segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Homem de pouca fé...

Participante: Entendo tudo o que o senhor fala. Sinto profundamente a verdade de tudo isso. Mesmo antes de ouvir os seus ensinamentos já pensava desta forma. Mas, de vez em quando eu paro e penso se tudo isso é realidade ou se eu estou me enganando querendo ter uma visão romântica da realidade.
Homem de pouca fé...

Deixe-me dizer uma coisa. Você não pensa! É Deus através do ego que está lhe dando este pensamento. Quando isso acontecer, não se prenda a ele: “se eu estiver certo, estou, mas se não estiver, não estou”.

Ouça bem o que vou lhe dizer agora. Não há como se compreender e se comprovar racionalmente o trabalho de elevação espiritual. A própria existência do espírito, por mais que um ser humanizado tenha visões ou percepções desta, ainda é uma coisa à qual ele não pode bater o martelo e afirmar categoricamente que existe.

Então, veja bem. Exerça a sua fé em Deus, ou seja, diga: “Deus, eu confio em você e por isso, não confiarei em tudo que vier à minha mente. Deus eu confio em você, me ajude a ver a verdade no coração e não na razão”. Ele lhe ajudará...

O problema é que o que vocês querem mesmo é chegarem à conclusão que estão certos. Querem ter a certeza material, ou seja, anseiam que exista uma conclusão racional que possa ser alcançada e que afirme que estão perfeitamente certos.

Foi assim que aconteceu com Pedro. Quando ele olhou para baixo e quis compreender como podia estar olhando sobre a água, afundou... Por isso, quando falei deste assunto, brinquei e falei que era um homem de pouca fé, como Cristo se referiu a ele neste episódio...

Viva o seu momento... “Estou em cima da água, estou”. Para quê saber o porquê e o como?

Hoje falamos muito aqui da liberdade que o espírito pode alcançar: a liberdade do “eu” material criado pelo ego. Quando ela for real, ou seja, quando você espírito se libertar das verdades que o pensamento lhe dá, das preocupações, angústias e medos racionais que o ego lhe dá, só sobrará uma coisa para você fazer: viver...

Vou lhe dar um exemplo. Você será pai daqui a pouco e imagina que isso é a coisa que mais lhe realizará. Mas, pergunte a quem já tem neto se eles se realizaram mais quando foram pais ou agora que são avós? Com certeza eles lhe dirão que se realizaram mais agora...

Isso porque agora eles não têm mais a preocupação com a criação do filho. Essa preocupação são verdades que o ego lhe coloca – “você é responsável, por isso precisa trabalhar mais para poder colocar seu filho na melhor escola, para dar as melhores roupas, os melhores brinquedos” – e que você vivencia como obrigações. Com isso deixa de viver a sua paternidade, o seu relacionamento com seu filho(a).

Foi o que falamos quando abordamos no estudo de hoje o assunto “viver a vida através de papéis”. Quando você se libertar do ego, deixará de ser pai, deixará de ter todas as obrigações que um pai tem e aí não precisará esperar ser avô para curtir a criança.

Então veja. Vamos até dizer que os ensinamentos que transmito estejam errados. Que tudo isso que estou falando é mentira... 

Mas, qual o resultado da prática deles? A vivência da felicidade incondicional, a vivência da vida na sua essência mais profunda. Isso não é tudo que você quer hoje? Não é tudo que almeja para essa vida?

Então, se não é pela elevação espiritual, pratique os ensinamentos por sua própria materialidade. Sendo esta uma visão romântica ou não, isso não importa...

Além do mais, o romântico é o amoroso e, se a base da vida é o amor, todos os ensinamentos têm que estar presos ao romantismo para poderem seguir o caminho que cristo ensinou. Se estiver preso à inflexibilidade dos que não são românticos, não existe amor e, portanto, não podem ser considerados caminhos para Deus...

Pai Joaquim

Participante: Se o caminho é Deus e se Ele é o nada...

Vocês ficam tentando fazer algumas especulações sábias e acabam se complicando. Eu nunca disse que Deus é o nada; afirmei que Ele é nada. Deus não pode ser o nada, porque o nada ainda é alguma coisa. Deus não é nada...

Sei que vocês vão dizer que isso é apenas um conceito, uma forma de se expressar, mas é exatamente esta forma de buscar se colocar que atrapalha todo o seu entendimento da caminhada. 

Quando tentam elucubrar sobre Deus ser nada, acabam criando um nada que dizem ser Deus. Será que vocês ainda não repararam que a cada pergunta que me fazem estão querendo criar uma sabedoria nova, uma cultura nova? Estão sempre querendo criar um norte para navegar e isso não há. Caminhar para Deus é caminhar se rumo, pois Ele próprio é o rumo da sua caminhada...

Este é o problema da caminhada para a elevação espiritual. Vocês estão sempre querendo construir alguma coisa, algumas compreensões. Estão sempre querendo construir uma auto via com pistas modernas para levar a Deus, quando o caminho que conduz a Ele é desbravar a mata cerrada, ou seja, caminhar sem compreensões.

Agora, se mesmo assim você quiser encontrar verdades, fabrique-as você mesmo, bebendo na fonte do mestre que você acredita.

Pai Joaquim

Participante: Numa situação real. Por exemplo, a mente nos leva a culpar-nos por algo que fizemos. Como não se subjugar a esta verdade individual?

Este é um bom exemplo onde podemos utilizar o que já aprendemos. 

O que você compreendeu que aconteceu é, na Realidade, uma verdade genérica que a mente lhe disse. O que está acontecendo não se trata de uma ação externa, mas de uma verdade genérica utilizada pela mente a partir de uma percepção de movimentação. 

Só que a mente não parou por aí. Além da criação da Realidade ela também qualificou o acontecimento como “ação errada” utilizando-se de verdades individuais. 

É da junção das duas verdades criadas pela mente que nasce a sua realidade: eu pratiquei tal ação e ao fazer isso estou “errada”. 

Agora veja bem. Não importa qual seja a situação onde imagine estar errada, sempre haverá outra pessoa que se julgará “não errada” ao vivenciar a mesma verdade genérica. Ou seja, sempre haverá uma pessoa que receberá de sua mente verdades individuais que justifiquem a ação de tal forma que ela deixe de ser “errada”. 

Por isto, independente do que tenha praticado, posso afirmar que esta culpa é só sua e não Real. Isto porque ela é individual e não universal e, por isso, você precisa libertar-se desta qualificação para poder elevar-se espiritualmente.

Pai Joaquim

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O espírito é o “sal para humanidade”,

Jesus disse que o espírito é o “sal para humanidade”, ou seja, que ele deve ser o tempero da vida dos outros. Esta posição, porém, deve ser exercida para colocar o tempero certo: o amor universal.

Este amor não aceita conceitos, regras ou leis. Ele se baseia unicamente na igualdade que todos devem ter de achar que estão certos. Quando o ser humano imagina-se superior, ou seja, detentor da verdade e utiliza o poder de “temperar” a vida dos outros, acaba trazendo sofrimento a eles. 

Para ser bendito o poder de “temperar” a vida dos outros, deve o espírito abandonar suas próprias verdades, ou seja, o poder que imagina ter de corrigir as outras pessoas. Deve exercer esse poder apenas para transmitir felicidade, aceitando todos os outros espíritos da forma que são. Para que isto aconteça é necessário que o espírito respeite a individualidade de cada um, as divergências de opiniões, sem procurar ver o “certo” ou o “errado”.

Joaquim de Aruanda

Praticar a caridade não é dar esmolas

Praticar a caridade não é dar esmolas, ou sobras, e sim “dar de si”. O ser humano doa roupas velhas que estão no armário, sem uso, com a intenção de sobrar espaço para poder comprar outras roupas novas para si mesmo. Compra dezenas de cobertores que não cobrem o frio de ninguém, apenas para poder dizer que ajudou muitas pessoas.

Doar é comprar uma roupa nova para si e outra igual para dar; é comprar apenas um cobertor, mas que seja igual ao que tem em casa. Desta forma o ser humano estará tirando de si e dando aos outros: estará praticando a verdadeira caridade.

Joaquim de Aruanda

Palestra com Pai Joaquim


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Tá Escrito

Tá Escrito

Grupo Revelação

Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente e não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar a sua hora
Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente e não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar a sua hora

Às vezes a felicidade demora a chegar
Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta, não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer

É dia de sol, mas o tempo pode fechar
A chuva só vem quando tem que molhar
Na vida é preciso aprender
Se colhe o bem que plantar
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar

Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar!

Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar!

A coisa mais importante desta vida

A coisa mais importante desta vida

Ai de vocês, guias de cegos, que ensinam assim: se alguém jurar pelo templo não é obrigado a cumprir o juramento; mas, se alguém jurar pelo ouro do templo é obrigado a cumprir o que jurou. Qual é mais importante: o ouro ou o templo que santifica o ouro? Também ensinam isso: se alguém jurar pelo altar não é obrigado a cumprir o juramento; mas, se jurarem pela oferta que está no altar, então é obrigado a cumprir o que jurou. Cegos, qual é mais importante, a oferta ou o altar que santifica a oferta? 

O que é mais importante: o ouro ou o templo que o santifica? O que é mais importante para você: a sua casa ou o Deus que a santifica? Esta é a pergunta que Cristo faz aos seus seguidores de então, mas que também continua fazendo aos de hoje... Responda...

Para os seres humanizados eu sei que é a casa. Eles se preocupam antes de qualquer coisa em ter uma casa, porque não imaginam como pode se viver sem tê-la. Se ele estiver sem casa vai sofrer, chorar, ranger os dentes. Mas, o que é mais importante: ter uma casa ou ter Deus, ter um carro ou ter Deus ao seu lado?
Santificar o ouro é dar a ele um valor espiritual, dar um valor santo às coisas do mundo. Não se trata de santificar o ouro, mas sim em dar a ele o seu valor universal.

Durante todo esse tempo estamos falando que não existe vida material, mas sim existência espiritual que se vivencia em diferentes planos. Se isso é verdade, é preciso que o ser humanizado santifique a vida material. Para isso, não estou dizendo que não se pode ter casa, mas sim ter uma casa no seu sentido espiritual.

Ter uma casa dentro deste sentido é não possuir a casa (‘ele é minha’), mas habitar um lugar que pertence a Deus. É saber que a casa está sob sua guarda por empréstimo feito por Deus e que Ele pode dispor dela da forma que quiser: jogá-la abaixo, sujar a parede, inundá-la, etc. Quem convive com a casa onde mora numa relação espiritualizada, mora nela, mas não se diz capaz de definir o seu destino, pois sabe que é apenas um locatário e não um proprietário.

Mas, os seres humanizados não vivem assim: se imaginam proprietários do imóvel. É por isso que quando aparece um defeito na casa ele diz que ela não presta. Quando está velha, diz que não serve para nada. Isso porque o ser humanizado vive a casa sem santificá-la. Ele não dá o valor espiritual a casa, mas a utiliza pelo ouro, pela matéria. Se ela estiver bonita, limpa e arrumada, os ser humanizado gosta dela, mas se isso não acontecer, não gosta mais dela. 

É por não dar o valor espiritual à casa que Deus, o proprietário, despeja o ser humanizado. Como vive pelo ouro, este ser, então, xinga a Deus com o seu sofrimento. Mas, que culpa tem Deus disso? Ele teve que tirá-lo de lá porque ele não estava satisfeito com ela, não convivia harmonicamente com a casa no estado que estava.

O ser humanizado vive pelo ouro do templo e não pelo próprio templo. Se Deus lhe dá um carro ele já quer um modelo mais novo, com mais acessórios; se o Pai lhe dá uma roupa, o ser humanizado diz que ela está fora de moda e quer outra; se o Senhor lhe dá um salário, o ser humanizado reclama dizendo que é pouco e que quer mais. É isso que é viver o ouro do templo.

Aquele que busca a consciência crística age ao contrário, santifica o ouro do templo: se o carro está velho ou sem novas tecnologias, o ser humanizado vive com ele em paz; se a roupa está gasta ou puída, vive harmonizado com ela; se o salário é pouco, vive com felicidade o pouco que pode desfrutar. Quem vive assim esta usando o ouro de uma forma santa, ou seja, está amando tudo que tem no estado que está e contendo o que contêm.

O ser humanizado não aceita o que tem. Está sempre buscando mudar aquilo com o que convive para satisfazer os seus conceitos de bom, certo, moderno, melhor. Santificar o que tem é vivenciar em paz, harmonia e felicidade o que tem sem achar que merece mais ou melhor. Santificar o ouro é agradecer a Deus tudo o que tem.

Não se está falando aqui em não ter desejos de outras coisas. O desejo é inerente ao ser humanizado. Ele sempre irá querer além daquilo que tem. Isso é algo normal e aquele que vivencia a consciência crística também quer, mas vivencia o que tem santificando-o, ou seja, convivendo com o que tem neste momento de uma forma harmônica, enquanto quem não santifica o ouro sofre com o que tem.

Além de falar em santificar o ouro, Cristo nos diz ainda que aquele que tem a consciência crística santifica a oferta. O que quer dizer isso?

A oferta a Deus é a existência que o ser humanizado vivencia. A vida humana de um ser é uma oferta ao Senhor. 

Aquele que santifica a sua oferta a Deus vive harmonizado com aquilo que tem. Aquele que santifica o altar ao invés da oferta vive sempre buscando ter mais do que tem.
Quem só tem um prato de comida simples para comer, mas louva a Deus por isso santifica a sua existência. Aquele que sofre porque só tem um prato para o dia inteiro e quer fazer todas as refeições santifica o altar e não a oferta.

Estes são os dois ensinamentos de Cristo neste trecho. Mas, a amplitude deste ensinamento pode ser maior se extrapolarmos as possessões individuais e analisarmos o ensinamento na vida societária.

O que é santificar o ouro e o altar no tocante a convivência com os outros? É aceitar tudo o que o outro faz sem críticas, sem julgamentos. Quem santifica o ouro e o altar vive harmonicamente com o próximo mesmo que ele não faça ou não diga aquilo que o ser humanizado espera dele. 

É isso que Cristo está dizendo. Aquele que alcança a consciência crística santifica, ou seja, vive harmonicamente, tudo aquilo que possui e tudo aquilo que os outros fazem para ele. 

Existe algo que já falamos aqui e que os seres humanizados esquecem: se alguém não fizer algo contra ele ou se sua existência estiver perfeita dentro dos seus padrões individuais, não existe elevação. Alcançar a consciência crística depende totalmente do que se vivencia, pois ela é o resultado da santificação que se faz destas coisas.

Sabe, o seu filho deixar um quarto bagunçado é lhe dar a oportunidade de elevação... Uma pessoa lhe contrariar, dizer que você não sabe nada, lhe ofender, morar numa casa que não se gosta, ter algo que se acha atrasado, é oportunidade de elevação.

Tudo o que ser humanizado tem e vivencia é uma ação que dá a oportunidade do ser humanizado santificar a sua existência. Pergunto: se o ser universal não passar por estas coisas, para que encarnou. Para se divertir? No Universo, o ser universal se diverte de outras formas.

O ser humanizado precisa compreender que tudo o que tem e vivencia é necessário para que ele se liberte dos conceitos com que vive. Alcançar esta consciência é santificar tudo o que tem e todos os atos que as pessoas praticam à sua frente. Isso é santificar o ouro. Quem não vive assim, simplesmente utiliza o ouro, ou seja, sobrevive, passa pela vida.

Sem compreender que cada pessoa com a qual o ser humanizado convive faz exatamente o que ele precisa para a sua elevação espiritual, ele não santifica o ouro e o altar, ou seja, a sua oportunidade de encarnação. Quem não age assim vive na hipocrisia. Vive na falsidade de que o que ele quer e acha correto é o certo para o Universo. 

Quem alcança a consciência crística santificando o que tem e o que vivencia não se sente vítima nem tem algoz. Sabe que tudo e todos são instrumentos necessários ao seu trabalho durante a encarnação.
O ser humanizado precisa mudar a visão que tem sobre as coisas e as pessoas do mundo. Precisa acabar com a visão do ouro pelo ouro e começar a ver de uma forma santa o ouro e o altar. Para isso é preciso alcançar a compreensão da santidade do ouro. 

Tudo o que existe e acontece é santo. Não importa se estamos falando de uma simples ofensa (‘você é bobo’) ou de um assassinato: tudo faz parte do plano divino para a elevação espiritual de um ser universal. Tudo o que existe e acontece para um ser é o melhor para ele, pois é a justa medida daquilo que precisa para o seu trabalho de alcançar a consciência crística. Nem mais nem menos...

Vida é oportunidade de elevação; é carma em ação: mais nada... Um homem não se apaixona por uma mulher e vive junto com ela. Se estes dois seres humanizados estão juntos é porque cada um é o carma do outro, ou seja, cada um possui os elementos necessários para que o outro possa fazer a sua elevação. Se isso não fosse realidade, jamais estes dois seres teriam se encontrados nem estariam juntos. Para que estariam juntos? Para se divertir? No sentido espiritual, isso seria uma perda de tempo e no Universo isso não acontece...

Será que Deus colocaria dois seres convivendo juntos para que eles pudessem gozar o prazer de estarem juntos? Isso, no sentido da existência eterna, seria uma perda de tempo... Sobre isso, deixe-me dizer uma coisa: Deus não perde tempo, até porque Ele não tem tempo para perder... O que Ele quer é resolver a questão da elevação de cada ser. Fazer isso é dar a cada o que merece e precisa para realizar o trabalho necessário para alcançar a consciência crística.

Participante: Não há algo que um ser possa gerar por sua vontade mesmo que não esteja programado para o trabalho da elevação espiritual?

Impossível... Existe um Senhor que é onipotente, onipresente e onisciente e que por isso comanda pessoalmente todo o programa do trabalho da elevação espiritual.

O ser humanizado pode ter a ilusão de achar que faz o que quer, mas isso não pode acontecer. Sendo isso possível, pelo objetivo que lhe move (viver o ouro pelo ouro) e que é diferente de quando não humanizado, o ser não realizaria o trabalho necessário para a evolução.

Sendo isso verdade, não existe nada errado. Tudo que acontece e o que o ser humanizado possui é sempre uma oportunidade para que ele possa conhecer os conceitos que possui sobre os elementos do mundo e libertar-se deles. Tudo está sempre perfeito segundo a intenção de Deus: que o ser universal possa prosseguir na sua caminhada eterna. Apesar disso afirmo que apenas Deus conhece realmente a necessidade de cada um.

O ser quando se conscientiza de que a sua jornada humana é escrita por Deus para a sua elevação quer saber porque está trilhando este ou aquele caminho, mas isso é impossível. O ser humanizado não pode perscrutar as ações de Deus: só pode santificá-las ou não. 

Joaquim de Aruanda

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Existe uma hierarquia espiritual

Existe uma hierarquia espiritual: esta é a informação do Espírito da Verdade. No entanto, ela não é formada através de pistolão ou indicação: ela é formada por ascensão moral. 

A posição de cada um não é determinada por diplomas ou conhecimentos, mas por ascensão moral. Ela não se dá por ordem de classificação, mas se forma de uma forma natural. Isso precisa ficar bem claro.

Para entendermos bem a questão da hierarquia espiritual preciso dizer, por exemplo, que Cristo não é, hierarquicamente falando, o governador do planeta nem o espírito mais elevado. Ele não está nesta posição: nós é que o colocamos nela. 

É isso que nós precisamos entender sobre este assunto: a hierarquia espiritual não surge da auto colocação de cada um, mas se forma através da colocação que outros espíritos fazem dele. Ninguém se avoca no direito de estar nesta ou naquela posição, mas são os outros que por constatarem a elevação moral do espírito lhe dão determinada posição na escala.

Outro detalhe sobre o tema: ela é natural. A escala hierárquica não se forma forçadamente, algo construído por decreto de alguém, uma coisa que seja imposta por outro, que surja de um julgamento de alguém que de livre e espontânea vontade classifique os espíritos. Ela acontece pela simples constatação que cada um faz da elevação moral do próximo.

Por isso não há contestação. A hierarquia espiritual, jamais foi contestada. Cristo, por exemplo, está no topo da hierarquia planetária, mas ele não se colocou nessa posição: foi colocado pelos espíritos. Eles saúdam Cristo e dão a ele esta posição. 

Para se ver isso claramente é só ler o Apocalipse. Neste livro bíblico existe uma passagem onde o mestre é nomeado Governador Geral desse planeta. Esta nomeação não se dá pela designação de Deus, apesar Dele estar presente, mas são os próprios espíritos que irão viver na Terra quem colocam Cristo naquele lugar. 

O Mestre também não se levanta e diz: ‘eu posso ser, votem em mim’. São os espíritos que o saúdam como.

Isso precisa ficar bem claro, para que cada um não avoque para si mesmo qualquer posição na escala hierárquica espiritual. Para que não tenhamos a pretensão de dizer que nós somos mestres, puros, elevados. É preciso que a comunidade espiritual reconheça a posição de cada um e não que alguém se auto encaixe na escala.

Além do mais, este conhecimento é importante para também não criticarmos naqueles que nos colocam em posições menores do que a que imaginávamos merecer estar. Se você está em qualquer lugar da hierarquia espiritual é porque a comunidade espiritual o colocou e esse é o seu merecimento moral. Achando que deveria estar sendo considerado melhor, faça por onde a comunidade espiritual sentir a sua elevação moral ao invés de querer forçar ser melhor colocado através da crítica. 

Joaquim de Aruanda

Todo espírito nasce puro

Todo espírito nasce puro e, portanto, por natureza, ele é puro. Todo espírito é gerado por Deus dentro da pureza universal: essa é uma informação importante. Sem ela, começamos a dividir o mundo entre bom e mal. 

O ser que, dentro da linguagem de vocês, hoje está vivendo no mau, é um espírito bom que se desviou. Hoje está mau, mas no seu íntimo não é assim: ele é puro por natureza. 

Estou usando o termo mau como palavra de vocês. Na minha linguagem o espírito não é mau, mas individualista. Isso porque o mau para mim é o individualismo. Quando pensa em você acima do outro, em qualquer sentido, está fazendo maldade. 

Então o espírito nasce puro e continua sempre puro. Ele pode estar individualista, mas isso não quer dizer que dentro dele não há uma semente de universalismo. Isto porque ele nasceu universalista, nasceu puro. 

Sendo assim, quando julgamos o espírito pela sua atual posição, ou seja, pelo individualismo de hoje, estamos negando a própria essência de Deus que está dentro de cada um. Estamos desrespeitando Deus que colocou dentro de cada um a essência universalista ou a essência do bem, se preferir este termo. 

Precisamos começar a entender isso para, ao invés de criticar o irmão que hoje está no individualismo, levá-lo a se contatar com a sua essência universalista. A essência amorosa ou a essência do bem. 

Isso não se consegue com críticas, com acusações, com julgamentos ou com o apontar de falhas: isso só se consegue com o amor. É preciso amar a todos indistintamente para poder realmente ajudá-los. Não amar o que a pessoa está fazendo, mas amar a essência universal que está dentro de todos os espíritos. 

Isso é orar a Deus; isso é honrar ao Pai: honrar aquilo que Ele colocou dentro de cada um.
Como já disse, não estou estudando espiritismo. Por isso não vou me prender ao bem ou mau: quero ir além.

Para isso é preciso, a partir da informação, tirar compreensões que nos leve à reforma íntima. Esta é a compreensão momentânea que vocês precisam chegar: não se pode sair pelo mundo separando o bom do mal. Pelo contrário: é preciso sair pelo mundo amando a essência de Deus que reside dentro de cada espírito, mesmo que a razão diga que ela não está presente ali. 

Joaquim de Aruanda