Participante: O senhor está propondo, então,
travarmos uma batalha contra nossos pensamentos, como gato e rato? Conseguindo
essa equanimidade não estaríamos entrando em alienação?
Eu não proponho uma batalha contra o pensamento
de jeito nenhum. Batalha é guerra, luta, para dominar, para subjugar. Eu não
proponho isso. O que proponho é uma desvinculação.
Não se trata de uma
batalha. Não se trata de dizer que a mente está errada, que ela não presta, que
ela está dizendo mentiras. O que estou falando é de desvinculação, é dizer: ‘não
sei se o que você está falando é verdade e por isso não vou me guiar pelo que
você afirma’.
Isso não leva a alienação alguma, pelo menos no nível mental.
A mente continuará a mesma. Na verdade com este processo quem se alienará é
você. No entanto, se alienará de que? Das coisas materiais. Mas, essas coisas
não existem de verdade mesmo. Então, qual o problema de ser alienado
delas?
Só que você nem vai saber que está alienado. Para que pudesse saber
seria preciso que a mente lhe dissesse, já que apenas o que ela cria é real para
você. Na verdade ela pode até dizer, mas como você não acreditará no que ela
disser, não vai viver sentindo-se alienado. Lembre-se: só se torna um alienado
aquele que acha que está alienado. Quem não se vê desta forma, não se considera
como.
Vou repetir uma coisa que já falei centenas de vezes: quem quiser lutar
contra mente para subjuga-la ou muda-la, está com os dias contados. Brevemente
estará morto, ou seja, será infeliz. Isso porque ela nunca deixará de ser quem
é.
A sua mente pode até gerar uma ideia de que está se subjugando à você. Só
que isso não é verdade. Será uma tática de guerrilha que ela usará para lhe
adormecer e assim lhe fazer aceitar o que ela propõe.
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