terça-feira, 3 de março de 2015

Percepção da ação





Vamos falar de ação, que é o terceiro elemento gerado pela parte técnica do ego: as percepções de ações. 

No exemplo que dei anteriormente (uma pessoa andando de carro) existiam três etapas de criação do ego. Existia o desenho de um carro, que é uma forma planetária, o desenho do corpo humano, que é a forma planetária individualizada e a parte da ação: o movimento, a percepção de andar. Esta percepção é outra ilusão que o ego cria. 

O racional da personalidade humana cria a ilusão que um fluido cósmico universal parece um carro; cria a ilusão que o mesmo fluido cósmico universal parece um corpo; e cria, ainda, a ilusão da ação, a ilusão do movimento que não existe. 

Aplicando este mesmo princípio à pergunta sobre guerra que me foi feita agora a pouco, posso dizer que o ego cria as partes planetárias (armas, balas, metralhadoras, tanques). Cria, ainda a figura de corpos feridos e machucados.

Além disso, o ego também cria a ilusão de ser ferido. Sendo assim, não existe nem a guerra e nem os corpos feridos ou mortos, pois tudo é apenas fluido cósmico universal que serve como base para a personalidade humana desenhar formas e ações. 

Sendo assim, que ação foi praticada? Quem atirou, quem morreu? É sobre isso que vamos falar agora.
Veja uma coisa: se a realidade da personalidade humana fosse criada apenas por formas estáticas, não haveria a provação do espírito. Para que a prova aconteça, ou seja, para que um sentimento seja colocado pelo ego ao espírito, é preciso haver animação que justifique a vivência daquela emoção. 

Além do mais, como diz o Espírito da Verdade, um corpo – que para nós não é o corpo físico, mas o mental, a personalidade – pode existir sem um espírito, mas ele jamais será animado. No entanto, a movimentação dos corpos não pode ser atribuída ao espírito, pois ele não se movimenta dentro do sentido movimentar-se que vocês conhecem. Ela também não pode ser atribuída à carne, porque esta nem existe como tal. 

Por isso, essa movimentação das formas só pode ser gerada pelo ego. A animação dos acontecimentos da vida não são geradas pelas formas nem pelo espírito, mas pela parte racional (ego) da personalidade humana.

O espírito não se movimenta no sentido de mexer membros ou de locomover-se. O ser liberto da ação do ego está integrado ao Universo, mas isso não quer dizer que ele se locomova pelo Universo, mas sim que ele é o Universo. 

Para o espírito fora da aventura encarnatória não há locomoção e nem ações como conhecidas pelos humano. O espírito não age como vocês compreendem a ação. 

Já disse em outras oportunidades: a única ação do espírito é o pulsar. Espírito não anda, não senta, não voa: a única atividade de um ser é um pulsar sentimental. Ele recebe e emana sentimento, amor. 

A atividade do espírito é como a do coração de vocês que pulsa sangue. A diferença é que para realizar a pulsação, ele não se contrai ou expande como o coração de vocês. 

Por tudo isso é que volto a afirmar: a percepção de ação é sugerida como realidade pela personalidade humana ao espírito. 

Agora repare no que falei: a percepção de ação. Não estou falando em ações concretas, mas em perceber que está acontecendo alguma, pois a ação como elemento concreto é ilusão. 

Para que a ação fosse concreta era preciso que antes os elementos que dela participam fossem reais. No entanto, como vimos, eles são meras criações do ego também. Sendo assim, como pode algo que não existe realizar ações? Por isso afirmo que o espírito recebe uma percepção de ação gerada pelo ego e não a visão de um fato concreto.

Mais um detalhe sobre a percepção de ação: elas fazem parte da provação do espírito. Sendo assim, têm que ser individualizadas, ou seja, tem que ser geradas por Deus através do ego individualmente e de acordo com o gênero de provações pedido pelo ser antes da encarnação.

Vou dar um exemplo para facilitar a compreensão do assunto. Fiquemos com o mesmo exemplo que dei (uma pessoa andando de carro): a velocidade que é percebida por cada personalidade humana.
A velocidade de um carro não é medida por um velocímetro, mas pela percepção da ação. Isso acontece porque espíritos possuem provas diferenciadas.

Por exemplo: se um espírito vem combater o medo, a personalidade humana criará uma percepção diferenciada da velocidade daquele que não vem combater medo. Ou seja, cada espírito ligado a um determinado ego terá uma percepção de velocidade diferenciada, mesmo que os dois estejam no mesmo carro.

É por isso que alguns dizem que o carro está correndo muito e eles dizem que não. Isto acontece assim porque a percepção da ação é diferenciada de acordo com cada ego. 

Ela não é universal: é codificada antes da encarnação de acordo com a provação de cada um. Deus padroniza a percepção da ação para cada espírito de acordo com a sua necessidade de provação, ou seja, com aquilo que ele terá que vivenciar como provação.

Outro exemplo? Há personalidades humanas que não passam perto de um cachorro, pois simplesmente ao avistá-los já percebe a ação do cachorro querendo atacá-lo. Apesar disso, existem outras personalidade humanas que não tem nenhum medo de cachorro, por mais que aparente ser brabo e, por isso, não têm a percepção do ataque eminente. 

Eu não estou falando ainda de medo; medo é sensação. Estou falando de percepção.
Pergunte a quem tem medo de cachorro se ele quando vê o animal não percebe que está pronto para atacar? Na verdade, o cachorro nem está aí para aquela pessoa, mas o seu mental (ego) criou aquela percepção como real. 

Só que o ego não criou isso à toa. Criou porque o espírito pediu para realizar determinada provação. Por isso Deus colocou no ego essa programação. Ela vai gerar uma sensação – e aí falamos no medo – da qual o espírito precisa se libertar. 

Deu para compreender?

Pai Joaquim

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