Por nenhum momento
iríamos pensar em construir uma casa sem termos compreendido: As leis de
projeto, escavação, edificação, etc., bem como as leis locais de zoneamento e de
saúde. Não tentaríamos ganhar uma causa no tribunal, a menos que conhecêssemos a
lei que a regula; e, tampouco iríamos tentar navegar sem o conhecimento das leis
de navegação. Entretanto, tentamos resolver nossos problemas de suprimento
individual; tentamos demonstrar a disponibilidade e abundância de suprimento sem
o devido reconhecimento das leis que o governam.
Muitos ignoram a
existência dessas leis e crêem que uma cega fé em algum Deus ou Poder é
suficiente para manifestar a operação do bem na experiência individual. No plano
do Absoluto não há nenhuma necessidade de se resolver o problema do suprimento.
Nele nada é requerido, pois a substância espiritual é onipresente e inexistem
tempo e espaço em que o suprimento esteja ausente. Enquanto não atingirmos esta
Consciência, a Consciência crística, teremos de preparar o nosso destino em
conformidade com a lei das escrituras, encontrada nos textos sagrados de todos
os povos. Nosso primeiro passo é o reconhecimento de nosso ser verdadeiro-nosso
relacionamento com Deus.
Compreendendo Deus
como a Consciência divina única universal, e o homem como a expressão individual
desta Consciência, descobrimos que TUDO QUE É DO PAI É MEU, isto é, tudo o que
está incorporado a Consciência universal está incorporado à consciência
individual, por elas serem uma. Assim, quaisquer coisas ou idéias de que
necessitemos já são partes integrantes de nossa consciência, e se desdobrarão à
percepção humana tão logo nos familiarizemos com a lei e passemos a
aplicá-la.
“Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará” desta ilusão de que o que você busca encontra-se separado e apartado de você. Deverá haver o entendimento de que o universo inteiro está incorporado à Mente divina; e, em vista de esta ser a nossa única mente, todas as coisas já estão dentro de nós. Em conseqüência, jamais somos dependentes de alguma pessoa, lugar ou condição para coisa alguma! Portanto, nosso passo seguinte é abandonar toda dependência a pessoas, posições ou investimentos para o nosso suprimento.
A princípio, isto
parece ser um disparate, já que as coisas do Espírito são loucuras para os
homens. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus
porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.” ( I Cor. 2:14. ).
Um negócio ou uma
posição podem parecer constituir o presente canal de nosso suprimento. Nossos
alunos ou pacientes podem aparentar ser nossos únicos canais. Donas-de-casa
podem acreditar que seus maridos ou filhos sejam seus canais de suprimento. MAS
NADA DISSO É VERDADEIRO. Como Deus, a Consciência divina, é a FONTE, então esta
exata Consciência é o canal de suprimento; e, de fato, é o SUPRIMENTO em si.
Procure sempre se afastar de suas noções pré-concebidas sobre este assunto,
Reconheça que todas as coisas estão incorporadas à infinita Consciência eterna;
e então, SAIBA QUE ESTA CONSCIÊNCIA É A SUA!
Tendo se libertado
de toda dependência a fontes e recursos materiais e humanos, você perceberá o
bem continuamente se desdobrando em sua experiência humana, na forma de bem que
a cada momento lhe estiver sendo requerido. Enquanto caminha rumo a esta
Consciência superior, obedeça a duas recomendações importantes dadas pelas
Escrituras: “Levarás à casa do Senhor, teu Deus, as primícias dos frutos da tua
terra.” ( Exodus 23:19.) A forma disso ser feito deverá ser como nos ensinou o
Profeta Hebreu:”E esta pedra, que erigi em padrão, será chamada casa de Deus; e
de todas as coisas que me deres te oferecerei ( ó Senhor ) o dízimo.” ( Gen.
28:22.)
Após reconhecermos
que tudo que existe pertence a Deus, a Mente universal, pomos de lado uma
pequena mas definida parte de tudo recebido individualmente, recirculando-a no
Universal, ou seja, fazemos uso desta parcela sem a vincularmos com as despesas
usuais ou pessoais. Podemos doá-la a alguma causa comunitária ou de caridade,
podemos exprimir gratidão a um instrutor ou praticista espiritual, mas, seja
como for, esta parcela deverá ser dedicada a serviço de Deus, o bem,
independente da manutenção própria ou familiar. E ela deverá se constituir das
“primícias” dos frutos-e não uma parte daquilo que sobrou de nossa receita.
Deverá ser tirada da mesma tão logo a recebamos, de modo que possamos, nós
mesmos, fazer o equilíbrio e confiar que “Deus dará o aumento”.
Nossa obediência a
estes princípios nos dará condição de provar que “quando todas as fontes
materiais estão secas, Tua plenitude permanece a mesma.” Quando relaxamos a
mente consciente das tensões e lutas, e permitimos que o bem flua através de
nossa consciência espiritual, descobrimos que não precisamos temer o que o homem
mortal possa nos dar ou sonegar. Repousamos na firme convicção de que “Do Senhor
é a terra e a sua plenitude”, e de que TUDO que é do Pai é MEU; tudo o que
existe no Universal está se desdobrando para o individual. Chegamos agora àquela
que talvez seja a suprema lei espiritual da Bíblia, a nós revelada por Jesus
Cristo. Na Oração do Senhor, podemos ler:
“E perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” Eis o ponto em
que você pode pôr suas próprias limitações em suas demonstrações do bem. Na
proporção em que você perdoa, receberá as bênçãos do Infinito. Podemos perdoar
aos que nos devem somas de dinheiro, e àqueles que têm para conosco dívidas de
amor, gratidão, reconhecimento, ou mesmo dívidas de cortesia de família ou
amigos. Mas devemos perdoar. Devemos viver num constante estado de bênçãos. Este
é o perdão verdadeiro que nos liberta das obrigações mortais e
materiais.
Há algum tempo, fui
procurado por um homem muito necessitado de dinheiro, sem emprego e sem fonte de
renda Contou-me que um de seus amigos lhe devia uma soma de dinheiro que o
tiraria da dificuldade, e perguntou-me: “Como fará para que eu possa receber
esta dívida?” Disse-lhe que perdoasse tanto o homem como a dívida. Não que lhe
escrevesse cancelando a dívida, já que esta era problema de seu amigo, mas que o
perdoasse mentalmente, e caso ela nunca fosse paga, que não pensasse mais nela,
nem pensasse maldosamente a respeito do chamado devedor. “Tire-o de seu
pensamento como se ele não existisse, e deixe o Princípio divino abrir seus
canais de suprimento.” Ele percebeu o ponto e se voltou deste único canal
visível possível de suprimento para o Não-visto infinito. Exatamente na semana
seguinte, ele recebeu dinheiro suficiente para mantê-lo por duas semanas, e, ao
término da segunda semana, foi novamente chamado ao seu próprio emprego, de que
havia sido desligado por vários anos.
Joel S.
Goldsmith
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