quarta-feira, 22 de abril de 2015

Se estamos encarnados precisamos realizar as coisas materiais também, não?

Participante: mas, se estamos encarnados precisamos realizar as coisas materiais também, não?
Sim, mas há uma diferença na vivência das coisas materiais entre aquele que pratica a doutrina espírita ou espiritualista e o que não a segue. Os dois vivem os mesmos acontecimentos, mas um participa de cada momento atento a objetivos diferentes. Quem vive como ser humano está atento aos objetivos materiais; quem sabe que é espírito com os espirituais. Vou dar um exemplo para você entender.

Agora a pouco falamos do ensinamento de Cristo que afirma que você não deve jurar por nada. Quando falamos disso dissemos que deve responder a um questionamento se irá a determinado lugar com a resposta ‘se Deus quiser’. Responder assim não é uma questão de se praticar ou não o ensinamento, pois esta é uma frase comum entre os seres humanos. Para praticá-lo há algo mais que precisa ser vivenciado…


Aquele que não conhece o ensinamento vive o momento de falar ‘se Deus quiser’ apenas como palavras soltas. Apesar de dizer que irá se Deus quiser, ele ainda acha que o ir depende exclusivamente dele e não de Deus. Por isso olvidará todos os esforços para ir. Este, apesar da resposta, se comprometeu com o ir. Já aquele que pratica o ensinamento, vive aquilo que disse. Ou seja, ele sabe que a realização do que disse não depende mais dele, mas sim de Deus. Mesmo os dois tendo proferido a mesma frase, o primeiro imagina que está em seu poder ir; já o segundo sabe que a ida acontecerá se Deus assim o fizer agir.


Esta é a mudança que este ensinamento traz. O fato de ir ou não passa a ser secundário. Tanto um quanto o outro poderão ir ou não, pois o ir não depende de você, não é mesmo? Quantas vezes já se comprometeram em ir a algum lugar que desejavam muito e não conseguiram chegar lá? Quantas vezes já saíram de casa crentes que iam chegar onde planejavam e no meio do caminho alguma coisa mudou o destino? Pois é, você realmente só irá quando Deus quiser…


Outro exemplo clássico da diferença entre viver a vida humanamente ou espiritualmente está na atividade profissional de vocês. Como que objetivo exercem suas profissões? Para ganhar dinheiro e se sustentarem. Qual é o objetivo primário ao se exercer qualquer atividade humana? Cristo ensinou: “entre vocês o mais importante é aquele que serve”. Portanto, para ser seguidor da doutrina deste mestre seu objetivo ao exercer sua profissão deveria ser servir o outro e não ganhar o seu sustento.


Veja a prática do que estou falando. Não é por causa da vivência dos ensinamentos espirituais que o espírita ou espiritualista deve abandonar seu emprego. Ele deve tê-lo, até porque quando falamos de caridade o Espírito da Verdade disse: “uma sociedade que se baseia na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco sem que haja para ele a humilhação”. Agora, quando se vivencia este momento ele pode ser executado o objetivo de ganhar o sustento ou servir ao próximo. Neste caso, o sustento não é mais objetivo, mas sim consequência do serviço aos outros.


Olhe a consequência de uma ou outra vivência. Enquanto você está trabalhando pelo seu dinheiro imaginará que precisa de aumento e viverá um grande aborrecimento se não o tiver. Com isso deixa de viver tanto a felicidade espiritual quanto a material. Agora, se concentrar-se apenas em servir ao próximo, seja de que modo for, se dedicará a isso e estará sempre feliz apenas por atendê-lo.


Portanto, aquele que alcança a prática dos ensinamentos vive a mesma vida daquele que não faz isso, mas se realiza pelo conseguir praticar o seu objetivo. Mas, como viver este objetivo se você ainda se imagina um ser que nasceu em determinado dia, que passou por todo um processo de evolução, que estudou e é um profissional que deve ser bem remunerado?

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