quinta-feira, 19 de março de 2015

Como ajudar o próximo?

Participante: porque tento repassar os seus ensinamentos e as pessoas na maioria das vezes me julgam como louco. Será que seria a forma de expressar menos incisiva do que a sua? Obrigado novamente pela sua participação na minha vida, um mestre na destruição de verdades.

O problema é você querer passar o que digo a qualquer um. Não passe nada para ninguém. Não faça isso porque você não precisa passar nada para ninguém. 


Existe uma frase onde é afirmado que quando o discípulo está pronto o mestre chega até ele. Mas, qual pessoa está pronta para ouvir este ou aquele ensinamento? Você sabe? Não. Então, não queira ser mestre de quem não está pronto para ouvi-lo.



Repare no meu caso. Eu não vou a lugar onde não sou convidado a ir. Se fosse, poderia quebrar a cara. Só quando as pessoas manifestam o interesse de me ouvir, ou seja, demonstram uma pré-disposição para ouvir o que tenho para dizer, que compareço para realizar conversas. 



Mesmo só indo a lugares onde sou convidado, muitas vezes não consigo mostrar às pessoas que me ouvem o que quero dizer. Quantas vezes já começamos uma conversa com muitas pessoas e no final restavam poucas ouvindo? Muitas saíram no meio incomodadas com o que eu disse. Isso acontece porque algumas não estavam preparadas para ouvir os ensinamentos que trago, elas ainda não estavam no seu momento de ouvir estas coisas. 



Deixe-me lhe dizer algo interessante. Tem uma pessoa em nosso grupo que gosta de refletores. Ela já me chamou para fazer programa de televisão, de rádio e outros do mesmo tipo. Eu sempre disse que não ia. No entanto, aqui na internet estou presente sempre. Porque isso? Porque quem vem aqui quer me ouvir, quem vem aqui decidiu me ouvir. Tanto no rádio como na televisão eu estaria alcançando pessoas que não estavam prontas para isso e aí estaria jogando palavras ao vento.



Não podemos sair pelo mundo afirmando que descobrimos a oitava maravilha do mundo. Nossos ensinamentos só possuem este valor para aqueles que se interessam por eles. Para aqueles que ainda não foram motivados pela procura da reforma íntima elas soam como um conjunto de informações sem cabimento, sem lógica, irracional. 



Portanto, espere as pessoas lhe perguntarem alguma coisa e só depois disso fale. Não saia como descobridor do novo mundo que se sente obrigado a passar a verdade para todos. Não saia imaginando que todos têm que lhe ouvir. 



Agora, se realmente acha importante os ensinamentos que recebe aqui e quer ajudar os outros, há uma forma de interessá-los no assunto. Como? Praticando o que ouve... 



Será a sua prática que chamará a atenção das pessoas para o que os ensinamentos podem trazer de liberdade e respeito que levam a vivência de uma felicidade incondicional, algo que os seres humanos afirmam procurar, e com isso você pode chamar atenção das pessoas para o que aprendeu. Sem isso, fica difícil conseguir interessar alguém nos ensinamentos que você diz ter importância. 



No entanto, mesmo que consiga motivar alguém para prestar atenção nos ensinamentos que passei, ainda assim não tente ser você o professor de alguém. Como acabei de dizer, o que você compreende não é o que digo, mas apena uma interpretação individual dos ensinamentos. Esta interpretação serve para você, mas pode não servir para aquele que você quer transmitir. A sua visão pode ser completamente lógica para você, mas pode não possuir a mesma lógica para quem está falando.



Querendo realmente ajudar os outros, faça a sua parte, ou seja, exercite o que compreendeu e deixe que a aparente felicidade que surgir interesse os outros. Quando isso ocorrer, ao invés de ensinar aos outros, indique onde ele pode entrar em contato com os ensinamentos e deixe que ele monte a interpretação dos ensinamentos dentro de suas necessidades e lógica.



Há uma pessoa que já compreendeu isso. Ele me ouve, monta a sua lógica e busca a prática. Por conta do resultado que obtém chama atenção das pessoas e elas quando estão com problemas o procuram para buscar ajuda. Quando isso acontece, ele dá um CD com algumas palestras minhas que ele gravou e diz: ‘foi daqui que eu retirei a base para a minha forma de viver atual’. 



Faça isso. Mesmo que você não disponha de recursos para fornecer as palestras gravadas, mostre onde as pessoas podem encontrar a base do que lhe serviu como estrada para caminhar para a sua forma de vida atual. 



Apesar de falar assim, não imagine que estou querendo que você faça propaganda minha ou dos meus ensinamentos. Estou lhe respondendo desta forma porque você disse que queria passar aquilo que trago para outras pessoas. Esta resposta, no entanto, serve para qualquer crença ou doutrina. Se alguém, por exemplo, sente que a doutrina espírita é o caminho que os seus ensinamentos fazem bem e ajudam as pessoas, ela deve agir da mesma forma. 



O importante não é o ensinamento que cada um leva aos outros, mas como ensinou Cristo num trecho do Evangelho de Mateus que já vimos, vocês são a luz do mundo, mas devem ter cuidado com o tempero que colocam na vida dos outros. Por isso lhe digo: espere as pessoas lhe procurarem para querer saber porque está vivendo dentro de uma nova forma. Neste momento deve indicar a elas uma forma de obterem a sua própria interpretação do ensinamento, o seu próprio caminho.



Com relação ao meu ensinamento específico, que é focado no desapego das coisas do mundo, saiba que muitas pessoas não estão prontas para ouvi-lo, pois estão apegadas ao mundo material. Acham que o importante é viver muito tempo e com muitas coisas materiais. Chamam a isso de qualidade de vida. Para estas pessoas o que eu falo não serve para nada, mas trata-se apenas de loucura. 



Portanto, não saia falando, espere alguém vir lhe perguntar. Espere estar entre os afins para poder falar.


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