quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Fale também dos tais trabalhos encomendados nas encruzilhadas.

Deus é causa primária de todas as coisas. Sendo assim, se alguém vai ao centro de macumba, pedir um trabalho contra outro, foi Deus quem o mandou ir lá e pedir o trabalho. Agora, esse trabalho serve tanto para quem faz como para quem recebe. 

Deus dá a um a intuição de fazer o trabalho porque ele nutre um determinado sentimento que o faz tornar-se merecedor de viver esse papel na vida. Ninguém vai ao centro pedir para fazer um trabalho contra outro, se não merecer ser o agente desta situação carmática. Este é um detalhe sobre o tema. 

Quanto à eficácia, ou seja, se aquele trabalho vai chegar à pessoa que está querendo atingir, é outro detalhe. Isso eu não sei lhe responder, porque também vai depender do merecimento da outra pessoa receber ou não. O outro só receberá a carga negativa do trabalho se for merecedor, pois Deus dá a cada um segundo as suas obras.

É por isso que na umbanda os exus dizem: ‘eu pego e vou levar, mas se não puder entregar, volto e devolvo’. Isso quer dizer: o exu pegará a carga energética, levará para a pessoa, mas, se ao chegar lá para entregar a pessoa não merecer recebê-la, ele trará e a devolverá para quem mandou.

Precisamos entender que um trabalho de umbanda nada mais é do que um despacho de uma carga sentimental. Fazer trabalho espiritual é enviar determinada carga sentimental a outro.

O espírito trabalhador chamado exu absorverá esta carga daquele que faz o trabalho e a levará para entregar à pessoa que foi destinada. Só que ao chegar lá se a vibração da pessoa não se encaixar com a pessoa que devia receber, o exu volta com aquela carga e a devolve para quem mandou. Isso porque ela é dele, foi ele quem a nutriu.

Portanto, são estes os dois aspectos que gostaria de salientar sobre o tema que você perguntou. Primeiro, dizer que o trabalho é a emissão de uma carga sentimental (energia) e segundo, que tanto a fonte geradora quanto a fonte receptora precisam estar numa sintonia porque tudo aquilo é prova. 

A macumba não é o charuto, a cachaça, a galinha, a farofa, mas um sentimento. Na verdade, quando você olha atravessado (nutre um sentimento de desconfiança) para alguém, está fazendo uma macumba. Quando tem raiva de uma pessoa, está fazendo uma macumba. Quando está acusando alguém, está fazendo uma macumba. Isto porque a macumba não são as coisas materiais, mas o sentimento que se coloca nas coisas. 

Por isso, não importa se você está falando, cantando ou oferecendo coisas materiais, sempre que nutre um sentimento por uma pessoa está fazendo uma macumba para ela. O sentimento é quem comanda a ação e não o contrário.

Joaquim de Aruanda

Se Deus é Onisciente, porque Ele precisa que lhe provemos algo?

Boa pergunta.

Por ser Onisciente, Deus sabe a capacidade de realização do espírito. É essa capacidade que é submetida àquilo que chamamos de livre arbítrio. Ou seja, o espírito tem a capacidade de realizar determinada escolha, mas para realizá-la precisa tomar uma decisão. 

Deus conhece a capacidade de realização do espírito, ou seja, sabe o quanto o espírito é capaz de optar por uma ou por outra forma de amar, mas o espírito não sabe. O espírito, assim como o ser humanizado estudante, imagina que conhece a matéria, mas muitas vezes seu conhecimento não é tão profundo quanto imaginava. 

Por isso, no momento da provação o espírito é pego de surpresa, ou seja, reage de uma forma que não imaginava que iria reagir. Mas, Deus não é pego de surpresa: Ele, por ser Onisciente, já sabia que o seu filho iria optar pelo que optou. 

Sendo assim, posso dizer que Deus sabe o que o espírito vai escolher durante a encarnação, mas você, o próprio ser, não sabe. 

Se isso é verdade, na realidade o espírito durante a encarnação não está provando nada a Deus, mas sim a ele mesmo. A encarnação, portanto, não se trata de um período de provações a Deus, mas sim a si mesmo: provar a si mesmo que aprendeu o que diz que aprendeu.

Para entender melhor o que estou dizendo, não se esqueça que o espírito encarnado não tem consciência do não amor com o qual vive. Para ele, que está ligado a um ego, são justas e amorosas todas as realidades que o ego cria e diz que são desta forma. Só depois de desencarnado é que o ser universal terá consciência do individualismo deste amor. 

Hoje para você, espírito encarnado, é muito normal só fazer o que quer, só se submeter àquilo que deseja submeter-se, achar que é justo e importante receber isso ou aquilo. Você, o espírito, não vê nisso um individualismo, mas acredita que está certo, que é justo e amoroso. Só que não é. 

A ideia de que as proposições geradas pelo ego são certas, justas e amorosas é apenas a provação à qual o espírito s submete quando encarna. Elas não podem ter estas caraterísticas porque são fundamentadas no egoísmo, que é a característica primária da personalidade temporária. Por este motivo, elas não contemplam valores universais e por isso não são reais. 

Depois de desencarnado, ai o ser terá consciência da predominância do individualismo nestas ideias e dirá: ‘Meu Deus, como não pensei nos outros? Como eu só me preocupava comigo mesmo’. 

Portanto, não é a Deus que você, o espírito, precisa provar nada, mas a você mesmo. Precisa mostrar a si mesmo o quanto tem consciência de que quando se considera o perfeito, o certo, não está sintonizado com Deus. 

Joaquim de Aruanda

Participante: fale mais sobre a questão da intenção?

O que é intenção? É a motivação criada pela razão humana durante a participação nos acontecimentos do teatro da vida.

Intenção não significa ação, mas sim motivação. A ação acontece e o ego coloca nas ações que acontecem ou que acontecerá, uma motivação. 


Participante: é um motivo?


Não, não é um motivo: é uma motivação. 


Por que você veio aqui hoje? Não importa a sua resposta: esta é a sua motivação para vir. 


Participante: mas, se estiver aqui motivado por um objetivo espiritual?

Foi o que acabei de dizer: o ego cria verdades fundamentadas em conceitos humanos sobre santidade, reforma íntima, etc., para ludibriar o espírito.

Por que você está aqui? Porque quis vir, porque quis estar. Satisfazer o seu desejo de estar: esta é a real intenção que está no seu ego. Afirmo isso porque, apesar dessa sua aparente preocupação com a elevação espiritual, já houve dias em que poderia ter vindo, mas não veio. Se a preocupação com a busca da reforma é tão grande, porque não veio nestas horas? Porque não teve vontade, porque preferiu fazer outras coisas. Viu como a sua intenção de buscar a elevação não é tão grande?


A mente gera uma intencionalidade fundamentada em algo sagrado, divino, espiritual e, com isso, mantém escondida a real intenção. Por isso você acredita que está aqui por causa de uma busca espiritual, mas isso não é real. 


É isso que o ser encarnado precisa compreender: ele não pode aceitar as justificativas que o ego cria, pois a personalidade humana trabalha com motivações ilusórias para encobrir a verdadeira.


Portanto, por mais que imagine que é a sua motivação espiritual que lhe trouxe aqui, isso não é verdade: você está aqui por motivos materiais. Está aqui porque a razão criada pelo ego neste momento disse que era certo e bom, ou qualquer outra justificativa, estar aqui. Sendo assim, você está aqui por uma motivação baseada no eu, no individualismo. Está aqui por um valor material (ser bom para você, ser de seu interesse) e não pela busca espiritual.


Se você, a personalidade humana à qual um espírito está ligado, respondesse que não sabe porque está aqui neste momento, eu poderia dizer que haveria, então, uma motivação espiritual. Agora, enquanto souber porque fez alguma coisa, ou seja, tiver uma razão que afirme qualquer motivação para a prática de uma ação, afirmo que acabou-se o espiritualismo.


Ação sem intenção: essa é a base do ensinamento de Krishna. Por isso ele ensina assim aos seus pares (os espíritos): repousa em mim (Deus) e assista a sua vida. Sabe o que é assistir a sua vida? ‘Olha, ele está indo lá. O que vai fazer lá? Não sei. Voltará de lá? Não sei’. 


Participante: então, eu não tenho que me perguntar por que faço isso ou aquilo? Simplesmente faço. É isso? 


O que é se perguntar por que faz alguma coisa? É descobrir uma intenção, criar uma motivação para a ação. 


Se a personalidade humana age assim, o espírito não deve acreditar que a resposta a esta pesquisa é real, pois senão ele estará agregando uma intenção ao que é feito. 


Participante: o que falo então: fiz porque fiz?

Isso, você fez porque fez. Lembre-se: quem faz alguma coisa com intenção sabe o que faz. Se as ações praticadas pela personalidade humana são sempre fundamentadas no individualismo, o espírito que acredita que fez algo por algum motivo se torna individualista.

Apenas um detalhe: não estou falando apenas de intenções que vocês consideram erradas ou más: estou falando de todas as intenções. Mesmo quando faz alguma coisa com uma intenção considerada boa (ajudar os outros, por exemplo), ainda existe uma intenção na personalidade humana que é individualista e, portanto, esta ação passou a ser um ato egoísta.


‘Mas, Joaquim, você ficou maluco? Ajudar o próximo é um ato egoísta’, vocês me perguntariam. Eu responderia: sim, é, pois o ego possui condições para ajudar alguém. 


Se a personalidade humana cria razões que dizem que só deve ajudar a quem achar que deve e da forma que achar certo ajudar, esta ajuda transforma-se num ato individualista, pois atende a requisitos individuais. Apenas aquilo que é praticado sem submissão a nenhuma condição fundamentada em crenças e valores individuais pode ser considerada universal. 


Repare que o ser humano não ajuda indistintamente, mas apenas àqueles que ele considera que precise de ajuda. Mais: não os socorre da forma que os outros querem ser socorridos, mas da forma que ele, ser humano, acha que deve socorrer. Isso não é egoísmo?


Se a personalidade humana você fosse capaz de fazer sem motivação, ou seja, fazer por fazer e não fazer do jeito que quer, fazer com a intenção de agradar o próximo, ganhar alguma coisa e tantas outras condições que ela cria, eu poderia dizer que era universalista. Mas, como isso não acontece, não posso afirmar isso.


Agora ficou claro? Motivação é a razão que o ego propõe para o espírito durante a realização de ações. Essa razão não é real, mas apenas um elemento da grande aventura do espírito e existe para que esse possa fazer a sua provação. Por isso, essa razão deve ser abandonada. 


Joaquim de Aruanda
 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Música indígena americana


Palestra motivacional - Como vencer na Cri$e - Video Motivacional


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Palestra motivacional - Como vencer na Cri$e - Fator Interno


Palestra motivacional - Como vencer na Cri$e - Lado Espiritual


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A vida não pode lhe aprovar

Começando a entender o que estou dizendo?

Participante: estou começando a compreender.

Sem isso, você jamais terá paz. Sem essa noção da vida, dos acontecimentos, de como eles ocorrem, jamais terá paz nesta vida. Jamais ...

Participante: isso porque a vida jamais mudará. Ela sempre será a mesma coisa.

Não, ela se muda. Só que qualquer mudança que fizer ela sempre permanecerá fiel à sua própria essência.

Qual é a essência da vida? É estar sempre lhe dando motivos para chegar ao sofrimento. Essa é a essência da vida. 

Participante: nesta sala de aula a matéria é sempre essa.

Essa é a sala de aula que vocês estão frequentando num ano letivo que já dura sete mil anos.
Participante: tomara que consigamos sair dela. Vamos ver de dessa vez conseguimos sair, se a vida se apresenta como sair.

Não, isso não depende da vida. Esta é a única coisa que você tem que fazer e que a vida não pode interferir. 

A única coisa que a vida não pode fazer é lhe aprovar. Ela sempre continuará fiel à sua essência, mas só você pode alcançar a aprovação nesse ano letivo. Ela não pode interferir em nada: nem na aprovação nem na reprovação. 

A vida não pode lhe aprovar. É você que precisa alcançar isso. Como? Aprendendo a assistir ao que ela cria sem envolver-se emocionalmente com essas criações. A vida não pode lhe reprovar. É você que se reprova. Como? Envolvendo-se emocionalmente com as criações da vida, ou seja, sofrendo quando ela lhe apresenta o sofrimento. 

Em O Livro dos Espíritos há uma resposta do Espírito da Verdade que retrata muito bem isso:
“258a Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida como castigo? Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ide agora perguntar porque decretou ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da do home. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredires, e Deus o permitiu”. 

Se um perigo vos ameaça, ou seja, se existe uma proposição de sofrimento, isso é obra de Deus, mas Ele só o criou porque você decidiu desejou se expor a ele, porque viu nisso uma oportunidade de progressão. Deus o gerou e lhe deu a capacidade de escolher, ou seja, o livre arbítrio entre o bem e o mal. Agora é sua a responsabilidade pela escolha. É por causa dessa liberdade que a vida não pode lhe aprovar ou desaprovar.

É por conta dessa função da vida que ela jamais poderá mudar na sua essência. Isso ela não pode mudar. Pode alterar a história, pode mudar os personagens, mas fugir dessa essência ela não pode, porque é o instrumento que Deus criou para que você possa utilizar o seu livre arbítrio.

Pai Joaquim

Querem acabar com a tentação? Ouçam Cristo.

No Evangelho de Tomé, logo depois de anunciar que ia morrer, os seus discípulos dizem: ‘senhor o que quer que façamos? Quer que façamos dieta, jejum, que não penteie o cabelo no dia santo, que não comamos carne de porco, quer que façamos a caridade’? Cristo responde a eles: ‘não minta para você mesmo’. 

Mentir para você é ter vontade de fumar e deixar de fazê-lo para proteger a saúde. Mentir para você é babar na gordura da carne e não comer porque faz mal para a saúde. Quem mente para si mesmo, ou seja, tem o desejo, mas não faz o que quer para ganhar alguma coisa, cai na tentação. Isso acontece porque ele se submete ao código humano de vida, porque faz algo em troca de ganhar alguma coisa neste mundo. Este está mentindo para si mesmo.

Então veja, o não se submeter ‘é dizer: se eu como, como, e daí? Eu não como, não como, e daí?’ É a mesma diferença que já coloquei entre comer verduras e ser vegetariano. Existem pessoas que comem apenas verduras e legumes e não se alimentam de carne; mas existem outros, os vegetarianos, que dizem que não comem por causa do pobrezinho do animal. Isso é hipocrisia, pois muitos estão babando em cima da carne...

Não ceder à tentação não é não fazer. É não se submeter ao sistema. É fazer porque acha o melhor para si, porque quer, e não fazer esperando receber alguma coisa em troca, esperando ganhar algo nesta vida. Claro, tudo dentro do que está programado que irá acontecer. 

Quem não cede à tentação é aquele que faz porque quer e não para ganhar alguma coisa. Quem não cede à tentação é aquele que vai a uma festa onde todos estão de terno e gravata vestindo um traje esporte. Qual o problema? Esse não se submete às regras sociais...

Lembro que quando falei disso à primeira vez, uma pessoa me disse que no trabalho dela precisava usar determinado tipo de sapato. Eu respondi que não estava falando em ir com outro tipo de sapato ou sem. O que falei era que ela precisava alcançar a liberdade de ir com o sapato que quiser, inclusive com aquele que normalmente ia. Ir, não porque era obrigada a ir, submeter-se ao sistema, mas por achar melhor para ela ir.

Então veja, o que estou ensinando não é não ter, não fazer ou não ser. É não se submeter. O que estou dizendo é que você pode ser tudo, fazer tudo e estar de qualquer forma, desde que não seja, esteja ou faça esperando ganhar algo nesta vida.

Pai Joaquim

Porque é preciso se libertar das tentações?

Porque na hora que você se submete está criando uma regra. O que acontece quando se tem uma regra? 
 
Paulo ensina isso. Ele diz: a lei gera o pecado... Ou seja, sempre que você tem uma regra cria um erro. Se a regra é certa, ela criou o que é errado. Este não existia até você ter uma regra. 

Esse é que é o grande problema de se submeter às tentações. Quem vive a partir das regras humanas que geram um certo e errado julga a todos e a tudo de acordo com aquilo que acredita. Com isso quebra os ensinamentos de Cristo, principalmente o que orienta os seres amarem-se uns aos outros, a darem ao próximo aquilo que quererem para si. 

Quem cede às tentações passa a servir à mente humana, ou seja, submete-se ao sistema humano de vida, à regra e quando faz isso chama todos os outros de errado. Com isso não amou...

Participante: quando você sabe que está fazendo algo por obrigação? 

É muito simples: quando acha que o outro está errado ao fazer diferente. 

Se você não fizer algo por obrigação não obrigará o outro a fazer diferente. Quando você for no baile de carnaval de terno e gravata e der ao outro o direito de ir de fantasia, não está submetido à regra, já que não se sentiu obrigado a ir de determinado jeito. Agora, quando você achar que o outro é obrigado a ir com o mesmo tipo de vestimenta que está usando só porque você acha que é a certa, neste momento está fazendo algo obrigatoriamente.

Pai Joaquim

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Conseguir amar universalmente

Participante: se outros conseguiram amar universalmente, eu posso conseguir.

Com relação a isso, tenho certeza absoluta que você e todos podem. Não amar totalmente, mas conseguir vencer diversos condicionamentos. 

Sabe porque tenho essa certeza? Porque estão encarnados. Se não tivesse condição de obter essa vitória, Deus não deixaria vocês encarnarem, viver isso. A encarnação passa pelo crivo de Deus e aquilo que Ele sabe que o espírito não tem a menor condição de fazer, retira. 

Portanto, se estão encarnados, se estão tendo a oportunidade de ouvir aqui ou em qualquer lugar sobre esse trabalho, é sinal que possuem condições de fazer. 

Agora, o que vai determinar se fará ou não? O apego que a mente criar e você aceitar.

Pai Joaquim

Ter que amar

Participante: dessa forma, amar incondicionalmente pode significar dentro da visão humana o desapego completo, o amar o amar? 

Não necessariamente o desapego completo, porque você ainda se apegará a ter que amar.
Quem ama o amor, ama a ele, mesmo que não esteja amando. Quando é preciso amar para poder amar, está vivendo uma condicionalidade.

O problema é que vocês não me ouvem apenas, mas querem entender, quererem um criar um sistema para colocar em prática o que falo. Querem saber o que é, como é, o que pode ser. Por isso se perdem, porque a mente humana não tem capacidade para entender essas coisas.

Ela faz este jogo como, por exemplo, a afirmação de que amar incondicionalmente então é o desapego completo, para que você se apegue a uma forma de amar. Aquele que não está desperto, que não está consciente da existência sua e da mente e do funcionamento desta, acaba caindo. 

Neste momento começa a ter um apego: o de ter que amar.

Pai Joaquim

Amar humanamente

Participante: parece que amar universalmente é só deixar de fazer as coisas humanas, deixar de amar humanamente, mas esse amar também tem a ver com um sentir algo, mesmo que não conheçamos esse algo?

Amar não é sentimento. Vocês tratam o amor como algo a mais, mas não se trata de nada diferente de qualquer outra coisa deste mundo. Amar não é aquele calor que dá no peito, não é estar se sentindo bem, estar em paz. Amar não é nada disso, mas apenas amar.

A partir desta afirmação, você me perguntaria: o que é amar? Eu diria que só tem condições de saber o que afirmei, mais nada. Isso porque amar está além do mundo humano. 

Aqui, enquanto guiados por uma razão humana e viverem consciências criadas por ela, não terão consciência que amaram. Se tiverem, podem ter a certeza que esse amor é condicionado, já que tudo que é gerado pela mente é condicional.

‘Ah, Joaquim, do jeito que você fala fica difícil’. Sim, fica impossível, mas não pelo que eu falo, mas sim por conta de vocês. O problema é que ainda insistem em amar, em ter um sentimento, mas não foi isso que falei que deveriam fazer. O que disse é que deveriam se libertar das condições do amor gerado pela razão. Isso vocês entendem. Sabem o que é condicionalidade, imaginam que sabem quem é a mente e podem ver a condicionalidade presente. Portanto, se pararem por aqui, não ficará difícil. 

Por isso, pare de querer saber o que é amar e como fazê-lo. Trabalhe suas condicionalidades. 

Lembra-se quando me disse que as coisas humanas são um saco? Isso, além de apego a algumas coisas, é o fruto de um amor material, pois para achar alguma coisa um saco, é sinal de que ama condicionalmente outras. Quando me diz que a prática do ensinamento lhe levará a um vazio, acabou de colocar uma condicionalidade no seu amar. 

Por isso, lhe digo, e sei que pode compreender: destrua essas coisas. Para isso diga para si mesmo: ‘aquilo é chato, mas é o que eu tenho. Não tenho o que queria, então vivo o que aparece’. ‘Estou ouvindo um caminho e ele toca meu coração. Por isso vou tentar praticá-lo, mesmo não sabendo onde vai dar. Aliás, no que vai dar não me importa, porque o importante é o caminhar e não o chegar’. 

Isso são coisas que você compreender quando digo e possui condições de fazer. Só que ao invés de realizar o que precisa, fica se aprendendo a detalhes que é incapaz de compreender e que mesmo que compreendesse, não levaria a lugar algum. Falo isso da sua mente e não de você.

Aí está o problema. A mente trabalha de tal forma que os mantenha presos ao individualismo, à posse, a paixão, aos desejos. Por isso gera necessidades. Uma delas é a de entender o que é ouvido, a esmiuçar as coisas que são incompreensíveis para ela. 

Saibam que esse é o trabalho da mente e que não conseguirão se libertar dele a tal ponto de não ter o fruto dele. Por isso, precisam trabalhar a liberdade do que é criado e não mudar a produção dela.

Pai Joaquim

Amar incondicionalmente

Participante: quando não amamos a nada especificamente, não acabamos entrando num nada, num vazio ao invés de amarmos incondicionalmente?

Pelas perguntas que você tem me feito, posso dizer que está muito preocupada com o que acontecerá depois que realizar algum trabalho. Eu não posso lhe dizer o que acontecerá, pois a impressão sobre alguma coisa é sempre uma sensação individual. Por isso, vá, tente.

Deixe-me dizer algo. Se você está em busca de algo diferente na sua vida, e por isso veio parar aqui, é sinal de que as coisas não estão boas. Se você estivesse bem consigo mesmo, não estaria procurando nada novo. Por isso, lhe digo: tente. Pior do que está não vai ficar, mas pode ser que melhore. Espere ver o que vai acontecer.

Mas, tem mais uma coisa que quero lhe falar. Preste atenção e a cada assunto que conversamos a sua mente está lhe colocando argumentos para que nem tente. Esses argumentos estão dentro de um tema que ainda conversaremos aqui: previsão de futuro. 

Repare que na sua pergunta há uma previsão de futuro. Quando diz que ficará no vazio com o fim do amor condicional, está fazendo uma previsão do que acontecerá caso coloque em prática. Mas, nem você nem ninguém sabe o que acontecerá amanhã. Por isso não deixe a mente plantar sementes ligadas a coisas futuras.

Viva o hoje, o agora. Viva o não condicionar o amor hoje e espere para ver em que dará isso.

Pai Joaquim

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Sexo entre duas pessoas diferentes

Outro ponto importante. Na maioria das vezes o ato sexual é feito a dois. Qual seria o certo nessa relação de dois, a relação entre dois seres fazendo sexo? 

Participante: sexo entre duas pessoas diferentes? 

Isso não importa. O que estou perguntando é o que deveria acontecer numa relação sexual entre duas pessoas. 

O certo, se houvesse, numa relação onde duas pessoas estão presentes é sempre servir o próximo. Agora, será que alguém quando está num ato sexual se preocupa com o seu parceiro ou se atenta apenas em conseguir individualmente o seu êxtase?

Alguém se preocupa em dar ou apenas em receber? Este é outro detalhe que a mente trabalha e que aquele que quer buscar a felicidade plena precisa se atentar. Falo da necessidade de se ter atenção a este aspecto porque, apesar de dizermos que este acontecimento é mental, a prática física desta ação não acabará em vocês por este motivo. 

Então, é preciso que durante o ato, o buscador da felicidade cobre que você se satisfaça. Neste momento deve ter a consciência de que existem dois presentes naquela relação e que deve servir ao parceiro e não prender-se na busca da sua própria satisfação.

Falei agora pouco de dominação. Sim, o ato sexual é exercido por cada ser humano para usar o outro para o seu próprio benefício. No mundo inconsciente da mente, nas verdades que estão por trás de outras, que já vimos que existe, é assim que a coisa funciona. O ser humano usa o outro para ter, para receber, para ganhar. Não compactue com isso. 

É por isso que se diz que determinadas pessoas não são boas de cama. Não que ela seja isso de verdade, mas só recebeu essa pecha porque lhe deu o que queria. Só que o êxtase é individual. Por isso, não é ela que é fraca de cama, mas você. Foi você que não conseguiu, não ela que não lhe deu.

Saibam que tudo o que envolve o sexo, assim como qualquer acontecimento da vida, nada mais é do que uma propositura mental para lhes manter no prazer e na dor, no ato sexual bom ou ruim.
 
Pai Joaquim

Como se alcança o prazer num ato sexual?

Pela percepção. Vocês estão tão presos à mente que precisam que elas lhes de a percepção sexual, seja a masturbação ou a relação sexual a dois. Precisam que ela crie a percepção de estarem fazendo um ato sexual para poder fazê-lo.

Vou falar algo que vocês não vão gostar. O que é um êxtase sexual? É um estado emocional onde o ser humanizado se entre em um estado emocional diferenciado. Mas, quando numa meditação religiosa, seja oração ou a pratica pelas culturas orientais, alcança o êxtase da ligação com Deus, em que isso difere do sexual? Nenhuma.

Na verdade, a mente cria a ideia do êxtase, que é a mesma de por exemplo ganhar um carro novo, quando, ao estar desempregado, consegue um emprego, quando faz um concurso e passa nele. O êxtase é o mesmo em todos estes casos. Só que como a mente cria o êxtase e diz que está percebendo o toque sexual, está tendo um êxtase sexual.

Isso é muito importante de se conhecer no sentido de se libertar da mente, pois buscam o êxtase através do sexo apenas e por isso ficam presos à ideia de ter que fazer sexo. Por acreditar neste ter que fazer, você entra, então, no prazer de ter o êxtase.

O que disse agora pouco: o problema não é ter o êxtase ou sofrer, mas viver o prazer de ter e a dor de não ter. Esse é o ponto fundamental de quem busca a sua felicidade. 

Vejam como o êxtase, em si não possui a conotação prazerosa, mas existe o prazer ou a dor de tê-lo. Se uma mulher faz sexo com o seu marido, acha prazeroso. Agora, se esta mesma mulher for estuprada e o tiver, sofrerá, pois não aceita tê-lo durante aquele acontecimento. 

Portanto, é preciso ficar bem claro que o que é danoso a quem busca a sua felicidade não é fazer ou não o ato sexual, mas prender-se ao prazer de ter o êxtase. Aceitando este prazer, a mente cobrará que o alcance em todas as relações sexuais, cobrará que que obrigatoriamente tenha este ato. Se neste momento o parceiro ou parceira está com dor de cabeça, reclamará. 

Porque isso acontece? Porque você é prisioneiro de ter a relação para poder alcançar o êxtase. Como disse, este pode ser alcançado em muitos outros momentos que não necessariamente no ato sexual. Por isso, ao invés de reclamar, vá assistir um jogo de futebol que o momento da vitória do seu time lhe trará o que quer. 

O prazer do êxtase pode ser alcançado através de qualquer acontecimento do mundo humano. Não precisa necessariamente do ato sexual. Mas, lembrem-se: quem tem prazer, perde a felicidade.

Pai Joaquim

O que é um ato sexual?

Um acontecimento da vida. Aliás, tudo é um acontecimento da vida.

O ato sexual é apenas um acontecimento da vida, mais nada do que isso. Com isso retiramos deste ato toda uma carga de conceitos que são colocados sobre ele. 

Quando falo que determinada coisa é um ato da vida, quero sempre dizer que isso não tem outra definição ou propósito de existir. O ato sexual não tem em si nenhum propósito para existir. 

Alguns dizem que para procriação. Ele não é para isso. Outros dizem que é para relaxar, para tirar a tensão. Isso também é uma ilusão. O ato sexual não pode ter nenhuma outra função senão ele por ele mesmo. 

Participante: não é para procriar?

Não. A procriação pode resultar do ato, mas a finalidade dele não é esta. Se fosse, vocês só fariam neste momento.

Tem outro detalhe que vou falar e sei que vocês não vão aceitar. O ato sexual não é uma consequência do amor. Uma coisa não tem anda a ver com outra. 

O que precisamos compreender é que os atos da vida, apesar de pensarem diferente, não possuem motivação para acontecer. A motivação para existir qualquer ato nesta vida é a própria execução do ato. 

Só nestes aspectos que levantei agora, já há um trabalho imenso a ser feito por aquele que quer alcançar a sua felicidade. É preciso retirar da mente determinadas intencionalidades que ela dá aos acontecimentos da vida. Isso porque se acredita que o ato sexual é feito para procriação, quando você ou alguém fizer sem essa intencionalidade, virá um sofrimento, uma contrariedade. 

A mesma ideia serve para as outras intencionalidades que falamos. Imagine que você chega em casa estressado de um dia de trabalho e acredite que um ato sexual pode relaxá-lo. O pratica e ao final continua estressado. O que acontecerá? Contrariedade.

Esse, portanto, é o primeiro passo para a felicidade. Retirar deste ato toda a carga de conceitos que a sua mente tem e passar a vive-lo apenas como ato sexual. Não como expressão do amor, para procriação, para relaxar, satisfazer. Nada disso: trata-se apenas de um acontecimento da vida.

Pai Joaquim

O espírito já conheceu as coisas do universo

O espírito já conheceu as coisas do universo e sabe como funciona. A esse período da sua existência chamamos de evolução cultural. O espírito avança culturalmente sobre a realidade do universo nessa primeira etapa. Quando a acaba, passará, então, por um processo de avanço moral. 

Esta é a segunda etapa. Primeiro aprendeu, depois tem que ver como irá trabalhar as informações que recebeu. Trabalhar dentro de si, na sua personalidade. 

Esse é um processo descrito na Gênesis bíblica como a afirmação de Deus que diz: você pode comer de todas as coisas do paraíso, menos o fruto da árvore que fica no centro. 

“Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore, pois no dia em que você comer, certamente morrerá” (Gênesis, capítulo 2, versículos 16 e 17). 

O fruto da árvore do conhecimento é o saber. Sempre que se come, acredita, engole, um conhecimento, se adquire um saber um achar que sabe. Como este saber é sempre considerado positivo por quem acredita nele, é o instrumento usado para separar o bem do mal. 

Essa é a etapa inicial de todos os espíritos. Eles adquirem uma cultura e depois precisam provar que sabem lidar com ela. Provar que sabem tê-las, sem usá-las para separar o bem do mal. 

Porque é preciso esta prova? Porque dentro do avanço cultural o ser ainda aprende uma outra coisa: a ascensão moral de Deus e o seu atributo de ser a Causa Primária de todas as coisas, que existe justamente por conta da ascensão moral. Eles aprendem que existe o faça-se Deus. 

É por isso que essa prova é importante. O ser que aprendeu a conhecer as coisas do universo sem comer o fruto da árvore do conhecimento, ou seja, sem o ilusório poder de separar o bem do mal, respeita essa ascensão moral. Já aquele que comeu desse fruto, não demonstra esse respeito, que é necessário para a integração universal.

Este ponto de vista fica bem claro quando ouvimos o que a cobra conversou com Eva.

“Ela perguntou a mulher: é verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do jardim?

A mulher respondeu: podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no meio do jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos.

Mas, a cobra afirmou: vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.

A mulher viu que árvore era bonita e que as frutas eram boas de se comer. E ela pensou como seria bom ter conhecimento.” 

O espírito que come o fruto da árvore do conhecimento é aquele que quer se igualar a Deus, ter o mesmo poder dele, sem a ascensão moral para ser. Por isso, ele não consegue se fundir a totalidade dos seres do universo. 

O espírito que durante esse período de provação não conseguir vivenciar a aceitação das ascensão moral de Deus não estará mais simples. Vou ter que explicar isso melhor, porque no início de nossa conversa disse que a simplicidade não se altera. Para isso vamos usar o exemplo da Gênesis bíblica. 

A prova, então, é a seguinte. Você, o espírito, sabe que Deus é o senhor do universo porque tem ascensão moral para isso e precisa provar que sabe. Nesta provação existem apenas duas respostas que podem ser dadas: reconhecimento de que só Deus pode fazer isso ou se achar capaz de conhecer as coisas e por isso separar o bem do mal, o certo e o errado. 

Eis aí a etapa que é chamada de evolução moral. Este termo não tem a ver com a prática da moral humana, mas de reconhecer a ascensão moral do Senhor. Esta etapa da vida do ser espiritual é caracterizada pela busca ao reconhecimento da ascensão moral de Deus. 

Um detalhe: me desculpem, mas é a etapa que vocês que estão encarnados na Terra ainda vivem hoje, pois se trata do primeiro passo da evolução moral. Esta etapa se consiste à exposição do egoísmo ou individualismo. 

Ser um humano é viver uma etapa da busca do reconhecimento da ascensão moral de Deus através da prova do egoísmo. Como essa prova se realiza? Recebendo a informação de que você tem o mesmo poder de Deus, que tem a capacidade de separar o joio do trigo, sem esperar que ele seja roçado pelo Pai. 

Essa é a prova inicial da evolução moral. O espírito que até então apenas aprendeu, comprovará agora como se relaciona com essa cultura que recebeu. Ele pode se relacionar com ela de duas formas: louvando a Deus ou achando-se igual ou melhor que o Senhor.

Achando estranho falar em considerar-se melhor do que o Pai, mas não é isso que fazem. Se o ser não pode comer o fruto para não sentir-se capaz de separar o bem do mal é porque isso é um atributo específico de Deus, pois só Ele tem a Justiça Perfeita e o Amor Sublime para fazê-lo. Quando você aponta algo que considere mal, errado ou até mesmo injusto, não está achando que a sua justiça é melhor do que a de Deus? 

Esse é o início do processo de evolução moral. O espírito que até então só estudou, agora vai começar a aprender a lidar com tudo que aprendeu. Esse processo como descrito na Bíblia, é feito no mundo de nascimento e morte, sobre o qual falaremos daqui a pouco. 

Participante: estou lendo o livro Gênesis de Alan Kardec. Ele fala do progresso moral e isso se constituiria na chamada era de regeneração. Mas, você diz que a evolução do espírito nada tem a ver com a evolução moral. Minha pergunta. A evolução moral que levará a era da regeneração não significa melhora no caráter humano?

Não. Significa no caráter espiritual. As provações continuarão as mesmas porque a moral humana nada é mais do que a sua prova. É exatamente sobre isso que falaremos agora. 

Participante: é mais ou menos assim primeiro é preciso saber que não se sabe mais do que o professor. Isso entendido, senta-se na carteira e ouve-se a aula. 

Sim, você vai provar que apesar de ter ouvido o que o professor sabe, não se imagina mais sabedor do que ele. Reconhece que ele sabe mais do que você. Só que tem muita gente que senta na carteira e acha de que porque ouviu o que o professor falou, sabe mais do que ele. 

Participante: a personalidade não é do ego.

O ego é uma personalidade. Ele não tem, é. Além dela existe a personalidade espiritual. 

É um trabalho que fizemos um dia. Tudo que existe no mundo material, existe no espiritual. Tudo, pois o mundo material é uma miragem, algo que se vê onde existe outra coisa. 

Esse algo que é visto é determinado pelos seus conceitos. São eles que dão valor às coisas que existem e não elas mesmos. Por exemplo, casamento existe no mundo espiritual. Não o que você conhece como tal, mas existe alguma coisa que pode ser chamada de casamento. 

Libertar-se da materialidade é viver tudo o que existe no mundo material de uma forma absoluta e não pelas realidades relativas pelas quais as conhece.

Pai Joaquim

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Qual a melhor maneira de adquirir cultura espiritual.

Para o ser humano? Nenhuma. Esse ser é incapaz de conhecer as coisas do mundo universal. 

Para você, espírito, já acabou o seu período de conhecimento. Você já conhece tudo, não tem mais nada a conhecer. O que precisa agora é refinar o seu trato com essas coisas, que é isso que está fazendo ao longo do que chamam de reencarnações.

Só um detalhe para não se sentirem culpados porque estão reencarnado. Todos os espíritos não passaram na primeira prova. O mais evoluído desse sistema solar ou mundo que vivem que se chama Cristo mas ele ainda passou por diversas provas ou encarnações. Buda, o primeiro a evoluir neste mundo, passou por 42 encarnações.

Pai Joaquim

Tudo que acontece no mundo material já aconteceu primeiro no espiritual?

Deixa eu tentar pensar para lhe responder, pois a resposta como sempre é sim e não. 

O que é acontecer uma coisa para você? É ter uma percepção. Você percebe algo e isso acontece. Por exemplo: está acontecendo de estar aqui porque está percebendo o som da minha voz e todo o ambiente. 

Esse acontecer como percepção não aconteceu antes. Ele foi percebido agora no presente, porque está acontecendo agora. Agora, esse acontecimento, como programação de existência, já aconteceu. 

É a história do filme. No momento em que Deus está construindo uma existência carnal de um ser a partir do gênero de provas solicitado por ele, roda, filma o filme. Nesses momentos, as coisas acontecem. Elas ficam gravadas em um filme. Eu diria que isso corresponde a alguma coisa que vocês acreditam como um arquivo universal onde ficam guardadas todas as cenas das vidas do universo. 

Só que para você, um espectador de filmes, o fato de fazê-lo ainda não é um acontecer. Para você esse acontecer só existirá quando ver o filme. 

Então, sim, o acontecimento já aconteceu, mas ainda acontecerá.

Participante: como humanos podemos ter acesso a esses acontecimentos?
Não, o humano é o acontecimento. Esses acontecimentos fazem parte do ego, da consciência e não estão no mundo externo. 

Você não está na frente do computador está tendo a consciência de estar. Por isso digo que o acontecimento é o humano e ele não pode ter acesso ao acontecimento.

Pai Joaquim

Existência do Espírito

Ainda falando sobre o processo que caracteriza a existência do espírito, poderia dizer primeiro que ele não fere nada do que falamos anteriormente, ou seja, o processo não acaba com a imutabilidade do espírito e nem com a estabilidade do universo. Isso porque todo processo existe apenas no mundo ilusório, no mundo das ideias e não na realidade espiritual. Por isso não afeta em nada a realidade do universo e nem a consciência primária do espírito. Esse é o primeiro detalhe.

O segundo, muito importante, que precisamos ter em mente. O espírito tem uma única existência: a espiritual, que não é interrompida em momento algum. 

Alguns têm a ideia de que a encarnação não faz parte da existência espiritual. Acham que o espírito vive uma vida espiritual, para de vive-la e começa a viver uma material e depois daquilo que se chama desencarne, volta a viver uma vida espiritual. Isso é lenda, isso é mito é ilusão.

Porque? Porque as existências materiais são ilusões que o ser está tendo enquanto está vivendo a sua existência espiritual eterna. Você espírito não está encarnado hoje. Está vivendo a sua existência espiritual neste momento, tendo, lá, a existência de estar aqui, de estar encarnado. 

Isso é muito importante ter em mente, pois se trabalharmos duas vidas, teremos que imaginar que existam duas realidades reais e teremos que criar tipos de vida para as duas. A partir do momento que só existe uma única existência que é eterna e não interrompida, imutável, tem que se viver da mesma forma o tempo inteiro, estando lá ou cá. Tem que tratar com aquilo que foi conhecido e a ascensão moral de Deus da mesma forma o tempo inteiro. 

Me lembro que numa de nossas conversas uma pessoa me disse como ficaria sua família se ele buscasse o nada, já que é o esteio dela. Mas, no mundo espiritual não existe família e quem sustenta todos é Deus. Essa ideia humana só é aceita por aqueles que se dizem espiritualistas porque acreditam que a existência humana é uma etapa separada de vivência do espírito. Mas isso não é real. O espírito está existindo na sua existência eterna e durante ela está tendo a ideia de estar vivendo como humano.

Pai Joaquim

Sobre a vida do espírito

Vamos continuar ainda sobre a vida do espírito.

Ora, o ser é eterno e imutável, mas ilusoriamente não se vê assim. Imagina que é o ser humano que está vivendo. Por exemplo: você pensa que é o humano que está vivendo, por isso imagina que nasceu em determinado dia, filho de dois outros seres. Usando o exemplo que foi falado, são atores que confundem a eles mesmos com os personagens que vivem. 

Por isso posso dizer, apesar da imutabilidade do ser, ou seja, apesar de ser eternamente puro e igual aos outros espíritos, há distinção entre os seres. Vamos ver isso com muita calma para não nos enrolarmos. 

Na realidade todos os espírito são eternamente puros e iguais em pureza entre si. Apenas as ilusões que vivencia sobre si mesmo são diferentes em grau de pureza. Alguns possuem ilusões mais fundamentadas no respeito a Deus e outros não. Acontece que essas ideias são só ilusões e por isso não existem. 

É por isso que digo o seguinte: existe uma escala ilusória do grau de ilusão do espírito a respeito da sua pureza. Não pode haver escala que classifique o que é rela e imutável, o espírito, mas pode haver uma escala que escalone a ilusão, já que ela é diferente entre todos os seres. 

Compliquei? Vamos tentar descomplicar. 

Cito a escala evolucionária do espírito como está em O Livro dos Espíritos. Ali existem espírito mais adiantados e outros menos. Essa escala quer classificar o que é imutável, o ser. Por isso não pode se real. Aliás, ela é uma criação de Kardec e não um ensinamento do Espírito da Verdade. 

Na verdade não é o ser que é mais ou menos adiantado, mas a ilusão que vive a respeito de si mesmo. Adiantado no que? Na provação do trato com o seu conhecimento espiritual. 

Participante: essa distinção deve ser sobre o que carrega por dentro, sentimentalmente, não é?

Sobre a capacidade de acreditar como real a ilusão. Vou só usar um exemplo. O espírito mais atrasado é aquele que acredita mais nas coisas materiais do que no espiritual, no átimo. O mais adiantado é aquele que acredita mais no absoluto e menos no relativo. Esses dois seres em essência são iguais, mas possuem ideias, que são ilusões, diferenciadas. 

As ilusões podem ser colocadas em escala, mas o espírito não. Todo ser é igual, mas vivem ilusões diferentes. Como o ser é único, apesar de existir em todos de forma igual, as ilusões que vivem também são únicas. Ou seja, não existem dois espíritos que possuem na sua consciência primária iludida com relação ao trato com o conhecimento espiritual de uma forma igual.

O assunto é complicado mesmo. Por isso vou tentar explicar novamente. Apesar de todos os espíritos serem puros e únicos, não tratam o seu conhecimento espiritual da mesma forma. Por isso, quando estudamos O Livro dos Espíritos me recusei a estudar a escala que ali está. Fiz isso porque ela trata diferentes níveis de uma forma igual. Coloca parâmetros macros para poder juntar em grupos espíritos que possuem ilusões diferentes entre si. 

Isso não existe. No universo cada espírito possui uma forma de tratar com o seu conhecimento espiritual, com o conhecimento sobre a matéria e sobre Deus e sua ação. Por isso posso dizer que a escala espiritual existe, mas é muito diferente daquilo que imaginam. 

Por favor, se tiverem à mão peguem um papel e um lápis para fazermos um desenho com a finalidade de entenderem a escala espiritual. 

Se a escala espiritual é gerada pelo trato com as coisas espirituais, pelo trato com a ascensão moral de Deus, posso dizer que o Pai está num patamar e todos os seres estão em outro. Por isso, vamos desenhar uma escala da seguinte forma. 

Faça uma linha horizontal. Observe-a. Na verdade aí não existe uma linha, mas diversos pontos. É a sua visão macro que só vê a linha, mas ela é composta por diversos pontos. 

Cada ponto dessa linha é um espírito. Isso está de acordo com o que falamos antes: todos os seres no mesmo nível, por serem iguais. Não há nenhum melhor nem pior do que o outro. Todos iguais fundindo-se para criar a unidade universo que no seu desenho é representada pela linha. 

Agora, acima dessa linha, em qualquer lugar, faça um pontinho. Este ponto é Deus, pois como ensina O Livro dos Espíritos, no universo existe o espírito, a matéria e acima de tudo Deus. 

Analisando a figura que tem na sua frente verá que os pontos da linha, apesar de estarem no mesmo patamar, na mesma linha, estão em localizações diferenciadas com relação ao ponto superior. Alguns estão nos extremos; estes estão mais afastados do ponto. Outros mais ao centro e por isso mais perto de Deus. Isso dá as duas condições que estabelecemos: todos são iguais na sua realidade, mas estão diferentes de acordo com o trato com a ascensão moral de Deus.

Aí está a escala espiritual. O ponto superior é Deus e os inferiores são cada espírito do universo. Esses pontos são iguais entre si, pois estão na mesma linha, mas cada um possui uma diferença entre ele e o Pai. 

Só mais um detalhe. O que caracteriza essa diferença não é a qualidade nem a característica do ser, mas sim o trato que se tem no relacionamento entre si e Deus. Os que estão mais afastados do Pai são aqueles que tratam com Deus com maior distância. Aqueles estão mais pertos do ponto superior tratam com o Pai com maior intimidade, pois sabem tratar o seu conhecimento espiritual de uma forma universal; Já os mais afastados estão tratando esse conhecimento acreditando na ilusão egoísta criada pelo ego.

Resumindo a vida do espírito, podemos dizer que o ser nasce simples e ignorante. Primeiro vai buscar o conhecimento espiritual, que é o conhecimento da matéria universal, e sobre Deus e sua ação. A partir do momento que o adquire, começa a realizar provações a respeito do seu trato com este conhecimento. Quanto mais ele trata de uma forma universal, mais se aproxima de Deus; quanto menos trata, mais se afasta. Mas, essa diferenciação entre o espírito e o Senhor é ilusória e por isso não altera a sua essência. Por isso continua sempre puro, eternamente puro.
 
Pai Joaquim

Como se portar frente aos que valorizam mais a matéria e o espírito, já que ninguém interfere na evolução do outro.

Participante: como se portar frente aos que valorizam mais a matéria e o espírito, já que ninguém interfere na evolução do outro.

Você me fala sobre alguém que valoriza mais a matéria do que o espírito. Pode me dar um exemplo? Pode até falar de uma pessoa específica, mas me dê um exemplo de quem faz isso.

Participante: foi isso que entendi hoje. Alguns valorizam mais a matéria que outros. Não sei dar exemplo quanto a isso. 

Realmente, alguns valorizam mais a matéria do que o espírito. Por exemplo, você ...
Quando diz que alguém valoriza mais a matéria que o espírito, está vivendo isso. Falo isso porque o que é a matéria senão as ideias que tem? 

Valorizar o espírito em detrimento da matéria é algo interno. Como você não sabe o que vai por dentro dos outros, não pode falar da forma como eles se relacionam com a matéria. Só que quando acredita que determinada pessoa está se relacionando mais com a matéria do que o espiritual, não vê, mas é você que se relacionou mais com a matéria. Afirmo isso porque acreditou numa afirmação feita pelo seu ego. 

Todo ensinamento dos mestres não devem servir para julgar ninguém. Por isso não se pode ajudar ninguém. Para ajudar alguém, antes precisa determinar que aquela pessoa está precisando de algo. Quando faz isso, quem teve essa relação foi você e por isso quem precisa de ajuda é você. 

Lembre-se do eu sempre digo: você não tem nada para fazer. Não queira fazer nada, não queira ajudar ninguém. Apenas assista a vida. Assista o mundo. O ego está dizendo que aquela pessoa precisa de ajuda, mas não sei se está.
 
Pai Joaquim

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Mooji

Na terra do “eu sei” existe sempre competitividade, inveja, pretensão, orgulho e arrogância. É um reino agressivo – o reino do ego. Então, eu digo, rejeite a cidadania desse reino. Na terra do “eu não sei”, os habitantes se movem sem conflito e são naturalmente quietos, felizes e em paz. Os sábios ficam aqui.

Dízimos

Participante: tem também a situação dos dízimos. Pastores vendem na televisão um pedaço de papel ungido, terreno no céu, tijolo abençoado. Sei que o dinheiro é deles e podem fazer o que quiserem com ele, mas o caso é que chega a ser revoltante ver este tipo de exploração, pois nestes cultos existem pessoas com pouco ou nenhum grau de instrução. Vemos que eles estão lá por medo. Enchem a cabeça delas com mentiras, põem medo, falam em castigo, em inferno e assim retiram o dinheiro delas. Ouço muitos comentários das pessoas a esse respeito e muitas se revoltam. 

Começo a minha resposta lhe pedindo para observar um detalhe que não expôs. Diz que ouve muitos comentários com revoltas por causa da forma dos pastores agirem. Agora, lhe garanto que nenhum desses é de pessoas evangélicas. Porque será? Talvez porque elas aceitem isso por fazer parte da fé delas. Quem é você para dizer que elas estão erradas?

Outra pergunta que lhe faço. Você não age da mesma maneira que os pastores, não é mesmo? Não estou falando em tirar dinheiro dos outros, mas querer impôs a sua vontade a alguém. Com certeza você não ameaça a ninguém impondo medo para que as pessoas sigam o que você acredita como certo, não é mesmo?

Você não conversa com os outros criando histórias que colocam o medo de um resultado desastroso para que eles possam pensar como você? Claro que sim. Todos quando querem impor a sua verdade a primeira coisa que fazem é inventar um destino sofredor para o que o outro quer fazer. ‘Isso vai dar errado, você vai se machucar’. 

Desculpe, está criticando os pastores, mas você faz a mesma coisa. Como, então critica eles? Como leva as pessoas na boa fé a acreditarem nas suas verdades, no que imagina que sabe? Você pode, eles não ...

É essa hipocrisia da mente, não é sua, que precisam estar atento. Quando é para ela levar vantagem, diz que é certo agir daquela forma, mas quando quem lucrar não for você, ela dirá que é uma ação errada, que se trata de enganar os outros. 

Tenho certeza de que se fosse pastor, faria a mesma coisa. Tenho certeza de que se fosse evangélico iria dar o seu dízimo, mesmo que lhe faltassem coisa por conta disso, com um sorriso no rosto. Porque? Porque sua mente diria que isso era o certo de ser feito. 

É o que acabei de responder: nunca vou encontrar um fator externo quando se trata de perder a paz. Tudo está no seu mundo interior, pois a causa da perda da paz sempre surge do trabalho que a razão humana faz. Tudo que você descreveu e tudo que qualquer um descrever como errado nas religiões ou em qualquer outro assunto, são ideias que ela critica porque não está levando vantagem individual. Se levasse, não criticaria. Tudo em que haja um ganho individual aparentemente não é considerado errado pela mente humana, mesmo que outras considerem dessa forma.

Portanto, a preocupação que fala que tem, é hipocrisia. Volto a dizer: não estou lhe chamando de hipócrita. É a sua mente que é. É ela que trabalha com hipocrisia. 

A sua pergunta está vinculada ao caso da corrupção que já conversamos. O ser humanizado facilmente aponta o político corrupto, mas ela mesmo é corrupta, pois busca levar vantagens indevidas com um bem público. Eu acho que deveriam bater palmas para os políticos, pois com a corrupção deles roubam muito dinheiro, enquanto que você se vendem por quaisquer dez tostões. 

É isso que estou falando. Precisamos para com a ideia de que existem argumentos que mereçam que percamos a paz por eles. Isso não existe. O mesmo argumento que é usado para acusar os outros é usado para defender as ideias são a respeito de algo que lhe traga benefício.

Então, deve trabalhar o que acabou de afirmar em si mesmo ao invés de compactuar com a ideia de sentir alguma revolta por este fato. Não é claro se aceitar a revolta. Ela é antinatural, não faz parte do amor universal.

Mais uma coisa. Essa mesma pergunta me foi feita há quinze anos atrás. Falaram do evangélico e do pastor e eu respondi que era o carma de cada um. A pessoa então me perguntou como ficava o pastor que roubava o dinheiro. Eu disse: isso é entre ele e Deus. O Pai não deu procuração a ninguém para julgá-los. 

Um último detalhe. Saiba que existem pessoas que vão a esses cultos e dão o seu último tostão, mas tem mais fé do que a maioria dos espiritualistas. Tem mais confiança e entrega a Deus do que aquele que acredita que conhece os segredos do universo. 

Quem que está aproveitando mais a encarnação? Ele que ficou sem tostão ou você que viveu a revolta por conta do que sabe? É isso que precisam pensar. Se não mudarem a forma de ver o mundo, se não mudarem o seu mundo interior, não há trabalho pela paz que resista. Viverá em sofrimento eterno.

Não estou falando em sofrer só nesta vida, pois no mundo espiritual também existem evangélicos que pagam o dízimo. Sendo assim, continuará sofrendo. Além disso, essa sua questão de ser justo, de aplicar a justiça, também continuará quando sair da carne. Por este motivo, irá para o mundo dos devas para caçar pastores e tentar convertê-los.

Pai Joaquim

Sobre Religiões

Participante: o problema é quando os evangélicos se tratam como superiores e dizem coisas como ‘você é do mundo e não de Deus’. Tenho esse exemplo em minha própria família.

Pois é, olha que grande problema: eles se tratam melhor do que você. Estamos chegando no detalhamento que falei.

Qual o problema disso? Não querer ser tratado como menor. Não querer que eles se vangloriem. Não, isso não é problema. Na verdade, o problema é você ceder ao seu egoísmo, ao seu medo de perder, à sua posse. 

Veja bem a prática dos ensinamentos. A sua pergunta foi muito interessante porque expôs um dos motivos pelo qual alguém não gosta dos evangélicos. Quando uma razão real é exposta, podemos, então, fazer uma análise melhor do tema.

Não é o evangélico que se considera melhor que tira a paz. Digo isso porque, por exemplo, no seu trabalho, ou em qualquer outra sociedade que participe, alguém se vangloria e o trata como menor, sente a mesma coisa. Por isso afirmo que o problema não está com os evangélicos, mas sim dentro de você mesmo.
O seu problema não se consiste nos outros se colocarem como melhor, mas no fato de não querer ser colocado como inferior. Veja o caminho para trabalhar para não perder a sua paz quando uma ação desse tipo, que é fato corriqueiro na vida, acontecer. 

Tenho que responder a uma pessoa que está se sentindo a última do mundo. Porque isso? Porque ela se mede pelo que os outros acham dela. Se mede pelo que os outros pensam. Você está fazendo a mesma coisa: está se medindo, se sentindo menor, porque os outros acham isso de você.

Querendo se medir, se meça por si mesmo. Use apenas você para se avaliar. Como o resultado dessa medição será sempre zero, já que você é sempre igual a si, ficará na equanimidade no caminho do meio. Só que vocês sempre se comparam a outros. Por isso, quando usam alguém que consideram menor, entram no prazer; quando o modelo é considerado maior, sofrem.

Não importa o que você seja, tem que amar a si mesmo do jeito que é para poder estar em paz. Sendo um safado, considere-se o melhor, sendo mentiroso, sinta-se o melhor entre todos. 

Jamais se acuse de nada jamais aceite se sentir rebaixado. É contra sentir-se menor que tem que lutar para poder estar em paz.

Como quer ter paz se está aceitando a sua mente lhe dizer que é menor que os outros? Não são as pessoas que estão falando isso. Elas poderiam até dizer, mas se você não aceitasse, não se consideraria e aí não teria contrariedade. Você não é menor do que ninguém. É tanto filho de Deus quanto qualquer outro que se sinta superior. 

Só um detalhe: não precisa dizer isso aos outros. Se for dizer, entrará numa discussão e perderá novamente a paz. Não fale a eles para evitar isso e por respeito à crença deles, a doutrina que eles professam. É ela que diz que eles são o povo escolhido, que são melhores do que os outros.
Para você, que não professa a crença deles, deve dizer isso. Aliás, pelo mesmo motivo: por respeito a si mesmo. Como você professa uma doutrina que diz que é preciso amar aos outros como a si mesmo, pro respeito a este ensinamento, não consinta em sentir-se rebaixado, seja por que motivo for. 

Também não queira ensiná-los a professar a sua crença. Não fique espalhando ensinamentos para quem não quer. Para você eu posso falar assim, pois está aqui e pelo que sinto está buscando o caminho que mostro. Agora, se um evangélico vier falar comigo, terei que falar dentro da crença deles. 

Lembro de uma história interessante. Havia um grupo de médiuns que buscava os descrentes da sua doutrina no mundo espiritual para convertê-los. Um dia souberam de um pastor que tinha milhares de seguidores no astral. Conseguiram trazê-lo e começaram a doutrina-lo. No início o pastor resistiu e manteve-se fiel à sua doutrina, mas depois de muitas sessões cedeu e acreditou no que lhe era dito. Neste momento um dos médiuns perguntou se agora que ele tinha mudado de fé, será que ele ia converter seus seguidores? A resposta do pastor é o exemplo que devemos usar: ‘para que, eles estão felizes do jeito que são’. 

Essa é uma história real. Claro que tudo aconteceu da forma que Deus fez acontecer, mas a moral que ela nos deixa é muito importante. Todo trabalho deve ser feito em si mesmo e não nos outros. Eles, estão felizes do jeito que estão. 

Você está falando como a pessoa que me falou recentemente que precisava ensinar a esposa as verdades que transmito. Você está querendo ensinar aos evangélicos como eles devem se sentir. Se fizer isso, vai acabar com a felicidade deles e com a sua. 

Além do mais, pergunto: quem lhe deu a prerrogativa de ensinar o certo? Quem lhe deu procuração para agir em defesa de um ensinamento? O seu ego, que é egoísta, que quer vencer os outros.


Pai Joaquim

Vamos falar de religiosidade?

Comentários de Joaquim de Aruanda no estudo Guerreiros da paz.

A partir do que foi perguntado, quero tratar hoje da perda da paz com a religiosidade dos outros. Vamos falar de quando a religiosidade dos outros lhe causa incômodo, lhe tira a paz. Não vamos só falar da questão dos evangélicos, mas de alguém que pratique qualquer religiosidade e essa prática lhe contraria. Por exemplo, alguém pode achar ridículo ir a uma missa, cumprir o ritual da confissão e da comunhão. Pode achar chata o apego que alguns religiosos tem pela doutrina que seguem, os umbandistas de seguirem seus ritos, etc.
Portanto, hoje vamos tratar das contrariedades geradas pela religiosidade dos outros. 

Para falar disso, temos que começar entendendo o que é religião. A palavra religião quer dizer religar-se a Deus, ligar-se novamente ao Pai. 

Toda religiosidade, toda religião, deveria ter como princípio servir como caminho para essa religação. Isso é religião. Ela é alguma coisa que serve como caminho para chegar a Deus.
Esse caminho, a caminhada religiosa, em qualquer das suas expressões é sempre feita através de dois elementos: um conjunto doutrinário e um ou mais rituais. Isso é uma religião, é um caminho que é realizado através de um caminho doutrinário com determinados rituais. Religião não é nada mais do que isso. 

Religioso é aquele que professa um caminho que é realizado através de um conjunto doutrinário e uma série de rituais.

A partir disso, pergunto: será que existe religião melhor que outra, mais certa? Será que existe um corpo doutrinário e uma coletânea de ritos que seja mais certa ou mais errada que outra?

Se durante a transmissão dos ensinamentos, seguindo o que os mestres ensinaram, uma ideia de que não existe certo ou errado, não posso dizer isso. Não posso dizer que determinado conjunto doutrinário é melhor ou pior que outro. Não posso dizer que determinado rito é melhor ou pior do que outro. 

Foi o que disse outro dia quando respondi a uma pessoa que queria ensinar a sua esposa o que eu falo: você não pode transigir da sua verdade e ela se consiste em dizer que não existe certo nem errado. Sendo assim, como posso escolher uma religião certa ou errada?

Não existindo uma certa e outra errada, posso dizer que todas são perfeitas. Esse é o primeiro detalhe sobre religião que quero deixar: todo conjunto doutrinário e os ritos são perfeitos na sua essência. 

Para quem? Para quem as frequenta. Cada religião é um caminho específico para determinadas encarnações. A religião não é para o espírito, mas para a encarnação, para a prova de cada ser. Cada encarnação possui uma religiosidade fundamentada num conjunto doutrinário e determinados ritos porque aquele é o caminho da sua encarnação, das suas provas. 

Este é o segundo detalhe do dia de hoje: todas as religiões são perfeitas e todos os religiosos são perfeitos, pois estão na religião que leva o espírito a viver as suas provas que precisa e merece.