Para falar sobre isso, deixe-me comentar algo que aconteceu ontem. 

Fui informado que ontem uma pessoa entrou neste nosso espaço virtual e escreveu um monte de besteiras. Por isso me propuseram: vamos colocar uma senha e dar para as pessoas que querem realmente estudar. Eu respondi: não se podem fechar portas, pois o templo de Deus está em todos os lugares. 


Veja, no Universo não existe lugar interditado, ou seja, lugares onde você não pode ir. Se assim fosse, poderíamos dizer que Deus seria injusto, pois alguém que quer evoluir é proibido de frequentar lugares que poderiam lhe ajudar.


Mas, apesar disso existem lugares que os espíritos não frequentam. Na verdade, estes lugares não estão interditados a um determinado grupo de espíritos, mas são eles mesmos quem interditam o lugar para si. São eles que não querem ir a determinado lugar, pois não se sentem bem ali.


Além disso, os espíritos também não podem ir a todos os lugares porque existe muitos que eles não conhecem. Na verdade cada um conhece apenas os lugares do seu próprio nível.


Participante: É isso que eu iria dizer. É a questão da programação e do merecimento que faz com que a gente se sinta bem em algum lugar e que não consiga entrar em outro.


Perfeito.


Veja, na literatura espírita existe a figura do socorrista que desce ao umbral para salvar alguns espíritos do martírio. Pergunto: por que eles não salvam a todos, mas apenas alguns? Porque existem espíritos que se socorridos, ou seja, levados para as cidades espirituais, não vão querer permanecer lá. Eles querem é aquilo que estão vivendo. 


Sendo assim, não adianta ir lá embaixo e trazer este espírito para cá, pois ele vai voltará para lá. Ele não gosta daqui, ele não quer ficar aqui. 


Mas, isso não deveria ser difícil para vocês entenderem. Vou dar um exemplo para ficar bem claro. Pergunto: se você é vegetariano, gostaria de ir a uma churrascaria? 


Participante: Não...


É por isso que os espíritos também não vão a qualquer lugar. O espírito não vai porque não quer, porque não gosta, porque não se adapta a este lugar. Porque nesse lugar não tem o que ele quer. 


Então, veja. No Universo e em qualquer situação, para poder se dizer universalista, não podemos colocar placa de proibido: é cada um que coloca a placa de proibido para si mesmo, não Deus. 


Além disso, precisamos ainda nos lembrar do que Cristo ensinou: eu não vim pra os sãos, mas para os doentes. É preciso entender que as pessoas que agem como vocês me descreveram que esta agiu, precisam muito mais do nosso amor do que as pessoas sãs. São elas que nós devemos amar primordialmente as sãs.


Deixe-me falar de uma parábola de Cristo que até hoje não foi compreendida em toda a sua profundidade. É a parábola do Bom Samaritano. 


Os professores da lei perguntaram a Cristo. O senhor disse que nós temos que amar o próximo, mas quem é o meu próximo? Para responder a esta questão, o mestre nazareno conta a parábola do bom samaritano. Para quem não a conhece, vou resumi-la. 


Havia um judeu que foi assaltado e ficou muito machucado, caído no chão. Algumas pessoas passaram por ali e não prestaram socorro, mas veio um samaritano e cuidou dele. Até aí, nada demais, se pensarmos no termo samaritano como hoje entendido: a pessoa que faz o bem. Se aplicarmos simplesmente a compreensão de hoje a parábola, entenderíamos que Cristo diz que o próximo é aquele que precisa de nosso bem. 


Mas, para entender profundamente a mensagem, temos que voltar a época de Cristo e entender que samaritano é um ser humano que nasceu na Samaria, uma região da época de Jesus. Quem nascia na Samaria era samaritano. 


Com isso, a parábola começa a ter outro sentido, porque os samaritanos e os judeus eram inimigos. Viviam em disputas ferrenhas, principalmente no aspecto religioso.


Sabendo disso, podemos entender que quando Cristo narra esta parábola, onde um inimigo ajuda o outro com a finalidade de designar o próximo a quem devemos amar, ele está dizendo que aquele que deve ser amado prioritariamente é o seu inimigo.


O seu inimigo, aquele que você não gosta, que não quer chegar perto, que você foge dele, este é o seu próximo, aquele que deve amar acima de todas as coisas. É isso que se compreende da mensagem do mestre quando a analisamos dentro do seu contexto original.


A partir disso, tenho que lhe dizer que quando acontecer fatos deste tipo – e não vai parar de acontecer por aqui, até porque Deus coloca pessoas com esta postura justamente para nós podermos ajudá-los – o que devemos fazer não é trancar a porta ou brigar com ele, mas sim amá-lo.


Outro dia me perguntaram sobre uma boa forma de acabar com a inveja. Eu disse: amar o invejoso, amar a inveja e amar o resultado da inveja. Portanto, amem aqueles que fazem isso, amem o que ele está fazendo e amem a todo mundo. 


Joaquim de Aruanda