segunda-feira, 29 de junho de 2015

Problemas com colegas de trabalho

Participante: Se me permite eu vou discordar de alguma coisa. Vamos utilizar o caso do colega que passou a perna no emprego. Eu concordo que ele tenha sido instrumento de Deus para minha prova, porém se ele não tivesse sentimentos adequados para isso, Deus não teria utilizado como instrumento.
Perfeito.
Participante: Sendo assim, ele não é totalmente inocente. Ele vai se entender com Deus.
Primeiro: eu não disse que ele é inocente.
Segundo: se na sua expiação, na sua provação era necessária aquela situação, se não fosse este personagem que fizesse isso, seria outro. Isso porque, independente de quem o faça, esta é uma vicissitude que você precisava passar. Então, não adianta culpar ninguém de nada.
Eu não estou dizendo que ele é inocente. O que estou dizendo é que você, ao se preocupar em jogar uma culpa em qualquer pessoa, se esquece de ver a prova que está passando. Esquece-se de ver o amor de Deus em ação colocando uma vicissitude para você poder alcançar a perfeição.
Lembre-se: se não fosse para vivenciar as provações através das vicissitudes, não haveria razão de estar vivo. Para que vivencie vicissitudes, há necessidade de agentes carmáticos, ou seja, pessoas que sirvam de instrumento para criar o seu prazer e a sua dor. Se não houvesse alguém para lhe passar a perna, ou seja, para gerar a vicissitude negativa, você não teria razão de estar viva, pois não haveria prova a ser vivenciada.
Se tudo isso é verdade, não adianta perdermos tempo achando alguma culpa para os outros. Quando ficamos buscando culpas nos outros perdemos tempo e não fazemos nossa reforma íntima.
Participante: Perante a lei de causa e efeito não existem vítimas. Só respondemos pelos nossos atos e jamais pelos atos alheios. A ninguém deve o homem a culpar em caso de sofrimento, há não ser a ele mesmo. Pela sua incúria seus excessos e sua ambição
Perfeito: não existem vítimas nem culpados. Se existisse um culpado seria você mesmo.
Veja, se existe um culpado de alguém lhe passar a perna é você mesmo que um dia plantou alguma coisa que hoje gerou esse carma. A pessoa que vivenciou esta situação com você é simplesmente um instrumento para sua colheita.
Nós não podemos nos prender na busca de culpados. Não existem culpados. Se não existem culpados, também não existem vítimas.
A única coisa que existe é um plano universal de Deus para dar a todos os espíritos uma oportunidade de elevação através da vivência de provas e da execução de missões junto às provações dos outros. Mais nada que isso.

Pai Joaquim

Devo ajudar quem está sendo obsessidado por falanges do mal?

Participante: Quando um espírito se torna um refém de uma falange do mal, como ajudá-lo? Só quando ele pedir ajuda?
Não; sempre. Agora, cuidado com a ajuda que oferece.
Quando você vai oferecer ajuda porque acha que aquela pessoa está sob influência de uma falange do mal, já julgou. Isso porque julgou que existe uma falange que seja má. Mais: julgou que ele deveria libertar-se destes companheiros espirituais. Mas, se ele gosta daquilo, qual é o problema?
Portanto, você deve ajudar, mas precisa se preocupar em não qualificar nada nem ninguém e muito menos forçá-lo a aceitar a sua orientação porque você sabe o que é melhor para ele.
Participante: Mas, se alguém tiver que ajudar é porque Deus criou a ideia de ajudar. Então, ele não precisa ser ajudado?
Sim, você só vai ser colocado num lugar para ajudar na hora que o outro precisa e merece. Mas, existe mais de uma forma de ajudar.
A primeira é dando conselhos verbais. Neste tipo de ajuda, tome cuidado para não se tornar um professor da lei. Para isso preste atenção às seguintes questões.
Primeiro: mesmo que tenha a intuição de ajudar alguém, se ele não pedir ajuda, não dê. Segundo: lembre-se sempre que ele tem o direito de andar com quem quiser. Se gosta daquelas companhias, o problema é dele. Você não tem o direito de interferir.
Estas são as posturas para ajudar alguém dando conselhos verbais. Mas, existe uma outra forma de ajudar. Esta ajuda você deve prestar para quem está com obsessores do mal, mas também para quem está com acompanhantes do bem, para quem é rico ou pobre, para quem está com saúde ou não: amar o próximo.
Ajude sempre a todos amando indistintamente. Ame ao próximo sem saber se ele está mal ou bem, porque aí estará fazendo o que nasceu para fazer: amar a todos.
Participante: Mas, pode chegar um momento que uma pessoa mereça ser ajudada com palavras.
Sim, mas a hora deste merecimento só acontece quando ela lutar para não ceder à tentação do ego. Enquanto não quiser socorrida, não pode receber o merecimento.
Para compreendermos isso, nos lembremos da literatura espírita. Os socorristas passam no umbral no meio de um monte de espíritos e não socorrem ninguém. Eles vão apenas em busca de espíritos específicos. Quem são estes? Os que querem ser socorridos.
Então, posso dizer que os socorristas só socorrem quem precisava e merecia ser socorrido. Mas, por que aqueles precisavam e mereciam ser socorridos? Porque começaram a lutar contra as tentações deles.
Participante: Esta ajuda não pode vir antes do começo da luta?
Não; ela só vem quando o ser começa a lutar contra a tentação.
Apesar de falar assim, não imaginem que estou falando em auto acusação. Não estou dizendo que para ser socorrido você precisa se conscientizar de que estava errado. Não é isso.
A luta contra as tentações criadas pelo ego só podem ser vencidas com o cansaço de se lutar contra os acontecimentos. Para merecer ajuda espiritual você precisa cansar-se de querer dizer o que é certo ou errado no mundo.
Quando começar a se cansar de provar que o seu certo é o certo, seja ele qual for, neste momento começou a lutar contra a tentação, pois abriu mão de saber o bem e o mal.
Participante: E se a pessoa estiver tão envolvida por estas verdades que nem desperta para isso?
Nada pode ser feito.
Deus não pode mexer no livre arbítrio do espírito. O que Ele pode fazer é continuar amando sempre.
Enquanto o espírito quiser se prender ao individualismo, Deus não pode fazer nada por ele, a não ser amá-lo. A única coisa que pode fazer é dar a intuição, um pensamento que o dirija à reforma íntima. Agora, ele irá ou não se quiser: Deus não pode levá-lo.

Pai Joaquim

É possível viver sem tomar remédio?

Participante: é possível viver sem tomar remédio?
Sim, isso é possível.
Participante: mas, não temos que preservar o nosso corpo físico?
Mas quem disse que o remédio preserva? Estamos discutindo a nível espiritual e você já partiu para o materialismo.
A partir de informações científicas você acredita que o remédio preserva o corpo, mas quem disse que isso é verdade? Muitas vezes toma remédio para uma coisa, mas não conhece a ação dele sobre outras partes do corpo. Estou falando do que é conhecido como efeitos colaterais de um remédio.
Quantas vezes já tomou um remédio para uma doença que destruiu sua parte intestinal? Quantos remédios propõe a cura de alguma parte do corpo, mas acabam ferindo outra? É isso que é chamado de efeitos colaterais.
Se este efeito existe, quem disse que tomar remédio preserva o corpo físico? Será que ele não causa mais mal? Tomar remédio não é sinal de prevenção do corpo físico, pois você o toma para curar alguma coisa, mas acaba fazendo mal a outra.
Na verdade, você nunca sabe qual a reação do remédio. Além de poder atacar outra parte do corpo, será que ele dará o resultado esperado?
Quantos remédios existem que se mostram eficazes em determinas pessoas e em outras não faz qualquer efeito? Na verdade, quando você toma um remédio não sabe se ele lhe fará bem. Mas, você continua tomando remédios assim mesmo. Por quê? Porque o ego diz que tomar tal remédio irá realizar a cura do seu mal.
Na verdade a coisa é muito mais profunda. É a personalidade humana quem vai criar a sensação da doença, da dor, do sentir-se doente e da cura, se esta acontecer. Aliás, o próprio remédio (a forma) é uma criação do ego, pois remédio como qualquer elemento material é fluído cósmico universal.
Apesar disso, a personalidade humana à qual o espírito está ligado durante a sua grande aventura, continua dizendo que o remédio é a causa primária da saúde. Mas, o que é a causa primária de tudo que existe como vimos no estudo de O Livro dos Espíritos?
Participante: Deus.
Se o ego diz que o remédio é a causa primária da doença, o que ele é para o espírito que está aprisionado a isso como realidade? O seu deus para a cura.
Na verdade, quando a personalidade humana dá a algum elemento material a causa primária de algum acontecimento, está criando um deus. Para ela o remédio é o deus da saúde, como o carro o é da locomoção e o alarme e a cerca elétrica da casa o deus da proteção.
Eu não queria usar o termo Deus nestas conversas de hoje, mas tive que fazê-lo para que vocês entendam a ação da personalidade humana. Ela substitui o Senhor do Universo como causa primária, trocando-O pelas próprias coisas materiais. O espírito que acredita que isso é real pode ser chamado, então, de materialista.
Já o ser que está liberto desta ação, o espiritualista, vive para Deus, se entrega em Deus e por isso atribui a causa primária a Ele. Este ser diz assim para si mesmo: ‘o ego está me dizendo que foi o remédio que me curou, mas eu sei que as propriedades dos elementos que compõem o remédio são causadas por Deus. Então, foi Ele que me curou e não o remédio’.
O espírito precisa pensar assim, se quiser aproveitar a encarnação como instrumento da elevação espiritual, mesmo que o ego não tenha como criar realidades sobre o Universo, sobre o mundo onde Deus age. Por causa da necessidade do ser ter que realizar esta libertação durante a encarnação é que a chamamos de uma grande aventura. Trata-se de uma aventura porque o espírito precisa afastar-se do mundo conhecido, o seu próprio mundo espiritual, e aventurar-se num mundo onde ele nada conhece.
Como foi definido anteriormente, aventura é um empreendimento de risco. Vir à carne é uma aventura para o espírito, pois é um empreendimento onde ele tem que executar algo, onde tem que viver um mundo completamente desconhecido sem ter nenhum mapa que o guie.
Ela contém riscos porque a auto identificação do espírito com o ego o faz achar que o que a personalidade diz é real (o remédio cura) e precisa libertar-se disso, entregando-se a um mundo que nada conhece naquele momento.

Pai Joaquim

Cada um tem o direito de fazer o que quer?

Participante: Se cada um tem o direito de fazer o que quer, até se suicidar como o senhor disse, e não temos que interferir, lhe pergunto: o que vocês estão fazendo aqui conosco?
Nós estamos mostrando os dois caminhos que existem e informando que vocês têm o direito de optar entre um e outro.
Isso eu posso fazer. Agora, jamais lhe direi qual o melhor caminho para você. Por isso, também, não posso lhe criticar por tomar esse ou aquele caminho.
O que posso fazer é lhe dizer que se virar à esquerda pode alcançar isso, se virar à direita alcançará aquilo. Agora, a decisão para onde vai virar é sua. Ninguém pode interferir nela, nem Deus.
Se você optar pela esquerda, que na Bíblia é considerado o lado errado, eu posso continuar lhe ajudando a ir para a direita, mas não posso lhe arrancar da esquerda e colocar na direita. Também não posso lhe criticar porque escolheu a esquerda.
Participante: Para nós que estamos na condição humana é meio complicado fazer o que o senhor está falando, porque a partir do momento que eu queira mostrar os caminhos para uma pessoa, já estou julgando.
Perfeito.
Participante: Se quero mostrar a uma pessoa o caminho da direita, isso quer dizer que já estou julgando que ela está indo para a esquerda. Isso é difícil…
Esta é a diferença entre eu e vocês. Vocês querem mostrar o caminho da direita para quem está na esquerda porque julgam que o caminho que ela está trilhando está errado. Eu não mostro apenas um caminho que digo ser certo, mas os dois ao mesmo tempo. Esta é a diferença…
Vou dar um exemplo prático na vida de vocês. Quando vocês se defrontam com uma criança que tem poucas posses, querem logo induzi-la a caminhar pela direita, ou seja, querem que ela viva uma vida honesta. Fazem isso porque consideram essa vida a certa e a outra a errada. Eu não faço isso.
Para esta mesma criança diria: ‘você tem duas opções; pode se transformar num bandido ou pode aprender a viver com o que tem sendo feliz. Se for pelo caminho do crime pode alcançar isso, aquilo ou aquilo outro; se ficar no outro caminho pode alcançar isso, aquilo e aquilo outro’. Tudo isso sem julgar se um caminho é certo e bom e o outro errado e feio. É só isso que eu faço.
Agindo desta forma, mostro os dois caminhos, mas sem julgar. Quando não determino que um caminho é certo ou melhor e o outro errado e pior, não julgo.
Isso vocês podem fazer, mas o problema é que quando fazem isso querem sempre dizer que existe um caminho melhor do que o outro ao invés de simplesmente apontar caminhos.
Participante: Mas, o senhor julgou os caminhos, porque disse que em um a criança se transformaria em um bandido.
Não julguei porque o pejorativo da palavra bandido está em você e não em mim.
A palavra em si não tem possui nenhuma conotação, ela não tem valor: é você que dá valor a ela. Por isso ao apontar o destino de um dos caminhos como ser um bandido, não qualifiquei este destino como errado ou ruim.
Repare bem: se esta pessoa já vivesse no meio de criminosos ou se gostasse deste meio, a chamar bandido seria motivo de orgulho e não um valor pejorativo. Ela sentiria orgulho em ser bandido.
Sendo assim, o pejorativo do termo bandido, dizer que uma pessoa qualificada assim é ofendida, está dentro de você e não no próprio termo. Para quem gosta desta vida é motivo de orgulho. Ele bateria nos peitos e diria com orgulho que é um bandido, que já matou mais de vinte pessoas.
Então, a palavra não tem o valor que você dá a ela. Sendo assim, eu não me utilizei de critérios bons ou maus quando da figurativa orientação que criei acima.
Agora, você não poderia dar a mesma orientação, pois para você bandido não presta. Por isso, quando fizesse tal orientação, esta conotação estaria presente e tal orientação seria sim um julgamento. Mas, eu não falei isso. Eu disse que ele ia se transformar num bandido, mas não quis dizer que aquilo era bom ou mal.

Pai Joaquim

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Função Espelho


5 verdades universais


Amar é.....


A visão do espírito sobre a matéria


Não consigo ser feliz

Primeiro queria agradecer a confiança de se expor a nós, mesmo não nos conhecendo. Essa confiança é muito importante para nós, pois denota respeito, carinho e atenção e isso é algo que é muito bem recebido por qualquer ser.
Você me diz que vem procurando a elevação espiritual. Nessa busca encontrou nossos ensinamentos e se encontrou neles e continua meditando sobre eles. Afirma também que quando leu que dissemos que o ser humano é como uma criança que chora e bate o pé quando o papai vida não traz balinha, encontrou-se e viu que realmente vive dessa forma. A partir dessa auto visão se perguntou: ‘então, não podemos chorar, nos lamentarmos ou nos lastimarmos’?
Eu lhe diria que se lamentar, chorar ou se lastimar não traz problema algum à elevação espiritual. Por isso lhe respondo que sim, você pode fazer essas coisas. Tanto pode, que você e todos os seres humanos fazem isso.
Agora, a minha pergunta seria: porque você chora? Porque se lamenta? Porque se lastimar? Quais são os motivos que lhe leva para viver dessa forma? É muito importante que se descubra a resposta à essas questões, pois como já disse, chorar, lamentar ou lastimar não é problema para a elevação espiritual. O problema reside em achar válidos os motivos que lhe levam a viver dessa forma. O problema é dar uma validade tão grande a esses motivos que ainda lhe leve a sentir vontade de fazer essas coisas.
Poderia dizer que é nisso que se resume o problema. Mais: que você está consciente de que é aqui que está o problema. Digo isso porque depois de me fazer este questionamento em três linhas, gastou mais uma dezena delas relatando como é sua vida, ou seja, me mostrando que não encontra motivos práticos para chorar, lamentar e se lastimar, apesar de ainda sentir vontade de fazer essas coisas e de viver momentos com estas ações.
O que estou lhe mostrando é que mesmo inconscientemente você sabe da importância de se conhecer os motivos pelos quais se lamenta, mas não consegue encontra-los. É a partir disso, então, que lhe responderei.
Estar vivo, viver, é estar encarnado, vivendo uma provação. Essa provação se resume em aprender a conviver com a vida que se tem, sem perder a paz, a harmonia com o mundo e a felicidade. Essa é a provação.
A provação não é transformar a sua forma de ser, mas transformar a forma de conviver com quem é. A diferença entre as duas coisas, que parece pequena, é grande, profunda e poucas vezes entendida. Nesse caso, no seu caso, temos mais um exemplo disso.
Quando se olha frente aos ensinamentos a sua forma de existir parece que está vivendo erroneamente, que está vivendo de uma forma negativa. Se aplicássemos o entendimento que precisa mudar-se, diria que deve parar de lamentar-se, de chorar e lastimar-se. Mas, para isso, seria preciso conhecer o motivo que lhe leva a viver estas coisas e como você não o conhece, chegamos à conclusão que nada a ser feito.
Agora, como objetivo da vida não é mudar-se, mas alterar a forma de relacionar-se consigo mesmo o trabalho da elevação espiritual pode ser feito, mesmo sem conhecer os motivos para ser quem é. Como ele não depende de uma mudança da forma de ser, mas apenas uma forma de se viver quem é, o trabalho independe do conhecimento dos motivos pelos quais se lamenta.
Como mudar a forma como vivencia os acontecimentos da vida? Aprendendo a viver com você do jeito que é. Aprendendo a conviver com o choro, com a lástima e com as lamentações sem querer deixar de viver estas coisas.
O que estou querendo lhe mostrar, lhe dizer, é que você está trabalhando em cima de uma coisa que não é para ser trabalhada. Está querendo deixar de ser chorona, uma pessoa que se lamenta e lastima, mas isso não faz parte da sua evolução. O que faz parte desse processo é aprender a chorar, se lamentar e se lastimar, sem chorar porque chorou, sem se lamentar porque se lamentou e sem se lastimar por ter lastimado.
O caminho é diferente daquele que está imaginando. Ele não se consiste em mudar-se, mas em aprender a ser quem é, a viver com quem é. Quando entende que esse é o caminho, não precisa encontrar os motivos pelos quais vive dessa forma. Basta apenas saber: ‘eu sou assim, não tem jeito. Tenho tudo nesse mundo. Tenho uma vida que posso chamar de boa, pessoas que amo e vivo bem com eles, mas a minha personalidade, apesar de tudo isso que pode ser classificado como bom, ainda me faz chorar. Portanto, louvado seja Deus. Que o meu pranto seja acolhido sem choro’.
Esse é o segredo que é muito difícil de ser percebido e de se tornar claro. As pessoas colocam a elevação espiritual dentro de um padrão que precisa ser vivido, quando ela se consiste em aprender a viver harmonicamente com qualquer forma de existir.
É o amor a si mesmo. Quando se fala nisso, estamos falando em amar-se do jeito que é e não em esperar se mudar para amar-se. No seu caso é amar-se como uma pessoa que chora, que lamenta as coisas, sem lutar contra ser desse jeito.
Isso fica muito claro, como já disse, pela sua narrativa. Diz que é uma pessoa que tem tudo para ser feliz, mas não é. Vem buscando essa felicidade em diversas coisas, inclusive em remédios, e não consegue. Isso só me diz o seguinte: você nasceu para ser do jeito que é e aprender a amar-se sendo dessa forma.
Portanto, se quer um conselho meu, diria: pare de tentar ser diferente do jeito que é. Aprenda a viver consigo do jeito que é. Aceite seu choro, lamento, tristeza, depressão, sem querer deixar de ser da forma como é. Aceite a sua vida como ela foi criada para você. Lhe garanto que na hora que se aceitar do jeito que é, conseguirá ser feliz chorando, se lamentando e se lastimando, mesmo tendo muita coisas que as pessoas chamam de boas.
Agora, será que ao obter a felicidade esse tipo de ser será alterado? Não sei. Isso faz parte do livro da vida, da natureza do ser. Por isso não sei lhe dizer. Agora, sei lhe dizer que apesar de tudo isso, não se contrariará consigo mesmo se amar-se. Não lamentará o jeito que é e não chorará por ser deste jeito.
Fique na paz.

Pai Joaquim

O fundamento das consciências

Cada um vive uma consciência individual, uma realidade individual gerada pela sua mente à partir do conjunto de verdades dela. Esse é o primeiro grande detalhe que pode lhe ajudar a se afastar das criações mentais e conseguir usar o poder da felicidade que tem. Mas, há outros…
Quando a mente gera alguma consciência, ela não se preocupa se ela contém uma verdade verdadeira ou mostra uma realidade real. Deixe-me explicar isso.
A mente quando cria uma consciência o faz fundamentado no egoísmo. Já falamos muito sobre isso, por esse motivo, vou passar rapidamente no assunto.
O que é criar consciências de uma forma egoísta? É criar consciências a partir de um eu e objetivando que esse eu ganhe, tenha o prazer, alcance a fama e receba elogios.
A mente quando vai gerar uma consciência não se preocupa com o certo, com o justo, nem se preocupa em ser fiel ao que ela mesmo acredita. Ela pode gerar realidades que sejam contrárias às coisas que ela mesmo diz que quer, no que ela acredita que seja justo ou certo. A única coisa que ela se preocupa é em ganhar, ter o prazer, alcançar o reconhecimento e receber elogios.
Ela age dessa forma porque o seu objetivo não é apresentar a verdade, apresentar a realidade ao ser, mas estabelecer uma consciência onde ela tire alguma vantagem, ganhe alguma coisa. Essa é a preocupação da mente quando cria uma consciência.
Vou dar um exemplo do que estou falando para entenderem melhor. Quando sua mente cria a consciência de que o outro está falando errado ou que está fazendo algo errado ou que lhe ofendeu, magoou, desmoralizou, ela não está preocupada em saber se o que está criando é verdadeiro ou não. O que ela se preocupa é que essa consciência de alguma forma traga algum ganho para ela mesma. É assim que a mente vive, que cria as consciências que lhes são apresentas.
Se a sua mente está vivendo a consciência de ter sido magoada por alguém, na verdade não foi. Até porque, para saber que foi magoada, ela teria que saber que a outra mente queria lhe magoar. Acho que até hoje não existe uma mente que saiba ler o que outra está pensando. Se isso é verdade, como uma mente pode saber a intencionalidade da outra?
Ninguém consegue saber a intenção do outro ao fazer alguma coisa. Isso a sua mente sabe, mas não leva em consideração ao gerar uma consciência que lhe diga que o outro agiu por esta ou aquela motivação. Ou seja, ela não está preocupada com a realidade, com a verdade, mas sim em gerar uma consciência onde seja afirmado que o outro lhe magoou, que tinha a intenção de lhe magoar.
Para que faz isso? Para justificar a próxima consciência que ela vai lhe dar: reagir àquele momento de tal forma que ganhe do outro. Se a mente não criar neste momento uma justificativa para uma reação no futuro, como ela vai poder obter a sensação da vitória, de ter derrotado o outro? Essa consciência que afirma que o outro lhe atacou, apesar de não conter verdade ou realidade, serve, então, de instrumento para que você viva como real o atacar o outro. Com isso, deixa de usar a paz e a harmonia que possuem dentro de si mesmo.
Essa é a vida de vocês. Essas são as consciências que as suas mentes criam a cada segundo e que vocês chamam de ‘minha vida’.

Pai Joaquim

A vida de cada um

Vamos só falar mais um pouco sobre a mente e depois entramos no assunto de hoje.
Como a mente cria a vida do José, do João, da Maria, da Fátima? Como ela faz para estas personalidades e suas consciências?
Para gerar consciências, a mente trabalha com uma coisa chamada conceito. O que são conceitos? São verdades.
Quando falo em verdades, não estou falando só de palavras, de conhecimentos, de saber coisas. Toda situação que a mente cria é formada a partir de um conjunto conhecido que ela afirma ser verdadeiro. Portanto, cada consciência é formada por coisa conceituais, sejam elas palavras ou ideias.
Você dizem que cada ser humano é um diferente do outro. Que todos os seres humanos são diferentes entre si. Sim, isso é verdade: cada ser humano é uma personalidade diferente de qualquer outra que exista.
Porque isso acontece? Cada um é um porque cada mente, aquela que gera a consciência de ser, possui um conjunto de conceitos diferentes. Se são os conceitos que servem como base para gerar as consciências de ser, estar e fazer e se cada mente possui um conjunto de conceitos diferentes em gênero, número ou grau, isso quer dizer que cada ser humano é uma personalidade diferente do outro.
É por causa desta diferença no conjunto dos conceitos que três, quatro, cinco, mil pessoas veem o mesmo acontecimento e possuem consciências diferentes para o que é percebido.
Aquilo que é visto nada mais é do que um processo mental que determina o valor que está acontecendo, que determina uma consciência sobre a percepção. Como para determinar o valor do que está acontecendo ou seja, gerar consciências, cada mente se baseia no seu conjunto de conceitos, a realidade que é criada não pode ser a mesma para todos os seres. Ou seja, externamente acontece uma determinada movimentação e cada mente gera uma interpretação, ou seja, uma consciência individual, para aquilo que está sendo percebido.
É assim que vocês vivem. A mente de vocês vai trabalhando o tempo inteiro gerando consciências a partir de conceitos individuais e você acredita que está vivendo aquilo, acredita que aquilo é o que está vivendo. Isso porque não consegue se separar da mente.

Pai Joaquim

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Animal Não Sente Dor!


A lei e o amor


A espontaneidade na prática do bem


Chaves do céu

Participante: no evangelho de Jesus, numa conversa com apostolo Pedro, é dito: eu te darei as chaves do reino do céu, e tudo que ligares na terra será ligado no céu e o que desligares da terra será desligado do céu (Mateus 16,13,19). Que chaves Jesus falava no plural? Eram as 7 consciências evolutivas? Que ligação era essa, se o reino do céu encontra-se dentro de nós? Pode falar alguma coisa por favor?
Sim, posso lhe dar uma resposta, mas acho que o que vou falar é fácil de ser compreendida.
Primeiro. Na narrativa existe Jesus, médium do espírito Cristo, o ser crístico falando através de Jesus e o ser humano Pedro, aquele que é apóstolo de Cristo, seguidor do mestre, que é cristão. A partir disso começamos a nossa compreensão pelo fato de que nesta narrativa existe um mestre falando para um seguidor. Existe um mestre passando uma mensagem ao seu seguidor. Só com esta visão a interpretação começa a ser dirigida para um caminho específico.
O mestre diz ao seguidor: eu lhe darei as chaves do reino do céu. O que é o reino dos céus? Não se trata de um lugar físico, mas um estado de espírito. Viver no reino dos céus é viver com o estado de espírito de felicidade plena, pura, incondicional. Portanto, o mestre está dizendo ao discípulo que lhe dará a chave para que entre no reino onde existe a felicidade pura.
Continuando nossa análise, pergunto: para que servem as chaves? Para abrir portas. O que se faz quando se abre uma porta? Se tem acesso à alguma coisa. Por isso, afirmo que a interpretação deste texto nos leva à compreender que o mestre está dizendo ao seu discípulo que lhe dará a forma de acessar ao reino do céu, ao reino da felicidade plena e incondicional.
Qual é o acesso ao mundo da felicidade que Cristo dá aos seus seguidores? Os seus ensinamentos. Cristo disse, eu sou o caminho, a luz e a vida. Não se trata dele fisicamente ou espiritualmente, mas o que ele trouxe, o resultado da missão Jesus Cristo, que é o que está contido no Novo Testamento e nos Evangelhos Apócrifos.
Aí está o segredo dessa conversa que você citou. O mestre está dizendo ao seu seguidor: através dos meus ensinamentos lhe dou acesso ao reino da felicidade pura.
Só que não para por aí. Além disso ele dá um alerta: aquilo que for ligado à Terra, aqui ficará; aquilo que for ligado no céu, ficará lá. Isso é uma coisa que conversaremos com mais calma quando falarmos da consciência crística como uma cadeira da Faculdade Espiritualista de Vida.
Os ensinamentos de Cristo podem ser ligados, usados, com dois objetivos diferentes: com o objetivo material, o objetivo de realizar-se nessa vida, ou o espiritual, de realizar-se no mundo espiritual. Os ensinamentos são acessos ao reino da felicidade plena, mas se liga-los ao mundo material, não conseguirá ter acesso a isso. Neste caso, eles darão acessos apenas a resultados neste mundo. Se liga-los ao mundo espiritual aí sim eles servirão como acesso àquela felicidade.
É isso que está sendo dito neste trecho. Não tem nada a ver com sete consciências ou com corpos. O que Cristo fala tem a ver com acessos, pois chaves abrem portas, dão acessos. Além disso, a ligação, o onde ligar-se, é uma informação de onde se receberá o resultado da utilização dos ensinamentos.
Quem usa os ensinamentos para garantir uma vida material melhor, considerar-se o bom, o caridoso, só conseguirá a fama humana, que é prazer e não felicidade pura. Quem ligar os ensinamentos, a prática deles, a conquistar elementos materiais, como por exemplo fazer novena ou rezar para resolver situações do dia a dia, só receberá coisas terrenas: o prazer de conseguir ou a dor de não conseguir.
É este o recado de Cristo aos seus seguidores. Ele trouxe para estes as chaves para se entrar no reino dos céus, o acesso a ele, mas, cuidado, cristãos, pois se unirem os ensinamentos às coisas terrenas, esta prática de nada valerá para que alcance a felicidade plena.
Espero que tenha lhe respondido. Qualquer coisa estou à sua disposição.
Com as graças de Deus.
Pai Joaquim

Conhecer a lógica da vida

Destas últimas duas coisas que falamos, a força de maya ser inescrutável e não conseguir fazer com que a mente compreenda a necessidade da paz e da harmonia, vem o segundo assunto que quero conversar hoje. Sobre ele já falamos antes, mas com outro nome. Apesar de já termos abordado este tema, ele é algo que vocês não se tocam e que causa muito sofrimento. Ou seja, o que vamos falar agora causa você não usar o seu poder de ser feliz e por isso viver o que a mente cria, a consciência que a mente cria. Estou falando do entendimento da lógica da vida.
A mente, para lhe manter preso à realidade que ela cria, forma ideias que compõem uma lógica para os acontecimentos. Vou dar um exemplo para que vocês entendam o que estou falando.
Você passa na rua e encontra uma pessoa conhecida. Esse amigo, por acaso, passa por você sem cumprimenta-lo. A mente, a partir daí, diz: ‘ora, se aquela pessoa me conhece, se somos amigos e ela passa por mim pela rua e não me cumprimenta, isso quer dizer que está brigada comigo’. Ou seja, a mente explica a vida, dá motivações e realidades ao que está acontecendo. Você, como preso à mente, como achando que é ela, acredita que pensou aquilo.
Que maravilha, a sua mente vai se divertir. Ela vai explorar esta consciência em novas realidades e formações mentais para lhe tirar a paz e harmonia. Ela criará motivos pelos quais aquela pessoa pode estar mal com você. Para isso, vai trabalhar com pesos de certo e errado, bonito e feio, limpo e sujo, arrumado e desarrumado, justo e injusto, obrigatório, não obrigatório, necessário e não necessário, etc. Ela usará todo esse arsenal de armas que extinguem com a sua paz que tem para poder lhe manter afastado da felicidade. Como todas estas declarações, como todas estas consciências que a mente cria veem embutidas com a força de maya, você acredita que elas são reais.
Quantas vezes ao longo deste trabalho uma pessoa me disse que determinado fato está ocorrendo por determinado motivo. Eu sempre respondi que aquela ideia não era real, mas a pessoa insistia: ‘está sim, eu tenho certeza disso’.
Esse é aquele que não usa o poder da felicidade, que se deixa ser levado pelas consciências que a mente cria. Levado por esta consciência, não encontra sua felicidade.
A vida humana não tem lógica, ou pelo menos não tem a lógica que a mente cria para ela. Isso é outra coisa que precisa ficar bem claro. Não há como se saber o porquê das coisas. Não há como se saber o como das coisas, o onde, o ‘o que’?
Aquele que realmente busca a felicidade, que coloca a felicidade na sua vida, não se interroga sobre o porquê das criações mentais. Ele apenas sabe que toda consciência é uma criação mental que não é real, mas que soa como tal por causa da força de maya.
Pai Joaquim

Lógica

Vocês sabem o que é lógica? Vou tentar explicar rapidamente.
Toda lógica se forma com uma série de razões que levam à uma conclusão. No exemplo que demos, passar por uma pessoa na rua que não lhe cumprimenta, temos a seguinte formação lógica:
Passei por uma pessoa na rua;
Esta pessoa é minha amiga;
Ela não me cumprimentou;
Logo, ela está com raiva de mim.
Essa é uma formação lógica. Ela contém afirmações que levam a um conclusão que atenda a tudo que é declarado. Por isso ela é considerada uma conclusão lógica.
Só que quando se estuda a lógica é dito o seguinte: se uma das informações não for verídica, a conclusão não é perfeita. Ou seja, se há um razão que não é real, a lógica obtida com a análise não é uma lógica perfeita. Como todas as informações que a mente usa para formar uma lógica não estão presas a uma realidade real, mas a uma realidade que possa levar a ganhar, a ter o prazer, a ser reconhecido e receber elogios, posso dizer que toda conclusão que ela chega é falsa.
Isso é fundamental para aquele que querem exercer o seu poder de ser feliz. Porque? Porque a sua mente cria ideias de que se você entender porque está sofrendo, será capaz de ser feliz. Se alguém já conseguiu isso, me desculpe, mas acho impossível que isso ocorra. O máximo que essa pessoa pode ter alcançado é ao prazer, ao prazer de ter entendido. Só que neste caso, quem teve o prazer foi a mente e não esta pessoa.
Pai Joaquim

Liberte-se do saber para ser feliz

É preciso se libertar da busca de compreender, de entender, de querer saber.
Comentei a pouco que já tínhamos abordado este segundo tema de hoje anteriormente, o saber, mas quando o fizemos tocamos em outros saberes. Já falamos do saber como um dos assassinos do ser, ou seja, um daqueles que lhe tira a felicidade. Falamos do saber de normas e regras societárias, jurídico, científico, cultural, etc., mas sobre o saber que estamos abordando agora, não falamos naquela hora.
É por isso que ninguém compreendeu que a busca de saber o porquê as cosias acontecem é um suicídio para aquele que quer ser feliz. Saber o que está acontecendo, saber o que está se passando, ter certeza de que as consciências formadas pela mente é composta de algo real, de algo verdadeiro: isso mata o ser. Quem vivencia essas coisas, quem aceita a característica que a força de maya dá aos discursos mentais, jamais exercerá o seu poder de ser feliz.
Como ensinou Krishna, aquele que consegue viver com a felicidade, transita entre as coisas do mundo com cara de bobo: não sabe de nada, não compreende nada, tudo pode ser ou não ser. Esse transita livre, leve e solto pelas coisas do mundo porque não está preso às conclusões que a mente tira.
Só um detalhe. Como acabei de responder, isso é algo interno, é algo entre o ser e a mente, não se espelha nas ações ou nas palavras que são faladas. Por isso, ninguém consegue ver quem vive assim. Não consegue perceber quem vive assim. Esse, por dentro, é livre, leve e solto para suar o seu poder de ser feliz a hora que conseguir se libertar.

Pai Joaquim

O bezerro de ouro

Estou falando isso porque tem um último detalhe que precisamos falar e que vocês ainda não se deram conta, apesar de já ter abordado esta questão algumas vezes.
Na última conversa que gravamos, depois que desligamos a gravação, continuamos por aqui falando sobre Deus. Neste momento me foi dito o seguinte: ‘Joaquim você quer que lutemos contra Deus’. Eu respondi que sim, que meu trabalho é direcionado para que você lute contra Deus.
Sabe porque isso? Porque o seu deus é a sua mente. A sua mente é aquilo que você ama acima de todas as coisas. É aquilo ao qual você dá a causa primária de tudo que vive.
Muitos dizem que querem se aproximar de Deus, mas não entenderam que a sua mente criou um deus, que é ela, e por isso vivem grudados nela, grudados neste deus. São como os judeus que Moisés encontrou adorando o bezerro de ouro quando desceu do monte onde recebeu as tábuas da lei.
As respostas que darei irão ferir o seu deus, Mostrarão que o seu deu não é deus, não é o senhor do universo.
Como é dito na pergunta nove de O Livro dos Espíritos, por mais que uma inteligência seja capaz de fazer alguma coisa, acima dela há sempre uma Inteligência Maior. Essa inteligência maior é a Causa Primária de todas as coisas. Essa Inteligência Maior é aquilo que vocês chamam de Deus. Não é a inteligência menor, ou seja, não é a sua mente que é deus.
Por isso, quem se aproxima de Deus tem que abandonar o bezerro de ouro, aquilo que vocês idolatram que dizem que é o gerador de verdades, aquilo que lhe faz pensar que é autônomo no universo.
Se alguém depois de tudo o que falamos ainda tiver coragem de apresentar as situações onde vocês não conseguem usar o poder de serem felizes, fiquem à vontade. A partir de agora vamos responder tudo o que colocarem, mas usando os critérios que falamos tanto da vez anterior como desta.

Pai Joaquim

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Livre arbítrio e fatalidade


Sobre a queda do asteróide na Terra

Filhos,
Nos dois últimos encontros que tivemos na internet para o estudo Guerreiro da Paz, analisamos uma mensagem que uma moça postou a respeito de uma possível queda de um asteroide na Terra. Para quem não ouviu, devo dizer que não falei se ele ia cair ou não, se o estrago seria grande ou não, se mataria ou não muitas pessoas. Não é esse o objetivo do nosso trabalho e em especial desse estudo. Nele procuramos entender como aquele que prioriza a sua paz interior reage com os acontecimentos do mundo. Foi nesse sentido que analisamos esta mensagem à pedido daquela pessoa.
Nessa análise tratamos de pontos muito importante para aquele que quer manter-se em paz, que quer continuar com a sua paz interior. Falamos da curiosidade que movimenta a mente no sentido de conhecer coisas futuras. Falamos da busca do saber que movimenta a mente à formar verdades absolutas a respeito de notícias do mundo. Falamos, também, a respeito da utilização que a mente dá ao que é conhecido e sabido, ou seja, dissemos que ela usa tudo isso para gerar desejos e para montar um plano para que quando o futuro chegue aquele ser humano tenha uma vitória, ganhe alguma coisa, e não perca nada.
Estes três elementos são muito importantes para o ser humano no sentido do envolvimento com notícias sobre acontecimentos futuros, previsões de futuro. Isso porque quem se deixa levar pela ânsia de conhecer, pela vontade de saber e pela intenção de se prevenir com relação ao futuro acaba perdendo a sua paz no presente.
Perde porque não está atento ao presente, não está vivendo o momento de agora. Por isso não realiza hoje o trabalho para permanecer em paz. Perde, também, a sua paz quando este futuro chegar, pois ele pode não contemplar o plano que foi feito para vive-lo. Assim, lá na frente haverá a contrariedade.
Este é o resumo do que conversamos nas duas últimas semanas. ‘Para que você está nos passando este resumo, Joaquim’, vocês poderiam me perguntar. ‘Porque está fazendo este resumo agora e não fez das conversas anteriores’? Porque essa coisa importante para a existência daquele que quer aproveitar a oportunidade da encarnação irá continuar na próxima semana.
No início do trabalho da próxima quarta, vamos abordar outro tema pedido por outra pessoa que fala de coisas futuras, coisas não ligadas ao aqui e agora. Esse novo tema diz respeito a extraterrestres, abdução, microchip e o livro do Apocalipse. Pelo próprio tema podemos observar que ele diz respeito à coisas que não fazem parte do dia a dia de vocês.
No momento em que estamos neste estudo, décima palestra, conhecer estas três coisas que falamos nas duas últimas semanas é importantíssimo. Por isso estou fazendo este resumo agora. Por causa da importância do que foi falado estou fazendo este resumo para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ouvir aquelas conversas.
Em especial para o espiritualista, ou seja, aquele que acredita haver em si algo além da matéria e quer viver para este algo, a conversa da próxima quarta, além de abordar ainda estes temas, conterá um elemento que é o apego, o interesse, nestas questões que falam de previsão de futuro e de coisas que estão apenas no imaginário humano levam o ser a dispersar-se e fazem ele perder uma grande oportunidade de fazer alguma coisa pela sua existência eterna.
Sei que vocês estranham quando falo que a questão dos extraterrestres fazem parte apenas do imaginário humano, mas isso é real. Se você nunca foi abduzido, se nunca viu um ser de outro planeta, se não tem um microchip implantado, estes temas fazem parte apenas do seu imaginário. Por isso, ter atenção a estas coisas é viver um elemento que os próprios mestres classificaram como algo sem relevância.
Se você foi abduzido, se conhece um extraterrestre, se possui um microchip na cabeça, o trabalho que vamos fazer não serve para você. Neste caso seu trabalho é outro e poderemos posteriormente falar dele. Agora, se você tem apenas notícias dessas coisas é preciso uma atenção redobrada porque existe um perigo funesto no interesse por esses assuntos para aquele que quer aproveitar a sua encarnação.
Então, através desta mensagem convido a todos os espiritualistas a estarem presentes na próxima quarta na sala do Espiritualismo Ecumênico no Paltalk para que voltemos a conversar em como manter a paz frente a este tipo de situações. Mas, mais importante do que isso, convido a todos estarem lá para que compreendam o quanto é nefasta a atenção a esse tipo de assunto, seja extraterreste, abdução, microchip ou o próprio livro Apocalipse da Bíblia.
Espero todos lá.
Que a paz de Deus esteja com todos.
Pai Jaoquim

Você não é quem pensa que é

Voltando à questão de usar o poder da felicidade, pergunto: se é tão fácil, tão simples ser feliz, porque vocês não são? Porque não conseguem se libertar das contrariedades? Porque não conseguem se libertar dos pequenos ou grandes incômodos? Muito simples: porque vivem o que a mente cria.
Esse é um detalhe que precisa ser entendido. Vocês se consideram uma personalidade, uma persona, mas a personalidade que você realmente é não é esta que conhece. A sua verdadeira personalidade tem muito pouco a ver com a personalidade que hoje, durante a vida humana, acredita ser.
Alguns chamam a sua verdadeira personalidade de eu superior, de espírito ou alma. Não importa o nome. O importante é saber que há uma personalidade que não é aquela que você acha que é. Aquele que acha que é, que conhece e reconhece como você, é um elemento produzido pela sua mente. Vou falar rapidamente sobre esta questão.
Vamos dizer que você se considera uma personalidade que possui o nome de José. Acredita ser uma pessoa que possui determinado padrão emocional e determinado padrão mental que vivencia uma determinada história.
Isso não é real, isso não verdadeiro, esse não é você. Tudo isso é uma criação da sua mente. Aquele padrão emocional, mental e aquelas histórias não é sua, não foram criadas e nem vividas por você. Quem criou e vive tudo isso é a sua mente.
Porque digo isso? Vamos tentar entender?
Ao longo dos últimos quinze anos só falamos de mente. Portanto, existe muito material à disposição de vocês. Por este motivo não vou falar profundamente sobre determinados assuntos relativos à mente. Se quiserem, este material está disponível. De qualquer maneira, algumas noções sobre ela temos que citar neste trabalho.
O que é uma mente? Já fizemos esta definição: a mente é um geradora de consciências. Mente é um elemento que tem a capacidade de gerar consciências.
O que é uma consciência? Tudo que você sabe, que vê, que sente, que percebe. Tudo aquilo que você vive como sendo um eu ou como ser, estar ou fazer alguma coisa, não é vivido por você, mas trata-se de uma consciência gerada por uma mente.
Por exemplo. Aqui neste momento existem dois seres humanos. Eles acham que estão aqui, mas isso é irreal. Eles não estão aqui. Eles estão recebendo através da mente a consciência de estar. A ideia de estar. Esse conhecimento é fundamental para aquele que quer usar o poder da felicidade.
Como disse, o poder de ser feliz é íntimo do ser. O poder de gerar felicidade, paz e harmonia para si mesmo, é íntimo do ser. Portanto, não pode estar na mente. Se mente é um gerador de consciências e se ela não tem a paz e harmonia em si, as consciências que gera não possuem paz e harmonia.
Esse é o primeiro detalhe que aqueles que pretendem gerar felicidade para si precisam entender. Tudo que é gerado pela mente não possui a felicidade. Porque? Porque a mente não é um ser. Ela é um elemento e não um ser e por isso não possui felicidade para viver.
Eis aí o primeiro motivo pelo qual vocês não conseguem viver a felicidade, gerar felicidade para si mesmo: porque se confundem com a mente. Porque acreditam que são o que a mente diz que são. Acreditam que estão vivendo aquilo que a mente diz que estão vivendo. Acompanham as consciências geradas pela mente. Por estes motivos não conseguem colocar paz e harmonia na vida de vocês.
Esse é o primeiro elemento que temos que ter em consciência. Se seguimos a mente, nunca encontraremos a paz, a harmonia e a felicidade. Para realmente poder viver feliz, é necessário que você compreenda que todas as consciências com as quais convive não são você nem a sua vida, mas apenas uma criação mental, uma posição do mundo mental.

Pai Joaquim

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Palestra sobre espiritualidade - Memória


Eu e Deus somos UM


O PODER DA FELICIDADE – PORQUE VOCÊ SOFRE

A força de maya
Se pensarmos humanamente, dizer o que já dissemos até aqui já traria todos os elementos para você trabalhar por sua paz, mas isso não é verdade. Tudo o que falamos até agora não é novidade para os que já me ouviram bastante vezes. Vocês sabem que falo isso há quinze anos e, mesmo assim, continuam a não ser felizes. Continuam deixando-se levar pelas consciências geradas pela mente, imaginando que estão sendo felizes, quando não estão.
Tendo esta consciência, vocês me diriam: ‘então, o que preciso saber mais para poder colocar a felicidade na prática’? Já falei muito sobre isso, já usei muitos argumentos para que isso acontecesse e, como disse antes, está tudo disponível. Se forem lá consultar encontrarão uma série de fatores que precisam se atentar para poder viver em felicidade.
Como estes argumentos já foram transmitidos, não vou repeti-los. No entanto, hoje quero, neste estudo, abordar dois temas à respeito da felicidade que anteriormente passamos por alto, que nós falamos muito. É sobre esses aspectos que vamos conversar agora.
O primeiro elemento que precisamos conversar hoje vem de um ensinamento de Krishna e Buda. Eles dizem: tudo é maya, tudo é ilusão.
Maya é uma palavra hindu que significa ilusão. Ela é usada por estes dois mestres orientais para falar da vida humana, das realidades vivenciadas pelos seres humanizados.
Sim, tudo, toda consciência criada pela mente humana é uma ilusão. Tudo o que é vivido como real, como realidade é apenas uma ilusão…
‘Só saber disso, Joaquim, já basta para me fazer feliz’, vocês diriam. Não, só saber não basta.
Aqueles que ainda acreditam no poder do saber imaginaram que quando me ouviram falar dessa força eram capazes de se libertarem de tudo, mas não conseguiram. Porque? Porque maya é muito mais do a simples ilusão. Maya é uma força que vem junto com os processos mentais ou pensamentos que confere ao que é pensado, ao que é conscientizado, o poder de realidade.
Você dificilmente escapa de viver como real aquilo que sua mente cria porque junto com a criação mental existe o poder de maya, o poder que confere ao que você está vivendo a força de real, de realidade. Essa é a realidade.
Lembro que quando falei isso uma vez, uma pessoa me disse assim: ‘se eu colocar a mão na vela, vai queimar e essa queimadura não será ilusória’. É sim: trata-se de uma ilusão criada pela mente. A queimadura é uma ilusão.
Aí vocês em diriam: ‘mas, dói’. Não, a dor é uma ilusão criada pela mente.
Sim, toda dor é uma ilusão criada pela mente. É como no caso da pessoa que sente coceira na perna amputada. Se a perna não está mais lá, como ela pode coçar?
Mas, vocês não conseguem entender isso, não conseguem imaginar que a dor é uma ilusão. Porque? Porque a dor que a mente cria tem o poder de ser real, de ser realidade. Por isso vocês, como estão apegados à mente achando que é você que está sentindo-a, vai vive-la.
Essa é a força de maya. Ela confere realidade às coisas. Ela tem o poder de conferir a ideia de ser real. Justamente por causa dessa força, por causa dessa característica é que vocês, quando a mente cria a consciência de ter sido magoado, por exemplo, não se libertam da emoção da mágoa.
Ora, se você tem sente frio, sente calor, queimar e dor físicas, que são criações mentais, obviamente a ideia de ter sio magoado também será tratada como real. Por isso digo que a força de maya é o grande entrave para a sua felicidade.
Apesar de saber que a felicidade está em você, que ninguém pode dá-la e que ninguém pode toma-la, não consegue viver com ela, pois ela não está presente nas criações da mente. Como só o que a mente afirma existir existe para você, não consegue viver feliz.
Não existe uma criação de maya no sentido de dar realidade à vivência da felicidade. Como para a mente só é real o que ela cria, pois a força de maya lhe dá esta ideia, a felicidade, para você, não existe.
Essa questão da força de maya fica muito bem clara quando vemos uma história de Krishna. Nela, o Sublime Senhor está andando no deserto com um discípulo quando diz que está com sede. O discípulo afasta-se, então, para pegar um copo de água no rio.
Chegando à beira do rio, vê uma tribo do outro lado. Vê, também, uma mulher muito bonita. Ele atravessa o rio e vive na tribo. Pede a mão da mulher muito bonita. Casa com ela e tem dois filhos – no período normal de gestações, nove meses cada.
Participa de muitas plantações e colheitas, ou seja, vive diversos anos junto com a tribo, até que um dia chove muito e o rio transborda. Com o alagamento do rio a sua mulher e os seus filhos morrem.
O discípulo, então, entra em estado de depressão por ter perdido sua mulher e seus filhos. Neste momento ouve Krishna dizendo: continuo com sede. Ou seja nada do que viveu foi real, mas para ele era.
Foi a força de maya que deu a entender que tudo aquilo era real. Foi a força de maya que deu a entender que se passou todo aquele tempo. No entanto, ele viveu apenas alguns momentos onde estava enchendo o copo de água no rio.
É isso que acontece com vocês. Vocês vivem as ilusões de consciências que a mente cria como se fossem real, como se fossem realidade. No entanto, estão apenas parados por um instante num só lugar, sem viver nada do que está acontecendo.
É essa consciência que pode lhe ajudar a realmente usar o seu poder de felicidade: negar o valor de real ou de realidade à consciência que a mente cria. Não adianta e nem resolve querer mudar a mente, ou seja, querer que ela crie situações com paz e harmonia. Mesmo que ela crie, mesmo que saiba que tem que criar, fará essa busca presa ao egoísmo, ao ter que ganhar, preso a ter o prazer, a conseguir a fama e o reconhecimento.
Isso fica muito claro, muito bem provado, quando muitas pessoas me dizem o seguinte: ‘Joaquim eu coloco em prática o que você fala. Tento ajudar os outros, tento me melhorar, mas minha vida não mudou em nada. Não melhorou em nada’. Este é aquele que diz que quer ser feliz, mas, ainda preso a mente, necessita de coisas, posses, para ser feliz.
Esse é o aspecto principal pelo qual não conseguem ser felizes: aquele que consegue ser feliz, consegue viver em felicidade, não muda a sua vida. A mente do ser feliz continuará criando realidade explorando o egoísmo e vai gerar a ideia de que ele não está ganhando, está tendo o desprazer, não está sendo reconhecido pelo que faz e nem elogiado. Ela nunca elogia o ser que usa o seu poder de ser feliz por ter feito alguma coisa pelos outros.
Portanto, aquele que quer usa o poder de ser feliz, não se preocupa em ensinar à mente, não se preocupa em gerar situações. Ele se ocupa o tempo inteiro em retirar o valor de real das consciências geradas por ela. Só isso.
Exercer o poder de ser feliz é agir junto a mente humana libertando-se da força de maya, libertando-se da sensação de realidade daquilo que está acontecendo, daquilo que a mente está dizendo que está acontecendo.

Pai Joaquim

Conhecer a força de maya

Antes de acabar o assunto maya, só um lembrete. Krishna chama a força de maya de inescrutável, não investigável, afirma que ela não pode ser compreendida. Portanto, antes que vocês, levados por suas mentes, comecem a me perguntar o que é a força de maya, lhes digo que não há como compreenderem.
O que podem saber é que ela é um poder que confere à consciência a característica de real. Mais do que isso, não há capacidade de compreensão por parte de vocês.
Participante: algum mestre conseguiu dominar esta força?
Todos os mestres e alguns enviados.
Mestres são os cinco que já falamos. Eles e alguns enviados já conseguiram dominar esta força.
Fizeram isso o tempo inteiro? Não.
Transpareceram que conseguiram dominá-la? Não, pois este domínio é processo interno, mundo interno.
Tanto a felicidade quanto a ilusão de viver uma realidade que não é real faz parte do mundo interno. É entre você e sua mente e por isso não há como expressá-las externamente. Qualquer expressão será gerada pela mente e não por você. Por isso, não há como se observar uma expressão externa de que eles tenham conseguido.
Então, lhe respondendo, digo muitos conseguiram sim. Todo tempo? Não. Algumas vezes eles deixaram se levar pela força de maya.
Agora, eu diria que se hoje você consegue colocar em prática um minuto por dia, muitos já colocaram em prática o ensinamento por cinco ou seis horas.
Participante: é possível que nós que temos os ensinamentos possamos aumentar nosso tempo de um minuto para meia hora de libertação?
Sim, podem, mas com a certeza que não vai conseguir o tempo inteiro.
Vem, ainda, se lembrar que na hora que as coisas estão acontecendo, no momento do acontecimento, você não conseguirá. Neste momento é apenas mente falando. O trabalho tem que ser realizado posteriormente. Ele precisa ser realizado na hora que você medita, na hora que está pensando sobre o que foi pensado.
Qual o resultado disso? Uma vida em paz e harmonia, mesmo que os acontecimentos não estejam em paz e harmonia.
Participante: existem acontecimentos em paz e harmonia?
Sim, existem. Existem acontecimentos onde a mente ganha e diz que houve paz e harmonia.
Um exemplo disso é quando a criação mental faz o outro lhe dizer que você está certo. Neste momento, ela não lhe dá armas para guerrear com o outro e o harmoniza com ele. Só que na verdade ela não está usando paz e harmonia, mas sim a vitória. Ela trabalha, mesmo que inconscientemente, com a ideia de que venceu o debate e vai lhe fazer viver essa ideia de superioridade.
Na verdade, não houve felicidade, mas sim a satisfação de ter sido considerado certo. Ela interpreta essa postura como paz e harmonia, mas não é.

Pai Joaquim

Carma Yoga – Palestra

Escute aqui: http://meeu.org/carma-yoga/

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Extraterrrestres e guerra mundial


Novo mundo e colapso do velho


Prova Final


Ninguém vive a vida

Aquele que age de determinada forma não é você nem ninguém: é a vida. A vida é que age dessa ou daquela forma, não você. Este é um detalhe que precisam entender.
Vocês – eu não vou falar que não existe, porque pensam um coisa diferente desta afirmação – mas vocês vivem e são uma vida. Tudo que atribui a você é a própria vida. Não é você que vive a vida, mas ela que vive a si mesmo.
Por exemplo: você veio até aqui hoje?
Participante: não, a vida veio para cá …
Não: a vida foi vir para cá. Ela não vai para lá ou para cá: ela é o transcorrer do que acontece. O que acontece é a vida. Por isso, afirmo que a vida não veio, mas foi o vir.
Participante: ela é o que acontece …
Ela é o que acontece.
Você chegou aqui e o meu médium incorporou para conversarmos? Não, ele não fez isso. Isso é vida. Foi a vida que se dispôs a trabalhar mediunicamente para que pudéssemos estar conversando.
Nada do que acontece nesta vida tem agente da ação. Isso é uma coisa que precisamos conversar. Isso porque se esta ideia não ficar bem clara, você não conseguirá sair desta agonia que vive há anos.
Acabar com a agonia que vive, é o motivo pelo qual estamos conversando, mas há outro. Quero conversar também no sentido de que ajude os outros a saírem das suas agonias, principalmente as pessoas da comunidade espiritualista que você frequenta.
Por isso, vamos fala do seu problema, mas quero conversar muito mais do que isso. Foi por isso que nem lhe deixei dizer qual o seu problema. Quero aproveitar o nosso encontro para falar de uma forma mais profunda do que apenas tentar lhe ajudar a resolver uma questão que lhe aflige. E quero começar justamente por aqui: entender o que é vida.
Vida é o que acontece. Ninguém vive a vida: ela é o que acontece. Estou falando em viver no sentido de praticar ações. Não importa o que aconteça.
Participante: coisas acontecem. Isso é a vida.
Isso. O que acontece é a própria vida.
Então veja, você almoçou hoje? Não, a sua vida foi comer. Não foi você que escolheu a comida, nem cozinhou. Não foi você que colocou no prato, recolheu com o garfo e colocou na boca. Não foi você quem mastigou nem sentiu o sabor. Tudo isso foi a sua vida que fez.
Esse é o primeiro aspecto que é preciso ser entendido. Você dormiu ontem? Não, a vida foi dormir. É isso que vocês precisam entender: não importa o que imaginam que fazem, tudo que acontece é a própria vida.
Não há ação numa vida: ela é a ação que você vê acontecer.
Participante: é o filme que está passando na tela que eu estou olhando.
Perfeito. Isso é fundamental para você entender um coisa: entender que não faz ou deixa de fazer alguma coisa. A vida é e se ela está programada desde antes do nascimento, ela é o que vai acontecer.

Pai Joaquim

Será que vale a pena ter paz?

Tudo em paz?
Participante: depende do que é paz …
Isso. O que é paz para você?
Participante: humanamente falando é quando não tem nada de ruim acontecendo com a gente.
Quando está tudo bom.
Isso é paz para vocês. Quando está tudo bom, ou seja, está acontecendo tudo o que querem, vocês estão em paz. Por isso nunca têm paz.
Por mais que a vida lhes dê o que querem, ela nunca dará tudo o que almejam. Por isso jamais terão paz. Mais: se ela der um monte de coisas vocês começam a cobrar mais dela.
Portanto, mais do que não ter a paz, vocês não querem tê-la. Essa é a primeira coisa que precisam entender: vocês não querem ter paz. Isso é importante de se ter consciência porque senão ficam se iludindo achando que é interessante ter paz, quando não é.
Ter paz é muitas vezes, por exemplo, aprender a engolir sapo. É muitas vezes aprender a perder, a não ganhar, a abrir mão. É isso que precisam pensar: será que realmente vocês querem encontrar a paz?
Participante: pelo que o senhor está falando, acho que não. Nós sempre estamos buscando uma forma de contrariar o que está acontecendo ou de acrescentar mais do que temos.
Mas, pense mais: será que é interessante você ter paz? Esta é uma pergunta que faço para começarmos nossa conversa.
Tenho alertado vocês constantemente sobre a busca que fazem. Dizem que estão buscando a elevação espiritual, o aproveitar a encarnação, mas, na realidade, não sabem o que estão buscando. Pode ser que encontrem o que estão buscando e quando isso acontecer se decepcionem.
Por isso oriento que tentem compreender bem cada coisa que buscam, para só depois poder se comprometer com a procura.
Participante: isso é verdade. Eu só posso falar por mim, mas realmente não sei o que estou buscando.
Eu diria que você sabe o que está buscando, mas não tem ideia do que é o que procura.
Você está buscando uma vida melhor, o que chamam de paz, mas não sabe o que encontrará. Buscam a felicidade, mas não sabem o que é isso; buscam a paz, mas não a conhecem. Aí fica difícil.

Pai Joaquim

A origem do problema

Dito isso, estou à sua disposição.
Participante: eu nem sei porque vim aqui. Depois de tudo o que o senhor já nos falou, nem sei o que perguntar.
Você sabe sim. Acho que veio porque perdeu a paz.
Participante: mas, eu acho que não tenho essa paz há muito tempo. Aliás, acho que nunca a achei. Como posso perder algo que nunca achei?
Você achou que poderia achar a paz. Só que de repente perdeu aquilo que poderia lhe ajudar a encontrar. Neste momento, se desarmonizou, se desarticulou e ficou perdido.
Então, me conte o seu problema para podermos conversar.
Participante: eu tenho um problema muito grande. Diria que ele é o meu calcanhar de Aquiles. Não é nada que aconteceu agora, mas algo que carrego comigo a vida inteira.
Você nem precisa me contar qual o seu problema. A solução é sempre a mesma, pouco importando qual seja o assunto.
Para começar a lhe ajudar, pergunto: porque este problema lhe aflige tanto?
Participante: por causa do desejo de não fazer o que faço.
Será que é por isso mesmo? Vamos conversar.
De onde nasceu o desejo de não fazer o que você faz? O que é esse desejo que você tem?
Participante: é a programação que foi feita antes da encarnação para eu vencer.
Certo, é a programação feita antes da encarnação. Até aqui, você está perfeito. Mas, eu pergunto: esse desejo nasceu de você?
Participante: o que nasce de mim mesmo? Pelo que estudamos nada nasce de nós depois de encarnados.
Perfeito. É isso que eu quero que você se atente.
É você que tem o desejo de agir de forma diferente?
Participante: não …
Porque, então, você acredita que tenha esse desejo?
Participante: porque estou comprando a ideia que o ego cria.
Perfeito. O ego está lhe dando esse desejo em forma de ideia, mas está fazendo isso fundamentando-a em alguma coisa. Em que ele está se fundamentando?
Participante: no mundo humano, na vida humana, nas sociedade humana.
Sim, tudo isso é certo, mas tem mais coisa: na aprovação da sociedade. Ele fundamenta a ideia de que deve agir de forma diferente na aprovação da sociedade dos outros seres.
O desejo de agir de forma diferente está fundamentado na ideia de que se continuar fazendo o que faz, será considerado um elemento errado. Que é feio, que essa forma de agir não é a certa, que não é normal.
Portanto, repare numa coisa: este desejo não tem nada a ver com você. Não é você quem tem o desejo de agir diferente, nem ele surgiu por conta de uma verdade sua, de uma certeza que você tenha.
Não tendo nada a ver com você, em que está fundamentado o seu desejo? Nas quatro âncoras. Está preso à vontade de ganhar e o medo de perder, a vontade de ter o prazer e o medo do desprazer, a busca da fama e medo da infâmia, a busca do elogio e o medo da crítica.
É aqui que mora todo o seu problema. É a partir da utilização destas quatro coisas que tudo é gerado na sua vida. Sendo assim, todos os seus problemas tem origem aqui.
Pai Joaquim