‘Mas, para alcançarem essa perfeição, tem que
sofrer todas as vicissitudes da existência corporal’.
Vamos entender isso, porque este ponto é
pouco compreendido pelos seres humanos. Comecemos com a palavra sofrer que está
neste trecho.
Este termo não está usado aqui no sentido de sofrimento (sofrer=sofrimento), mas passar por algo. O que é necessário para o bom aproveitamento da encarnação é passar pelo sofrimento e não sofrer durante a vida.
Sofrer o sofrimento é vivenciar as situações que vocês chamam de negativas, aquilo que vocês não gostam, mas a presença dele neste trecho não diz que é necessário viver estes momentos sofrendo. Este é o sentido deste trecho. Continuemos.
Vicissitude não é sofrimento, não é penúria. Vicissitude, pelo dicionário, é a alternância da situação. Vicissitude é: hoje estou casado, amanhã separado; hoje tenho dinheiro, amanhã não tenho; hoje tenho emprego, amanhã não. Ou seja, alternância das situações da vida.
Sendo assim, este pedacinho da resposta está falando exatamente o que dissemos antes: para alcançar a perfeição, para realizar suas provas e cumprir suas missões passando pelas expiações, vocês vão ter que viver uma vida que um dia está no alto e outro no baixo. É isso que está escrito aí.
Não adianta querer que a sua vida seja sempre no alto. Se isso acontecesse, suas provas não aconteceriam.
Participante: Seria a impermanência das coisas ensinada por Buda?
Sim, é o ensinamento de Buda conhecido como a impermanência das coisas.
É aquilo que disse ontem: tudo existe em círculos. Você tem que girar todo círculo para depois sair dele e começar um novo. É assim que o hindu e Buda definem o carma: o carma é um círculo que você precisa rodá-lo completamente para começar outro ciclo, outro carma.
Por isso reafirmo: você não pode querer que a sua vida seja só altos ou só baixos. Precisa aprender a conviver com os altos e com os baixos dela. Mas, conviver como? Nós já estudamos isso hoje também: sem ranger de dentes, sem sofrer.
É isso que é viver a vida buscando a elevação espiritual. É para isso que você nasceu.
Você nasceu não para amar materialmente, para casar, ou ter filhos; não nasceu para ser médico, motorista ou ter qualquer outra profissão. Você nasceu para vivenciar situações de altos e baixos nos acontecimentos daquilo que chama de vida.
Em cada uma das situações, sejam elas consideradas boas ou más, está embutida uma prova uma chance de missão e uma oportunidade de expiação. Ao vivenciá-las sem ranger de dentes alcança a perfeição.
Estou falando da perfeição o mundo de provas e expiação porque no próximo mundo são outras provações.
É isso que está sendo dito aqui e, portanto, é pra isso que você nasceu. É por isso que acorda todo dia de manhã, que está aqui hoje aqui comigo, que aconteceu tudo que ocorreu na sua vida hoje.
Não foi uma pessoa que lhe fez o bem e nem outra pessoa o mal: todos foram instrumentos da sua vicissitude. Aquele que fez o que você gostava foi instrumento do seu alto; aquele que fez o que você não gostava, foi instrumento do seu baixo. Agindo da forma que agiram, elas criaram as suas provas e as oportunidades de elevação. É por isso que disse outro dia: cada segundo da vida é uma oportunidade de encarnação.
Agora, se ficarmos presos a outras pessoas imaginando que elas são nossas esposas, filhos ou chefes, vamos perder de vista a Realidade espiritual da vida. Seu chefe não é seu chefe, mas um instrumento da sua vicissitude.
É por isso que Cristo diz: eu vim para colocar pai contra filho e mãe contra filha. Somente estando um contra outro em determinados tempos, e ao lado em outros, é que se gera a vicissitude necessária para a elevação espiritual. Se houvesse só o relacionamento perfeito de pai e mãe, não haveria vicissitude. Por conseguinte, não haveria prova, não haveria oportunidade de missão e não haveria expiação ou carma.
Joaquim de Aruanda
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