terça-feira, 24 de novembro de 2015

Qual o fim objetivado com a reencarnação

Vamos entender isso porque é fundamental para quem vive esta vida pensando em elevação espiritual.
Kardec começa perguntando: qual o fim objetivado com a vida humana? Ou seja, qual o objetivo da encarnação, porque existem as diversas vidas? 

Como já foi dito, acima de tudo Deus é justo. Por isso, é preciso que a justiça seja a guia de todas as coisas que acontecem no Universo. 

Não é justo se condenar eternamente alguém por uma coisa que fez em um determinado momento. É preciso sempre se dar uma nova chance aos recalcitrantes. Como Cristo ensinou: é preciso perdoar nem sete nem setenta, mas setenta vezes sete. 

Se não houvesse encarnação, todos os espíritos estariam no fogo do inferno. Por quê? Porque todos já pecaram (agiram contra Deus) em algum momento de sua existência eterna. Falo em pecar como utilizar o individualismo. 

Mas, Deus é justo e acima de tudo amoroso. Ele está sempre pronto a dar uma nova chance. É isso que se chama expiação. 

Expiação é uma nova oportunidade para quem falhou uma vez; é o carma. É, na linguagem dos espíritas, pagar o que deve. 

Portanto, a reencarnação tem essa finalidade: vivenciar o resgate do seu erro anterior, colher aquilo que plantou. Tudo isso não como punição, mas como uma nova chance de elevação. Se não houvesse essa oportunidade, não haveria justiça. É por isso que o Espírito da Verdade fala que na expiação serve para se buscar gradualmente a elevação. 

Portanto, a reencarnação existe para que os espíritos possam, gradualmente, ter novas chances de elevação. Sem ela viveríamos num mundo onde o ser jamais poderia errar, pois se fizesse isso, estaria condenado eternamente. 

Se fosse assim, o perdão que Cristo ensinou teria sido perdido. Como ele poderia nos ensinar que precisamos perdoar, se Deus não perdoasse também os seus filhos?

Participante: Por que não se fala em provas nesta resposta sobre o objetivo da encarnação? Fala de expiação, mas não fala de provas.

Na realidade, o Espírito da Verdade não em provas nunca. Ele fala em expiação e missão. Eu diria que isso acontece porque hoje não há nenhum espírito fazendo prova. Está certo isso?
Participante: Como assim, não há espírito algum fazendo prova?

Vou melhorar a frase para ver se entendem o que quero dizer: não há espírito nenhum fazendo prova nova.
Todos os espíritos que estão encarnados na Terra estão fazendo nova prova de matérias onde ainda não foram aprovados e não provas sobre novos assuntos. Fazer novas provas sobre assuntos antigos é expiação e não provação. 

Na verdade, ao longo de muitas encarnações vocês já passaram por todas as provações. Em algumas foram aprovados, mas foram reprovados em outras. Hoje estão vivendo apenas as provações em que foram reprovados, ou seja, estão tendo uma segunda, terceira, quarta ou quinta chance. Nesse momento estão vivendo expiações e não é mais uma prova. 

É neste caso que a expiação vira uma prova: quando se tem que realizar provações sobre temas onde não houve anteriormente uma provação. Isso porque expiação é uma prova sobre um assunto já testado anteriormente. É uma nova chance de provação do mesmo assunto. 

Participante: Tenho muita confusão com esta questão de expiação. A expiação não existe nas circunstâncias da vida, mas com relação ao sentimento que está embutido nestas circunstâncias. É isso?

Sim, a expiação acontece na essência da circunstância da vida que você está vivendo.
Como disse, roubar seu carro não é uma prova. A provação diz respeito ao não possuir. Compreendendo isso fica mais claro entender a expiação.

Certamente ao longo das reencarnações vocês já fizeram provas de despossuir e foram reprovados. Nesta vida precisam passar novamente por este tema. Para isso, Deus escolheu a cena roubo do seu carro como uma prova de não possuir. Durante este acontecimento vocês fazem uma nova prova sobre o tema que, na verdade, é uma expiação e não uma prova, porque é uma nova chance para o mesmo assunto.
A sua situação de hoje não é provação, mas carma, ou seja, é a colheita do que fez ontem. Num momento anterior, quando roubaram o seu brinquedinho querido, você não passou na prova porque rangeu dentes. Neste momento vão lhe roubar o carro para ver se você continua rangendo. 

Participante: Na realidade a essência que você está falando, no princípio é uma, única. É o sentimento do amor que já é, vamos dizer assim, dado por Deus. Agora, quando na carne nas provas, ao utilizar ou não esse sentimento é que a gente cria vamos dizer, assim, outro sentimento. É isso?

Na verdade, você não cria outros sentimentos, pois não existem outros sentimentos no Universo. Você utiliza o amor que Deus lhe envia de uma forma egoísta. É isso.
Vamos colocar assim, para ficar bem claro: a prova sempre será escolher entre amar de uma forma universalista (amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo) ou usar de individualismo. A prova é sempre isso.

O que você chama de vários sentimentos são apenas expressões do individualismo e não elementos diferentes do amor que Deus lhe envia. O gostar e o não gostar, por exemplo, são expressões do individualismo e não sentimentos diferentes. Gostar é estar satisfeito com o que tem, não gostar é estar insatisfeito. Ou seja, quando seu individualismo é satisfeito, ama com uma expressão de satisfação; quando isso não acontece, ama com uma expressão de insatisfação.
Participante: Ao se referir à expiação o senhor disse que os espíritas chamam este objetivo da encarnação de pagar o que deve.

Sim, no ensinamento espírita o termo expiar é compreendido como pagar débitos, pagar o que se deve. Eu não gosto deste termo porque dá a impressão de que estamos falando de penalidades.
Na verdade, expiação é vivenciar situações que expressem a sua opção sentimental em momento anterior onde não amou universalmente. Isso é a expiação ou carma. 

Quando você vive o carma, não está pagando pelo que fez, mas sim expiando faltas anteriores, ou seja, está tendo uma nova chance, uma nova oportunidade de plantar diferente dessa vez. 

Participante: Mas, o momento de agora não deixa de ser uma prova. Certo?
Sim, não deixa de ser prova. Só que neste momento estou querendo fazer distinção entre provas e expiações para que vocês compreendam o instrumento expiação.

Prova é quando a situação está vinculada a assunto novo; expiação é prova à respeito de assunto velho. Vamos dizer assim: expiação é a segunda, terceira, quarta, quinta época, ou seja, uma nova chance onde você já foi reprovado temporariamente. 

Vou usar um exemplo humano para ficar mais claro. Você fez prova para motorista e foi reprovado. Agora vai prestar um novo exame. Ou seja, terá uma nova oportunidade de tirar a sua carteira. Esta nova prova é uma expiação, mas na verdade também é uma prova. 

Quando disse que não há mais espíritos em provas na terra quis fazer um jogo de palavras porque me perguntaram porque o Espírito da Verdade não fala em prova. Ele não fala em prova porque a expiação é uma prova. 

Joaquim de Aruanda

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