segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O assassino do saber

É aqui que começa a se vencer o assassino do saber. Por maior que seja a fonte, por mais conceituada ou gabaritada ela seja ou por mais que você acredite que ela sabe tudo, saiba de uma coisa: neste mundo ninguém sabe tudo de nada. Ou melhor: ninguém sabe nada. Todos têm apenas verdades relativas. 

Este é o primeiro passo para você começar a se libertar do que sabe: duvide de tudo o que ouvir, não acreditando que nada é verdade. Não importa a fonte ou a argumentação, nem mesmo o quanto a pessoa que lhe passa transmita segurança: duvide... Ou como diz um amigo nosso: pode ser, pode não ser. Não se pode deixar uma informação se assentar em nós, criar raiz, porque aí torna-se muito mais difícil retirá-la, libertar-se dela.

Quando você deixa, por qualquer motivo, a informação se assentar, trata qualquer uma que receba como fidedigna, verdade absoluta, aquilo é usado pelo pensamento discursivo em outras oportunidades. Por isso é importante que você esteja sempre atento aos discursos que sua mente está fazendo, ao pensamento discursivo, para observar se ele está dizendo que aquilo é uma verdade absoluta, que aquela fonte merece crédito. Se isso estiver acontecendo, sempre diga: pode ser, pode não ser...

Como disse antes, isso vale para tudo, inclusive para o que estão ouvindo agora. Se você transformar o que estou dizendo agora em algo irretocável, pode ter certeza que uma hora morrerá por conta disso. Este é o primeiro passo, pois ao realizar começa a não assentar novos saberes. Mas, além disse é preciso também estar atento à utilização pela mente de saberes já assentados. 

Por exemplo: você vive um padrão societário qualquer. Quando isso acontece, precisa prestar atenção quando ele vem a sua mente. Não para agir de forma diferente a que está acostumado, mas para não dizer tem que agir assim, que precisa sempre agir da mesma forma. Com isso aos poucos este saber pode transformar-se em conhecimento, mas se isso não acontecer naquele momento, você deve libertar-se dele paulatinamente. 

Então, estes são dois caminhos que você precisa executar para se defender do assassino saber: não dar crédito de real a nada que alguém fale e não dar crédito de real a nada que a sua mente fale. Dando, está à meio caminho de morrer, ou melhor, está morrendo, está agonizando. 

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