quinta-feira, 5 de março de 2015

O dharma e a cultura

O dharma e a cultura


Participante: Por favor, resuma para nós: o que fazemos é nos libertar da ignorância através dos dharmas ou apenas vamos aprendendo e evoluindo passo a passo? Pergunto isso porque se existe a roda das encarnações, se utilizarmos os dharmas de vidas anteriores, estaremos livres dela. Neste caso, não existiria evolução e sim libertação...
É quase isso...



A ideia de se gerar um dharma, ao invés de um carma, é uma questão filosófica apenas. Se eu determino que o carma é uma simples reação a um acontecimento anterior, não existe dharma, pois tudo que acontece é sempre resultado de uma ação anterior...



Na verdade, a crença do dharma está apegada ao dualismo, já que o dharma, segundo a compreensão de quem acredita nele, é a reação positiva ao acontecimento de agora, enquanto que o carma é a reação negativa. Mas, se entramos em Unidade, ou seja, se estamos em um Universo que é uno, único e estável, não pode haver qualquer dualismo.
Sendo assim, o dharma e o carma, universalmente falando, são a mesma coisa: reações sem qualificações ao momento atual...



Agora, você falou muito bem... O que há é libertação... Mas, libertação de quem, do que? 
Libertação da sua razão, do dualismo, de tudo o que você acredita. Ou seja, libertação de tudo que você acha necessário para entrar na unidade com Deus. O que você chama de dharma é a reação a esta unificação com Deus. 



Mas, para que isso possa acontecer é preciso que você liberte-se da sua prisão dualista, da sua prisão conceitualista, contemplativa, inclusive na crença da existência do dharma e do carma separadamente. 



Com isso gerará um carma diferente, que você chama de dharma, para sair da sansara do Mundo de Provas e Expiações. Mas, isso não é o fim... Depois haverá um novo sentido de encarnações (Mundo de Regeneração) onde uma nova sansara começará e você terá que rodá-la totalmente...



NOTA: SANSARA – Segundo crença hindu, a roda de encarnações ou o conjunto das encarnações de um espírito.



Participante: Devemos, então, nos libertar de nossos mayas, de nossas opiniões, nossos preconceitos, nossos limites, nosso ego...


De tudo que sabe... Porque tudo o que você citou é resultado de sua cultura...


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