Participante: porque tento repassar os seus
ensinamentos e as pessoas na maioria das vezes me julgam como louco. Será que
seria a forma de expressar menos incisiva do que a sua? Obrigado novamente pela
sua participação na minha vida, um mestre na destruição de verdades.
O problema é você querer passar o que digo a
qualquer um. Não passe nada para ninguém. Não faça isso porque você não precisa
passar nada para ninguém.
Existe uma frase onde é afirmado que quando o
discípulo está pronto o mestre chega até ele. Mas, qual pessoa está pronta para
ouvir este ou aquele ensinamento? Você sabe? Não. Então, não queira ser mestre
de quem não está pronto para ouvi-lo.
Repare no meu caso. Eu não vou a lugar
onde não sou convidado a ir. Se fosse, poderia quebrar a cara. Só quando as
pessoas manifestam o interesse de me ouvir, ou seja, demonstram uma
pré-disposição para ouvir o que tenho para dizer, que compareço para realizar
conversas.
Mesmo só indo a lugares onde sou convidado, muitas vezes não
consigo mostrar às pessoas que me ouvem o que quero dizer. Quantas vezes já
começamos uma conversa com muitas pessoas e no final restavam poucas ouvindo?
Muitas saíram no meio incomodadas com o que eu disse. Isso acontece porque
algumas não estavam preparadas para ouvir os ensinamentos que trago, elas ainda
não estavam no seu momento de ouvir estas coisas.
Deixe-me lhe dizer algo
interessante. Tem uma pessoa em nosso grupo que gosta de refletores. Ela já me
chamou para fazer programa de televisão, de rádio e outros do mesmo tipo. Eu
sempre disse que não ia. No entanto, aqui na internet estou presente sempre.
Porque isso? Porque quem vem aqui quer me ouvir, quem vem aqui decidiu me ouvir.
Tanto no rádio como na televisão eu estaria alcançando pessoas que não estavam
prontas para isso e aí estaria jogando palavras ao vento.
Não podemos sair
pelo mundo afirmando que descobrimos a oitava maravilha do mundo. Nossos
ensinamentos só possuem este valor para aqueles que se interessam por eles. Para
aqueles que ainda não foram motivados pela procura da reforma íntima elas soam
como um conjunto de informações sem cabimento, sem lógica, irracional.
Portanto, espere as pessoas lhe perguntarem alguma coisa e só depois disso
fale. Não saia como descobridor do novo mundo que se sente obrigado a passar a
verdade para todos. Não saia imaginando que todos têm que lhe ouvir.
Agora,
se realmente acha importante os ensinamentos que recebe aqui e quer ajudar os
outros, há uma forma de interessá-los no assunto. Como? Praticando o que ouve...
Será a sua prática que chamará a atenção das pessoas para o que os
ensinamentos podem trazer de liberdade e respeito que levam a vivência de uma
felicidade incondicional, algo que os seres humanos afirmam procurar, e com isso
você pode chamar atenção das pessoas para o que aprendeu. Sem isso, fica difícil
conseguir interessar alguém nos ensinamentos que você diz ter importância.
No entanto, mesmo que consiga motivar alguém para prestar atenção nos
ensinamentos que passei, ainda assim não tente ser você o professor de alguém.
Como acabei de dizer, o que você compreende não é o que digo, mas apena uma
interpretação individual dos ensinamentos. Esta interpretação serve para você,
mas pode não servir para aquele que você quer transmitir. A sua visão pode ser
completamente lógica para você, mas pode não possuir a mesma lógica para quem
está falando.
Querendo realmente ajudar os outros, faça a sua parte, ou seja,
exercite o que compreendeu e deixe que a aparente felicidade que surgir
interesse os outros. Quando isso ocorrer, ao invés de ensinar aos outros,
indique onde ele pode entrar em contato com os ensinamentos e deixe que ele
monte a interpretação dos ensinamentos dentro de suas necessidades e
lógica.
Há uma pessoa que já compreendeu isso. Ele me ouve, monta a sua
lógica e busca a prática. Por conta do resultado que obtém chama atenção das
pessoas e elas quando estão com problemas o procuram para buscar ajuda. Quando
isso acontece, ele dá um CD com algumas palestras minhas que ele gravou e diz:
‘foi daqui que eu retirei a base para a minha forma de viver atual’.
Faça
isso. Mesmo que você não disponha de recursos para fornecer as palestras
gravadas, mostre onde as pessoas podem encontrar a base do que lhe serviu como
estrada para caminhar para a sua forma de vida atual.
Apesar de falar assim,
não imagine que estou querendo que você faça propaganda minha ou dos meus
ensinamentos. Estou lhe respondendo desta forma porque você disse que queria
passar aquilo que trago para outras pessoas. Esta resposta, no entanto, serve
para qualquer crença ou doutrina. Se alguém, por exemplo, sente que a doutrina
espírita é o caminho que os seus ensinamentos fazem bem e ajudam as pessoas, ela
deve agir da mesma forma.
O importante não é o ensinamento que cada um leva
aos outros, mas como ensinou Cristo num trecho do Evangelho de Mateus que já
vimos, vocês são a luz do mundo, mas devem ter cuidado com o tempero que colocam
na vida dos outros. Por isso lhe digo: espere as pessoas lhe procurarem para
querer saber porque está vivendo dentro de uma nova forma. Neste momento deve
indicar a elas uma forma de obterem a sua própria interpretação do ensinamento,
o seu próprio caminho.
Com relação ao meu ensinamento específico, que é
focado no desapego das coisas do mundo, saiba que muitas pessoas não estão
prontas para ouvi-lo, pois estão apegadas ao mundo material. Acham que o
importante é viver muito tempo e com muitas coisas materiais. Chamam a isso de
qualidade de vida. Para estas pessoas o que eu falo não serve para nada, mas
trata-se apenas de loucura.
Portanto, não saia falando, espere alguém vir
lhe perguntar. Espere estar entre os afins para poder falar.
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