quinta-feira, 21 de maio de 2015

O ataque para defender-se

É isso que vocês precisam fazer. Na hora que aparecer uma contrariedade, precisam mergulhar no problema levando em conta os aspectos da sua existência eterna ao invés de ficarem tentando resolver as questões na superficialidade da coisa, dentro apenas dos aspectos humanos. Sempre o buraco é mais embaixo.

Não sei se lembra, mas já disse muitas vezes que os conceitos que vocês carregam é como se fosse uma pilha de papel imensa. Vocês querem estudar o primeiro que aparece para eliminá-lo e acham que com isso resolveram tudo. Só que existem outros que influenciam o conceito atual. Na verdade cada uma das folhas influencia a outra, cada verdade gera uma nova. Quando combate uma, outra será criada para substituí-la.

Usando esta figura, posso dizer que cada vez que combate a influência que a sua mãe quer ter sobre você pode imaginar que está resolvendo o problema. Como a verdade de que ninguém tem o direito de lhe falar o que não quer ouvir continua, aparece sua esposa, seu pai, seus amigos, etc., e fazem a mesma coisa. Agindo apenas contra o que eles falam, aparecerão novas pessoas que ocuparão o mesmo papel. Por isso é preciso atacar a raiz.


Não atacando a raiz, mesmo que consiga resolver seus problemas com sua mãe, de nada adiantará. Pode até conseguir uma boa convivência com ela, mas sempre haverá alguém com quem não se dará bem por este motivo e aí o sofrimento é inevitável.


Por isso afirmo que o seu problema não é com a sua mãe nem com a sua esposa. Ele existe porque você acha que os outros não têm o direito de lhe cobrar nada, não têm o direito de lhe comandar. É por causa dessa crença que sofre e não por conta do que os outros falam ou fazem.


O problema é você achar que os outros deviam prestar atenção apenas em si mesmo, que elas deviam se ocupar consigo mesmo e não com você. É isso que lhe traz sofrimento e não o que o outros fazem.
Participante: não entendi …


Quando a sua esposa diz alguma coisa que não gosta, a sua mente não reage desse jeito: ‘ela diz que eu devia agir de determinada forma, mas não vê que ela também está errada. Ao invés de agir como faz, ela devia agir assim’. Não é dessa forma que seu mundo mental funciona?


Participante: sim …


Não pense que eu sou adivinho. Não disse isso porque estou lendo sua mente, mas porque este é o padrão de reação da mente humana. Sempre que ela gera o valor de estar sendo atacada cria um ataque para defender-se.
Para realizar este ataque, sua mente se utiliza de regras e normas humanas. Justifica o ataque dizendo que a pessoa não coloca em prática o certo de se fazer. Só que se esquece que você também não coloca em prática as regras que diz acreditar.


Por ser espiritualista, por estar buscando a elevação, você acredita que deveria haver uma convivência harmônica entre todos. Que convivência é essa que é feita sem dar ao outro o direito de se expressar como bem entender ou agir da forma que quiser?


Para se alcançar uma convivência harmônica é preciso dar aos outros o direito de ser, estar e fazer o que quiserem, mesmo que não concorde com o fazem ou que falem. Quando você dá este direito ao próximo, não existe mais guerra.


Moço, repare que o que as pessoas reclamam não é do que você faz: isso eles apenas comentam. Na verdade, a reclamação maior é da sua forma de revidar o que dizem. Sei que as palavras saem, mas também sei que elas são motivadas pela sua crença que deve reagir atacando os outros para defender-se.
Se você quer controlar os outros, tenho uma sugestão boa: compre uma boneca inflável para ser sua esposa. Pode ter certeza que ela nunca vai questionar nada do que faz, ela nunca vai tentar lhe comandar.

Pai Joaquim

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