quarta-feira, 29 de abril de 2015

Compromissos antes da encarnação

Participante: até compreendo o que o senhor fala, mas este compromisso está apenas na mente do espírito e não na nossa. Como temos o véu do esquecimento não nos lembramos dos compromissos assumidos antes da encarnação.
Esqueça esta questão do véu do esquecimento, pois se você não se lembrava do compromisso que assumiu antes da encarnação, acabou de ser lembrada. Ao ouvir tudo o que falei até agora, você acabou de ser lembrada que foi voluntária e assim não pode mais legar que não sabia…

Quando falo sobre a premeditação dos acontecimentos da vida as pessoas normalmente entendem que tem que passar por aquilo, mas isso não é real. O espírito não tem que passar por nada: ele se oferece para passar por determinadas situações. Quando se entra em contato com este trecho da resposta, o vivenciar situações pré-concebidas não mais se torna uma obrigação, mas uma questão de oferecimento para vivê-las e o compromisso de aproveitar aquela oportunidade para a realização de um trabalho.

Isso se aplica a todas as situações, sejam elas consideradas ruins ou boas pelos humanos. Por exemplo, a mulher que é traída por seu marido nesta encarnação vive esta situação porque aquele espírito antes da encarnação se voluntariou para ser traído. Aquela que apanha do marido também se ofereceu voluntariamente para isso. Compete ao espírito que se voluntariou a isso neste momento honrar seu compromisso e vivenciar esta situação sem ranger de dentes.

Participante: mas, ela tem que viver o resto da vida apanhando?

Não, só enquanto viver apanhando. Se por força dos maus tratos que recebe ela conseguir se separar, foi para isso que o espírito se voluntariou. Se depois de separado ela conseguir estancar as agressões, foi para isso que se voluntariou; se não estancar, esta foi a voluntariedade do ser.

Tudo o que acontece não é porque agora o ser humanizado agiu desta ou daquela forma, mas sim acontecimentos aos quais o ser se voluntariou antes da encarnação. Eles serão vividos, pois se Deus não os desse, estaria indo contra a aprovação que ele deu ao compromisso que o espírito assumiu.

Sendo assim, os acontecimentos seguem o destino pré-traçado conforme o pedido pelo espírito que foi corroborado com a aprovação de Deus e tornou-se o plano de encarnação daquele ser. Por isso o fato da mulher que apanha separar-se ou não, conseguir estancar as agressões ou não, não tem a menor importância. O que importa é como o espírito vivencia aquilo que acontece. Se ela vivencia a agressão acusando o marido não honra aquilo que se comprometeu antes da encarnação: aproveitar a vida material para ligar-se ao bem ao invés de vivenciar os acontecimentos querendo o bom.

A mulher que apanha ou é traída pode fazer o que fizer (separar-se, perdoar, etc.) que isso não afetará em nada a oportunidade da encarnação. Só não pode é acusar o marido de qualquer coisa, pois ele não está agindo por vontade própria, mas sim como instrumento da prova ao qual o espírito se voluntariou para passar.

A vida está aí para provar que nem sempre existe um padrão de acontecimentos. Nem todas as mulheres que apanham separam, nem todas que são traídas acabam com seus relacionamentos. Tem mulheres que são traídas constantemente tendo consciência disso e outras que são espancadas diuturnamente e não conseguem se afastar dos seus agressores. Por que isso acontece? Porque os espíritos que estão vivendo aquelas encarnações não foram voluntários para a separação. Foram voluntários para serem traídos e apanharem a vida inteira.
Por causa dessa voluntariedade, então, viver a situação apegado ao bem, ou seja, libertando-se do bom (o sofrimento, a acusação) é uma questão de honra para o espírito.

Pai Joaquim

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