segunda-feira, 29 de junho de 2015

Cada um tem o direito de fazer o que quer?

Participante: Se cada um tem o direito de fazer o que quer, até se suicidar como o senhor disse, e não temos que interferir, lhe pergunto: o que vocês estão fazendo aqui conosco?
Nós estamos mostrando os dois caminhos que existem e informando que vocês têm o direito de optar entre um e outro.
Isso eu posso fazer. Agora, jamais lhe direi qual o melhor caminho para você. Por isso, também, não posso lhe criticar por tomar esse ou aquele caminho.
O que posso fazer é lhe dizer que se virar à esquerda pode alcançar isso, se virar à direita alcançará aquilo. Agora, a decisão para onde vai virar é sua. Ninguém pode interferir nela, nem Deus.
Se você optar pela esquerda, que na Bíblia é considerado o lado errado, eu posso continuar lhe ajudando a ir para a direita, mas não posso lhe arrancar da esquerda e colocar na direita. Também não posso lhe criticar porque escolheu a esquerda.
Participante: Para nós que estamos na condição humana é meio complicado fazer o que o senhor está falando, porque a partir do momento que eu queira mostrar os caminhos para uma pessoa, já estou julgando.
Perfeito.
Participante: Se quero mostrar a uma pessoa o caminho da direita, isso quer dizer que já estou julgando que ela está indo para a esquerda. Isso é difícil…
Esta é a diferença entre eu e vocês. Vocês querem mostrar o caminho da direita para quem está na esquerda porque julgam que o caminho que ela está trilhando está errado. Eu não mostro apenas um caminho que digo ser certo, mas os dois ao mesmo tempo. Esta é a diferença…
Vou dar um exemplo prático na vida de vocês. Quando vocês se defrontam com uma criança que tem poucas posses, querem logo induzi-la a caminhar pela direita, ou seja, querem que ela viva uma vida honesta. Fazem isso porque consideram essa vida a certa e a outra a errada. Eu não faço isso.
Para esta mesma criança diria: ‘você tem duas opções; pode se transformar num bandido ou pode aprender a viver com o que tem sendo feliz. Se for pelo caminho do crime pode alcançar isso, aquilo ou aquilo outro; se ficar no outro caminho pode alcançar isso, aquilo e aquilo outro’. Tudo isso sem julgar se um caminho é certo e bom e o outro errado e feio. É só isso que eu faço.
Agindo desta forma, mostro os dois caminhos, mas sem julgar. Quando não determino que um caminho é certo ou melhor e o outro errado e pior, não julgo.
Isso vocês podem fazer, mas o problema é que quando fazem isso querem sempre dizer que existe um caminho melhor do que o outro ao invés de simplesmente apontar caminhos.
Participante: Mas, o senhor julgou os caminhos, porque disse que em um a criança se transformaria em um bandido.
Não julguei porque o pejorativo da palavra bandido está em você e não em mim.
A palavra em si não tem possui nenhuma conotação, ela não tem valor: é você que dá valor a ela. Por isso ao apontar o destino de um dos caminhos como ser um bandido, não qualifiquei este destino como errado ou ruim.
Repare bem: se esta pessoa já vivesse no meio de criminosos ou se gostasse deste meio, a chamar bandido seria motivo de orgulho e não um valor pejorativo. Ela sentiria orgulho em ser bandido.
Sendo assim, o pejorativo do termo bandido, dizer que uma pessoa qualificada assim é ofendida, está dentro de você e não no próprio termo. Para quem gosta desta vida é motivo de orgulho. Ele bateria nos peitos e diria com orgulho que é um bandido, que já matou mais de vinte pessoas.
Então, a palavra não tem o valor que você dá a ela. Sendo assim, eu não me utilizei de critérios bons ou maus quando da figurativa orientação que criei acima.
Agora, você não poderia dar a mesma orientação, pois para você bandido não presta. Por isso, quando fizesse tal orientação, esta conotação estaria presente e tal orientação seria sim um julgamento. Mas, eu não falei isso. Eu disse que ele ia se transformar num bandido, mas não quis dizer que aquilo era bom ou mal.

Pai Joaquim

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