terça-feira, 19 de maio de 2015

Mereça conviver universalmente

Participante: isso vale para o universo inteiro ou só para nós?

Isso acontece dessa forma só no mundo material, no mundo de maya.


Participante: então é melhor se relacionar com os outros no mundo universal.


Também acho, mas só que para se relacionar neste mundo tem que sair daqui. Para isso tem que aprender a conviver com a vida sem se deixar levar pelas ilusões que ela cria. Ou seja, se libertar da sua mente que gera um maya.


Participante: não entendi.


Veja, a sua mente humana é egoísta. Porque ela é assim? Porque esta é a sua atual posição no mundo espiritual. A prova que vem fazer aqui está vinculada a sua atual posição no mundo espiritual. Se não fosse assim, não precisava fazer prova.


Se você não fosse na essência egoísta, para que fazer uma prova sobre este assunto. Para que precisaria se ligar à uma mente egoísta? Você liga-se a uma mente que contém esta caraterística para poder vencer o egoísmo e com isso voltar a sua mente primária sem ser assim.


Para falar a verdade, você só aceita o egoísmo que a sua mente humana propõe porque primariamente é egoísta. Sei que hoje já falamos disso, mas nunca é demais repetir, não é mesmo


Então sim, é muito melhor o convívio dentro do universo, dentro da forma de se conviver universalmente, só que se hoje fosse para lá, não seria. É o que sempre disse: não existem lugares bloqueados, fechados, interditados no universo. Mas, se fosse, você não se adaptaria, não gostaria. Porque? Porque não se satisfaria.
O estar lá não atenderia os seus anseios, aquilo que quer. Como lá não existe o anseio de ganhar, você não teria as disputas que precisa para satisfazer o seu egoísmo e com isso não se adaptaria a este mundo.
Participante: é a mesma coisa do senhor para um espírito que está mais próximo de Deus?


Sim. Podem ser motivos diferentes, mas ainda há em mim coisas que não me deixariam conviver satisfatoriamente com espíritos mais puros.


Participante: sabe que é melhor, mas não consegue viver lá porque ainda sente falta de alguma coisa.
Exatamente.


É o que a literatura espírita fala. Ela conta casos onde os socorristas vão ao umbral e trazem as pessoas para a cidade espiritual. Num primeiro momento elas ficam felizes porque saíram do sofrimento, da agonia e estão vivendo num lugar cheio de luz. Só que daqui a pouco esses espíritos dão no pé. Isso porque aquele ambiente não lhes atrai.


É a mesma coisa de pegar uma pessoa que está acostumado a dançar funk e levar para ouvir uma orquestra sinfônica. Ela poderá ir até por educação, já que você a convidou, mas certamente não ficará até o fim. Inventará uma desculpa e sairá.


Então, veja, não adianta você admirar a convivência no universo: prepare-se para viver lá. Torne-se apto à conviver universalmente. Porque na hora que tiver esta adaptação automaticamente abandonará o mundo dos devas.


Você só vive num mundo de espíritos humanizados, tanto encarnado como não, porque nele existem as coisas que gosta. Porque lá a convivência é a mesma daqui. É mulher com ciúme de marido, é uma pessoa querendo ser melhor do que a outra, é espírito querendo ter mais luz, assumir cargos importantes, cumprir missões de destaque. É a mesma coisa.


Participante: lá se tem as mesmas conversas que o senhor tem conosco aqui?


Sim, igual aqui. Os mentores conversam com aqueles que pretendem encarna da mesma forma que eu converso com vocês aqui. Não se esqueça que eles estão vendo como vocês interagem com a vida e com isso aprendendo para não repetir quando encarnarem. Só que aí vem o véu do esquecimento e se o ensinamento não estiver realmente enraizado, se não tiver provocado uma mudança no íntimo, falham.


Eu diria que vocês ao mesmo tempo em que vivem as suas encarnações estão servindo como rato de laboratório para aqueles que ainda vão encarnar. Isso porque como ensina O Livro dos Espíritos, os seres no universo ficam observando a forma como agem para poderem aprender.


Uma vez uma pessoa me perguntou se ele poderia convidar um espírito desencarnado para participar das conversas. Eu disse que mesmo que ele pudesse fazer isso, como ele poderia saber se este ser veio ou não? Vocês não veem espíritos, como poderia ele saber se o convite foi recebido ou não?


Agora, será que você teria a capacidade de convidar um espírito eu Deus acha que não merece estar aqui? Claro que não. E se Deus achasse que um ser desencarnado mereceria estar aqui, você acha que seria necessário que você o convidasse?


Participante: a mesma coisa acontece conosco. Ouvimos o senhor e logo queremos convidar pessoas para lhe escutar.


Isso é o que acontece nos centros espíritas. O palestrante está lá na frente fazendo uma palestra dizendo o que é necessário fazer para se alcançar a elevação espiritual e na plateia uma pessoa cutuca o amigo e diz: ‘fulano deveria estar aqui para ouvir isso’.


As pessoas estão sempre julgando o outro, mesmo quando são incitadas a amar. Se o outro não está presente é porque não é ele que precisa; mas se você está, precisa. O que está sendo dito é direcionado para aquela pessoa. Se não ela não iria. Mas não: todos que vão ao centro imaginam que são capazes de fazer tudo certo e os outros é que precisam ainda ouvir conselhos de como agir.


Participante: não falei neste sentido. Estou falando da conversa que o senhor tem com os espíritos desencarnados. Estou querendo saber se eles possuem o mesmo problema que o meu.


Eles possuem o mesmo problema que você na essência. Não no ato, na movimentação física, mas na essência. Isso porque o seu problema e o deles é a não aceitação daquilo que vive. Esse problema existe para os seres que vivem na carne ou fora dela. Ao não aceitar o que vivencia, o ser, preso ao maya carnal ou ao do mundo dos devas, tem um problema.


Participante: deve ter muitos espíritos fora da carne aqui e acho que nunca vai parar de ter.
Sim, porque Deus nunca para de gerar espíritos.

Pai Joaquim

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