sexta-feira, 3 de julho de 2015

O TEMPO

O TEMPO – 1/4
• Lembranças do passado
Você me faz diversas perguntas de uma vez. Por isso vou responder aos poucos. Vamos lá …
Participante: o passado não existe para o espírito ou para o ego humano?
Deixe tentar lhe explicar isso …
O passado não existe para ninguém, pois o que passou, passou, acabou. Portanto, não existe para o ser humano nem para o espírito.
Agora, o fato do passado não existir não acaba com algo chamado lembrança. Vou tentar lhe explicar isso.
Lembrar-se, ter lembrança é relembrar de algo que já passou. Isso existe. Só que a existência da lembrança não existe no passado, não tem nada a ver com o próprio passado. Lembrança é algo que acontece no presente e que é formado como uma consciência ligada a alguma coisa que tenha ocorrido no passado.
Repito: lembrança é algo que acontece no presente e contém a afirmação que refere-se a coisas passadas. Não se trata de algo do passado, mas sim do presente, está no aqui e agora.
Portanto, seja para o espírito quanto para o humano, a lembrança existe, mas o fato dela existir não quer dizer que o passado tornou-se vivo novamente. Quer dizer apenas no presente pode existir uma ideia que é apelidada de lembrança que supostamente está vinculada a acontecimentos do passado.
Essa é a resposta à sua primeira pergunta.

TEMPO – 2/4
• Memória
Participante: para o espírito só existe o filminho que passa no momento para ele existir. Sendo essa afirmação verdadeira, pergunto: como fica a memória citada pela ciência?
Você afirma que o que existe para o espírito é apenas o filminho que passa no momento, mas essa informação não é verdadeira. Isso não existe apenas para o espírito, mas também para o ser humano.
Tanto para o humano como para o espírito a única coisa que pode existir é aquilo que está acontecendo agora. O que já passou, acabou; o que ainda não chegou não pode existir porque não é presente. Portanto, tanto faz: seja para o espírito ou para o ser humano, a única coisa que pode existir é o filminho que está passando no momento atual.
Frente a isso, você me pergunta: como fica a memória que é conhecida cientificamente? Da mesma forma que é tratada hoje.
O que é a sua memória? Para vocês, ela se trata de um arquivo de informações sobre o que passou. Mas, me responda: onde ela está? Como se faz para ela aparecer? Você é capaz de acessar a tudo que viveu? Acho que não.
Se a resposta a todas estas perguntas for às vezes sim e outras não, isso quer dizer que a memória não existe. O que realmente existe, e que é chamada de memória, é a lembrança que pertence ao agora.
Não existe uma memória como um depósito de informações. O que existe são coisas que são lembradas no momento presente e às quais são atribuídas a origem à memória, mas isso não é real.
É isso que precisam entender e esta informação vale tanto para o espírito como para o ser humano. Somente aquilo que aparece o momento presente é o que existe. Portanto, todo resto que é imaginado como guardado na memória, não está arquivado em lugar algum. É algo que será criado em diversos momentos para gerar lembranças do passado.
Como a lembrança só existe no presente. Por isso, esta questão não pode nos levar à compreender que o passado está vivo quando ocorre uma lembrança.
Vamos continuar com suas questões ..

O TEMPO – 3/4
• O funcionamento do universo
Participante: as lembranças de coisas passadas não existem na mente para causar no agora novas vicissitudes no presente?
Sim, mas como afirmo novamente ela não pertence ao passado, não está naquele tempo. Trata-se de uma ideia do presente que afirma que anteriormente aconteceu uma determinada coisa.
O passado morreu, acabou. O que existe é uma lembrança hoje e que não existiu ontem.
Continuemos …
Participante: se o passado não existiu, então as emoções das ações que Deus praticou não existiram. Aí complica: não somos responsáveis e não aprenderíamos.
Nesta questão existe um grande problema no entendimento deste assunto.
Você afirma que o passado não existiu. Quem disse isso? Eu? Não, nunca afirmei isso. O que disse é que o presente não existe mais quando se torna passado, mas enquanto foi o momento presente existiu.
Nunca disse que o passado não existiu. O que afirmo é que o presente que vai para o passado deixa de existir. Sendo assim, enquanto ele foi presente existiu. Quando isso aconteceu, o que o espírito optou naquele momento teve uma validade.
Portanto, não é que o passado não exista e por isso o que tenha sido realizado nele não exista. Não existe mais agora, mas existiu em determinado momento. Quando isso foi real, houve a geração de um carma. Este é o primeiro detalhe.
E as coisas que Deus cria, não existiram? Elas existiram. Quando? Enquanto aquele passado foi presente.
No momento que o passado foi presente tudo o que Deus criou existiu. Só que no momento em que acaba, aquilo que foi criado deixa de existir, não existe mais. Vou explicar isso.
Na última conversa que tivemos no estudo do Guerreiro da paz, uma pessoa me falou sobre interferir na matéria. Naquele momento expliquei que Deus não tira um tumor que está dentro de um órgão. O que acontece é que em presente Ele cria um órgão que possui um tumor e em outro sem. Isso quer dizer que Deus a cada momento recria, cria novamente todas as coisas que existiram dentro do anterior com uma forma igual ou diferente.
Sendo assim, o que é criado para um presente acaba quando o momento atual acaba. No novo momento, que será o aqui e agora, todas as coisas são recriadas. É isso que precisam entender.
Quando o passado morre, tudo que estava nele também acaba. Só que no momento que as coisas do passado acabam, tornam-se causa para coisas no próximo presente. Esta recriação das coisas no presente é feita levando-se em consideração a ação que ocorreu no anterior que não mais existe.
É isso que vocês chamam de lei do carma, da causa e efeito. A ação praticada no presente cria a base do que existirá no novo presente que o substituirá. Mais: é a ação do agora que determinará como o próximo presente será. Sendo assim, só depois que existe esta ação é que o presente atual pode morrer e um novo surgir.
Só quando há a geração de uma causa para o próximo presente é que atual pode acabar. Ele não possui mais razão de existir, pois todo presente existe apenas para que haja uma reação ao que ele contém e com isso estabelecer as bases do próximo presente.
É assim que o universo funciona. A cada presente tudo é criado por Deus e nele o espírito tem a oportunidade de fazer uma opção de como vivenciar a criação do Pai. Quando o ser faz a sua opção dá a Deus a base para a criação de um novo presente.
Quando isso acontece, o presente atual vai embora e um novo aparece. Este é vivido e servirá para a opção do espírito que gerará um novo aqui e agora e aquele que tinha sido criado antes, também acaba. É assim que o universo funciona.
Sei que o ser humano não possui condições de compreender isso. Ele não possui a condição de ver cada presente chegando e indo, mas é assim que o universo funciona.

O TEMPO – 4/4
• O filme da vida humana
Vocês sabem o que é um filme? Películas que vocês vêm projetadas em algum lugar, será que sabem o que é? Trata-se de uma série de fotogramas, fotografias, estáticos. Em um fotograma existe uma cena estática, em outro há outra e assim sucessivamente. Do início ao fim do filme, o que existem são fotografias que contém cenas estáticas.
Não há movimento nas próprias fotografias. Só que quando elas são projetadas numa determinada velocidade, o seu olho vê movimento. Isso é algo que precisam compreender.
A movimentação do filme não está nos seus fotogramas. A movimentação está no olho de cada um que o vê. É este órgão que, cientificamente falando, possui um atraso de captar imagens que faz com que uma sobreponha-se a outra. Por causa deste fenômeno é que o ser humano vê na sucessão de fotogramas dentro de uma determinada velocidade, uma movimentação.
É da mesma forma que o universo existe. Deus gera presentes e como você, enquanto humano, não possui capacidade de perceber os presentes estáticos, acredita que exista um decorrer de tempo. Acredita que houve um espaço de tempo.
Só que naquele momento de tempo onde acredita que houve uma movimentação, nada mais houve do que diversos momentos estáticos que se apresentaram numa velocidade que a sua mente não foi capaz de ver as fotografias isoladamente.
Isso é o desenrolar da vida. Isso é tempo. Isso é o presente.
Continuando com a mesma comparação, afirmo que a cada fotograma o cenário da vida é criado novamente. Tudo que existe num presente é criado a cada momento.
Participante 2: é como uma revista em quadrinhos?
Sim. Cada momento é um quadro diferente. Só que diferente da leitura de um gibi, o quadro anterior acaba quando deixa de ser lido.
Participante 2: isso eu entendi. O que quero dizer é que cada quadradinho é uma parte da história prefixada. Ou seja, cada presente gerado por Deus está vinculado ao livro da vida da encarnação do espírito.
Sim. Cada presente gerado por Deus é submetido à reação do espírito ao anterior, mas também está vinculado ao gênero de provas pedido pelo ser antes da encarnação.
Participante 2: quando estamos vivendo um quadro imaginamos que ele seja isolado do anterior, mas tudo está junto. Todos os quadros estão subordinados à ideia original da história que será contada.
Perfeitamente.
Participante 2: digamos, então, que é tudo uma questão de nomenclatura. O que nós chamamos de passado, você chama de vários presentes.
Sim, mas presentes que já não servem mais para a leitura, já que não se volta a ler o que já foi lido.
Participante 2: portanto, o passado existe, mas não da maneira como o vemos.
Ele só existiu quando foi presente. Quando o presente tornou-se passado, serviu para a construção do novo presente, mas aquele momento específico acabou.
O que estou querendo deixar bem claro é que não se pode voltar ao passado, pouco importando o que seja ele. A única coisa que pode ser vivida é o momento presente. For essa compreensão, qualquer outra ideia, inclusive nomenclatura, pouco importa.

Pai Joaquim

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.