quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O espírito não sofre

Participante: o sofrimento do espírito, mesmo que ilusório, se dá quando ele se esquece que tudo são idéias para provas e se apega às percepções humanas como se fossem verdades e realidades. Certo?

Errado. O espírito não sofre. 

Duas coisas diferentes: a realidade e o mundo das ideias. O sofrimento está no mundo das ideias enquanto que na realidade o que existe é uma provação. A provação é constituída pela ideia de sofrer, mas o sofrimento é ilusório.

Sendo assim, o espírito não sofre, mas vive uma prova. Nesta provação ele pode vivenciar duas novas atividades: apegar-se ao sofrimento gerado pelo ego ou não. O apego é a atividade que está acontecendo e não o sofrimento. 

Ao realizar a atividade de apegar-se ele imagina-se com sofrimento, mas isso não é real. Ele pode imaginar que está sofrendo, que está vivenciando uma dor, mas isso não é real. O que ele realmente está fazendo é apegando-se à ideia gerada pela personalidade humana. 

Viver um sofrimento, ou seja, sofrer, é uma prova, mas não uma atividade do espírito. O sofrimento é apenas o cabeçalho da pergunta e não uma vivência. Você quando lê um cabeçalho de uma pergunta não vive o que ele diz, mas sim o ato de estar lendo o cabeçalho. 

Se acreditássemos no sofrimento do espírito teríamos que afirmar que ele deseja, tem vontades, paixões, ganâncias, mas ele não vive nada disso. Estas coisas são atividades materiais e não espirituais.
Participante: o sofrimento é uma prova, então. A ideia de ter o sofrimento é a prova. É isso?

Sim, a ideia de ter um sofrimento é a prova e não um sofrer. Na verdade o sofrimento não existe e por isso afirmo que no universo ninguém sofre. 

Nem mesmo você, humano sofre de verdade. Isso porque, quando você imagina estar sofrendo, na realidade o que está acontecendo é a formação do cabeçalho explicativo da questão que será apresentada ao espírito. Vou explicar isso melhor...


Digamos que alguém lhe calunie e por isso você, humano, sofra. Este acontecimento do mundo humano serve como cabeçalho da pergunta que será feita ao espírito: ‘e agora, você se apegará à mente e acreditará na história que lhe foi contada ou amará a Deus acima de todas as coisas’? 


É mais ou menos como a seguinte questão de uma prova: ‘se uma conta sai por vinte reais e outra por trinta, quanto você gasta’? Neste exemplo, a afirmação dos valores da conta corresponde a ideia de alguém ter falado e por causa disso existir um sofrimento; a pergunta sobre o total gasto, a questão que é apresentada ao espírito.


Portanto, o espírito jamais sofre. 


Joaquim de Aruanda

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