quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Arjuna

Arjuna perguntou:

36 – Oh, Krishna! (ou Varsneya, descendente dos Vrishni), que po¬der é esse que impele um homem a pecar, mesmo contra a sua própria vontade, como se obrigado por uma força?

O Bendito Senhor disse:

37 - É o desejo, é a ira, nascidos da qualidade rajásica (ou ativa) da "Prakriti" (mente-matéria ou psicofisicalidade). O desejo é como uma fome insaciável e a ira que se levanta quando ele se frustra é muito pecaminosa. Neste mundo considera isso como teu pior inimigo. (O desejo e a cólera são inseparáveis; a cólera se levanta quando um desejo é obstaculizado)

O que lhe impulsiona fazer pecados? Pecado é tudo o que você faz com sofrimento, tudo que faz contra Deus, quando não ama a Deus acima de todas as coisas, ou seja, tem intencionalidade. O que lhe impulsiona a agir com intencionalidade é a paixão, o desejo, a vontade. E o que é isso? É o individualismo, o egoísmo... Egoísmo: é isso que impulsiona vocês. 

Os humanos são pecadores porque vivem para satisfazer seus desejos, suas vontades, suas intencionalidades próprias. Pergunto: alguém conscientemente faria alguma coisa que lhe prejudicasse?
Participante: Não, por minha vontade não. Busco seguir minhas vontades, e muitas vezes alcanço o prazer, mas logo em seguida vem o prejuízo...

Sim, tem que vir o prejuízo porque já teve o lucro: o prazer...

Mas, insisto: alguém faria conscientemente algo que lhe prejudicasse se isso não lhe trouxer algum lucro? Por exemplo: uma pessoa pergunta quem escreveu determinada coisa errada. Se sabe que foi você e sabe ainda que respondendo sim será prejudicado, se entregaria? É claro que não... Enquanto a pressão não for muito grande ninguém se entrega, não é mesmo? Por quê? Porque ninguém quer perder nada, de jeito algum.
A força que impera no ser humano e o faz pecar é a vontade de ganhar sempre. É a intencionalidade, o individualismo, o lucro individual, o prazer, a fama, o elogio. É isso que impulsiona os seres humanos a pecar. Muitos vão a centros, igrejas e templos e ouvem belas palavras sobre a vida dirigida para alcançar o bem celeste. Saem dali convictos de que o que foi ouvido é importante e prometem a si mesmo que a partir do dia seguinte vão colocar em prática o ensinamento... Mas, na primeira oportunidade onde eles possam perder alguma coisa, esquecem o que ouviram e agem egoisticamente. 

Isso ocorre porque o sentimento de buscar o bem celeste é envolvido pela prakriti, pela lógica do raciocínio. Os gunas criam uma historia para justificar o seu individualismo e você acredita nela. Por exemplo, eles dizem: 'se aquela pessoa faz o que quer, então eu vou fazer o que quero também'; 'não posso aceitar que alguém passe por cima de mim (me contrarie), porque eu sei que estou certo'. As idéias que os gunas criam estão sempre voltadas para criar uma defesa do eu material, do ego. Por causa disso eles não lhe deixam ser apontado como errado. Mesmo que você tenha errado, os gunas inventam idéias alternativas que afirmem que você não é o errado.

Mas, se errou, qual é o problema de alguém saber que fez errado? O problema é que amanhã vão lhe criticar, você pode perder a sua fama (ser considerado o certo) e você vai sofrer com isso. Por isso parecem válidas e certas as idéias que justificam sua ação. Você prefere acreditar nelas porque elas não lhe levam a perder, ter desprazer, receber a infâmia nem a crítica. Elas mantêm para você mesmo a ver-se como bonzinho, maravilhoso e com isso não assume a culpa. 

Saiba de uma coisa: o lhe impele a pecar o individualismo. Você quer ganhar sempre e o mundo que se dane. Enquanto houver o desejo, ou seja, a condição para ser feliz, você vai sofrerá. Deste sofrimento nascerá a frustração, a desilusão. Como o sofrimento, a frustração e a desilusão são ações contra Deus, enquanto houver padrões, desejos e vontades, você vai pecar . 

Portanto, não adianta nada dizer que a partir de hoje não vai ter mais raiva, que não vai ser mais nervoso, que não vai mais ficar estressado. Vai ficar porque não cortou o mal pela raiz: o desejo. É do desejo que vem a ação silenciosa e implacável da necessidade de que os acontecimentos estejam dentro dos seus padrões de certo e bom. Permanecendo o desejo de nada adianta ter boa vontade, pois não chegará a lugar nenhum. O pecar, ou seja, o sofrer é conseqüência natural de se ter desejos...

O caminho para não mais pecar, então, é libertar-se dos desejos. Mas, o que é o desejo se não uma intencionalidade? Tudo que você faz porque quer é porque deseja o resultado; tudo que faz porque gosta é porque deseja o resultado. Sendo assim, é preciso eliminar o mal pela raiz: é preciso cortar os desejos. A partir do momento que não houver mais desejos, a felicidade estará sempre presente...

De nada adianta lutar contra o que o outro está fazendo. O que precisa é lutar contra o que você esperava que o outro fizesse. É isso que poderá levar você à consciência

Quem é você?

Quem é você? Grande pergunta, não? Os seres humanizados convivem consigo mesmo durante décadas e nem sabem que são.

A resposta mais comum a esta pergunta para aqueles que são espiritualistas é definir-se como espíritos. No entanto, para estes tenho uma série de perguntas que desmentirão esta visão de si mesmo.
Por exemplo: onde você acredita que nasceu?

Participante: Eu ou o espírito?

Você, no que você acredita, o que é real para você agora: é isso que estou perguntando. De nada adianta filosofarmos sobre o assunto mostrando toda a cultura espiritual que já adquirimos e responder através do conhecimento cultural, pois esta forma de proceder não nos deixará chegar à compreensão alguma.
Que adianta me responder que o espírito nasceu no Universo e é gerado por Deus se agora, neste momento, você não vive com esta Realidade? Nós somos o que somos no dia a dia e não aquilo que acreditamos ser. Somos as verdades com as quais convivemos sobre nós mesmos no cotidiano e não aquilo que culturalmente conhecemos.

Qual a sua realidade hoje? O que acredita sobre você hoje? Que é mulher ou homem, casada(o) ou solteira(o), que tem tantos anos de idade, que tem como pai e mãe determinados seres humanizados, que nasceu em uma cidade específica. 

As respostas a estas perguntas formam um conjunto de verdade que acredita ser você, pois são eles que determinam a sua identidade atualmente e não aquilo que culturalmente diz ser.

Mas, nada disso que crê ser você mesmo é do espírito, do mundo espiritual. Tudo isto pertence à materialidade, à vida humana. Portanto, me responder que você é um espírito de nada vale para o conhecimento da Realidade e em nada ajuda no aprendizado do controle da sua mente como instrumento da elevação espiritual. 

Volto, portanto à minha pergunta: quem é você hoje? Com certeza não é um espírito porque nas suas Verdades e Realidades não há nada de espiritual. 

Eu diria o seguinte sobre você ou qualquer outro ser humanizado: você é um espírito, mas está um ser humano e aquilo que está é o que é.

Este conhecimento é importante para que não se viva a ilusão (maya) de que se pode agir espiritualmente enquanto estiver humanizado. Enquanto não assumir o que está, mas que não é, como se mudar?
De nada adianta para um ser humanizado que busca a Deus dizer que é um espírito enquanto estiver humanizado, pois desta forma imaginará que já promoveu a reforma interior apenas por conhecer uma Verdade. Enquanto a sua realidade não se alterar, a verdade existente é apenas cultura inútil, palavra sem obra. 

Para que você possa responder com convicção sou um espírito é preciso estar espírito.
Participante: Quer dizer que enquanto eu estiver encarnada não poderei ser um espírito?
Não foi isso que disse. Não é enquanto você estiver encarnada que não poderá viver espiritualmente, mas sim enquanto estiver submissa as verdades sobre si mesmo que possui hoje e que determinam a sua identidade e a realidade em que vive .

O que é um ser humanizado? É um espírito que está com a sua consciência espiritual encoberta pelo que foi chamado de “véu do esquecimento” e no lugar desta é guiado por um ego, uma mente temporária criada para uma encarnação. 

Nota: Aqui o termo “consciência” é usado como conjunto de verdades. Portanto, a consciência espiritual é um conjunto de Verdades espirituais e o ego ou mente um conjunto de verdades ilusórias e temporárias criadas com uma finalidade específica.

O que determina, portanto, a humanização (ou período chamado de encarnação) não é a carne, mas as verdades que o ser espiritual utiliza para reconhecer a si e ao mundo em que vive.
Estas verdades não são geradas pela carne, mas sim pelo ego. Por isso posso afirmar que o determina o período de existência chamado de encarnação não é aquele que o ser universal permanece ligado a uma massa carnal, mas aquele que permanece subjugado pelo ego.

Quem consegue promover a reforma íntima libertando-se da ação do ego tornando-se “senhor da mente”, não sai da carne (continua vivendo ligado a esta massa densa), mas pode voltar à sua Realidade (ser espírito). Com isto será e estará espírito e nada mais restará da humanização e a encarnação (oportunidade dada por Deus para a elevação espiritual) acabará, sem que para isto precise “morrer”.

Baseado nesta Verdade do Universo, eu posso afirmar que existem espíritos encarnados e seres universais humanizados em todos os recantos do universo e em todas as “dimensões espirituais”. Assim como existem seres universais ligados à matéria densa libertos da ação do ego, também há espíritos que se desligam da carne mas continuam submissos ao ego e, portanto, ainda estão humanizados apesar de não serem mais reconhecidos como “seres humanos”

Participante: Um exemplo de espírito fora da carne, mas preso a um ego humano?

Os chamados “fantasmas”. Eles ainda acreditam nas verdades genéricas do ego (seu nome, suas posses, sua família) e vivem dentro dessa realidade sem ao menos se dar conta de que não estão mais presentes na vida material.

Ele é o mesmo ser humano que foi durante o período que estava ligado à matéria densa: só que não tem mais a carne. A humanidade não mais os considera humanos, mas são, porque ainda possuem a mesma identidade transitória criada pelo ego com a qual viveram enquanto encarnados.
A encarnação, portanto, não é determinada por ligar-se à carne, mas sim por assumir uma identidade humana e, com isso, deixar a Realidade espiritual. 

Respondendo à sua pergunta, então, a identidade espiritual pode ser vivenciada sem que para isso seja preciso desencarnar.

Quanto à minha pergunta anterior (quem é você) afirmo que todos os habitantes do orbe terrestre na massa densa são espíritos, mas estão humanizados. Se a humanização, como já descobrimos, não é ditada pela carne em si, afirmo: você não é o espírito e nem a carne, mas um ser universal humanizado. 

Joaquim de Aruanda

Posses, paixões e desejos

Participante: durante o desenrolar da mudança não podemos ir aos poucos desligando-nos das posses, paixões e desejos?

Hipoteticamente até poderia, mas se pudessem fazer isso a partir de agora pergunto: porque ainda não fizeram? Se já houvesse feito o eixo de sua existência seria outro e não passaria pelo processo de mudança deste.

Não sei se vocês perceberam, mas não estou falando nada novo do que falei nestes últimos quatorze anos. Com certeza vocês algum dia já ouviram de mim que é importante para ser feliz libertar-se das posses, paixões e desejos. Sendo assim, porque não fizeram? Porque ainda têm algumas dessas coisas sendo satisfeitas.


Na verdade, o ser humanizado dificilmente reage contra as criações mentais com relação às coisas deste mundo porque em alguns momentos ainda consegue satisfazer-se. Somente quando esta satisfação for quase impossível pode ser que ele se lembre de fazer o trabalho necessário para a libertação. 


Por que disse pode ser? Porque na hora que a mente criar o lamento e o sofrimento se este ser humanizado não for lembrado de que existe outra forma para se viver aquele momento, dificilmente conseguirá realizar este trabalho de libertação. Sendo assim, mesmo a reação que falei que você pode fazer ainda dependerá de alguma coisa.


Dependerá do que? Do seu envolvimento com uma doutrina que pregue a libertação das posses, paixões e desejos. Se você não vive envolvido com um conjunto de ensinamentos que possuam elementos que lhe alertem para realizar este trabalho de libertação, com certeza nem neste momento conseguirá alcançar a paz. Viverá completamente o sofrimento de não ter mais aquilo que norteava a sua existência e esperará que alguém venha lhe libertar desta condição, como, aliás, hoje vivem aqueles que se envolvem com doutrinas que reforçam as posses, paixões e desejos mundanos.


Para justificar o que estou dizendo, cito o nosso próprio relacionamento. Quando eu estava mais presente no dia a dia de vocês fazendo palestras constantes não se lembravam mais rapidamente de colocar em prática os ensinamentos nos momentos de sofrimento? Sei que sim... No entanto, no passado recente quando nossas conversas se espaçaram mais, este tempo de reação não aumentou? Acho que sim...


Este é o exemplo que tomo para poder lhe falar a respeito da sua forma de vivenciar a mudança do eixo de seu mundo. Se você estiver perto de pessoas que comunguem do mesmo caminho para a felicidade mais rapidamente poderão reagir quando se conscientizarem da mudança do eixo da vida. Agora, se estiverem afastados deste convívio, isso se tornará mais difícil e muitas vezes não acontecerá, apesar de um dia ter sido informado da existência deste caminho. Por isso falei ontem e repito hoje: busque manter-se envolvido com a comunidade que comunga das mesmas ideias que você neste momento em que não mais estarei disponível para palestras neste planeta.


Sei que vocês acham que já sabem tudo o que falei, que já compreenderam e interiorizaram os ensinamentos sobre a nova forma de vida que conversamos nos últimos quatorze anos, mas isso não garantirá que no momento que o eixo de sua vida for modificado você se lembrará deles. O poder de maya, a ilusão de que a realidade ilusória que os seres humanizados vivem é real, é muito forte e isso solapará toda pretensão de colocar em prática o caminho da felicidade sem que haja um estímulo externo para que isso aconteça. É para haver este estímulo que indico o seu envolvimento com uma comunidade que comungue este caminho. Somente sendo relembrado constantemente que existe outra forma de se viver aquele momento você se lembrará dos ensinamentos e poderá reagir quando o eixo de sua existência for alterado.


Joaquim de Aruanda

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Podemos transformar um relacionamento viciado em um relacionamento verdadeiro?

Sim, se estivermos conscientes e aumentarmos a nossa presença, concentrando a atenção cada vez mais fundo no Agora. A chave do segredo será sempre essa, não importa se você está vivendo só ou com alguém. Para o amor incondicional florescer, a luz da nossa presença tem de ser forte o bastante, de modo a impedir que o pensador ou o sofrimento do corpo nos domine. Saber que cada um de nós é o Ser por baixo do pensador, a serenidade por baixo do barulho mental, o amor e a alegria por baixo da dor, significa liberdade, salvação e iluminação. Pôr fim à identificação com o sofrimento do corpo é trazer a presença para o sofrimento e, assim, transformá-lo. 

Pôr fim à identificação com o pensamento é ser o observador silencioso dos próprios pensamentos e atitudes, em especial dos padrões repetitivos gerados pela mente e dos papéis desempenhados pelo ego. Se paramos de injetar “auto-suficiência” na mente, ela perde sua qualidade compulsiva, que é o impulso para julgar e, desse modo, criar uma resistência ao que é, dando origem a conflitos, tragédias e novos sofrimentos. Na verdade, no momento em que paramos de julgar, no instante em que aceitamos aquilo que é, ficamos livres da mente e abrimos espaço para o amor incondicional, para a alegria e para a paz. Em primeiro lugar, paramos de nos julgar, depois paramos de julgar o outro. 

O grande elemento catalisador para mudarmos um relacionamento é a completa aceitação do outro do jeito que ele é, sem querermos julgar ou modificar nada. Isso nos leva imediatamente para além do ego. Nesse momento, todos os jogos mentais e toda a dependência viciada deixam de existir. Não existe mais vítima nem agressor, acusador nem acusado. Esse é também o fim da dependência, de uma atração pelo padrão inconsciente do outro. Você, então, ou vai se afastar – com amor – ou penetrar cada vez mais fundo no Agora junto com o outro. É simples assim. O amor é um estado do Ser. Não está do lado de fora, está bem lá dentro de nós. Não temos como perdê-lo e ele não consegue nos deixar. 

Não depende de um outro corpo, de nenhuma forma externa. Na serenidade do estado de presença, podemos sentir a nossa própria realidade sem forma e sem tempo, que é a vida não manifesta que dá vitalidade à nossa forma física. Conseguimos, então, sentir essa mesma vida lá no fundo de outro ser humano, de cada criatura. Conseguimos enxergar além do véu opaco da forma e da desunião. Essa é a realização da unidade. Isso é amor incondicional. Só assim tem-se uma relação iluminada entre um homem e uma mulher.

Existe lugar interditado no universo?

Participante: Acho que isso que o senhor acabou de falar vem de encontro ao final da resposta desta pergunta que estamos vendo: nem todos (os espíritos), porém, vão a toda parte, por isso que há regiões interditadas aos menos adiantados.”

Para falar sobre isso, deixe-me comentar algo que aconteceu ontem. 

Fui informado que ontem uma pessoa entrou neste nosso espaço virtual e escreveu um monte de besteiras. Por isso me propuseram: vamos colocar uma senha e dar para as pessoas que querem realmente estudar. Eu respondi: não se podem fechar portas, pois o templo de Deus está em todos os lugares. 


Veja, no Universo não existe lugar interditado, ou seja, lugares onde você não pode ir. Se assim fosse, poderíamos dizer que Deus seria injusto, pois alguém que quer evoluir é proibido de frequentar lugares que poderiam lhe ajudar.


Mas, apesar disso existem lugares que os espíritos não frequentam. Na verdade, estes lugares não estão interditados a um determinado grupo de espíritos, mas são eles mesmos quem interditam o lugar para si. São eles que não querem ir a determinado lugar, pois não se sentem bem ali.


Além disso, os espíritos também não podem ir a todos os lugares porque existe muitos que eles não conhecem. Na verdade cada um conhece apenas os lugares do seu próprio nível.


Participante: É isso que eu iria dizer. É a questão da programação e do merecimento que faz com que a gente se sinta bem em algum lugar e que não consiga entrar em outro.


Perfeito.


Veja, na literatura espírita existe a figura do socorrista que desce ao umbral para salvar alguns espíritos do martírio. Pergunto: por que eles não salvam a todos, mas apenas alguns? Porque existem espíritos que se socorridos, ou seja, levados para as cidades espirituais, não vão querer permanecer lá. Eles querem é aquilo que estão vivendo. 


Sendo assim, não adianta ir lá embaixo e trazer este espírito para cá, pois ele vai voltará para lá. Ele não gosta daqui, ele não quer ficar aqui. 


Mas, isso não deveria ser difícil para vocês entenderem. Vou dar um exemplo para ficar bem claro. Pergunto: se você é vegetariano, gostaria de ir a uma churrascaria? 


Participante: Não...


É por isso que os espíritos também não vão a qualquer lugar. O espírito não vai porque não quer, porque não gosta, porque não se adapta a este lugar. Porque nesse lugar não tem o que ele quer. 


Então, veja. No Universo e em qualquer situação, para poder se dizer universalista, não podemos colocar placa de proibido: é cada um que coloca a placa de proibido para si mesmo, não Deus. 


Além disso, precisamos ainda nos lembrar do que Cristo ensinou: eu não vim pra os sãos, mas para os doentes. É preciso entender que as pessoas que agem como vocês me descreveram que esta agiu, precisam muito mais do nosso amor do que as pessoas sãs. São elas que nós devemos amar primordialmente as sãs.


Deixe-me falar de uma parábola de Cristo que até hoje não foi compreendida em toda a sua profundidade. É a parábola do Bom Samaritano. 


Os professores da lei perguntaram a Cristo. O senhor disse que nós temos que amar o próximo, mas quem é o meu próximo? Para responder a esta questão, o mestre nazareno conta a parábola do bom samaritano. Para quem não a conhece, vou resumi-la. 


Havia um judeu que foi assaltado e ficou muito machucado, caído no chão. Algumas pessoas passaram por ali e não prestaram socorro, mas veio um samaritano e cuidou dele. Até aí, nada demais, se pensarmos no termo samaritano como hoje entendido: a pessoa que faz o bem. Se aplicarmos simplesmente a compreensão de hoje a parábola, entenderíamos que Cristo diz que o próximo é aquele que precisa de nosso bem. 


Mas, para entender profundamente a mensagem, temos que voltar a época de Cristo e entender que samaritano é um ser humano que nasceu na Samaria, uma região da época de Jesus. Quem nascia na Samaria era samaritano. 


Com isso, a parábola começa a ter outro sentido, porque os samaritanos e os judeus eram inimigos. Viviam em disputas ferrenhas, principalmente no aspecto religioso.


Sabendo disso, podemos entender que quando Cristo narra esta parábola, onde um inimigo ajuda o outro com a finalidade de designar o próximo a quem devemos amar, ele está dizendo que aquele que deve ser amado prioritariamente é o seu inimigo.


O seu inimigo, aquele que você não gosta, que não quer chegar perto, que você foge dele, este é o seu próximo, aquele que deve amar acima de todas as coisas. É isso que se compreende da mensagem do mestre quando a analisamos dentro do seu contexto original.


A partir disso, tenho que lhe dizer que quando acontecer fatos deste tipo – e não vai parar de acontecer por aqui, até porque Deus coloca pessoas com esta postura justamente para nós podermos ajudá-los – o que devemos fazer não é trancar a porta ou brigar com ele, mas sim amá-lo.


Outro dia me perguntaram sobre uma boa forma de acabar com a inveja. Eu disse: amar o invejoso, amar a inveja e amar o resultado da inveja. Portanto, amem aqueles que fazem isso, amem o que ele está fazendo e amem a todo mundo. 


Joaquim de Aruanda

Será que buscamos a verdade verdadeira?

Que verdade o ser humano busca, a Verdadeira? Acho que não... Vamos ver este aspecto da busca da verdade.

Por que algumas pessoas têm a verdade que afirma que beber bebidas alcoólicas é certo enquanto que para outras a verdade é que tomar tais bebidas é errado? Porque ele gosta de beber... Aquele que acha certo beber tem esta verdade porque gosta, acha bom ingerir bebidas alcoólicas; aquele que acha errado, com certeza não gosta de beber...


Esta é outra característica da busca da verdade por parte dos seres humanos: eles só aceitam como verdadeira a informação que satisfaça os desejos individuais de cada um.


Eles dizem que estão procurando a verdade, mas isso é uma mentira, pois só dão o valor de verdadeiro àquilo que os satisfazem. Sendo assim, os seres humanos não estão procurando a verdade, mas instrumentos que justifiquem aquilo que querem fazer. 


Quando a busca da verdade se concentra em ensinamentos é a mesma coisa. Quando uma pessoa recebe novas informações diz que vai analisá-las para poder ver se acredita (dá o valor de verdade) nela ou não. Esta análise, na realidade, é voltada, não para o entendimento da informação em si, mas sempre para ver se ela se coaduna com outras que já possui. Se a nova informação está fundamentada em conceitos que a pessoa já possuía rotula como verdade; se não, diz que aquilo não é verdadeiro.


Exemplificando. Uma pessoa que acredita na vida ativa pós vida (o mundo espiritual descrito pelo espiritismo) se recebe uma informação que contenha os elementos da ressurreição ensinada pelo cristianismo – todos os mortos voltarão à vida com o retorno de Cristo a Terra – vão dizer que ela não é verdadeira. Mas, quem pode garantir realmente se uma ou outra concepção está certa? 


Por causa disso pergunto: que busca da verdade é essa que os seres humanos dizem fazer se só aceitam como verdadeira uma informação que contemple os conceitos que ele já possui?


Repare como a busca da verdade que a razão estimula é apenas uma embromação. Ela não está buscando a Verdade mesmo, mas sim elementos que justifiquem a sua vontade, aquilo que quer que seja feito. 


Isto que estamos conversando serve também para compreendermos mais dois aspectos da busca da verdade. O primeiro é que muita coisa que se lê em livros são esquecidos pela mente. Por que isso acontece? Porque aquilo não satisfaz aos desejos do ser humano. A mente é seletiva, ou seja, ela só se lembra daquilo que é importante para ela mesma, ou seja, o que pode servir para justificar a busca do prazer, da satisfação dos desejos de cada um.


O segundo aspecto diz respeito à interpretação. Tudo que se lê é interpretado, ou seja, é compreendido de determinada forma. Muitas das vezes, as interpretações que formamos com a leitura de alguma coisa nada têm a ver com aquilo que estava na ideia original do autor. Além disso, se duas pessoas leem o mesmo texto acabam encontrando verdades diferentes. 


Por que tais coisas acontecem? Porque a verdade que cada um absorve tem que satisfazer os desejos individuais de cada um. Como nem todos possuem os mesmos desejos, as interpretações criadas pela mente para o mesmo texto são diferentes...


Podemos então afirmar, que as verdades dos seres humanos são maleáveis de acordo com os seus desejos. Este é mais um motivo pelo qual afirmo que não existe a Verdade neste planeta. Como disse, uma informação para ser considerada Verdade Verdadeira precisa ser universal, ou seja, ser única para todos. Mas, se as informações que o ser humano possui precisam atender os seus anseios e se nem todos têm os mesmos, como qualquer informação pode ser universal?


Realmente a busca da verdade é completamente inútil. Primeiro, porque ela não existe e por isso ninguém pode transmiti-la; segundo, porque o ser humano só aceita como verdade aquilo que satisfaz as suas próprias conveniências.


Por que estou falando estas coisas? Para desmistificar a busca de conhecimentos que hoje move a humanidade. É preciso que os seres humanos caiam na realidade, ou seja, se conscientizem que não estão buscando verdade alguma, mas apenas arregimentando informações que lhes sirvam de instrumentos para o seu próprio prazer. Por mais que acreditem que estão buscando ensinamentos verdadeiros, sábios, profundos, sublimes ou santos, os seres humanos, espiritualistas ou não, na realidade não estão fazendo isso, pois só aceitam como verdade aquilo que lhes interessa.


Não estou acusando ninguém de nada ou sendo contra qualquer coisa: o que estou fazendo é mostrando a verdade sobre a busca da verdade. A busca da verdade, verdadeiramente falando, não possui nada de sábio ou santo, porque ela se resume em buscar informações que sirvam como instrumentos do prazer de cada um. Se o prazer é o bem material, buscar informações é estar apegado à matéria.


Buscar ouvir mentores, gurus ou médiuns – inclusive eu mesmo – acreditando que eles podem trazer ensinamentos verdadeiros nada tem de santo ou sábio. Isso porque de tudo o que eles falarem só ficará arquivado na sua memória aquilo que possa servir como instrumento do prazer. O que não servir, será esquecido.


Esta busca se torna ainda mais inútil se entendermos que mesmo aquilo que fica não é verdade. Mesmo que o mentor, médium ou guru pudesse dizer uma verdade, quando você ouvir o que tem para dizer raciocinará sobre isso e assim gerará uma interpretação cujo teor estará sujeito aos seus próprios desejos. 


Quando se acredita numa doutrina é preciso seguir tudo: o que satisfaz e o que não satisfaz os anseios de cada um. Se não se aceitar tudo o que a doutrina prega, não se está seguindo doutrina alguma. 


Tem muita gente que diz que gosta da umbanda, mas quando os exus chegam estas pessoas vão embora. Fazem isso porque dizem que não gostam de gira de exus. Estas pessoas, então, não são umbandistas, porque a umbanda é formada pela falange dos exus também. A gira de exus faz parte da seita umbandista. 


As pessoas que gostam apenas de gira de determinada falange (pretos velhos, caboclos, crianças, etc.) não são umbandistas, mas sim seguidores daquela falange. Mas, porque seguem esta ou aquela falange? Porque gostam dela... Então, não são seguidores da umbanda ou de uma falange, mas seguidores de si mesmo...


Mas, para que serve tudo isso que estou falando? Se tudo isso é real, como se comportar diante das informações que nos chegam? Aceitando tudo que lhe chega como apenas como uma informação, sem categorizá-la como verdades ou mentiras...


O ser humano que realmente alcança a real sabedoria é aquele que nada sabe, apesar de conviver com diversas informações em sua mente. Para chegar a isso é preciso não desacreditar em nada que recebe como informação, mas também não acreditar em nada como verdade. 


O verdadeiro sábio é aquele que não busca a Verdade porque sabe que ela não existe. Por isso trata qualquer informação que receba como verdade relativa: algo que alguém acredita que é verdadeiro. Se alguém credita àquela informação o valor de verdade, ela é uma verdade. Pode não ser a dele, mas é uma verdade de alguém. 


A compreensão do sábio sobre as diversas informações disponíveis do planeta é a seguinte: elas não são mentiras, mas uma verdade de alguém. 


A partir desta visão sobre a verdade que estou comentando aqui você deve estar perguntando: ‘Como fica a máxima de Cristo que diz que se deve buscar a verdade porque ela vos salvará’? Vamos conversar sobre isso...


Quando Cristo ensina que se deve buscar a verdade, ele fala da Verdadeira, da Absoluta. É esta que deve ser buscada para se alcançar a salvação. Qual é a Verdade Absoluta? Nada que você pode conhecer... 


Esta é a Verdade que encontrada pode lhe salvar: a verdade de que não há verdade neste mundo... Ao compreender isso você terá encontrado a Verdade deste mundo...


Mas, vocês ainda poderiam me perguntar: ‘Isso quer dizer que não podemos ter verdades’? Não tê-las é impossível. O máximo que se pode fazer é ter a consciência de que aquilo que se acredita que é verdadeiro o é apenas para você mesmo, ou seja, trata-se de uma verdade relativa. Por isso não deve querer impingi-la aos outros – fazer com que eles também acreditem que é verdade. Quando você tiver esta consciência com relação às informações que possui e que diz serem verdadeiras, terá se libertado delas e elas não mais terão o peso de verdade. Quando se alcança este tipo de consciência, a pessoa trata os conceitos que tem como informações e não verdades...


Este tipo de consciência vale para todas as coisas deste planeta, inclusive para aquelas que você imagina líquida e certa, santa ou sagrada. Isso porque só é santo ou sagrado aquilo que você declarar que seja.


NOTA: Na fala a seguir o amigo espiritual aborda o seguinte trecho da resposta do Espírito da Verdade à Kardec na pergunta 14 de O Livro dos Espíritos:


“Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair”. 


Buscar a verdade é entrar num labirinto donde não consegue se sair. É como um cachorro que corre incessantemente atrás do seu próprio rabo. Além do mais, enquanto estiver buscando-a, não fará o que tem que ser feito. O que tem que ser feito? O Espírito da Verdade ensina na mesma pergunta:


“Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável”. 


Mas, apesar deste conselho que é antigo, vocês continuam buscando certezas, verdades, sobre um mundo onde nunca conseguirão penetrar enquanto humanizados. Quando acham alguma informação que acreditam estar certo, o que fazem? Veja se não é o que o Espírito da Verdade diz:


“Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis”. 


Ficam orgulhosos de seus saberes, mas na realidade nada sabem... Para aqueles que acham que sabem alguma coisa mais uma palavra do Espírito da Verdade que está na pergunta 9 de O Livro dos Espíritos:


“O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!”


Portanto, sigam aquilo que o Espírito da Verdade ensina na pergunta 14 do mesmo livro:
“Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos.”


Agora, se quiserem ler um milhão de livros e ouvirem mais tantas palestras, façam isso, mas saibam que estão apenas se enganando. Apenas encontrarão informações ou verdades relativas de outros e só classificarão como verdade aquilo que satisfaz os seus desejos. Isso vale, inclusive, para aquilo que eu falo, pois enquanto estão preocupados em me ouvir não estão realizando o trabalho de aproximação de Deus.


Joaquim de Aruanda

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Orações para ter coragem

O mal não possui força
porque não existe originariamente.
Não temo o que não existe.
Acredito na existência apenas do bem.
Diante do bem, o mal desaparece sozinho.
Estou com Deus, por isso, somem
todos os temores, rancores e complexos.
Nada mais tenho a temer.
Eu amo todas as pessoas,
O amor não tem opositor.
Diante do amor não existe inimigo.
Todos se tornam amigos.
Muito obrigado.

Dentro do meu ser existe a paz de Deus. Nada pode perturbar minha tranqüilidade. O límpido lago do interior de minha alma é sereno porque está protegido por Deus e ele reflete a glória de Deus, Pai eterno. Estou em paz. A paz de Deus está dentro da minha alma. O que perturbou minha alma desapareceu para sempre. Sou um com Deus, O Qual é a minha própria Vida. Aqui, neste momento, recupero a força e a coragem. E enfrento a vida e o trabalho, com absoluta e solene paz em meu interior. Sendo um com Deus, nada pode perturbar a paz da minha alma. Nenhum mal pode aproximar-se de mim. Estou com Deus. Estou protegido por Deus. Muito obrigado
Todo o meu ser é preenchido pela Vida de Deus!
Eu sou a própria Vida de Deus!
Não sou um ser vulnerável
a micróbios ou clima!
Sou eternamente um ser espiritual
perfeito e harmonioso!
Sou saudável, exatamente como Deus me criou.
Se pareço doente, isso é engano de meus sentidos.
Uma vez que Deus me criou saudável,
nada pode tornar-me doentio.
Sou realmente saudável.
Sendo filho de Deus,
sou excelente em todos os sentidos.
Na essência, sou dotado
de capacidade infinita,
de Sabedoria infinita
e de Amor infinito.
Portanto, nada me é impossível,
onde quer que eu esteja.
Minha essência está se manifestando
cada vez mais nitidamente
também no mundo concreto.

Oração da Prosperidade

Supremo Deus de Infinita bondade.
Sou um ser sadio, rico e feliz!
A minha mente, pensamento e emoções são perfeitos e sadios.
A harmonia e a riqueza fazem parte de todas as células e átomos do meu corpo.
Desintegram-se agora todos os medos, conflitos e crenças anteriores, fortalecendo o merecimento de receber, saúde, riqueza e felicidade.
A riqueza está presente em minha vida todos os dias de forma natural e positiva.
Riqueza física, riqueza mental, riqueza espiritual, riqueza emocional e riqueza material.
A riqueza, como tudo que existe no Universo também é uma energia.
Essa energia tem a cor dourada.
Respiro essa energia dourada e sinto-a invadindo todo meu Ser.
Sou próspero bem sucedido nos negócios, tranqüilo e sereno.
Conscientizo-me da Lei da Riqueza.
A natureza é um altar de servir e dela participo ativamente.
Sou um Ser da prosperidade.
Sou realmente um ser sadio, rico e feliz!
Assim é em minha mente...
Assim passa a ser em minha vida agora.

Assista ao encontro da Sangha BH na íntegra

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Sangha BH - Encontro na íntegra

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Será que buscamos a verdade verdadeira?

Que verdade o ser humano busca, a Verdadeira? Acho que não... Vamos ver este aspecto da busca da verdade.

Por que algumas pessoas têm a verdade que afirma que beber bebidas alcoólicas é certo enquanto que para outras a verdade é que tomar tais bebidas é errado? Porque ele gosta de beber... Aquele que acha certo beber tem esta verdade porque gosta, acha bom ingerir bebidas alcoólicas; aquele que acha errado, com certeza não gosta de beber...

Esta é outra característica da busca da verdade por parte dos seres humanos: eles só aceitam como verdadeira a informação que satisfaça os desejos individuais de cada um.

Eles dizem que estão procurando a verdade, mas isso é uma mentira, pois só dão o valor de verdadeiro àquilo que os satisfazem. Sendo assim, os seres humanos não estão procurando a verdade, mas instrumentos que justifiquem aquilo que querem fazer. 

Quando a busca da verdade se concentra em ensinamentos é a mesma coisa. Quando uma pessoa recebe novas informações diz que vai analisá-las para poder ver se acredita (dá o valor de verdade) nela ou não. Esta análise, na realidade, é voltada, não para o entendimento da informação em si, mas sempre para ver se ela se coaduna com outras que já possui. Se a nova informação está fundamentada em conceitos que a pessoa já possuía rotula como verdade; se não, diz que aquilo não é verdadeiro.

Exemplificando. Uma pessoa que acredita na vida ativa pós vida (o mundo espiritual descrito pelo espiritismo) se recebe uma informação que contenha os elementos da ressurreição ensinada pelo cristianismo – todos os mortos voltarão à vida com o retorno de Cristo a Terra – vão dizer que ela não é verdadeira. Mas, quem pode garantir realmente se uma ou outra concepção está certa? 

Por causa disso pergunto: que busca da verdade é essa que os seres humanos dizem fazer se só aceitam como verdadeira uma informação que contemple os conceitos que ele já possui?

Repare como a busca da verdade que a razão estimula é apenas uma embromação. Ela não está buscando a Verdade mesmo, mas sim elementos que justifiquem a sua vontade, aquilo que quer que seja feito.
Isto que estamos conversando serve também para compreendermos mais dois aspectos da busca da verdade. O primeiro é que muita coisa que se lê em livros são esquecidos pela mente. Por que isso acontece? Porque aquilo não satisfaz aos desejos do ser humano. A mente é seletiva, ou seja, ela só se lembra daquilo que é importante para ela mesma, ou seja, o que pode servir para justificar a busca do prazer, da satisfação dos desejos de cada um.

O segundo aspecto diz respeito à interpretação. Tudo que se lê é interpretado, ou seja, é compreendido de determinada forma. Muitas das vezes, as interpretações que formamos com a leitura de alguma coisa nada têm a ver com aquilo que estava na ideia original do autor. Além disso, se duas pessoas leem o mesmo texto acabam encontrando verdades diferentes. 

Por que tais coisas acontecem? Porque a verdade que cada um absorve tem que satisfazer os desejos individuais de cada um. Como nem todos possuem os mesmos desejos, as interpretações criadas pela mente para o mesmo texto são diferentes...

Podemos então afirmar, que as verdades dos seres humanos são maleáveis de acordo com os seus desejos. Este é mais um motivo pelo qual afirmo que não existe a Verdade neste planeta. Como disse, uma informação para ser considerada Verdade Verdadeira precisa ser universal, ou seja, ser única para todos. Mas, se as informações que o ser humano possui precisam atender os seus anseios e se nem todos têm os mesmos, como qualquer informação pode ser universal?

Realmente a busca da verdade é completamente inútil. Primeiro, porque ela não existe e por isso ninguém pode transmiti-la; segundo, porque o ser humano só aceita como verdade aquilo que satisfaz as suas próprias conveniências.

Por que estou falando estas coisas? Para desmistificar a busca de conhecimentos que hoje move a humanidade. É preciso que os seres humanos caiam na realidade, ou seja, se conscientizem que não estão buscando verdade alguma, mas apenas arregimentando informações que lhes sirvam de instrumentos para o seu próprio prazer. Por mais que acreditem que estão buscando ensinamentos verdadeiros, sábios, profundos, sublimes ou santos, os seres humanos, espiritualistas ou não, na realidade não estão fazendo isso, pois só aceitam como verdade aquilo que lhes interessa.

Não estou acusando ninguém de nada ou sendo contra qualquer coisa: o que estou fazendo é mostrando a verdade sobre a busca da verdade. A busca da verdade, verdadeiramente falando, não possui nada de sábio ou santo, porque ela se resume em buscar informações que sirvam como instrumentos do prazer de cada um. Se o prazer é o bem material, buscar informações é estar apegado à matéria.

Buscar ouvir mentores, gurus ou médiuns – inclusive eu mesmo – acreditando que eles podem trazer ensinamentos verdadeiros nada tem de santo ou sábio. Isso porque de tudo o que eles falarem só ficará arquivado na sua memória aquilo que possa servir como instrumento do prazer. O que não servir, será esquecido.

Esta busca se torna ainda mais inútil se entendermos que mesmo aquilo que fica não é verdade. Mesmo que o mentor, médium ou guru pudesse dizer uma verdade, quando você ouvir o que tem para dizer raciocinará sobre isso e assim gerará uma interpretação cujo teor estará sujeito aos seus próprios desejos. 

Quando se acredita numa doutrina é preciso seguir tudo: o que satisfaz e o que não satisfaz os anseios de cada um. Se não se aceitar tudo o que a doutrina prega, não se está seguindo doutrina alguma. 

Tem muita gente que diz que gosta da umbanda, mas quando os exus chegam estas pessoas vão embora. Fazem isso porque dizem que não gostam de gira de exus. Estas pessoas, então, não são umbandistas, porque a umbanda é formada pela falange dos exus também. A gira de exus faz parte da seita umbandista. 

As pessoas que gostam apenas de gira de determinada falange (pretos velhos, caboclos, crianças, etc.) não são umbandistas, mas sim seguidores daquela falange. Mas, porque seguem esta ou aquela falange? Porque gostam dela... Então, não são seguidores da umbanda ou de uma falange, mas seguidores de si mesmo...

Mas, para que serve tudo isso que estou falando? Se tudo isso é real, como se comportar diante das informações que nos chegam? Aceitando tudo que lhe chega como apenas como uma informação, sem categorizá-la como verdades ou mentiras...

O ser humano que realmente alcança a real sabedoria é aquele que nada sabe, apesar de conviver com diversas informações em sua mente. Para chegar a isso é preciso não desacreditar em nada que recebe como informação, mas também não acreditar em nada como verdade. 

O verdadeiro sábio é aquele que não busca a Verdade porque sabe que ela não existe. Por isso trata qualquer informação que receba como verdade relativa: algo que alguém acredita que é verdadeiro. Se alguém credita àquela informação o valor de verdade, ela é uma verdade. Pode não ser a dele, mas é uma verdade de alguém. 

A compreensão do sábio sobre as diversas informações disponíveis do planeta é a seguinte: elas não são mentiras, mas uma verdade de alguém. 

A partir desta visão sobre a verdade que estou comentando aqui você deve estar perguntando: ‘Como fica a máxima de Cristo que diz que se deve buscar a verdade porque ela vos salvará’? Vamos conversar sobre isso...

Quando Cristo ensina que se deve buscar a verdade, ele fala da Verdadeira, da Absoluta. É esta que deve ser buscada para se alcançar a salvação. Qual é a Verdade Absoluta? Nada que você pode conhecer... 

Esta é a Verdade que encontrada pode lhe salvar: a verdade de que não há verdade neste mundo... Ao compreender isso você terá encontrado a Verdade deste mundo...

Mas, vocês ainda poderiam me perguntar: ‘Isso quer dizer que não podemos ter verdades’? Não tê-las é impossível. O máximo que se pode fazer é ter a consciência de que aquilo que se acredita que é verdadeiro o é apenas para você mesmo, ou seja, trata-se de uma verdade relativa. Por isso não deve querer impingi-la aos outros – fazer com que eles também acreditem que é verdade. Quando você tiver esta consciência com relação às informações que possui e que diz serem verdadeiras, terá se libertado delas e elas não mais terão o peso de verdade. Quando se alcança este tipo de consciência, a pessoa trata os conceitos que tem como informações e não verdades...

Este tipo de consciência vale para todas as coisas deste planeta, inclusive para aquelas que você imagina líquida e certa, santa ou sagrada. Isso porque só é santo ou sagrado aquilo que você declarar que seja.

NOTA: Na fala a seguir o amigo espiritual aborda o seguinte trecho da resposta do Espírito da Verdade à Kardec na pergunta 14 de O Livro dos Espíritos:

“Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair”. 

Buscar a verdade é entrar num labirinto donde não consegue se sair. É como um cachorro que corre incessantemente atrás do seu próprio rabo. Além do mais, enquanto estiver buscando-a, não fará o que tem que ser feito. O que tem que ser feito? O Espírito da Verdade ensina na mesma pergunta:

“Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável”. 

Mas, apesar deste conselho que é antigo, vocês continuam buscando certezas, verdades, sobre um mundo onde nunca conseguirão penetrar enquanto humanizados. Quando acham alguma informação que acreditam estar certo, o que fazem? Veja se não é o que o Espírito da Verdade diz:

“Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis”. 

Ficam orgulhosos de seus saberes, mas na realidade nada sabem... Para aqueles que acham que sabem alguma coisa mais uma palavra do Espírito da Verdade que está na pergunta 9 de O Livro dos Espíritos:

“O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!”

Portanto, sigam aquilo que o Espírito da Verdade ensina na pergunta 14 do mesmo livro:
“Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos.”

Agora, se quiserem ler um milhão de livros e ouvirem mais tantas palestras, façam isso, mas saibam que estão apenas se enganando. Apenas encontrarão informações ou verdades relativas de outros e só classificarão como verdade aquilo que satisfaz os seus desejos. Isso vale, inclusive, para aquilo que eu falo, pois enquanto estão preocupados em me ouvir não estão realizando o trabalho de aproximação de Deus.

Joaquim de Aruanda

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Verdades Individuais

Ou seja, a Bíblia ensina claramente que Eva achou como seria bom ter conhecimento (verdades individuais) para que ela aplicasse valores às coisas do mundo. Este é o pecado original. 

Muito se fala deste dogma da religião católica e diversas religiões nem aceitam que ele exista. Muitas verdades individuais são atribuídas a este termo, mas o que está escrito é claro: o pecado cometido originalmente pelos espíritos é querer usurpar de Deus o direito de conferir valores às coisas do mundo.


Você, espírito que hoje está humanizado, é uma Eva ou um Adão, pois ainda vive no pecado original, ou seja, ainda aplica valores às coisas do mundo, ainda julga o mundo. Por querer agir assim foi “expulso do paraíso”, o mundo espiritual, para o lugar de “morte”, a vida carnal.
Por ainda não ter se libertado do fruto da árvore do conhecimento (o saber) que determina valor para as coisas é que ainda está preso à roda das encarnações. Ou seja, você ainda está reencarnando para promover a elevação espiritual porque não conseguiu desfazer-se deste conhecimento e continua utilizando as verdades individuais que o ego dá como Realidade, como Verdade. 


Agora veja. Se foi expulso por este motivo, como voltar para lá, ou seja, o que será promover a reforma íntima? Abrir mão deste conhecimento. Como fazê-lo? Não mais acreditando no que o ego lhe diz. 


Desta forma, posso afirmar que a libertação da subjugação à mente é ensinamento de Krishna, da religião hinduísta, mas também está presente na Bíblia Sagrada. Portanto, é universal: vale para todos os espíritos encarnados. Por isso afirmo que sem o controle da mente, por mais que anseie aproximar-se de Deus, jamais haverá a elevação espiritual.


Hoje, para os espíritos encarnados no ocidente, ou seja, seres humanizados que estão apegados a egos ligados às verdades das religiões cristãs, a elevação espiritual nada tem a ver com controle da mente. Eles acreditam que apenas a prática da caridade material é suficiente para se elevar e por isso desdenham esta atividade.


Preocupam-se em levar um prato de comida para quem precisa e acha que desta forma tudo ficará “bem” para eles, que apenas com isso conquistarão o “reino do céu”. Não gastam um momento sequer nas suas existências para questionar esta própria verdade que é o ego que lhes dá. Se questionassem as verdades que acreditam veriam que a elevação espiritual é muito mais do que doar materialmente.


Foi o que fizemos. Lemos a Bíblia Sagrada que eles leram e na qual Cristo se baseou para transmitir os seus ensinamentos e encontramos outra coisa completamente diferente com relação ao “pecado original” e ao “retorno ao paraíso”. Descobrimos que lá não está dito que o ser universal foi expulso do paraíso e ingressou na roda de encarnações porque não ajudou os outros, mas porque julgou-os. 


Aplicando-se ao escrito esta lógica simples desfizemos, em poucos instantes, verdades que o ego cristão criou sobre elevação espiritual. Baseado no que descobrimos podemos, então, dizer que os ensinamentos da Bíblia afirmam que enquanto o ser universal continuar julgar as “coisas” (objetos, pessoas e acontecimentos), não conseguirá voltar ao seu Real mundo: o espiritual. 


A partir daí você que é cristão precisa incorporar ao seu trabalho de reforma intima também o controle da mente, mesmo que as verdades da sua religião não falem disso. Repare que não estou falando em deixar de praticar à caridade, que, aliás, também é um ensinamento universal, mas fazer mais isto além daquilo.


Quando realizar o controle do ego continuará praticando a caridade ensinada pela sua religião, mas deixará de acreditar no “pobre coitado” que a mente utiliza para qualificar aqueles que estão sendo amparados através da caridade material e só aí poderá chegar perto de Deus. Não só porque ajudou, mas porque não mais quis ter o poder de julgar o mundo. 


Portanto, dar o prato de comida é fundamental para a elevação espiritual, mas desde que seja acompanhado do não julgamento. Só o trabalho realizado dentro do conjunto de caminhos ensinado por todos os mestres pode levar qualquer ser humanizado a aproximar-se de Deus e viver a felicidade que ele tem prometido.


Hoje os cristãos não têm esta verdade presente no seu ego, mas Cristo teve e por isso ensinou constantemente: não julgue, tire a trave do seu olho, você tem que deixar de qualificar as ações do seu inimigo, não critique.


Joaquim de Aruanda

O apego às coisas materiais

O apego às coisas materiais é apontado por todos os mestres como algo que precisa ser vencido para que se alcance a elevação espiritual. Neste sentido lhe pergunto: para que você defende seu corpo, seu nome, sua honra humana? Nada disso é eterno ou Real, mas apenas ilusões temporárias que tem “fim” certo. Por que então defendê-las com tanto ardor?

Além do mais, não compreende que quando defende os aspectos humanos ilusórios com que vive hoje esquece de defender o espírito que é e perde a sua paz, tranquilidade e felicidade, que são ingredientes necessários à plena existência espiritual. 


Para defender o ser humano que imagina ser hoje o espírito humanizado agride a sua existência espiritual e faz o espírito sofrer. Por que? Porque nem sabe o que é a existência espiritual e do que ela se compõe. Iludido sobre as verdades que o ego criou a partir da literatura espírita defende o materialismo crente que está defendo sua espiritualidade.


Fala-se muito no planeta Terra na vida do espírito, no bem espiritual, mas o que se fala destes elementos (vida e bem), não está de acordo com a Realidade dos mesmos elementos, espiritualmente falando. Afirmo que o que o ego lhe diz e você acredita ser “elevação espiritual” é ilusão, irreal, pois tudo o que a mente cria é maya. 


Quer ver um exemplo: sabe o que vai acontecer com você quando for elevado, quando completar a reforma íntima? Muitas respostas podem estar sendo dadas pelo ego agora (“vou viver em cidades espirituais, ser socorristas, etc.”), mas nada do que ele disser pode ser comparado à Realidade, que é sempre muito mais simples do que a mente cria. 


O que diferencia a vida espiritual da material não é onde se vive ou o que se faz, mas sim o “estado de espírito” com o qual o ser universal vive. A única diferença entre o ser humanizado e o universal é que o espírito liberto da ação ilusória da mente alcança a “bem-aventurança” como Cristo ensinou, enquanto que o ser humanizado não consegue atingir a este estado de espírito. 


Nota: ESTADO DE ESPÍRITO - Conjunto de sentimentos que são nutridos pelo espírito durante um determinado momento de sua existência. Estando nervoso, por exemplo, podemos afirmar que ele vivencia naquele momento o estado de espírito nervoso. Na verdade o termo melhor seria “estado sentimental do espírito”.


Mas, o que é “bem-aventurança”? Cristo ensinou e falou o tempo inteiro de sua missão a respeito deste estado de espírito, mas os seres humanizados até hoje não compreenderam este ensinamento. Trata-se da mesma felicidade que os “santos” sentem, ou seja, uma vida vivenciada na paz, felicidade incondicional e harmonia com o mundo.


Para poder se viver a existência espiritual é preciso que estes estados de espíritos estejam presentes nas Realidades que se vivencia. Quando, para defender a sua honra, o seu nome ou a sua própria pessoa durante a vida carnal o “estado de espírito” do ser é alterado, ele está defendendo quem: o espírito ou o ser humanizado? Está vivendo em que Realidade: a material ou a espiritual?


Por isso reafirmo: é importante você compreender que aquele que acredita ser hoje é uma ilusão; que a vida que leva hoje é fantasia; que a existência e as coisas que considera suas são coisas ilusórias e irreais para o Universo. Sem isso não se controla mente alguma e aí não se promove elevação espiritual nenhuma.


Quem valoriza aquele que imagina ser não consegue nada no sentido de realização espiritual. Por esta valorização do que é ilusório sai “brigando” com todos para defender quem imagina ser e nada realiza. A estes. Deus tem sempre um lembrete: não foi para isso que você nasceu.


Através de todos os mestres da humanidade o Pai tem sempre mostrado aos seres humanizados que não existe como defender aqueles que imaginam ser. Por isso Cristo ensinou: se lhe baterem numa face, ofereça a outra; se lhe pedirem a capa, dê o manto; se lhe mandarem carregar um peso um quilômetro, carregue dois.


Portanto, preserve o seu lado espiritual participando das ações da vida material sem defender a materialidade, mas a sua espiritualidade.


Joaquim de Aruanda

Pergunta: Onde acabam os trabalhos da umbanda e onde começam os do espiritismo de Kardec?

Na missão, na função dentro do planeta, como falamos no início. A umbanda tem a função de proteção aos encarnados, de orientação através da consulta (orientação verbal) e o apoio através do passe. 

Já o ensinamento de Kardec, o espiritismo, é outra cadeira da faculdade espiritualista e a função dele é ensinar a realidade da vida fora da carne e como se processa o mecanismo de realização dessa vida e da junção das vidas encarnadas e desencarnadas.


A umbanda não possui missão de ensinamento e sim de ação. Isso, então, quer dizer que o espiritismo não possui missão de ação. O problema é que as religiões querem realizar ações que não lhe pertencem, querendo exercer a missão de outras.


Isso ocorre porque elas não se aceitam como parte do espiritualismo. A partir do momento que o espiritualismo for entendido como a fusão de todas as religiões os seres humanizados deixarão de ser religiosos (espíritas, católicos, umbandista, etc.) e serão espíritas espiritualistas, ou seja, ecumênicos.


Nesse momento os religiosos entenderão o seu papel dentro do apoio aos seres humanizados e com isso a religião exercerá a sua própria função no universo. 


Participante: Isso quer dizer que uma se confunde com a outra?

Todas as religiões se confundem uma com a outra porque todas fazem parte do espiritualismo que é a única religião que existe. No início deixamos bem claro que cada religião é uma cadeira da faculdade espiritualista. Então, todas se confundem quando se vê a religiosidade pelo aspecto espiritualista.

Esta é por definição o trabalho do espiritualismo: cada religião, cada falange espiritual, porque quando se fala em religião se fala em falange espiritual, trazendo uma parte e todas as partes se fundindo formando a religião espiritualismo que na verdade é a religação com Deus.


Joaquim de Aruanda

Tá Escrito

Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente e não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar a sua hora
Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente e não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar a sua hora

Às vezes a felicidade demora a chegar
Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta, não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer

É dia de sol, mas o tempo pode fechar
A chuva só vem quando tem que molhar
Na vida é preciso aprender
Se colhe o bem que plantar
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar

Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar!

Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sangha BH - Parte 7


Sangha BH - Parte 9


Sobre o dízimo

Participante: tem também a situação dos dízimos. Pastores vendem na televisão um pedaço de papel ungido, terreno no céu, tijolo abençoado. Sei que o dinheiro é deles e podem fazer o que quiserem com ele, mas o caso é que chega a ser revoltante ver este tipo de exploração, pois nestes cultos existem pessoas com pouco ou nenhum grau de instrução. Vemos que eles estão lá por medo. Enchem a cabeça delas com mentiras, põem medo, falam em castigo, em inferno e assim retiram o dinheiro delas. Ouço muitos comentários das pessoas a esse respeito e muitas se revoltam. 

Começo a minha resposta lhe pedindo para observar um detalhe que não expôs. Diz que ouve muitos comentários com revoltas por causa da forma dos pastores agirem. Agora, lhe garanto que nenhum desses é de pessoas evangélicas. Porque será? Talvez porque elas aceitem isso por fazer parte da fé delas. Quem é você para dizer que elas estão erradas?

Outra pergunta que lhe faço. Você não age da mesma maneira que os pastores, não é mesmo? Não estou falando em tirar dinheiro dos outros, mas querer impôs a sua vontade a alguém. Com certeza você não ameaça a ninguém impondo medo para que as pessoas sigam o que você acredita como certo, não é mesmo?

Você não conversa com os outros criando histórias que colocam o medo de um resultado desastroso para que eles possam pensar como você? Claro que sim. Todos quando querem impor a sua verdade a primeira coisa que fazem é inventar um destino sofredor para o que o outro quer fazer. ‘Isso vai dar errado, você vai se machucar’. 

Desculpe, está criticando os pastores, mas você faz a mesma coisa. Como, então critica eles? Como leva as pessoas na boa fé a acreditarem nas suas verdades, no que imagina que sabe? Você pode, eles não ...

É essa hipocrisia da mente, não é sua, que precisam estar atento. Quando é para ela levar vantagem, diz que é certo agir daquela forma, mas quando quem lucrar não for você, ela dirá que é uma ação errada, que se trata de enganar os outros. 

Tenho certeza de que se fosse pastor, faria a mesma coisa. Tenho certeza de que se fosse evangélico iria dar o seu dízimo, mesmo que lhe faltassem coisa por conta disso, com um sorriso no rosto. Porque? Porque sua mente diria que isso era o certo de ser feito. 

É o que acabei de responder: nunca vou encontrar um fator externo quando se trata de perder a paz. Tudo está no seu mundo interior, pois a causa da perda da paz sempre surge do trabalho que a razão humana faz. Tudo que você descreveu e tudo que qualquer um descrever como errado nas religiões ou em qualquer outro assunto, são ideias que ela critica porque não está levando vantagem individual. Se levasse, não criticaria. Tudo em que haja um ganho individual aparentemente não é considerado errado pela mente humana, mesmo que outras considerem dessa forma.

Portanto, a preocupação que fala que tem, é hipocrisia. Volto a dizer: não estou lhe chamando de hipócrita. É a sua mente que é. É ela que trabalha com hipocrisia. 

A sua pergunta está vinculada ao caso da corrupção que já conversamos. O ser humanizado facilmente aponta o político corrupto, mas ela mesmo é corrupta, pois busca levar vantagens indevidas com um bem público. Eu acho que deveriam bater palmas para os políticos, pois com a corrupção deles roubam muito dinheiro, enquanto que você se vendem por quaisquer dez tostões. 

É isso que estou falando. Precisamos para com a ideia de que existem argumentos que mereçam que percamos a paz por eles. Isso não existe. O mesmo argumento que é usado para acusar os outros é usado para defender as ideias são a respeito de algo que lhe traga benefício.

Então, deve trabalhar o que acabou de afirmar em si mesmo ao invés de compactuar com a ideia de sentir alguma revolta por este fato. Não é claro se aceitar a revolta. Ela é antinatural, não faz parte do amor universal.

Mais uma coisa. Essa mesma pergunta me foi feita há quinze anos atrás. Falaram do evangélico e do pastor e eu respondi que era o carma de cada um. A pessoa então me perguntou como ficava o pastor que roubava o dinheiro. Eu disse: isso é entre ele e Deus. O Pai não deu procuração a ninguém para julgá-los. 

Um último detalhe. Saiba que existem pessoas que vão a esses cultos e dão o seu último tostão, mas tem mais fé do que a maioria dos espiritualistas. Tem mais confiança e entrega a Deus do que aquele que acredita que conhece os segredos do universo. 

Quem que está aproveitando mais a encarnação? Ele que ficou sem tostão ou você que viveu a revolta por conta do que sabe? É isso que precisam pensar. Se não mudarem a forma de ver o mundo, se não mudarem o seu mundo interior, não há trabalho pela paz que resista. Viverá em sofrimento eterno.

Não estou falando em sofrer só nesta vida, pois no mundo espiritual também existem evangélicos que pagam o dízimo. Sendo assim, continuará sofrendo. Além disso, essa sua questão de ser justo, de aplicar a justiça, também continuará quando sair da carne. Por este motivo, irá para o mundo dos devas para caçar pastores e tentar convertê-los.

Pai Joaquim