quarta-feira, 1 de julho de 2015

Servir a Deus

Ter o seu mundo interno à serviço de Deus é utilizar nele duas frases pequenas muito velhas, batidas, mas pouco usadas: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Quem ama a Deus acima de todas as coisas, ou quem tem como prioridade básica de vida vivenciar este amor, está à serviço do Senhor, está entregue a ele. Por causa deste amor, ama a tudo o que tem e também o que não tem.
Se ele tem emprego, o ama; tendo dinheiro para comer, ama-o e à comida que tem para comer. Se ele tem a família, ama a ela. Agora, se não tem nada disso, ama a ausência dessas coisas. É esse o serviço a Deus que precisa ser feito e que deve se transformar em prioridade da encarnação de um espírito, ou seja, de uma vida humana.
Nós, nem Cristo ou qualquer mestre, falamos que devem largar seus empregos, abandonar suas famílias nem para viverem na mendicância. O que é ensinado é que o ser deve amar tudo o que tem e o não tem. Ter o seu mundo interno dirigido pelo amor e não pelo objetivo material.
É desta constatação que surge a causa real da contrariedade de quem me fez a pergunta que estamos respondendo. Ela está na afirmação: a necessidade de ter …
É esse aspecto que está na questão que me foi feita que me mostra que esta pessoa está à serviço da materialidade. Digo isso porque quem tem necessidades de ter alguma coisa não ama o que não tem.
Se um ser tem a necessidade de ter um prato de comida não ama a fome. Quando não a ama, não ama a Deus acima de todas as coisas, pois ainda ama mais a fome o saciar-se do que ao Pai.
Quem tem a necessidade de ter um emprego, não ama o desemprego. Quem tem a necessidade de ter uma família, não ama a solidão. Esse ponto que difere aquele que está a serviço de Deus de quem não está.
Quem não está a serviço de Deus inexoravelmente vive a contrariedade. Isso porque não supre todas as necessidades que o mundo mental de um ser exige que tenha. Este ser vive em desarmonia, em sofrimento.
Portanto, a causa real do sofrimento de quem me fez esta pergunta não é a questão de servir a um ou a outro senhor, mas sim a necessidade de viver algumas coisas que está no mundo mental e que é vivida como algo real, verdadeiro. A mente desse ser cria a ideia de que algumas coisas são necessárias e ele vive a necessidade. É por isso que afirmo que ele está servindo à matéria.
É junto a estas necessidades que o ser precisa agir. Internamente louve a Deus por tudo o que tem, mas se amanhã não tiver, louve-O do mesmo jeito.
Se hoje tem um emprego, louve ao Senhor. Se amanhã não o tiver, continue louvando o Pai. Isso não impede de buscar um novo trabalho. Isso não tem problema nenhum. Achando, mais uma vez louve ao Senhor por isso.
Louve o dinheiro que tem para comprar comida, mas faça o mesmo com a fome que vem quando não o tem. Faça isso até que novamente tenha dinheiro para se alimentar. Neste momento, continue louvando ao Senhor.
É assim que se vive para Deus. É assim que se coloca à disposição do Pai, à serviço do Senhor.
Portanto, optar pela matéria ou por Deus trata-se apenas de uma questão de aprender a viver com o que se tem e com as carências que se possui mantendo-se em estado de louvação ao Senhor.

Pai Joaquim

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