sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Qual a causa das situações?

Qual a causa das situações?
 
No Evangelho de Mateus, existe a explicação para esta afirmação de Jesus.

“E porque vocês estão preocupados com as roupas? Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje floresce e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que Deus vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena”! (Mateus – 6,28)

Jesus nos conclama a não nos preocuparmos com as roupas que vestiremos, porque é Deus quem veste todas as coisas que existem no Universo. No texto de Mateus, existe ainda a citação de que também não devemos nos preocupar com a comida e bebida que necessitamos, pois Deus também as proverá, como provê para os animais.

Com estes exemplos, Jesus está nos dizendo: Deus provê todas as nossas necessidades.
Imaginamos que somos seres autônomos, com liberdade irrestrita de fazermos aquilo que quisermos, mas Jesus nos diz que Deus é que provê todas as coisas de nossas vidas. Afirmamos que uma pessoa passa por necessidades porque não trabalha, pois é um “vagabundo”. Mas, se Deus é quem provê o alimento, qual a influência do trabalho nisto? 

No Livro dos Espíritos, a espiritualidade superior transmitiu a Allan Kardec esta resposta:

1 – Que é Deus? Deus é a Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas.

Deus causa tudo o que acontece. Não cai uma folha de uma árvore sem que o Pai a faça cair. Todos os acontecimentos do Universo são comandados por Deus, pois tudo participa de uma interação e apenas Aquele que possui a verdadeira compreensão do sincronismo do funcionamento desta “máquina” pode comandar os acontecimentos.

Deus tem esta função porque possui a Inteligência Suprema, ou seja, a melhor capacidade de avaliar o efeito daquilo que está sucedendo para todas as coisas do Universo.
Entretanto, na pergunta 04 do mesmo livro, a resposta da espiritualidade foi a seguinte:

4 – Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá. 

As palavras em destaque separaram as obras do homem das obras de Deus. Ficou a ideia de que Deus só causa aquilo que não é obra do homem, que passou, então, a ser o próprio causador do que faz.
Criou-se o mundo material, onde o homem causa as coisas e o mundo espiritual, onde Deus é a Causa Primeira. 

Com essa ideia, explica-se por que o homem passa fome: porque é vagabundo e não porque Deus causou o seu desemprego... O inimigo mata e fere quem quiser e não Deus é quem causa ferimentos em que merece e precisa...

A separação do Universo em dois mundos distintos criou duas causas primárias!

07 - Poder-se-ia encontrar a causa primeira da formação das coisas nas propriedades íntimas da matéria? Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É preciso sempre uma causa primeira.
Na pergunta 07 do mesmo livro, a espiritualidade já começou a também deixar mensagens sobre este entendimento que já sabia que seria alcançado se o homem não abandonasse a sua soberba de querer ser causa primeira das coisas, ou seja, Deus.

No exemplo acima, o que teria causado ao homem a situação de mendicância? O que teria causado a situação de desemprego?

Poderíamos afirmar que o próprio homem é o culpado pois não estudou, entregou-se a vícios, etc. Entretanto, isto seria uma inverdade. Na situação dos dias de hoje, muitos homens que se encontram nesta situação possuem estudo avançado e não chegaram a esta situação por causa de vícios. A causa desta situação seria, então, a “atual conjuntura” do mundo?

Aplicando-se o contido na pergunta 07, que todo efeito deverá ter uma causa primeira, qual seria a causa da conjuntura atual? Diversos motivos podem ser citados, mas sempre continuaríamos a questionar: qual a causa primeira disto? Sempre, no fim de qualquer destes questionamentos, teríamos obrigatoriamente que chegar à ação de Deus sobre todas as coisas.

Foi Deus quem “escolheu” aquele determinado homem para ficar sem emprego ou cair em determinado vício. Foi Deus quem gerou a situação financeira mundial dos dias de hoje para que as pessoas passassem por determinadas situações. É Ele quem diz que efeito terá a situação sobre o destino de cada um e dos que convivem com ele!

Mas, por que Deus dá determinadas situações às pessoas?

9 – Onde se vê, na causa primeira, uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências? Tendes um provérbio que diz isto: pela obra se reconhece o artífice. Pois bem! Olhai a obra e procurais o artífice. É o orgulho que engendra a incredulidade. O homem orgulhoso não vê nada acima dele e é por isso que ele se chama de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!

O ensinamento da pergunta 09 do Livro dos Espíritos é muito claro. É a soberba do homem que o leva a imaginar-se causador dos acontecimentos do planeta. Ele se imagina um “deus”, capaz de causar as coisas e por isto não consegue encontrar a ação do Pai no universo e em sua vida.

Nada que acontece pode depender do homem porque ele não possui inteligência suficiente para administrar o “destino” dos outros e das coisas. Como pode o homem imaginar que ele pode determinar o fim de alguma coisa, enquanto houver necessidade que ela ocorra? Com que direito ele pode imaginar que tem o poder de causar ferimentos em quem não merece, ou conseguir relevar o sofrimento daquele que merece e precisa sofrer?

No Universo tudo se interage: tudo gera um efeito que atinge todas as outras coisas e seres. Um homem sai para comprar uma determinada quantidade de pão e imagina que ele mesmo escolheu a quantia e onde comprar. Será que ele pode escolher a padaria e a quantidade de pães? Se todos os habitantes do planeta decidirem, ao mesmo tempo, comprar uma grande quantidade de pão, isto afetará todos os habitantes do planeta, pois será necessário derrubar florestas e mais florestas para que se plante mais trigo para fazer muito mais pão...

Quanto ao local onde comprar esses pães, “escolhendo” uma determinada padaria para comprar uma grande quantidade de pães, poderia acabar levando fortuna ao seu proprietário e aos seus familiares. Mas, será que estava no destino dessas pessoas ficarem “ricas”? Além disso, existe a questão com os impostos do governo, que, com o dinheiro dos pães, poderá ajudar, por exemplo, no financiamento de mais programas espaciais para mandar naves para outros planetas... 

Será que um homem apenas pode decidir até sobre a vida dos seres que habitam em outros planetas, nos quais as naves irão chegar?

Somente Deus, que possui a capacidade suprema de analisar o que é mais justo e amoroso para cada um pode decidir sobre as coisas. Mas, que critérios Deus usa para efetuar esta análise?

851 – Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido ligado a essa palavra, quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados? Nesse caso em que se torna o livre arbítrio? A fatalidade não existe senão pela escolha que faz o espírito, em se encarnando, de suportar tal ou tal prova. Escolhendo ele faz uma espécie de destino que é a consequência mesma da posição em que se encontra. Falo das provas físicas, porque para o que é prova moral e tentações, o espírito conservando seu livre arbítrio sobre o bem e sobre o mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. 

O mendigo passa fome e outras necessidades porque escolheu esta vida para ele antes de encarnar...! 

Suas aspirações se concretizarão ou não se você tiver optado por esse acontecimento em sua vida carnal, antes dela acontecer. Deus dá a cada um o que ele próprio planeja para a sua encarnação a fim de que alcance a maior evolução espiritual possível durante essa vida carnal.

Porém, você possui o livre arbítrio para escolher como passará por essas situações, quais sentimentos irá escolher para suportá-las. Essa é a prova do espírito encarnado. É de acordo com estas “escolhas” de sentimentos que o espírito faz, que Deus lhe dá as situações da vida.

Um espírito planeja, por exemplo, antes da encarnação que constituirá família com outro, que também concorda com isto. No planejamento dos dois isto vem “assinalado” e eles se juntarão no momento que foi decidido e se separarão, por diversos motivos, em outro momento, que também já está predeterminado. Entretanto, durante a união, diversas provas ocorrerão: chances de infidelidade, de comando da vida do outro, de “juiz” da vida alheia, etc. Serão as vitórias ou as derrotas a estas tentações e, se elas acontecerem, o sentimento que será usado para “passar” pela situação, que dirão se os espíritos serão felizes ou não naquela união. Entretanto, a união ocorrerá no dia predeterminado, com a pessoa escolhida anteriormente e terá a duração já determinada para que cada espírito tenha a oportunidade de sua evolução!

Minha missão neste planeta é responder com amor a todas as situações que Deus cria como prova.

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