terça-feira, 3 de março de 2015

Outros tipos de suicidas

Bem encerradas as perguntas, gostaria de falar uma coisa com vocês.

Nas próximas duas semanas vamos conversar. Mas, depois vem o carnaval e nós só nos encontraremos em março. De hoje até fim de fevereiro só teríamos duas conversas. Digo teríamos, porque quero propor uma coisa. 

Sei que a ansiedade de querer saber como se faz o que estamos conversando é muito grande. Vocês ainda estão aprendendo a letra ‘b’, mas já querem saber como se junta essa letra com a ‘a’, que aprendemos antes. 

Para não deixar esse espaço de tempo com vocês vivendo essa expectativa, quero propor que tanto na semana que vem como na outra, façamos palestras na terça e na quarta. O que acham?

Se eu fizer, vocês virão? 

Para os que responderam que virão, tenho uma informação: estão vivendo o mundo das probabilidades. Mesmo que digam que não saibam que virão, também estão no mundo das probabilidades. Responda apenas: ‘como vou lhe responder se eu não estou lá’?

Desculpem a brincadeira. O que falei com relação às duas palestras, é sério, mas aproveitei para fazer um pouco de prática de tudo o que conversamos hoje.

Dentro dessa linha de raciocínio, digo mais: lutem muito para estarem centrados no aqui e agora. Sem isso, sem essa luta constante para estar sempre presente no presente pelo próprio presente, estão apostando uma coisa muito importante nas suas vidas: a felicidade. Estão colocando a felicidade na dependência de uma roleta russa.

Vou falar uma coisa agora, e queria que isso batesse bem fundo. Vocês são os primeiros a acusarem os suicidas, mas vivem se suicidando a cada momento da existência. Falam do vale dos suicidas, falam do umbral, mas não entendem que quando vivem o mundo das probabilidades, estão se suicidando e habitando estes mesmos lugares.

O que é se suicidar? Acabar com a vida. O que é a sua vida? É o aqui e agora. Quando você está preso no mundo das probabilidades o seu aqui e agora existe? Não. Então, se suicidou, matou a sua vida naquele momento.

Não adianta criticar aquele que dá um tiro na cabeça se você vive a vida como um suicida, matando a sua vida. A cada vida que tem, ou seja, a cada agora, você a mata, pois está preso num futuro que não sabe se vai acontecer ou está preso a um passado que já acabou.

Como eu disse, é forte a comparação, mas é verdadeira.

Tem uma frase que diz assim: quem mata o tempo não é um assassino, é um suicida. O tempo, ou seja, a vida que você tem naquele momento é a única coisa que tem na vida. Sendo assim, qual é a única coisa que precisa para viver a vida? Ter vida para viver. 

Como é que vai viver uma vida se não tem vida para viver? Na hora que vem a vida para viver, onde você está? No mundo das probabilidades, onde não existe vida: existem apenas sonhos, ilusões, ideias.

Como é que vocês querem viver a vida se não vivem a vida que tem para viver?
Pensem nisso, filhos. Pensem para entenderem a importância do que estou falando.

Como me disseram hoje, existem pessoas que não concebem uma vida assim, mas o aqui e agora é a única vida que existe. Nele não existem os planejamentos, os sonhos e nem objetivos a serem alcançados: existe apenas a própria vida. Quando viver o aqui e agora terá a vida e aí pode vivê-la.

Sonhar, como vocês dizem, não custa nada. Custa sim: custa a sua vida, pois enquanto está sonhando, não está vivendo a sua vida.

Que vocês estejam na paz e se o que eu falei foi muito sério, me desculpem, mas era para ser sério mesmo, pois, como disse anteriormente, está na hora de pararmos de brincar de elevação espiritual. 

Está na hora de pararmos de achar que elevar-se espiritualmente é seguir o que O Livro do Espírito diz, é seguir o que Krishna diz. Elevar-se espiritualmente segundo o próprio O Livro do Espírito e o próprio Krishna, é aprender a viver essa vida assistindo-a, ou seja, tendo a felicidade.

O resto é só brincadeira de criança. Fazer o que o mestre mandou é brincadeira de criança inconsequente.

Que vocês fiquem em paz.

Pai Joaquim

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