quinta-feira, 19 de março de 2015

Desbrave a mata fechada

Participante: poderia sintetizar o tema mata fechada, palestra dada tempos atrás, e dar alguns conselhos àqueles que estão perdidos na mata?

Mata fechada foi uma figura que criei para conversar com uma pessoa que disse que havia chegado a um ponto onde não encontrava mais respostas às suas perguntas, pois a conclusão que chegava levava sempre a novos questionamentos. Este estado de espírito existe quando o cachorro começa a correr atrás do rabo, quando a resposta vira a próxima pergunta, quando na busca do conhecimento não há como se sair do mesmo lugar. Isso é a mata fechada. 


Saiba que em qualquer caminhada no sentido da elevação espiritual haverá sempre momentos onde não haverá mais em conhecimentos humanos para se apoiar, em lógicas humanas para balizar o avanço. Com o termo mata fechada quis dizer que neste momento não há mais caminhos sinalizados para percorrer. Quando isso acontece, é preciso que você desbrave a mata que crie os seus próprios caminhos. 

Como fazer isso? Usando a fé, a entrega com confiança. 



Saiba que por mais que você compreenda do que é ensinado por alguma mensageiro de Deus, haverá um momento onde os ensinamentos não mais poderão se estar fundamentados em lógicas humanas. Isso porque como ensinou Paulo, Deus não deixa o homem conhecê-Lo pela sua lógica. Portanto haverá sem um momento onde é preciso entregar-se ao que é ensinado sem o apoio de uma lógica humana.


Participante: Pode dar algum conselho àqueles que estão perdidos na mata?


É o que falei: caminhar sem ensinamentos para isso. È viver o ensinamento sem procurar respostas, certezas, definições ou ter certezas sobre ele. Saiba de uma coisa: tem muita gente querendo redescobrir a roda. Ela já existe: basta apenas fazê-la girar...



Quem chega à mata para de buscar, para de ter certezas. Ele não possui mais razões ou conhecimentos para realizar o que acredita, mas apenas realiza por acreditar. Este age assim porque sabe que não adianta buscar respostas para as suas dúvidas, pois elas estão além do seu alcance de compreensão. Ele sabe que não adianta buscar convicções, pois para cada uma que alcança sempre aparece alguém para dizer que ela está errada. 



Quando isso acontece, o buscador para de buscar e se ofende com o que o outro diz. Mas, porque isso acontece? Porque ele se achava certo. 



Para se continuar a caminhada quando se chega à borda da mata é preciso não ter certezas, não ter razões, não ter caminho para caminhar. É preciso seguir mesmo sem saber no que irá dar a forma como está vivendo. 



Para se continuar caminhando é necessário que se faça o que o alpinista não fez. Lembra da história que contei? Um homem estava subindo uma montanha e anoiteceu. Num determinado momento ele escorregou e ficou preso apenas por uma corda balançando no ar sem saber o que havia abaixo dele. Neste momento o homem pediu ajuda de Deus e ouviu uma voz lhe dizendo: solte a corda. Ele foi encontrado no dia seguinte morto segurando a corda a menos de dois metros do chão.



Quem se chega à beira da mata precisa soltar a corda, é preciso desapegar-se das convicções para poder realizar o que o ensinamento fala. Portanto, Se você chegou à mata, ou seja, se as respostas que obtém com sua análise do que ouve não mais lhe satisfaz, é hora de jogar fora as perguntas. Mas, para fazer isso, tem que jogar fora as verdades que foram usadas para construir as perguntas. 



Agora, se você fica adivinhando novas verdades, construindo novas verdades, não consegue desbravar a mata fechada e fica parado na sua borda.

Pai Joaquim

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