quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Fale também dos tais trabalhos encomendados nas encruzilhadas.

Deus é causa primária de todas as coisas. Sendo assim, se alguém vai ao centro de macumba, pedir um trabalho contra outro, foi Deus quem o mandou ir lá e pedir o trabalho. Agora, esse trabalho serve tanto para quem faz como para quem recebe. 

Deus dá a um a intuição de fazer o trabalho porque ele nutre um determinado sentimento que o faz tornar-se merecedor de viver esse papel na vida. Ninguém vai ao centro pedir para fazer um trabalho contra outro, se não merecer ser o agente desta situação carmática. Este é um detalhe sobre o tema. 

Quanto à eficácia, ou seja, se aquele trabalho vai chegar à pessoa que está querendo atingir, é outro detalhe. Isso eu não sei lhe responder, porque também vai depender do merecimento da outra pessoa receber ou não. O outro só receberá a carga negativa do trabalho se for merecedor, pois Deus dá a cada um segundo as suas obras.

É por isso que na umbanda os exus dizem: ‘eu pego e vou levar, mas se não puder entregar, volto e devolvo’. Isso quer dizer: o exu pegará a carga energética, levará para a pessoa, mas, se ao chegar lá para entregar a pessoa não merecer recebê-la, ele trará e a devolverá para quem mandou.

Precisamos entender que um trabalho de umbanda nada mais é do que um despacho de uma carga sentimental. Fazer trabalho espiritual é enviar determinada carga sentimental a outro.

O espírito trabalhador chamado exu absorverá esta carga daquele que faz o trabalho e a levará para entregar à pessoa que foi destinada. Só que ao chegar lá se a vibração da pessoa não se encaixar com a pessoa que devia receber, o exu volta com aquela carga e a devolve para quem mandou. Isso porque ela é dele, foi ele quem a nutriu.

Portanto, são estes os dois aspectos que gostaria de salientar sobre o tema que você perguntou. Primeiro, dizer que o trabalho é a emissão de uma carga sentimental (energia) e segundo, que tanto a fonte geradora quanto a fonte receptora precisam estar numa sintonia porque tudo aquilo é prova. 

A macumba não é o charuto, a cachaça, a galinha, a farofa, mas um sentimento. Na verdade, quando você olha atravessado (nutre um sentimento de desconfiança) para alguém, está fazendo uma macumba. Quando tem raiva de uma pessoa, está fazendo uma macumba. Quando está acusando alguém, está fazendo uma macumba. Isto porque a macumba não são as coisas materiais, mas o sentimento que se coloca nas coisas. 

Por isso, não importa se você está falando, cantando ou oferecendo coisas materiais, sempre que nutre um sentimento por uma pessoa está fazendo uma macumba para ela. O sentimento é quem comanda a ação e não o contrário.

Joaquim de Aruanda

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