quinta-feira, 21 de maio de 2015

Não se deve nada a ninguém

Segundo detalhe: ela é sua mãe?

Participante: pelo que aprendi, não. É um espírito que está vivendo um papel.


Então, ela não é sua mãe: está assumindo o papel de ser. Isso muda tudo. Porque?


Você mesmo disse antes de começarmos a conversa: isso pode vir de outra encarnação. Que outra? Uma onde ela tenha sido sua mãe? Mas, você sabe se ela em alguma outra vida já foi sua mãe? Sabe se, por conta das diversas encarnações, ela já foi sua mulher ou uma desconhecida?


Apesar de não ter resposta para nenhuma destas questões, a sua mente presume que houve um relacionamento direto em outras vidas. Por isso posso dizer que um dos motivos para o seu sofrimento é a presunção de que já houve relacionamentos com o espírito que hoje representa o papel de sua mãe.
Saiba que ela não é mãe: está neste papel. Está vivendo papel de mãe, mas não é. Este é mais um objetivo que não lhe obriga a ter um relacionamento como acha que deveria ter.


Participante: então, eu tenho um repúdio à figura mãe?


Não disse isso, nem posso afirmar convictamente. O que posso dizer é que nessa vida está vivendo um repúdio à figura mãe. Se não vivesse, estaria sempre abraçado à ela, mas como disse, não consegue exteriorizar sentimentos com relação à ela.


Não estou dizendo que não goste dela. Você gosta. O que não consegue é ter uma convivência estabelecida como normal entre um filho e uma mãe. Isso é repúdio à figura mãe.


Participante: o que ela reclama, por exemplo, é que ouço todos que falam comigo, mas se ela falar a mesma coisa, eu logo rechaço.


Repúdio à figura mãe.


Mas, o mais importante do que saber que é isso é entender o que é. O que é um repúdio à figura mãe nessa vida?


O que é qualquer acontecimento da sua vida?


Participante: provas …


Perfeito. Sendo assim, posso dizer que você está vivendo uma provação cujo tema é repúdio à figura mãe.
Com essa consciência acaba o envolvimento entre você e o espírito que está exercendo um papel nessa ou em qualquer vida. No universo não existe esse tipo de relacionamentos que vocês acreditam.
Vocês acham que porque fizeram algo à determinado espírito numa vida anterior, agora terão que conviver com ele para mudar o que fizeram. Isso não existe. É história da carochinha, do mundo dos devas. Não há necessidade de resgatar débito algum com nenhum espírito.


Hoje pode até, por acaso, estar fazendo uma prova onde esteja envolvido o mesmo ser que já tenha participado das suas provações em outra vida. Só que o que viverão nesta existência não tem nada ver com relacionamentos entre espíritos em outras encarnações. Tem a ver com a sua atual posição no mundo espiritual.


O outro espírito não tem nada a ver com a sua provação, com o que lhe acontece nesta vida. Ele é apenas o instrumento do seu carma, aquele que trabalha sobre as ordens de Deus para a obra geral, a sua encarnação.
O que acontece num relacionamento entre dois seres não tem nada a ver com o ser humano nem muito menos com o espírito. Tem a ver com você, com a sua posição no mundo espiritual. Isso porque tudo que vive hoje é resultado da escolha dos gêneros de provas que fez antes da encarnação.


Participante: mas, ela está vivendo as provas dela, não?


Às vezes o espírito que está vivendo um papel é apenas instrumento da provação do outro. Pessoalmente não tem nenhuma prova a ser vivida naquela relação.


Pode ser que a sua rejeição seja prova para o espírito que está vivendo o papel de sua mãe e para você. Pode ser que esse tipo de relacionamento seja só prova dela e que você tenha se oferecido como voluntário para ajudá-la, mas pode ser o contrário: que a prova seja só sua e que ela seja voluntária para lhe ajudar. Neste ponto não posso entrar em detalhes.


Para você pouco importa o que tem a ver para o outro espírito a forma como se relacionam. O importante é compreender que o que vive nada tem a ver com a mãe nem com o espírito que está vivendo esse papel, mas sim com alguma coisa que pediu para vivenciar nesta vida.

Pai Joaquim

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