quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Crianças espirituais

Participante: resumindo, a vida nos coloca situações de fatos, mas nós somos responsáveis por criarmos problemas em cima destes fatos. Em outras palavras, temos a opção de escolher entre ser felizes ou infelizes frente a uma situação. Logo somos responsáveis pela nossa dor ou pela nossa alegria. Esse negócio de culpar o outro é uma maneira infantil de tirarmos a nossa responsabilidade sobre o que nos acontece. É isso?

Duas coisas a ressaltar na sua pergunta. 

Primeira: você diz que a vida lhe coloca fatos e você coloca o problema. Isso é errado. Quem coloca o problema é a própria vida. É a vida que diz que o outro está errado.
Vida é a mente e por isso é ela quem diz que o outro não deveria fazer isso ou aquilo. É ela que diz que determinada coisa não deveria acontecer. Você não cria o problema: você vive o problema criado pela mente quando aceita o que ela fala. 


Sendo assim, se a mente diz que não deveria fazer tal coisa, mas está fazendo, você não tem um problema. Só terá se acreditar que realmente não deveria fazer e está fazendo. Se você não acreditar, se não aceitar o que a mente diz, não terá o problema.


Segundo detalhe da sua pergunta: somos infantis, temos uma maneira infantil de vier. Eu quero aproveitar a sua colocação para falar uma coisa muito importante.


Paulo fala em infantilidade espiritual. Sim, vocês são espiritualmente infantis. A infantilidade a que me refiro é no sentido de achar que tudo depende do outro. Que a sua felicidade depende do outro lhe elogiar, que depende do outro lhe paparicar, do outro fazer o que você quer, cumprir aquilo que você acha certo e que é resultante do outro o que sofre. Isso é infantilidade.


Digo isso porque no universo cada um é responsável por si mesmo. Nada nem ninguém pode ser acusado de qualquer coisa que você viva, pois você tem o livre arbítrio. Não o de fazer, de ação, mas o de sentir, de escolher o que sentirá. 


Esse elemento, livre arbítrio, que vocês gostam tanto de bater nos peitos e dizer que têm, não calculam a importância de tê-lo. Vocês usam esse livre arbítrio, essa questão de ter a liberdade, de uma forma infantil. São iguais à criança humana que a mãe diz que não deve comer o doce porque está na hora do jantar e aí você diz que pode escolher o que comer e escolhe comer o que quer. É assim que trabalham o livre arbítrio. Sem a menor responsabilidade com o seu futuro. 


Essa é uma questão que vamos tocar muito. Nestes últimos quinze anos passamos ensinamentos, há cinco mil anos Krishna passou os dele, há três mil Buda passou o deles, dois mil que Cristo passou os dele, e até hoje vocês, de posse de todo este ensinamento, apenas os usaram para brincar. Não assumiram em momento algum a responsabilidade pela sua existência eterna. 


Se dizem seres humanos maduros, adultos porque se acham capazes de ter uma relação sexual e criar outro ser humano. Isso é coisa de criança. Está na hora de acordar. De acordar para a sua existência eterna. 


Você não se diz espiritualista, não diz que acredita na outra vida, não diz que acredita que é um espírito? Então, está na hora de acordar para aquilo que dizem que acreditam. Ou melhor, já passou da hora...


Quem acorda para o espiritual sabe que tudo que a mente cria nada mais é do que um mero argumento para lhe manter preso ao sofrimento, à morte. Foi muito interessante a sua colocação quando diz que como crianças ficam acusando os outros dos seus males. Todo mal que você vive, mal no sentido de não gostar, não se sentir bem, o responsável é você mesmo...


Joaquim de Aruanda

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