quarta-feira, 29 de abril de 2015

Idéias dos desencarnados

Participante: o senhor disse que as ideias com que vivem os seres desencarnados são assim porque eles visualizam a inalterável felicidade que alcançarão. Isso, no meu entendimento, é uma motivação para o trabalho a que se dispõe. Se nós humanizados não conseguimos entrever esta felicidade, o que pode nos motivar a mudar nossa forma de ver o mundo?
Ouça bem a sua pergunta e veja como a mente humana funciona. Sabe o que você me perguntou? O que eu vou ganhar se modificar meu modo de encarar os acontecimentos deste mundo…

Existem duas coisas que podem lhe mover para realizar a mudança da interpretação dos acontecimentos do mundo: a fé nos conhecimentos que tem e a fé no que receberá por praticá-los. Se você confia e acredita no que conhece e sabe que isso é o caminho para receber alguma coisa se motivará a executar a reforma íntima. No entanto, como já disse, vocês não tem fé nas suas crenças…


Sabe, para tudo o que dizem acreditar, vocês exigem comprovações materiais, ou seja, pedem que haja um acontecimento material que comprove o ensinamento que não pode ser comprovado pelas percepções humanas.


Aquilo que conhecem sobre as coisas do mundo espiritual precisam ser creditadas pelos conhecimentos científicos. Recebem a informação, mas buscam respaldo na ciência humana para poder acreditar na informação que recebem. Mas, a ciência humana não pode conhecer tudo o que existe.


“18. Penetrará o homem um dia o mistério das coisas que lhe estão ocultas? O véu se levanta a seus olhos, à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui”.


“19. Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza? A ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu”.


A ciência possui um limite. Este é dado por Deus e está de acordo com o grau de depuração do ser encarnado. Sendo assim, ela não pode servir de parâmetro para validar alguns valores do mundo espiritual. Depender deste conhecimento para se crer no ensinamento que recebe é, portanto, colocar a carroça na frente dos burros.
A necessidade de comprovação do ensinamento que recebe é, portanto, algo que não lhe deixa se motivar para realizar o trabalho da reforma íntima. Se isso é verdade para os conhecimentos científicos do mundo espiritual, também o é para aquilo que mexe diretamente com a sua vida: a forma como se vivencia os acontecimentos do mundo.


Na verdade, o que vocês queriam era que Deus ou Cristo descesse a Terra e na frente de vocês – não serviria se ele dissesse isso a outros ou a uma multidão onde estivesse presente – afirmasse categoricamente que os ensinamentos realmente levam a ganhar a felicidade eterna. Aliás, o que querem é mais do que simplesmente eles afirmarem, já que a crença que vocês têm neles depende do que vão receber, que aquele é o caminho: eles teriam provar categoricamente que ao final desta jornada receberiam com certeza o que foi prometido. Desistam, isso nunca acontecerá…


Os ensinamentos precisam ser vividos com fé em você mesmo, ou seja, com confiança e entrega na sua crença e não no que os outros dizem. Pouco importa quem diga que encontrou o caminho certo, enquanto você não realizar e não conseguir ganhar alguma coisa com aquela caminhada ainda estará em dúvida se está indo na direção certa. Acontece que esta realização depende da prática, ou seja, da execução plena dos ensinamentos.


Quem não pratica o que recebe não caminha para frente, mas anda de lado. Vive a cada momento colocando uma determinada forma de ver o mundo em prática e com isso não consolida nenhuma caminhada.
Que adianta você dizer que acredita numa coisa se não a põe em prática na vida? Que adianta você dizer que professa a doutrina formada pelos conhecimentos que tem se chega na hora que acontece alguma coisa reage ao mundo de uma forma diferente de suas crenças? Que adianta você dizer que acredita no espírito e na encarnação como oportunidade da elevação espiritual se durante a vida apega-se ao bom ao invés do bem?
O que lhe pode motivar a fazer não é a comprovação do que vai receber ou se o caminho é realmente esse, mas a sua convicção em si mesmo: o que eu acredito é o certo para mim. É ter fé nas suas próprias crenças.

Pai Joaquim

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