segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Como saber qual a mensagem é verdadeira?

O Espírito da Verdade afirma: diversos espíritos falam coisas diferentes, ensinam verdades diferentes. Como, então, saber qual a mensagem é verdadeira?

Na verdade não existe ninguém falando nada diferente. O que existe são interpretações diferentes para uma só mensagem. No fundo todos falam a mesma coisa, mas cada um que recebe a mensagem a interpreta do jeito que quer. 

Portanto, para podermos compreender bem esta questão da multiplicidade de informações, precisamos compreender o que é interpretar. O que é interpretar um texto?

Participante: Entender um texto.

Sim, interpretar um texto é alcançar um entendimento sobre ele. Mas, a interpretação de um texto é feito a partir do que? A partir do que se entende o texto? Não. Eu diria que a interpretação de um texto é feita a partir das verdades que você coloca no raciocínio enquanto lê o texto.

Vou dar um exemplo para entendermos melhor o que quero dizer. Se você é racista, por exemplo, e lê um texto que ataca os negros, vai dizer que é um texto ótimo. Que ele é formado de verdades. Agora, se não é racista, não vai achar aquele texto verdadeiro. 

A partir desta simples visão, posso dizer que todas as interpretações são formadas a partir de verdades pré-existentes. Ou seja, a sua compreensão sobre qualquer texto é formada a partir do que você já acredita e não do que quem escreveu acreditava. É o que você acha sobre o assunto que servirá como base para a formação de uma interpretação.

Vamos mais longe neste assunto. Digamos que você vai a uma palestra em um centro espírita onde o palestrante está falando a respeito de ensinamentos contidos em O Livro dos Espíritos. Será que o que ele está falando é o que Kardec compreendia quando escreveu este livro? Não, ele está passando uma interpretação dele, ou seja, verdades que surgiram quando ele leu O Livro dos Espíritos e o interpretou segundo suas crenças anteriores. Não é mais o que Kardec escreveu, mas o que ele achou a partir do que Kardec escreveu.

Se isso é verdade, pergunto: quem nós devemos ouvir? Se cada um repassa apenas a sua compreensão sobre o tema, a quem nós devemos ouvir? Àquele que utiliza como base para a interpretação as verdades ensinadas pelos mestres...

Vou dar um exemplo. Cristo ensina que não se deve amealhar bens na Terra. Isso é uma verdade trazida por um mestre que deve estar presente na interpretação de qualquer ensinamento que você receba.
Agora digamos que você ouça alguém citar uma passagem de um livro cristão dizendo que ela afirma que o ser humano deve desejar possuir bens terrestres. Esta informação é verdadeira? Não. 

Trata-se apenas de uma interpretação feita a partir de valores individuais daquele espírito encarnado e não o que Cristo quis dizer. Isso porque aquele ser humanizado ao interpretar tal passagem não utilizou as verdades de Cristo, mas as suas próprias: o seu achar que possuir elementos materiais é certo. 

Então veja: é necessário na hora que ouvimos uma opinião avaliá-la a partir das verdades trazidas pelos mestres. Isso porque eles vieram em nome de Deus, vieram trazer a verdade de Deus. 

Esta é, vamos dizer assim, a base para interpretar qualquer ensinamento religioso. É por isso que Cristo diz assim: quem fala em meu nome não pode ser contra mim. Ou seja, quem utiliza as bases da verdade que Cristo trouxe, só pode estar falando o que ele trouxe. 

Quando alguém utiliza como base do que está falando o que ele acha, o que sabe, não está falando em nome de Cristo, mas em seu próprio nome. Ele está passando uma interpretação pessoal sobre o assunto e não uma verdade trazida por um mestre.

É isso que precisamos entender quando nos deparamos com diversas interpretações sobre um assunto: qual a interpretação se apega ao ensinamento do mestre, ao total ensinamento do mestre? É isso que temos que estar sempre preocupado em perceber.

Joaquim de Aruanda

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