segunda-feira, 11 de maio de 2015

Estou certo em afirmar que o que fica são a sabedoria e a experiência?

O que fica é o quanto você evoluiu aproximando-se de Deus. A sabedoria não é conhecimento, pois a cultura é ilusão, maya: é fruto de um raciocínio. Todo fruto de um raciocínio é o valor que se aplica a alguma coisa, algo que só você acha que é.


Agora, a experiência fica, porque o espírito vai aprendendo com os seus próprios erros. A sabedoria, ou seja, o abandono da cultura e a experiência de ter abandonado a cultura continuam com o espírito depois de se desumanizarem.



Chegamos agora à grande conclusão deste trabalho e que é ensinamento de Krishna: o verdadeiro yogue silencia a mente, ou seja, não raciocina e não aplica valores a nada. Está sempre na neutralidade. “O que está acontecendo? Não sei. Você irá lá? Não sei”.



Ele não sabe de nada. Vive a cada segundo sem ligação com o anterior ou o próximo. Está sempre atento àquele momento. Essa é a elevação espiritual: o fim do raciocínio, o fim do dar valor às coisas. Quando isso acontecer você terá caído na Realidade: Deus agindo. Deus emanando e agindo sobre o Universo gerando os carmas que são as essências das ilusões dos atos.



Eu diria, então, que a elevação espiritual é parar de raciocinar, mas, será que alguém conseguiria parar de raciocinar? Não. É por isso que o Krishna ensina também: desapegar-se. O yogue raciocina, dá valor às coisas como você, mas não se apega ao fruto do raciocínio, a estes valores.



Ele vê um objeto que pelo raciocínio dá o valor de parede que é pintada na cor verde. Isso vem à mente do yogue como viria na sua se estivesse frente a este objeto. Só que ele não se apega a isso, ou seja, não declara para os outros nem para si que aquilo é uma parede nem muito menos verde. Se alguém disser que aquilo é ar, madeira, ou qualquer outra coisa que não parede, o yogue não discutirá e aceitará a ilusão do próximo consciente de que tudo o que se puder declarar sobre o assunto será ilusão (maya).



O ser evoluído continua recebendo valores do raciocínio, mas não está apegado a eles, às verdades que se formam na sua mente. Está sempre centrado em Deus e por isso sempre afirma que a conclusão que ela chega é ilusão, que na realidade está acontecendo um carma que embute uma essência onde está sendo testado.
Este ser vive o mundo material vendo, cheirando, ouvindo, igual àquele que ainda não promoveu a reforma íntima. Só que não vive a vida humana como o outro, ou seja, não participa dos acontecimentos pelos acontecimentos em si, nem aplica valores a eles.

Pai Joaquim

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