GUERREIROS DA PAZ - 02
• Ninguém rouba a sua paz
Vamos falar dos inimigos do guerreiro da paz.
Esta parte é a mais longa desta introdução. Também é a mais interessante e mais
difícil de se compreender. Só que antes de entrarmos definitivamente neste
assunto, há uma coisa que quero dizer.
Quando se fala em
inimigo da paz, há uma pergunta que se deve fazer: quem no seu mundo interno
gera a desarmonia? Tenho que perguntar assim, porque já definimos que a luta é
no mundo interno. Por isso, é lá que tenho que procurar quem me causa
desarmonia.
Neste aspecto há outro grande problema para aqueles que querem
buscar a paz. Vocês estão acostumados a procurem o inimigo da sua paz fora de
si. Estão acostumados a procurarem externamente aquilo que está causando a
desavença, a desarmonia, entre o mundo interno e o externo. Por isso, acham,
externamente, culpados da sua ausência de paz. Só que se a luta se trava no
mundo interno, não podem existir externamente culpados da ausência de paz.
Quero aproveitar este momento para falar uma frase que gostaria que
escrevessem e guardassem para sempre. Ninguém rouba a sua paz; é você que a
perde.
É muito comum neste mudo se dizer que alguém ou algo roubou a paz.
Alguém ou algo, com a sua ação, tirou a paz. Isso é impossível, porque o inimigo
da paz não está no mundo externo. O que existe ali é apenas vida. Aquele que
causa a desarmonia, que acaba com a harmonia, está no mundo interno e não fora
dele.
Portanto, não há ninguém que possa lhe roubar a paz. Quando a paz não
é alcançada, é porque você a perdeu na batalha contra os seus inimigos internos.
A paz é perdida quando não se luta para harmonizar o mundo interno com o
externo. Você a perde quando se deixa levar pelos inimigos e vive a
desarmonia.
Portanto, não há como se roubar a sua paz. Não há como alguém ou
alguma coisa tirar a sua paz. Se isso aconteceu, foi você quem perdeu uma
batalha para os seus inimigos internos.
Eis aí o segundo aspecto
interessante e importante dessa conversa: a paz é um estado de espírito que se
caracteriza pela harmonia entre o mundo interno e externo e, quando ela não
existe, não é o externo que é culpado pela sua não existência, mas foi o
guerreiro, ou ser humano, humanizado, isso não importa, que não lutou dentro do
seu mundo interno contra os seus inimigos para poder viver em paz, para viver em
harmonia, para estar harmonizado com a vida.
Diante disso, acho que fica
muito importante se falar dos inimigos, pois perder a paz é algo que acontece
diariamente muitas vezes. Portanto, é importante se conhecer os inimigos.
Joaquim de Aruanda
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