quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Reforma íntima

Participante: relendo uma de suas respostas, quanto a reformar-se intimamente, vi que disse que o grande problema dos encarnados é o de não fazê-lo por não ter vergonha na cara. Também vi que informou previamente que jamais o humanizado poderá pensar como um espírito liberto da matéria. Sob esta premissa o entrave seria o de estar conectado à matéria, pois ter ou não vergonha na cara nada mais é do que outro pensamento humano que como aqui já foi dito, jamais será universal. Pode esclarecer essa minha confusão, por favor?
Posso.

Primeiro: palavras são palavras, nada mais do que palavras. 

Segundo: jamais tive a intenção de ferir ou magoar vocês. A minha ideia foi chocar. Para isso só hoje repeti mais de duas vezes que vocês têm que ter vergonha na cara. Falo desse jeito porque como Cristo ensinou, você só chegará ao reino do céu se for fiel a Deus.
Ser fiel a Deus é ser fiel ao ensinamento, não importa de que mestre seja. É preciso ser fiel ao ensinamento que você diz que acredita. 

Quando falo em vergonha na cara é para chocar a vocês e mostrar que não estão sendo fiéis àquilo que acreditam. É isso. 

A sua mente possui uma série de verdades à respeito do que Joaquim falou, do que Cristo, Krishna ou outros médiuns falaram quando da interpretação dos ensinamentos dos mestres. Apesar disso, repare que quando chega na hora, no dia a dia, essas informações são esquecidas. 

A questão da fidelidade naquilo que acredita é tão séria que na primeira aparição de Maria em Fátima e em muitas outras houve mensagens direta para os padres. Foi dito que eles destruiriam a igreja, pois não estavam honrando os ensinamentos que possuem.
Se você não acredita nas transmissões que se atribui à Maria, leia o que Cristo, que está na Bíblia no trecho conhecido como ‘ai de vocês, professores da lei e fariseus’... 

O professor da lei é o sacerdote, o padre ou qualquer outro religioso que se diga pastor de um rebanho. Cristo mostrou toda a hipocrisia com a qual estes religiosos utilizam o ensinamento que possuem. Mostrou o quanto eles pregam os ensinamentos, mas, na realidade, buscam ganhar nesta vida.

Nesta conversa usei o termo vergonha na cara porque vocês costumam usar esta mesma frase em situações análogas da vida. Quando alguém age de forma distinta do que falam ou acreditam, vocês dizem que ele não tem vergonha na cara. Foi neste sentido que usei este termo. Não houve de minha parte nenhum ataque à vocês, nenhuma intenção de ofender ou de acusar quem quer que seja. O que há é uma forma de falar que busca despertar quem está em sono profundo, como vocês estão. Ou seja, aquele que acha que o humano é quem tem experiências espirituais precisa ser sacudido com força. Se apenas sacudirmos levemente aquele que pensa assim, ele não acordará.

Participante: mas, se o ser humano não tem livre arbítrio, tomar vergonha na cara é o que?
A vergonha na cara não é para o ser humano, pois ele é a mente. A vergonha na cara que precisa ser tomada é para você. Para você que se considera um espírito que habita a carne.
Participante: não entendi...

A vergonha na cara é para você que sabe que é um espírito e não um humano, você que tem todo ensinamento para assumir toda a sua própria consciência espiritual, mas que ainda se deixa levar pela humanidade que vive. Ou seja, utiliza tudo o que sabe para ganhar agora, quando sabe que o agora é apenas uma etapa onde sabe que está apenas fazendo provas para ganhar na outra. 

Participante: quem utiliza isso é a mente?
Não.
A mente propõe este tipo de utilização e quando ela é aceita, você aceitou. Você aceitou, você viveu. Vou dar um exemplo para isso ficar mais claro. 

A mente lhe diz que se rezar um terço conseguirá ganhar alguma coisa. Só que, ao mesmo tempo, você sabe que Cristo ensinou que não se deve amealhar bens na terra. Só que apesar de saber disso, quando a mente propõe a esperança de ganhar por rezar, você comunga com esta esperança. Diz que vai rezar para poder ganhar. 

É para esse que se alimenta da esperança de ganhar mesmo sabendo que não deve buscar bens na Terra que eu falo que deve tomar vergonha na cara. Falo com ele porque a mente apenas propôs esta busca e quando ele aceitou, foi ele que não foi fiel a si mesmo. Não foi fiel às suas próprias crenças. 

É a mesma questão do egoísmo que já falei antes. A mente não é egoísta: ela propõe o egoísmo. Você quando o aceita é que se torna egoísta.
Participante: então é um pensamento conversando com outro?

Já respondi a esta questão mais atrás. Digamos que sim, só para não complicar, já que vocês não sabem o que é pensamento.

Participante: mas se Deus é a Causa Primária de todas as coisas, como ele usou o livre arbítrio para aceitar o que a mente disse?

Ele usou o livre arbítrio que a Causa Primária lhe deu: o de optar entre o bem e o mal. É esse o livre arbítrio que o espírito utiliza. Não o livre arbítrio de fazer, mas o de viver a esperança de ganhar, optar por viver o prazer oriundo de uma satisfação. É esse livre arbítrio.

Joaquim de Aruanda

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