite em pó, alimentos e sucos – em quantidade suficiente para colocá-las sob alto risco de desenvolver fluorose branda nos dentes permanentes. Essa quantidade diminuiu um pouco quando a alimentação das crianças mudou, no período em que começaram a caminhar – momento crítico para a formação do esmalte nos dentes pré-emergentes. A ingestão de fluoretos permaneceu alta nos bebês que entraram na fase de caminhar, em parte porque os cremes dentais substituíram o leite em pó suplementar como fonte de fluoretos. Embora tanto as crianças como os adultos supostamente eliminem o creme dental ao enxaguar a boca logo após a escovação, Levy descobriu, em seus primeiros estudos, que os bebês que estão aprendendo a andar ingerem metade da pasta de dente usada na escovação.

Na época em que as crianças de Iowa já estavam com 9 anos e seus dentes permanentes anteriores tinham surgido, era evidente que a primeira exposição aos fluoretos havia deixado as suas marcas. Os dentes da frente das crianças que entraram para grupo de alta ingestão de fluoretos como lactentes, ou quando aprenderam a andar, estavam duas vezes mais propensos a mostrar os sinais de fluorose em comparação aos das crianças que haviam ingerido menos fluoretos quando eram mais novas. E, quando a alimentação se tornou mais diversificada, o mesmo se deu com as fontes de fluoretos. Testes realizados no laboratório de Levy revelaram, por exemplo, que muitos tipos de sucos e bebidas gasosas contêm fluoretos em quantidade suficiente (geralmente 0,6 mg/L) para que a ingestão de pouco mais de 1 litro por dia seja equivalente ao normal de uma criança de 3 anos com nível ótimo de consumo de fluoretos, e isso sem levar em conta outras fontes do dia-a-dia.

Presença em Alimentos

Vários
itens alimentares testados pela equipe de Levy continham altas concentrações de fluoretos: uma média de 0,73 mg/L no suco de mirtilo (fruta silvestre comum nos Estados Unidos), 0,74 mg/L em picolés, 0,99 mg/L no molho de carne e 2,1 mg/L no siri enlatado, por exemplo. Na maioria dos casos, os fluoretos vieram da água adicionada durante o processamento desses alimentos, embora altos níveis dessa substância também estivessem presentes em uvas e uvas-passas, graças aos pesticidas; nos produtos com carne de frango processada por causa da trituração das carcaças, e nas folhas de chá, devido à absorção através do solo e da água.

Levy descobriu que a exposição à água fluoretada foi mesmo o fator de risco mais importante para a fluorose. Em Iowa, crianças de 9 anos que viviam em regiões com água fluoretada eram 50% mais propensas à fluorose branda em, pelo menos, dois dos oito dentes permanentes da frente que crianças da mesma idade, mas de regiões com água não-fl uoretada (houve 33% de prevalência no primeiro caso contra 22% no segundo). Resultados semelhantes apareceram no relatório do NRC. Eles mostraram que bebês e crianças que estão começando a andar nas comunidades onde o suprimento de água foi fluoretado ingerem duas vezes mais fluoretos que deveriam. O comitê do NRC também notou que os adultos que consomem quantidades de água acima da média, incluindo atletas e trabalhadores, estavam também excedendo o nível ótimo de ingestão de flúor.
Com exceção dos casos mais graves, a fluorose não provoca maiores impactos à saúde, mas baixa a auto-estima das pessoas: as marcas nos dentes não são nada atraentes e não saem de jeito nenhum, embora haja tratamento para mascará-las. A questão mais importante é se os fluoretos têm outros efeitos além de alterar a bioquímica da formação do esmalte dos dentes. Pamela DenBesten, pesquisadora de longa data do fluoreto da Faculdade de Odontologia da University of Califórnia em São Francisco, avalia: “Sabemos que os fluoretos influenciam o modo como as proteínas interagem com o tecido mineralizado; assim, qual seria o efeito dessa interação em outras partes do organismo, em escala celular? O fluoreto é muito poderoso e precisa ser tratado com mais atenção”.

Fluoreto e Ossos

O osso é o local mais óbvio para procurar fluoretos, pois é lá que eles estão mais concentrados. Além disso, estudos de pacientes com osteoporose – doença óssea que aumenta o risco de fraturas – têm mostrado que altas doses de fluoretos podem estimular a proliferação dos osteoblastos, células responsáveis pela formação do osso, mesmo nos pacientes mais idosos. O mecanismo exato ainda é desconhecido, mas os fluoretos parecem fazer isso ao aumentar a concentração de proteínas tirosinas fosforiladas, envolvidas na sinalização bioquímica dos osteoblastos. Como no caso do esmalte dos dentes, entretanto, os fluoretos não apenas estimulam a mineralização dos ossos, como também parecem alterar sua estrutura cristalina – e nesse caso os efeitos não são apenas estéticos. Embora os fluoretos possam aumentar o volume do osso, a dureza desses órgãos fica comprometida. Estudos epidemiológicos e testes em animais de laboratório sugerem que a alta exposição ao fluoreto aumenta o risco de fratura óssea, especialmente nas populações mais vulneráveis, como idosos e diabéticos. Embora os estudos ainda sejam um tanto controversos, nove dos 12 membros do conselho criado pelo NRC concluíram que a exposição à água potável fluoretada a 4 mg/L ou mais, durante toda a vida, certamente aumenta o risco de fratura óssea. O comitê notou, também, que níveis mais baixos de fluoretação podem aumentar esse risco, mas as evidências são vagas.

Quando as crianças de Iowa entrarem na adolescência, Levy espera que as análises da resistência de sua espinha dorsal, quadris e de todo o esqueleto apontem para possíveis conexões entre a ingestão de fluoretos e a saúde dos ossos. Ele apresentou alguns dados preliminares em 2007 que mostraram poucas diferenças no conteúdo mineral dos ossos de crianças de 11 anos, com base na quantidade de fluoreto que haviam ingerido quando eram mais novas. Levy avalia que, na adolescência, essas tendências poderão se acentuar.

A maior questão relacionada ao debate sobre os fluoretos é se esses conhecidos efeitos celulares nos ossos e nos dentes são indícios de que o fluoreto está afetando outros órgãos e desencadeando outras doenças além da fluorose. O maior debate corrente é sobre o osteossarcoma – a forma mais comum de câncer ósseo e o sexto tipo de câncer mais comum em crianças. Pelo fato de os fluoretos estimularem a produção de osteoblastos, vários pesquisadores têm sugerido que isso pode induzir tumores malignos. Um estudo de 1990, conduzido pelo Programa de Toxicologia Nacional do Governo dos Estados Unidos, descobriu uma relação dose-resposta positiva para a incidência de osteossarcoma em ratos machos expostos a diferentes quantidades de fluoretos na água potável (todas essas quantidades, típicas para os estudos animais, estavam bem acima das atuais exposições descobertas nas comunidades onde a água foi fluoretada). Mas outros estudos com animais, bem como estudos epidemiológicos em populações humanas têm sido ambíguos na melhor das hipóteses.
Interpretações Científicas

A última contenda sobre fluoreto e osteossarcoma foi instigada por uma jovem pesquisadora chamada Elise B. Bassin, da Faculdade de Odontologia Médica da Harvard University. Elise coletou informações sobre exposição ao fluoreto entre 103 pacientes com osteossarcoma e 215 pacientes de um grupo-controle. Concluiu que o fluoreto é um fator de risco para o aparecimento de câncer entre os meninos, mas não entre as meninas. O trabalho de Elise apareceu em 2006 no periódico Câncer Causes and Controls; na mesma edição, Chester Douglas, orientador da sua dissertação, escreveu um comentário em que adverte os leitores para serem “especialmente cautelosos” na interpretação das descobertas de Elise, porque, segundo ele, os melhores dados ainda não haviam sido publicados, contrariando as conclusões a que ambos haviam chegado. Grupos antifluoretação e alguns grupos ambientais rapidamente se apressaram em defender Elise, exigindo que a Harvard investigasse Douglas, pesquisador sênior e chefe da cadeira de epidemiologia da Faculdade de Odontologia, por, supostamente, distorcer o trabalho de Elise e por ter um conflito de interesses, pelo fato de ser o editor-chefe de uma revista para dentistas, fundada pela Colgate. A investigação de Douglas, feita pela universidade, terminou em 2006 e chegou à conclusão de que não houve nenhuma distorção ou conflito de interesses.

Discordâncias sobre os possíveis efeitos neurológicos do fluoreto também têm sido intensas. Phyllis Mullenix, então do Instituto Forsyth em Boston, acirrou a controvérsia no início dos anos 90, quando relatou que experimentos com ratos de laboratório mostraram que o fluoreto de sódio pode se acumular no cérebro e afetar o comportamento animal. Ela notou também que exposições pré-natais se correlacionam com a hiperatividade em ratos jovens, especialmente machos, enquanto exposições após o nascimento têm efeito contrário, tornando as ratas “preguiçosas”, nas palavras de Phyllis. Embora sua pesquisa tenha sido publicada no Neurotoxicology and Teratology, ela foi criticada por outros cientistas que afirmaram que a sua metodologia era falha e que ela tinha usado altas dosagens. Desde então, uma série de estudos epidemiológicos na China tem associado altas exposições aos fluoretos com baixo QI. Algumas pesquisas têm também sugerido um possível mecanismo para explicar essa associação: a formação dos complexos de fluoreto de alumínio – pequenas moléculas inorgânicas que imitam a estrutura dos fosfatos e, desse modo, influenciam a atividade enzimática no cérebro. Há, também, alguma evidência de que os silicofluoretos usados na fluoretação da água possam aumentar a absorção do chumbo no cérebro.

O sistema endócrino é outra área em que existe evidência do impacto do fluoreto. O comitê do NRC concluiu que o fluoreto pode alterar sutilmente as funções endócrinas, especialmente na tireóide – glândula que produz os hormônios que regulam o crescimento e o metabolismo. Embora os pesquisadores não saibam como o consumo de fluo reto pode provocar alterações na tireóide, os efeitos parecem estar influenciados pela dieta e pela genética. De acordo com John Doull, professor emérito de farmacologia e toxicologia do Centro Médico da University of Kansas, que preside o comitê do NRC, “as alterações na tireóide me preocupam. Há algumas coisas aqui que precisam ser exploradas”.
A Controvérsia Continua

A publicação do relatório do NRC não provocou pânico coletivo contra a fluoretação da água, nem induziu a EPA a, rapidamente, baixar seu limite de fluoreto de 4 mg/L (a agência diz que ainda está estudando o assunto). Os fornecedores de água que adicionam fluoreto normalmente mantêm os níveis entre 0,7 e 1,2 mg/L, bem abaixo do limite da EPA. Cerca de 200 mil americanos e milhões de pessoas na China, Índia, Oriente Médio, África e Sudeste Asiático – bebem água com concentrações mais altas que o limite, mas nesses casos os excessos de fluoreto vêm de fontes naturais, das rochas e dos solos que abrigam as fontes de água.

O relatório, entretanto, motivou alguns pesquisadores a investigar se mesmo 1 mg/L é muito para a água potável, levando em conta o crescente reconhecimento de que alimentos, bebidas e produtos de higiene bucal são, também, fontes muito importantes de fluoretos, principalmente para crianças pequenas. O comitê do NRC não tratou formalmente a questão, mas sua análise sugere que níveis muito baixos de fluoretação da água podem apresentar riscos. “O comitê constatou que viemos mantendo o statu quo dos fluoretos por muitos e muitos anos, e agora precisamos lançar um novo olhar sobre essa questão”, considerou Doull. “Na comunidade científica, as pessoas tendem a pensar que isso já é assunto acabado. Eu entendo quando o chefe da Saúde Pública dos Estados Unidos [equivalente a ministro da Saúde] vem a público declarar que foi uma das dez maiores realizações do século 20, que dificilmente será superada. Mas quando olhamos para os estudos que têm sido realizados, descobrimos que muitas dessas questões ainda não estão bem fundamentadas e que temos muito menos informações que pensávamos, levando em conta esse tempo todo de fluoretação. Acho que é por isso que essa prática ainda vem sendo desafiada, mesmo passados todos esses anos. Diante das dúvidas, as controvérsias se alastram.”

Alguns dos mais antigos pesquisadores do fluoreto, no entanto, não se deixaram impressionar pelas evidências dos efeitos dessa substância que vão além dos dentes e dos ossos.
- Pesquisadores estão intensificando os seus estudos sobre o fluoreto adicionado à maioria dos sistemas de água públicos dos Estados Unidos. Pesquisas recentes sugerem que o consumo em excesso de fluoreto pode aumentar os riscos de doenças que atacam os dentes, os ossos, o cérebro e a glândula tireóide.

- Relatório de 2006 feito por um comitê do Conselho Nacional de Pesquisa (NRC) recomenda a diminuição do limite atual para a concentração de fluoreto na água, por causa dos altos riscos para a saúde das crianças e dos adultos.

A fluoretação da água espalhou-se pelos Estados Unidos desde a introdução em 1945. Em 2002, o ano mais recente com dados disponíveis, os americanos que receberam água fluoretada representaram 67% de todas as pessoas abastecidas pelos sistemas de água públicos e 59% do total da população. A fluoretação da água prevalece nos distritos de Colúmbia (100%) e Kentucky (99,6%); sendo menos comum no Havaí (8,6%) e em Utah (2,2%). No Brasil, de um total de 5.507 municípios, 2.466 recebem água fluoretada, atendendo a 53% da população, equivalente a 100 milhões de pessoas. A primeira cidade brasileira a receber água tratada com flúor foi Baixo Guandu (ES), em 1953, para diminuir a incidência de cáries, principalmente entre as crianças.

O papel dos fluoretos no combate às cáries tem suas raízes no poder de atração dos íons flúor ao esmalte, a camada dura e branca que recobre os dentes.

Sem fluoreto
O mineral primário do esmalte é a hidroxiapatita, cristal composto de cálcio, fósforo, hidrogênio e oxigênio. Quando restos alimentares se depositam entre os dentes, as bactérias consomem o açúcar e excretam ácido lático, que pode abaixar o pH da boca o suficiente para dissolver a hidroxiapatita. Se a taxa de dissolução é mais rápida do que a taxa de remineralização – a deposição de íons cálcio e fosfato no esmalte, a partir da saliva –, então as cáries se formarão nos dentes.

Com fluoreto
A aplicação local de fluoreto nos dentes tem dois efeitos. Primeiro, os íons flúor substituem alguns dos grupos hidroxila das moléculas de hidroxiapatita, criando cristais de fluorapatita, que são um pouco mais resistentes ao ácido excretado pelas bactérias. Segundo, o fluoreto na superfície dos dentes serve como catalisador que intensifica a deposição de cálcio e fosfato, remineralizando o esmalte danificado e combatendo a cárie.

Os centros para Controle e Prevenção de
Doenças dos Estados Unidos avaliaram a fluoretação como uma das dez maiores realizações da saúde pública do século 20, ao afirmar que a adição dessa substância à água potável tem sido uma das principais razões para o declínio da incidência de cárie das últimas quatro décadas (medida pelos dentes cariados, faltantes ou obturados, em crianças com 12 anos). Porém, as taxas de dentes cariados também caíram abruptamente em muitos países onde os sistemas de água públicos não são fluoretados. Em algumas dessas nações, fluoretos adicionados aos alimentos, bebidas e produtos de higiene bucal podem ter contribuído, em parte, para esse declínio.

O limite ótimo para a ingestão diária de fluoreto – o nível que maximiza a proteção contra a cárie dentária, mas minimiza outros riscos – geralmente é considerado entre 0,05 e 0,07 mg por cada kg do peso do corpo. O consumo de alimentos e bebidas com grandes quantidades de fluoreto pode determinar uma dieta muito acima desse limite. A lista abaixo mostra alguns níveis típicos de fl uoretos, medidos em parte por milhão (ppm), descobertos nos alimentos e bebidas testadas na Faculdade de Odontologia da University of Iowa.

3,73 ppm Chá preto

2,34 ppm Uva-passa

2,02 ppm Vinho branco

1,09 ppm Suco de maçã aromatizado

0,91 ppm Café coado

0,71 ppm Água de torneira (média nos Estados Unidos)

0,61 ppm Caldo de galinha

0,60 ppm Coca-cola diet (média nos Estados Unidos)

0,48 ppm Cachorro-quente

0,46 ppm Suco de grapefruit (toranja)

0,45 ppm Cerveja

0,45 ppm Batata-roxa assada

0,35 ppm Queijo tipo cheddar

0,33 ppm Farinha para tortillas

0,32 ppm Creme de milho (alimento para crianças)

0,23 ppm Sorvete de chocolate

0,13 ppm Chá de camomila


Os riscos do fluoreto já eram conhecidos bem antes dos seus benefícios. Partindo na primeira década do século 20, um dentista chamado Frederick McKay viajou o oeste dos Estados Unidos investigando relatos do que ficou conhecido então como Colorado brown stain (Manchas marrons do Colorado). Com a colaboração de G. V. Black, da Northwestern University Dental School, McKay descobriu que as crianças nascidas em Colorado Springs, no Colorado, tinham dentes maculados, ao contrário dos adultos que se mudaram para lá. Eles consideraram que as crianças mais novas, cujos dentes permanentes ainda não haviam irrompido ou desenvolvido esmalte, enfrentavam os maiores riscos de desenvolver as manchas. McKay, que considerou que as máculas eram provocadas por algum componente desconhecido da água potável local, também notou um fato curioso: os dentes manchados eram surpreendentemente resistentes à cárie.

As causas permaneceram desconhecidas até 1930, quando McKay viajou para o Arkansas para investigar relatos de dentes manchados em Bauxita, cidade mantida pela Aluminum Company of America (Alcoa). Com receio de que o alumínio pudesse ser o culpado, o químico-chefe da Alcoa, H. V. Churchill, testou a água local e descobriu algo que McKay nunca havia suspeitado: altos níveis de fluoreto que ocorriam naturalmente. McKay rapidamente testou outros suprimentos de água suspeitos e descobriu que em todo lugar em que os níveis de fluoreto eram altos – normalmente 2,5 mg/L ou mais – as manchas marrons do Colorado predominavam. Uma nova doença entrava para o léxico: fluorose.

Estimulado pelas descobertas de Churchill e McKay, Henry Trendley Dean, pesquisador e chefe da unidade de higiene bucal do Instituto Nacional de Saúde, tentou determinar quanto fl uoreto seria sufi ciente para desencadear fluorose. No final dos anos 30 ele havia concluído que níveis abaixo de 1 mg/L provocariam pouco risco. Dean lembrou que McKay havia descoberto que os dentes fl uoretados eram resistentes às cáries, e, assim, começou a lutar para que se fizesse um teste, em uma cidade, de um método que viria a ser revolucionário: adicionar fluoreto deliberadamente à água, em níveis que deteriam as cáries sem desencadear fluorose. Ele realizou seu projeto em 1945, na cidade de Grand Rapids, Michigan. Assim, Dean veio a se tornar o principal defensor da fluoretação como primeiro diretor do novo Instituto Nacional de Pesquisa Dental, cargo que presidiu de 1948 até se aposentar, em 1953. – D. F.

Fonte: Internet

Patterns of fluoride intake from birth to 36 months. Steven M. Levy, John J. Warren, Charles S. Davis, H. Lester Kirchner, Michael J. Kanellis e James S. Wefel, em Journal of Public Health Dentistry, vol. 61, no 2, págs. 70-77, junho de 2001.

Patterns of fluoride intake from 36 to 72 months of age. Steven M. Levy, John J. Warren e Barbara Broffitt, em Journal of Public Health Dentistry, vol. 63, no 4, págs. 211-220, dezembro de 2003.

Timing of fluoride intake in relation to development of fluorosis on maxillary central incisors. Liang Hong, Steven M. Levy, Barbara Broffi tt, John J. Warren, Michael J. Kanellis, James S. Wefel e Deborah V. Dawson, em Community Dentistry and Oral Epidemiology, vol. 34, no 4, págs. 299-309, agosto de 2006.

Age-specific fluoride exposure in drinking water and osteosarcoma. Elise B. Bassin, David Wypij, Roger B.Davis e Murray A. Mittleman, em Cancer Causes and Control, vol. 17, págs. 421-428, maio de 2006.

Caution needed in fluoride and osteosarcoma study. Chester W. Douglass e Kaumudi Joshipura, em Cancer Causes and Control, vol. 17, págs. 481-482, maio de 2006.

Fluoride in drinking water: a scientific review of EPA’s standards.
National Academy of Sciences, 2006.

Farmacêuticas não visam a cura, mas a dependência, diz Nobel de Medicina

O Prémio Nobel da Medicina Richard J. Roberts denuncia a forma como funcionam as grandes farmacêuticas dentro do sistema capitalista, preferindo os benefícios econômicos à saúde, e detendo o progresso científico na cura de doenças, porque a cura não é tão rentável quanto a cronicidade.
Há poucos dias, foi revelado que as grandes empresas farmacêuticas dos EUA gastam centenas de milhões de dólares por ano em pagamentos a médicos que promovam os seus medicamentos. Para complementar, reproduzimos esta entrevista com o Prémio Nobel Richard J. Roberts, que diz que os medicamentos que curam não são rentáveis e, portanto, não são desenvolvidos por empresas farmacêuticas que, em troca, desenvolvem medicamentos cronificadores que sejam consumidos de forma serializada. Isto, diz Roberts, faz também com que alguns medicamentos que poderiam curar uma doença não sejam investigados. E pergunta-se até que ponto é válido e ético que a indústria da saúde se reja pelos mesmos valores e princípios que o mercado capitalista, que chega a assemelhar-se ao da máfia.

A investigação pode ser planejada?
Se eu fosse Ministro da Saúde ou o responsável pelas Ciência e Tecnologia, iria procurar pessoas entusiastas com projectos interessantes; dar-lhes-ia dinheiro para que não tivessem de fazer outra coisa que não fosse investigar e deixá-los-ia trabalhar dez anos para que nos pudessem surpreender.

Parece uma boa política.
Acredita-se que, para ir muito longe, temos de apoiar a pesquisa básica, mas se quisermos resultados mais imediatos e lucrativos, devemos apostar na aplicada …

E não é assim?
Muitas vezes as descobertas mais rentáveis foram feitas a partir de perguntas muito básicas. Assim nasceu a gigantesca e bilionária indústria de biotecnologia dos EUA, para a qual eu trabalho.

Como nasceu?
A biotecnologia surgiu quando pessoas apaixonadas começaram a perguntar-se se poderiam clonar genes e começaram a estudá-los e a tentar purificá-los.

Uma aventura.
Sim, mas ninguém esperava ficar rico com essas questões. Foi difícil conseguir financiamento para investigar as respostas, até que Nixon lançou a guerra contra o cancro em 1971.

Foi cientificamente produtivo?
Permitiu, com uma enorme quantidade de fundos públicos, muita investigação, como a minha, que não trabalha directamente contra o cancro, mas que foi útil para compreender os mecanismos que permitem a vida.

O que descobriu?
Eu e o Phillip Allen Sharp fomos recompensados pela descoberta de introns no DNA eucariótico e o mecanismo de gen splicing (manipulação genética).

Para que serviu?
Essa descoberta ajudou a entender como funciona o DNA e, no entanto, tem apenas uma relação indirecta com o cancro.

Que modelo de investigação lhe parece mais eficaz, o norte-americano ou o europeu?
É óbvio que o dos EUA, em que o capital privado é activo, é muito mais eficiente. Tomemos por exemplo o progresso espectacular da indústria informática, em que o dinheiro privado financia a investigação básica e aplicada. Mas quanto à indústria de saúde… Eu tenho as minhas reservas.

Entendo.
A investigação sobre a saúde humana não pode depender apenas da sua rentabilidade. O que é bom para os dividendos das empresas nem sempre é bom para as pessoas.

Explique.
A indústria farmacêutica quer servir os mercados de capitais …

Como qualquer outra indústria.
É que não é qualquer outra indústria: nós estamos a falar sobre a nossa saúde e as nossas vidas e as dos nossos filhos e as de milhões de seres humanos.

Mas se eles são rentáveis investigarão melhor.
Se só pensar em lucros, deixa de se preocupar com servir os seres humanos.

Por exemplo…
Eu verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado completamente com uma doença …

E por que pararam de investigar?
Porque as empresas farmacêuticas muitas vezes não estão tão interessadas em curar as pessoas como em sacar-lhes dinheiro e, por isso, a investigação, de repente, é desviada para a descoberta de medicamentos que não curam totalmente, mas que tornam crónica a doença e fazem sentir uma melhoria que desaparece quando se deixa de tomar a medicação.

É uma acusação grave.
Mas é habitual que as farmacêuticas estejam interessadas em linhas de investigação não para curar, mas sim para tornar crónicas as doenças com medicamentos cronificadores muito mais rentáveis que os que curam de uma vez por todas. E não tem de fazer mais que seguir a análise financeira da indústria farmacêutica para comprovar o que eu digo.

Há dividendos que matam.
É por isso que lhe dizia que a saúde não pode ser um mercado nem pode ser vista apenas como um meio para ganhar dinheiro. E, por isso, acho que o modelo europeu misto de capitais públicos e privados dificulta esse tipo de abusos.

Um exemplo de tais abusos?
Deixou de se investigar antibióticos por serem demasiado eficazes e curarem completamente. Como não se têm desenvolvido novos antibióticos, os microorganismos infecciosos tornaram-se resistentes e hoje a tuberculose, que foi derrotada na minha infância, está a surgir novamente e, no ano passado, matou um milhão de pessoas.

Não fala sobre o Terceiro Mundo?
Esse é outro capítulo triste: quase não se investigam as doenças do Terceiro Mundo, porque os medicamentos que as combateriam não seriam rentáveis. Mas eu estou a falar sobre o nosso Primeiro Mundo: o medicamento que cura tudo não é rentável e, portanto, não é investigado.

Os políticos não intervêm?
Não tenho ilusões: no nosso sistema, os políticos são meros funcionários dos grandes capitais, que investem o que for preciso para que os seus boys sejam eleitos e, se não forem, compram os eleitos.

Há de tudo.
Ao capital só interessa multiplicar-se. Quase todos os políticos, e eu sei do que falo, dependem descaradamente dessas multinacionais farmacêuticas que financiam as campanhas deles. O resto são palavras…

18 de Junho, 2011

Publicado originalmente no La Vanguardia

Fonte:

Cloreto de Magnésio? Uma verdadeira panacéia... também para os animais

Autora: Marie-France Muller - doutora em psicologia e naturopatia
Capítulo 5 - págs 38 a 55 do livro Medicamentos suaves para animais para melhor curá-los e amá-los.

Editor - Jouvence Editions - France


Tradução livre: NINA ROSA JACOB

Argila e cloreto de magnésio são, a meu ver, insubstituíveis por sua simplicidade de aplicação, sua importante eficácia e seu baixo custo. Você conhece esse remédio maravilhoso, simples, não tóxico e barato? Ele permite que você cure a você mesmo e a seus animais por alguns poucos reais, mesmo quando os antibióticos parecem não resolver. Trata-se de um remédio muito fácil de encontrar, é vendido sem receita, em qualquer farmácia.

Resultados rápidos

Pouco ou mal conhecido, (diria mesmo desconhecido, ) o cloreto de magnésio normalmente permite obter resultados rápidos e espetaculares, inclusive em alguns casos de patologias graves ou agudas, e em um bom número de doenças infecciosas.

O Professor Delbet considera-o um dos melhores agentes profiláticos do câncer. Daí seu imenso interesse, inclusive para os animais. Ele pode prestar imensos serviços tanto nos pequenos males, quanto nos casos mais sérios que atingem esses nossos amigos

É também um remédio preventivo de múltiplas virtudes, cujo único inconveniente é... seu gosto detestável! Entretanto, nunca tive dificuldades para ministrá-lo a meus animais: passada a primeira (e desagradável) surpresa, eles constatam sua eficácia e compreendem que têm todo o interesse em tomá-lo. Nisso eles são muito mais sábios que a maioria de nós...

No uso veterinário, o método citofilático ("que protege as células"), o cloreto de magnésio oferece múltiplas possibilidades.

Nos meus amigos de patas (quatro ou duas), os resultados sempre foram excelentes: do hamster ao nosso cão, todo mundo toma, ao menor sinal de alarme. Em geral nós acrescentamos regularmente um pouco em sua comida, de acordo com seu peso, para prevenir eventuais doenças. Funciona!

A maioria de meus pequenos companheiros foram resgatados de um fim prematuro e chegaram à nossa casa em desespero de causa (mas em geral se restabeleceram) . Nesses casos, começamos por lhes ministrar uma cura de cloreto de magnésio em boa dose (não importa se ocorrerem alguns estragos nos dois primeiros dias); o bom resultado não se faz por esperar...

Alguns animais precisam ser "persuadidos" a engolir essa mistura, mas sempre conseguimos, mesmo com animais que não nos conhecem.Modo de usar

Fácil de preparar, simples de tomar, barato, esse remédio pode evitar os problemas mais graves. Assim, um gato em contato com outro que tenha Leucopenia - essa doença terrível similar à leucemia, que dizima a população felina - poderá facilmente estar protegido de eventual contaminação, se consumir diariamente na sua comida um pouco de cloreto de magnésio.

Importante saber que esse produto tem efeito ligeiramente laxativo. Se você lhe ministrar demais, pode acontecer um pequeno acidente; mas em geral seu animal não terá dificuldade de reter; não interrompa o tratamento por causa disso. Considere como normal e de bom augúrio as fezes moles de seu gato ou cão no início do tratamento; logo as coisas se regularizarão sozinhas.

Preparação

Nada mais simples. Você encontrará o cloreto de magnésio em sachês de 20 gramas ( no Brasil, em média 33 gramas).Diluir o conteúdo de um sachê em um litro de água pouco mineralizada, e está pronta a solução para ser utilizada. Ela se conserva muito bem, mesmo sem geladeira. Melhor ter sempre alguns sachês à mão, para evitar atravessar a cidade domingo à noite procurando uma farmácia aberta.


  USO INTERNO

Ministrar uma dose da solução (de acordo com o peso do animal) de uma a seis vezes ao dia, de acordo com o caso (ver adiante). Pode-se ministrar a solução diretamente ou misturar na comida ou bebida.

1 - se desejamos apenas um efeito preventivo
(fadiga, epidemia ou outro)
geralmente é suficiente tomar uma dose pela manhã ou à noite durante alguns dias.

2 - Em caso de doença aguda (febre, todas as infecções,)
é aconselhável começar por duas ou três doses com 3 horas de intervalo; depois uma dose a cada 6 horas durante 48 horas; em seguida a cada 12 horas (de acordo com o estado do animal). Finalmente, apenas uma dose ao deitar durante uma semana, para restaurar a imunidade.
3 - Em casos de
distúrbios benignos sem febre, podemos nos contentar com uma dose, uma ou duas vezes ao dia. Sempre prosseguir alguns dias após o desaparecimento dos sintomas.Como poderá constatar, esse tratamento é simples, pode ser levado sem problemas em viagens, porém muito eficaz. Ele combina muito bem com tratamento homeopático ou outro, se necessário.


GATOS

Nossos queridos são delicados; nem pense em misturar uma colher de café da solução no seu patê, mesmo naquele seu preferido: eles vão amarrar a cara com um "snif" desdenhoso e preferirão se abster de comer, a cometer tal indignidade.

Em caso de doença, o método forte se impõe: a seringa! Use uma seringa hipodérmica.

Segure seu gato pela pele do pescoço, levante-o ligeiramente ou mantenha-o firmemente imobilizado( depende do gato) e injete rapidamente o medicamento na sua garganta, pelo canto da boca.

Lembre-se de mantê-lo ainda alguns instantes seguro até perceber que ele engoliu.

Nos casos de gatos que se oponham vigorosamente a qualquer ação deste gênero, melhor fazer o procedimento em duas pessoas: envolva o gato numa coberta ou uma toalha de banho grande, enrole várias vezes para não ser arranhado, mantenha-o apertado, deixando de fora apenas a cabeça, que a segunda pessoa vai segurar com uma mão e introduzir o medicamento com a outra.

 
Posologia


- Gato filhote: (10 cc ou respeitando o ritmo (uma a seis vezes por dia)
- Gato adulto:
20 cc à uma colher de café por dose.

DOENÇA DOS GATOS JOVENS: TIFO (LEUCOPENIA)


Por ser um vírus muito contagioso, é a doença mais mortal nos felinos não vacinados (e mesmo entre os vacinados). O método citofilático traz excelentes resultados, mesmo que aplicado tardiamente. Porém, evidentemente melhor os tratar desde os primeiros sintomas.

Uma ou duas colheres de café da solução cada 2 ou 3 horas no primeiro dia, depois 2 ou 3 vezes por dia conforme for melhorando, até o restabelecimento definitivo.

  GASTRO-ENTERITE INFECCIOSA

Também nessa doença o cloreto de magnésio faz maravilhas quando ministrado uma colher de café (duas, se o tratamento vier tardiamente) a cada 3 horas até a melhora dos sintomas; depois apenas uma colher de café 2 ou 3 vezes por dia até o completo retorno à normalidade.Todas as outras doenças podem ser tratadas da mesma forma.
CAVALOS

O tratamento pelo cloreto de magnésio mostra-se muito eficaz e barato.
Gurma(usagre) ,estado febril, febre tifóide,... não há doença infecciosa que resista a este tratamento tão simples.

  Existem três métodos:

- se seu amigo aceita o remédio: injetar em sua boca com uma grande seringa um litro ou mais da solução.- se ele não aceita, será necessário mantê-lo afastado de seu bebedouro habitual e fazê-lo beber a solução em um balde.- outra possibilidade: misturar a solução no trigo.
Posologia

Potro: meio litro da solução 2 vezes ao dia ( ou mais , se necessário)

Até 500 kilos: 1 litro cada 6 horas durante quatro dias, depois cada 8 horas até o restabelecimento definitivo.
 

Mais de 500 kilos:
1 litro e meio da solução, como indicado acima.Em casos muito graves, iniciar com duas doses a cada duas ou três horas.


Em todos os casos, respeitar os ritmos indicados.

Podemos aumentar ou diminuir a quantidade em função das reações do animal; os cavalos em geral reagem muito bem ao tratamento.
Uso externo

Em uso externo a solução de cloreto de magnésio também lhes trará muitos benefícios: banhos para os pés, lavagem de feridas e lesões, compressas, etc. É um bom complemento ao tratamento com argila.
Pode-se preparar a pasta de argila usando a solução de cloreto de magnésio no lugar da água.

 
Nota: este tipo de tratamento se aplica também aos bovinos.

O Doutor Neveu trata também com sucesso a febre aftosa, o aborto, a dificuldade de parir, a mastite, o fleumão, as corizas e bronquites verminosas.. .
Mesmas posologias.
 

CÃES

Em geral é suficiente adicionar ao seu patê ou latinha a dose necessária: ele engolirá tudo gulosamente. Se ele estiver muito doente e se recusar a se alimentar, use o sistema da seringa hipodérmica (sem a agulha, evidentemente! ) e injete o líquido em sua garganta pela comisura dos lábios.

  Posologia

- CÃO PEQUENO PORTE OU FILHOTE: uma colher de café ou de sopa uma a várias vezes ao dia, de acordo com seu tamanho e com a gravidade do caso.
- CÃO PORTE MÉDIO:
um copo (125cc) uma a várias vezes ao dia

- CÃO PORTE GRANDE:
um copo e meio (180cc) uma a várias vezes ao dia.
DOENÇA DO QUADRADO (CARRÉ) (CINOMOSE)
Essa doença equivale à poliomielite humana e se cura com o mesmo método. O cloreto de magnésio cura imediatamente a forma óculo-nasal, cura rapidamente as formas digestivas e respiratórias.

Ele cura também a forma nervosa, paralisante, desde que a paralisia não exceda ainda 8 dias. Minha experiência comprovou que, mesmo nesses casos, é possível obter a cura, e, em todos os casos, ocorre uma visível melhora no estado do animal.

Ministrar a solução cada 6 horas durante quatro dias, depois cada 8 horas até o restabelecimento total.


Em casos muito graves, iniciar por duas doses a cada 2 ou 3 horas.
Em casos de urgência, peça ao seu veterinário as injeções intravenosas de cloreto de magnésio Cloreto de magnésio injetável, comercializado em farmácias (laboratório Meram): elas podem salvar a vida do animal.

N.B. as ampolas contém 5 g de cloreto de magnésio por 20 ml de soro fisiológico: 1/2 ampola é suficiente para um cão de grande porte, ¼ de ampola para um de pequeno porte. Esta fórmula galênica só se utiliza em situação de grande urgência, como por exemplo em casos declarados de tétano, leucemia aguda, hepatite viral, parvovirose. ..
A injeção deve ser aplicada por via intravenosa lenta (20 minutos).

PIROPLASMOSE

A cura é rápida: ministrar uma dose da solução pela manhã e à noite durante 2 ou 3 dias.
GASTRO-ENTERITE

Ministrar a solução pela manhã, meio dia e noite, durante 5 dias.
PICADA DE COBRA

Saiba que, nesses caso em particular, o cloreto de magnésio pode salvar seu animal e você: em geral apenas uma dose é suficiente!


PORQUINHO DA INDIA, COELHO ANÃO


É muito fácil faze-los tomar a solução com um conta-gotas. Uma dezena de gotas são suficientes, de uma a seis vezes por dia. Em casos de infecção grave, não hesite em ministrar uma colher de café duas ou três vezes por dia: não há risco algum de super-dosagem! Como ação preventiva, podemos também banhar os grãos que eles comem com algumas gotas, adicionadas de uma preparação de
vitamina C.
Em casos de problemas de pele (sobretudo para coelho anão) ou de conjuntivite, o cloreto de magnésio (assim como a argila) é muito eficaz quando aplicado localmente.

GALOS, GALINHAS, PATOS, POMBOS, ROLINHAS, etc.

É muito fácil tratar nossos amigos de penas dessa maneira, porém o mais simples é evitar que eles fiquem doentes, tendo o hábito de misturar o cloreto de magnésio à sua comida. Esta precaução é ainda mais importante se você consome seus ovos.
Preventivamente: uma dose adaptada ao peso do animal no bebedouro (e também na argila) ou, para maior eficácia, misturada à sua comida.
Curativamente: Trate separadamente o animal doente ministrando- lhe diretamente no bico a dose necessária, ou substitua a água dele pela solução magnesiana.
Difteria aviária, cólera aviária, febre aviária, peste aviária:

Uma dose da solução a cada 3 horas (somente durante o dia) até o restabelecimento da saúde.
Pneumonia contagiosa dos frangos:

Uma dose da solução a cada duas horas durante o dia até o restabelecimento da saúde.
Diarréia branca, etc.:

Substituir a água do bebedouro pela solução de cloreto de magnésio.


Pevide (Pépie):

Uma vez retirada a enduração córnea da língua, ministrar imediatamente duas colheres de café da solução: sua galinha voltará imediatamente a comer.

Posologia média geral


- galinha, galo
: uma ou duas colheres de café (dependendo do tamanho da ave)
- Pato
: uma ou duas colheres de sopa

- Pombo, Rolinha
: meia colherinha de café.
HAMSTER

Três a quatro gotas serão suficientes, ministradas com conta-gotas ou misturadas à sua água de beber. Em casos de problemas de pele, podemos também lavar a mesma com um pouco da solução.


PÁSSAROS

O tratamento citofilático é um grande recurso na prevenção de doenças. Faça um tratamento de duas ou três semanas nas mudanças de estação ou quando ele lhe parecer doente. De acordo com o tamanho, adicione a dose da solução de cloreto de magnésio diluída em sua água de beber: eles aceitam muito bem. Vigie seus excrementos e diminua a dose em caso de diarréia.

Posologia

- Pássaros pequenos (canários, etc.)
:
meia colherinha de café da solução no seu bebedouro cheio de água (podemos acrescentar vitaminas ao mesmo tempo). Para os pequenos passarinhos e as raças muito pequenas, algumas gotas serão suficientes.
 

- Rolinhas, mainás


Uma colher de café da solução para um bebedouro cheio de água.


- Papagaios: uma colher de sopa da solução para um bebedouro cheio de água.

PEIXES

Adicione algumas (poucas) gotas de cloreto de magnésio na água do aquário: só poderá lhes fazer bem. Atenção à dose, principalmente para os peixes de água doce. Seja muito moderado!
USO EXTERNO

Utilize o cloreto de magnésio para tratar todos os ferimentos ou lesões possíveis. A solução não arde e seu animal guardará uma boa lembrança para a próxima vez. Pense também em pomadas à base de cloreto de sódio.
CHAGAS, FERIMENTOS DIVERSOS, MORDEDURAS

Lave bem o ferimento com a solução de cloreto de magnésio sem adicionar nenhum outro produto. Se o ferimento parecer infeccionado: aplicar uma compressa embebida na solução e mantê-la no local, se possível, com uma bandagem. Se não for possível, tente deixa-la sobre o ferimento ao menos alguns minutos: o tempo de fazer-lhe um bom carinho.
Em alguns casos pode ser mais fácil e eficaz para banhar um membro (a perna de um cavalo, uma pata) utilizar uma bacia cheia da solução normal a 20 ou 33 gramas por litro de cloreto de magnésio - à qual você poderá adicionar argila (nesse caso melhor fazer o tratamento do lado de fora, se possível, em consideração aos seus tapetes!) Alguns minutos serão suficientes.


  Repetir o procedimento quantas vezes for necessário.
Ao mesmo tempo que a aplicação externa, é muito útil ministrar também o cloreto de magnésio por via interna, a dose da manhã e da noite, até o completo restabelecimento.
Em caso de infecção, temperatura elevada: siga a posologia habitual ministrando a solução em intervalos regulares várias vezes ao dia.


Eczema, sarna, alopecia e outros problemas de pele

Banhar generosamente a pelagem duas a três vezes ao dia, fazendo a solução penetrar até a pele. Cuidado no inverno para que o animal não sinta frio. Acrescente um pouco de cloreto de magnésio à sua alimentação cotidiana para manter as defesas imunológicas, adicione também
(levedo de cerveja e óleo de germe de trigo (vitamina E).

QUEIMADURAS
Aplique uma compressa de gaze embebida de cloreto de magnésio. Deixe-a no local afetado, molhando suavemente com a solução várias vezes ao dia. Pode-se alternar esse tratamento com aplicações de lama argilosa.

Todos os animais podem se beneficiar do método citofilático, associado ou não a outros tratamentos. Inspirando-se nos conselhos aqui descritos e com um pouco de prática, você estabelecerá facilmente o melhor programa de tratamento.

   OBS: Guardar a solução em vasilhame de vidro, de preferência  escuro e na geladeira.

FONTE:
Para receber este informativo, escreva para institutoninarosa- subscribe@ yahoogrupos. com.br.

  Faço uso do Cloreto de Magnésio pessoalmente por indicação médica, diluo o pacote de 33grs em 1 litro e meio de água. Ao dar o Cloreto de Magnésio para seu animal procure usar a medida em colher (chá ou sopa) para não haver perigo de dar quantidade maior que a recomendada pela autora já que a medida cc não é usual para leigos.
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Oração da Prosperidade

Supremo Deus de Infinita bondade.
Sou um ser sadio, rico e feliz!
A minha mente, pensamento e emoções são perfeitos e sadios.
A harmonia e a riqueza fazem parte de todas as células e átomos do meu corpo.
Desintegram-se agora todos os medos, conflitos e crenças anteriores, fortalecendo o merecimento de receber, saúde, riqueza e felicidade.
A riqueza está presente em minha vida todos os dias de forma natural e positiva.
Riqueza física, riqueza mental, riqueza espiritual, riqueza emocional e riqueza material.
A riqueza, como tudo que existe no Universo também é uma energia.
Essa energia tem a cor dourada.
Respiro essa energia dourada e sinto-a invadindo todo meu Ser.
Sou próspero bem sucedido nos negócios, tranqüilo e sereno.
Conscientizo-me da Lei da Riqueza.
A natureza é um altar de servir e dela participo ativamente.
Sou um Ser da prosperidade.
Sou realmente um ser sadio, rico e feliz!
Assim é em minha mente...
Assim passa a ser em minha vida agora.

Mensagens canalizadas

Quaisquer que sejam os eventos que estarão diante de vocês, não procurem nunca lhes conferir um valor positivo ou negativo porque, em um primeiro momento, o que poderá parecer-lhes como negativo poderia não o ser.

Da mesma maneira que o que poderia lhes parecer, inicialmente, positivo, segundo sua visão limitada, poderia se mostrar oposto à Luz.

Vocês vivem a época da Revelação, a época dos sinais, tanto em vocês com em seu exterior, esses sinais que anunciei desde 2.000 anos.

O princípio da efusão do Supramental em meio à sua Dimensão e a si vocês, vai levar a manifestar, em vocês como em sua vida, sempre duas possibilidades.

De um lado a resistência e a oposição ao que vem.

Do outro lado, a aceitação e o acolhimento do que vem.

Portanto, não julguem jamais no calor do que lhes propõe a Vida, mas aguardem.

***

Sigam, sem julgamento, para o que será simples e fácil, porque a oposição e a resistência irão induzir resistências e dificuldades, em vocês, como no desenrolar de sua Vida porque, quer desejem ou não, o que estará operando e a operar, no seio de sua realidade, será a Inteligência da Luz.

Assim como foi dito, não se atrasem com o que resiste, não julguem, não mais, o que resite em vocês e em seu exterior.

Quanto melhor aceitar o princípio da Onda Galáctica, da Cruz Cósmica, melhor vocês viverão esse período e terão facilidade para se estabelecer em meio à sua Supraconsciência e para viver os efeitos, diante de toda Paz e, para alguns de vocês, além da Paz, a capacidade de viver e de experimentar, à vontade, a Consciência especial do Samadhi, podendo se aproximar, alguns de vocês, do grande Samadhi denominado Dissolução.

A resistência à Luz irá implicar, em suas estruturas físicas e sutis, os fenômenos de atrito, enquanto que a aquiescência, quaisquer que sejam as cargas de suas vidas em seus diferentes aspectos, lhes permitirão e lhes darão a faculdade de se estabelecer nesta Alegria, nesta Paz, neste Samadhi.

Tentem aceitar que isso não é pela intensidade de sua vontade em meditar, que isso não é pela intensidade de seu desejo, que vocês realizam este Samadhi, mas, muito mais, ao remeter sua própria vontade à Luz, ao aquiescer à sua Inteligência, à sua força e à sua bondade.

***

Não julguem nenhum evento de sua própria vida como da Vida sobre a Terra: mesmo se certos sentidos e certos significados lhes escaparem, eles irão proceder, todos, sem exceção, da Luz.

Algumas dessas manifestações estarão no acolhimento e então, na facilidade, para o mundo como para vocês.

Outros tentarão se estabelecer em meio à resistência à Luz, para o mundo e para vocês e, naquele momento, não desejarão colocar sobre a Luz certos aspectos podendo ser percebidos, pela sua parte limitada, como terríveis e assustadores.

Esses qualificativos mesmo não têm qualquer sentido porque, se vocês contribuem de algum modo para a resistência, vocês serão pegos pelas forças de resistência e não terão mais meios de viver e de estabelecer em vocês a Paz e harmonia necessárias para sua expansão.

Algumas forças operando em meio à resistência têm todo interesse para que a nova Consciência não possa se instalar.

A vocês saber, com toda lucidez, se vocês desejam seguir no seu sentido ou no sentido da Luz.

O sentido da Luz Vibrante sempre foi e será, algo, para sua Consciência limitada, de terrivelmente simples.

É este terrivelmente simples que convêm integrar.

Essa tarefa lhes é facilitada por percepções de Consciência que se manifestam e se manifestarão cada vez mais em meio à sua estrutura físico-etérea.

A natureza, as árvores, em especial, são vetores de alinhamento e de transcedência importantes porque, elas também, captam a nova Consciência.

A nova Consciência, esta Supraconsciência, diz respeito a toda Vida e a todo constituinte, desde o elétron, o átomo, até Consciências coletivas, sociais, familiares.

***

A Luz se revela e se excita em meio à sua própria densidade.

A Luz se estabelece na Paz.

Apenas a resistência pode levar à falta de Paz.

Muitos dentre vocês serão solicitados a aplicar as escolhas, as decisões que atrasaram ou adiaram até agora.

Muitas mudanças irão ocorrer, em vocês como nesta Terra, durante este período.

Acompanhar a mudança é a melhor maneira de encontrar a Paz.

Acompanhar não significa agir, mas Ser.

Aceder à reunificação de sua Tríplice Lareira (Coroa Radiante da cabeça, Coroa radiante do Coração e Triângulo Sagrado [sacro]), dar-se-á cada vez mais facilmente, a partir do instante e do momento em que todo desejo em vocês se esvanecer, devido à intensidade da Luz em vocês, de sua Presença, de sua Paz e de sua capacidade para expandir.

Para cada um de vocês, como para toda a Terra, cada coisa, cada elemento, desdobra-se, se manifesta, ao seu ritmo que lhes é próprio.

Um vento de liberdade, de liberação, vai começar a soprar muito em breve.

O Fogo da Terra, onipresente, vai mobilizar o ar.

Em meio a essas modificações, ocorrendo em vocês como neste mundo, a melhor maneira de aliviar o fardo e as resistências de seus irmãos, de suas irmãs, de nossos irmãos, de nossas irmãs, encontrar-se-á unicamente na sua capacidade de criar a Paz em vocês, para que a Paz se manifeste em seu torno e cada vez de forma mais ampliada, porque a Luz Vibrante é Paz, antes de tudo, e o Amor apenas pode eclodir em meio à Paz.

***

Sua capacidade de existir em meio ao Ser e à Paz, em meio à Coroa Radiante e ao alinhamento das Três Lareiras, irá outorgar, de certa maneira, a isso que vocês são, um tipo de imunidade em relação às ondas e às Vibrações de resistência.

Por estarem neste estado de alinhamento, de Paz, de Samadhi, que vocês fornecem a mais útil ajuda, para a Terra como a toda humanidade.

Aliás, somente poderá existir Paz alhures neste alinhamento.

Somente poderá existir satisfação alhures neste estado Vibratório.

Tornar-se-á a vocês, cada dia, mais e mais fácil permanecer e persistir em meio a este estado, sem mesmo passar pela meditação.

Este estado tornar-se-á, inicialmente, como uma segunda natureza que, pouco a pouco, irá dissipar e fará desaparecer tudo o que não seja isso.

Não há nada de complicado no retorno à Luz.

Há somente complicações relacionadas com as resistências, como o sabem, com o medo, com o mental, com as emoções.

Lembrem, nesses momentos que se aproximam que vocês não são nem seu mental, nem suas emoções, mesmo se a lógica desta Dualidade os levou a se identificarem com suas emoções e com seu mental.
Isso é apenas o visível e notório do que vocês são.

Em Verdade, o que vocês são é tudo exceto isso.

O Arcanjo Miguel lhes disse e nós, Anciãos, lhes dissemos também e todas as Consciências da Luz Unificada puderam dizê-lo a vocês, da mesma maneira.

Chamem por nós.

Este apelo deve ser feito da maneira mais simples possível.

Como o disse Um Amigo, de Coração a Coração, pois a Luz é simples.