quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Apego material, sentimento e moral

Apego material

Este talvez seja o mais fácil de entender. O espírito imagina que tem o poder sobre as coisas e que elas permanecerão sempre da forma que ele quer: sua casa, seu carro, etc. Acha que suas roupas devem durar o tempo que ele acha que precisa delas e briga quando a flor de seu vaso começa a murchar...

Entretanto, quem dá a ação das coisas é Deus e, por isso, a transformação acontecerá sempre: as casas se deteriorarão, o carro sofrerá a ação do tempo, a roupa perderá sua beleza original e a planta terá o seu ciclo de vida. É Deus agindo sobre todas as coisas.

A casa precisa se deteriorar para que novas casas sejam construídas, gerando mais empregos. Carros precisam de reparos para que outros carros sejam produzidos ou outras pessoas possam cumprir sua estadia no planeta como consertadores de veículos. A roupa se desgastará para que possa ser doada, auxiliando as pessoas que mais necessitam. A planta morrerá porque novas plantas precisam do adubo no qual ela se transformará...

Não entender isso e permanecer preso, atado à forma atual das coisas, é não aceitar a ação de Deus sobre elas. O apego material é sempre uma ofensa ao Pai, pois estaremos acusando-O de ter quebrado a nossa vontade...

Apego moral

Os seres humanos afirmam que gostam de outras pessoas, mas na verdade a intenção é de “possui-las”. 

O ser humano “ama” seus pais, filhos, amigos ou parentes, desde que seja feita a sua própria vontade e seja acatada a sua “verdade”.
Na verdade o ser humano quer possuir as pessoas, ser o “dono” delas. Exige um comportamento dos pais, filhos e amigos para que possam retribuir com o amor. Esta exigência é proveniente do apego moral, ou seja, o apego às suas próprias verdades. 

As pessoas não podem agir dentro da “verdade” de cada um, porque elas são filhas de Deus e suas encarnações são, também, para auxiliá-Lo em Sua obra. Por isto as pessoas não podem fazer o que outras querem que seja feito, mas praticam os atos que Deus determina que sejam praticados. Exigir das pessoas que façam aquilo que queremos, é nos transformarmos em “deus”, ou seja, o determinador das ações de cada um.

Todos vêm à carne com missões a cumprir e durante a sua vida são portadores de novas missões dadas pelo Pai. A mais comum delas é a de levar a outro espírito o recado de Deus de que Ele é a Causa Primária das Coisas. Para isto, é necessário que o portador da missão discorde do querer pessoal e aceite o querer divino.

Quando o espírito se apega às suas verdades (apego moral) ele não aceita as verdades de Deus e sofre quando alguma coisa contraria sua vida. Neste momento Deus utiliza-se de outro espírito para avisar àquele que ele não deve possuir verdades individuais. Aqueles que lhe contrariam são os enviados de Deus para auxilia-lo na evolução...

Não aceitar as pessoas que o contrariam é estancar a sua evolução espiritual, não aproveitar a orientação que Deus está lhe mandando.
Isto acontece porque o espírito se apega às suas verdades pessoais. Quando Jesus diz que devemos ser “transeuntes”, está afirmando que não podemos possuir verdade alguma para alcançarmos as Verdades Universais.

O espírito que tem apego moral transforma o mensageiro de Deus em seu inimigo. Por isso Jesus nos alertou que devemos amar os nossos inimigos: eles são os amigos que combatem os nossos apegos morais.

Apego sentimental

O ser humano que possui o apego moral gera o apego sentimental, ou seja, prende-se às pessoas que aparentemente concordam sempre com ele. Chama essas pessoas de amigos e passa a possui-las...
Entretanto, todos temos diversas missões e não podemos estancar nossa evolução apenas para satisfazer o “capricho” daqueles que se apegam a verdades pessoais. É necessário que o espírito continue a sua evolução, cumprindo missões junto a outros espíritos. Para providenciar esta chance de evolução é que Deus acaba afastando as pessoas umas das outras.

Os amigos se afastam, os filhos adquirem vida independente, os pais voltam ao mundo espiritual menos denso: tudo no universo sofre a transformação constante necessária para a sua evolução. É Deus quem preside estas transformações, mas não nos desampara. 

Os seres humanos sofrem quando “partem” aqueles que amam e imaginam que estiveram pouco tempo juntos. Por possuir as pessoas os seres humanos imaginam que elas nunca se afastarão e, nesse apego, não compreendem a impermanência das coisas e pessoas.

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