segunda-feira, 20 de julho de 2015

A sensação da vitória

É muito mais fácil achar os erros dos outros. Concordo, é sim, mas cuidado porque o que não vê é que está sendo egoísta, pensando a partir de si mesmo e não ajudando os outros, como pensa que está fazendo. 

Agora, o que o fato de aceitar o julgamento que a mente faz dos outros traz para você que quer viver feliz e não consegue? A sensação da vitória. 

Como é colocado na pergunta, o ser imagina que sabe que como os outros agem, imagina que vê eles caírem frente ao egoísmo. Essa sensação de poder, de saber, de conhecer, de poder resolver o problema para o outro é que ele não combate em si mesmo. Faz isso porque acha que é grande coisa conhecer o erro dos outros. Por não combater essas sensações, cada vez mais se vicia na sensação da vitória e cada vez mais sai pelo mundo vendo problemas nos outros e dizendo que está ajudando-os.

Viciado na sensação da vitória, torna-se mais difícil aceitar que está errado sobre o que pensa dos outros. Por isso sofre cada dia mais.

Isso está bem claro na sua pergunta quando diz que não consegue sair do seu próprio sofrimento. Isso acontece porque ao aceitar que a mente aponte egoísmo nos outros, cada vez mais se enraíza no seu. Com isso, torna-se difícil sair de suas próprias situações de contrariedades. 

O que não vê é que sua mente está muito mais ligada na busca da vitória individual. Por isso, quando chega a sua hora de viver contrariedades, por estar preso à personalidade humana, não consegue se libertar do seu próprio egoísmo e com isso sofre. 

Veja como o trabalho de observar o egoísmo dos outros, que aparentemente lhe ajudaria, acaba atrapalhando. Iludido, enrolado, enganado pela mente, ao acreditar no egoísmo dos outros que ela aponta, acha que está aprendendo, que está se preparando para enfrentar os seus próprios. Imagina que sabe, que conhece, que tem o poder de ajudar os outros, mas não repara que a cada vez se prende mais à sensação da vitória. O que não vê é que quanto mais se bebe desta sensação, mais se quer beber.

O ser humanizado que se deixa inebriar por esta sensação cada vez mais quer tê-la. Por isso, a cada dia fica mais difícil conter o seu próprio egoísmo que não aceita perder, que não aceita que os outros discordem.

Pai Joaquim

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