terça-feira, 29 de agosto de 2017

Avanço cultural e moral do espírito

O espírito já conheceu as coisas do universo e sabe como funciona. A esse período da sua existência chamamos de evolução cultural. O espírito avança culturalmente sobre a realidade do universo nessa primeira etapa. Quando a acaba, passará, então, por um processo de avanço moral. 

Esta é a segunda etapa. Primeiro aprendeu, depois tem que ver como irá trabalhar as informações que recebeu. Trabalhar dentro de si, na sua personalidade. 

Esse é um processo descrito na Gênesis bíblica como a afirmação de Deus que diz: você pode comer de todas as coisas do paraíso, menos o fruto da árvore que fica no centro. 

“Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore, pois no dia em que você comer, certamente morrerá” (Gênesis, capítulo 2, versículos 16 e 17). 

O fruto da árvore do conhecimento é o saber. Sempre que se come, acredita, engole, um conhecimento, se adquire um saber um achar que sabe. Como este saber é sempre considerado positivo por quem acredita nele, é o instrumento usado para separar o bem do mal. 

Essa é a etapa inicial de todos os espíritos. Eles adquirem uma cultura e depois precisam provar que sabem lidar com ela. Provar que sabem tê-las, sem usá-las para separar o bem do mal. 

Porque é preciso esta prova? Porque dentro do avanço cultural o ser ainda aprende uma outra coisa: a ascensão moral de Deus e o seu atributo de ser a Causa Primária de todas as coisas, que existe justamente por conta da ascensão moral. Eles aprendem que existe o faça-se Deus. 

É por isso que essa prova é importante. O ser que aprendeu a conhecer as coisas do universo sem comer o fruto da árvore do conhecimento, ou seja, sem o ilusório poder de separar o bem do mal, respeita essa ascensão moral. Já aquele que comeu desse fruto, não demonstra esse respeito, que é necessário para a integração universal.

Este ponto de vista fica bem claro quando ouvimos o que a cobra conversou com Eva.

“Ela perguntou a mulher: é verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do jardim?

A mulher respondeu: podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no meio do jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos.

Mas, a cobra afirmou: vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.

A mulher viu que árvore era bonita e que as frutas eram boas de se comer. E ela pensou como seria bom ter conhecimento.” 

O espírito que come o fruto da árvore do conhecimento é aquele que quer se igualar a Deus, ter o mesmo poder dele, sem a ascensão moral para ser. Por isso, ele não consegue se fundir a totalidade dos seres do universo. 

O espírito que durante esse período de provação não conseguir vivenciar a aceitação das ascensão moral de Deus não estará mais simples. Vou ter que explicar isso melhor, porque no início de nossa conversa disse que a simplicidade não se altera. Para isso vamos usar o exemplo da Gênesis bíblica. 

A prova, então, é a seguinte. Você, o espírito, sabe que Deus é o senhor do universo porque tem ascensão moral para isso e precisa provar que sabe. Nesta provação existem apenas duas respostas que podem ser dadas: reconhecimento de que só Deus pode fazer isso ou se achar capaz de conhecer as coisas e por isso separar o bem do mal, o certo e o errado. 

Eis aí a etapa que é chamada de evolução moral. Este termo não tem a ver com a prática da moral humana, mas de reconhecer a ascensão moral do Senhor. Esta etapa da vida do ser espiritual é caracterizada pela busca ao reconhecimento da ascensão moral de Deus. 

Um detalhe: me desculpem, mas é a etapa que vocês que estão encarnados na Terra ainda vivem hoje, pois se trata do primeiro passo da evolução moral. Esta etapa se consiste à exposição do egoísmo ou individualismo. 

Ser um humano é viver uma etapa da busca do reconhecimento da ascensão moral de Deus através da prova do egoísmo. Como essa prova se realiza? Recebendo a informação de que você tem o mesmo poder de Deus, que tem a capacidade de separar o joio do trigo, sem esperar que ele seja roçado pelo Pai. 

Essa é a prova inicial da evolução moral. O espírito que até então apenas aprendeu, comprovará agora como se relaciona com essa cultura que recebeu. Ele pode se relacionar com ela de duas formas: louvando a Deus ou achando-se igual ou melhor que o Senhor.

Achando estranho falar em considerar-se melhor do que o Pai, mas não é isso que fazem. Se o ser não pode comer o fruto para não sentir-se capaz de separar o bem do mal é porque isso é um atributo específico de Deus, pois só Ele tem a Justiça Perfeita e o Amor Sublime para fazê-lo. Quando você aponta algo que considere mal, errado ou até mesmo injusto, não está achando que a sua justiça é melhor do que a de Deus? 

Esse é o início do processo de evolução moral. O espírito que até então só estudou, agora vai começar a aprender a lidar com tudo que aprendeu. Esse processo como descrito na Bíblia, é feito no mundo de nascimento e morte, sobre o qual falaremos daqui a pouco. 

Participante: estou lendo o livro Gênesis de Alan Kardec. Ele fala do progresso moral e isso se constituiria na chamada era de regeneração. Mas, você diz que a evolução do espírito nada tem a ver com a evolução moral. Minha pergunta. A evolução moral que levará a era da regeneração não significa melhora no caráter humano?

Não. Significa no caráter espiritual. As provações continuarão as mesmas porque a moral humana nada é mais do que a sua prova. É exatamente sobre isso que falaremos agora. 

Participante: é mais ou menos assim primeiro é preciso saber que não se sabe mais do que o professor. Isso entendido, senta-se na carteira e ouve-se a aula. 

Sim, você vai provar que apesar de ter ouvido o que o professor sabe, não se imagina mais sabedor do que ele. Reconhece que ele sabe mais do que você. Só que tem muita gente que senta na carteira e acha de que porque ouviu o que o professor falou, sabe mais do que ele. 

Participante: a personalidade não é do ego.

O ego é uma personalidade. Ele não tem, é. Além dela existe a personalidade espiritual. 

É um trabalho que fizemos um dia. Tudo que existe no mundo material, existe no espiritual. Tudo, pois o mundo material é uma miragem, algo que se vê onde existe outra coisa. 

Esse algo que é visto é determinado pelos seus conceitos. São eles que dão valor às coisas que existem e não elas mesmos. Por exemplo, casamento existe no mundo espiritual. Não o que você conhece como tal, mas existe alguma coisa que pode ser chamada de casamento. 

Libertar-se da materialidade é viver tudo o que existe no mundo material de uma forma absoluta e não pelas realidades relativas pelas quais as conhece.

Vida cristã


Interferência do médium no trabalho mediúnico

Participante: com relação ao médium consciente. O que ele pensa pode interferir no trabalho mediúnico? 

Pode, mas só haverá intervenção se aquele que está recebendo o fruto do trabalho precisar e merecer recebe-la. Se não houver o merecimento e a necessidade, jamais o médium conseguirá intervir na mensagem durante a atividade mediúnica. 


Deus é a Justiça, dá a cada um segundo as suas obras. Por isso não se pode dar a ninguém o que ele não mereça receber. 


Deixe-me fazer um parênteses. Sempre disse que umbanda é um trabalho feito para a plateia, para aqueles que vêm buscar alguma coisa. Sendo assim, havendo um trabalho dentro de uma determinada energia, será encaminhado para ser atendido quem precisa e merece aquela energia. 


É por isso que não se julga o trabalho de ninguém. Se um médium está fazendo um trabalho errado, dentro de uma energia que não combina com a casa, isso não tem problema algum. Digo isso porque esse médium não conseguirá atender quem não precisa e merece recebe-la.


O único prejudicado quando isso acontecer é o próprio médium, pois se os quesitos necessários não forem atendidos, ou seja, um trabalho com doação que seja realizado por uma equipe que esteja afinada dentro de um objetivo único, ele não recebe o pagamento pelo seu trabalho. 


Portanto, não se preocupem com o trabalho, mas cada um preocupe-se consigo mesmo ao fazer a atividade mediúnica. Cada um deve se preocupar com a sua intenção ao trabalhar, como se entrega ao próximo, como está convivendo com a sua mediunidade e não com a casa, com a religião ou com o trabalho dos demais médiuns da roda.

Você sabe o que é o seu mal?


O Apocalipse não tem real valor para o guerreiro da paz?

Nenhum valor. Não vale nada. 

O guerreiro sabe que a paz é conquistada a cada presente, a cada momento e por isso trabalha e se interessa apenas no momento agindo sobre as coisas que estão envolvidas nele. O que são essas coisas? Objetos, acontecimentos e ideias.

A esses três elementos que ele se atenta a cada momento. Se está conversando com três pessoas, o guerreiro da paz está envolvido no assunto
, nas ideias e nas três pessoas. Mas, se uma delas sai, esquece aquela pessoa e continua envolvido nas ideias das duas pessoas que estão presentes. 

O guerreiro da paz não se envolve com nada que não está presente no agora, porque sabe que só o que é presente, o que está no presente, pode lhe tirar a paz. Coisas futuras não trazem nenhum problema para paz, a não ser que o guerreiro traga o futuro para agora. Por exemplo, o medo de ser abduzido no futuro, se vivido no agora, onde não há essa ameaça, pode fazer o ser perder a paz. O ser não tem medo de ser abduzido um dia. Esse medo é vivido agora, como se a abdução estivesse acontecendo agora.

É por isso que o guerreiro da paz só se interessa pelo presente. O que está na Bíblia, o que vai acontecer no o futuro, para ele, não tem o menor valor. Deixa para se ocupar com essas coisas quando elas chegarem ao presente. 

Com relação especificamente às profecias, o guerreiro espera elas chegarem à sua realidade, acontecerem, e quando isso ocorrer vai aprender a trabalhar para não perder a sua paz. Enquanto não estiverem no presente, não dá a menor atenção a elas.