terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A causa de toda morte

A causa de toda morte é o esgotamento dos órgãos... Está certo isso?

Participante: Acho que sim. Mas, precisamos entender o que o Espírito da Verdade quis dizer com “esgotamento”...

Perfeito. Aí reside o grande problema para a vida: entender o que quis dizer quem escreveu o ensinamento...
Se lermos esta frase isoladamente, acabaremos tendo a consciência de que o órgão pode perder a capacidade de funcionamento. Isso porque os seres humanizados têm como referência para o termo “esgotamento” consumir-se, gastar-se...

Participante: Ficou velho, como dizemos...

Isso. Mas, será que esta era a mesma concepção que o Espírito da Verdade tinha para este vocábulo?
Acabamos de estudar no subcapítulo anterior que o órgão não funciona por sua livre e espontânea vontade, mas que ele é levado ao funcionamento pela utilização do princípio vital por parte do espírito obedecendo a um faça-se de Deus. Esta é uma Realidade que está presente na consciência do Espírito da Verdade e, portanto, deve nortear o sentido com o qual ele utiliza algumas palavras. 

A partir deste pré conhecimento, devemos compreender que quando se diz que a morte se dá pelo esgotamento dos órgãos, devemos entender que ela aconteceu pelo esgotamento do fornecimento do princípio vital. Se fizermos isso estaremos sendo fiel à ideia de quem escreveu o ensinamento, mas se interpretarmos um vocábulo dentro de nossa própria concepção, perderemos o sentido do texto.
Portanto, devemos entender que o Espírito da Verdade quis dizer que o esgotamento que leva à morte é o do fornecimento e não o do uso...

Participante: Pode se dizer que o envelhecimento é uma diminuição deste fluído?
Não. Isso porque não existe um envelhecimento do que era jovem. O que ocorre é a existência de uma nova forma, que você chama de ficar velho. 

Na verdade, a forma velha é uma matéria nova que sofreu uma nova circunstância, ou seja, um novo “faça-se” de Deus. A matéria não envelhece, mas as circunstâncias da formação das matérias (a antiga e a atual) são alteradas por Deus.

Na verdade nada foi alterado – a matéria que tinha aparência de nova passou a ter de velha – mas uma nova matéria (com uma nova forma) foi gerada. A matéria não envelhece aos poucos, mas matérias têm formas diferentes criadas pelo “faça-se” de Deus ao longo da existência do corpo humano. A velhice da matéria não é resultado do desgaste do corpo, mas sim a forma de uma matéria nova criada naquele momento. Então, não há esgotamento por velhice como vocês acreditam. 

Mas, voltando ao assunto principal deste tema – a morte - o esgotamento que estamos falando que resultou no fim da animação de um corpo é resultado da cessação de recepção do princípio vital e não o desgaste do corpo. O órgão não recebe mais o fluído e por isso para de funcionar.

Participante: Mas, por que não recebe mais?

Porque Deus comandou isso, pois chegou a hora da doença ou do desencarne.
Chegou a hora da doença que pode ou não levar ao desencarne, Deus não mais envia o princípio vital àquele espírito. Com isso este não mais o remete para o coração provocando a parada de funcionamento deste órgão. Para quê? Para gerar a morte dentro do gênero que Ele já sabia previamente. 

NOTA:

A última afirmação do texto acima se apoia em outra resposta do Espírito da Verdade neste mesmo livro, que ainda não havia sido estudada neste trabalho, mas que já havia sido abordada em outros estudos. Trata-se da pergunta 853a, que transcrevemos abaixo:

“853a. Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos? Não; não perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora da tua partida, nada poderá impedir que partas. Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e muitas vezes seu Espírito também o sabe, por lhe ter sido revelado, quando escolheu tal ou qual existência”.
No momento do falecimento de uma pessoa, o ser humanizado – que é inconsciente da ação do princípio vital – diz que este homem morreu de ataque cardíaco. Se perguntarmos porque isso aconteceu, o ser humanizado vai dizer que isto aconteceu porque o falecido fumava, bebia, não fazia exercícios, porque tinha vida sedentária, não se cuidava, tinha problemas no coração... Que mais vocês vão inventar para explicar o que não conseguem perceber?

Tudo isso é ilusão: o coração não parou de funcionar por nada disso, mas porque Deus suspendeu o fornecimento do princípio vital e sem ele o coração não pode mais se animar...
Portanto, não existe coração doente que um dia pode dar um ataque cardíaco, mas sim um coração que um dia Deus comandou para que ele parasse de funcionar. Este comando não teve nada a ver com o tipo de vida encarnada deste espírito, mas prende-se à escolha que este espírito fez quando este escolheu, ainda na erraticidade, tal ou qual existência para si.

NOTA:

A alusão aqui do motivo para a parada de funcionamento do coração está vinculada ao texto da pergunta 853a que transcrevemos acima. Mas, também se embasa no da pergunta 258, que também já havia sido objeto de outros estudos.

“258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso se consiste o seu livre arbítrio”. 

O conhecimento que está sendo obtido aqui deve levar o ser humanizado a ficar atento para não se prender nessa obsessão pela busca da saúde. Porque senão, ele fica obcecado pela busca da saúde e por isso deixa de fazer diversas coisas em sua vida e morre do coração do mesmo jeito que já estava pré-programado e era do conhecimento de Deus e muitas vezes do próprio espírito.

O ser que não coloca em prática este ensinamento e endeusa a medicina como o princípio vital do funcionamento dos órgãos internos de seu corpo, quando se depara com uma situação como a que narrei acima (daquele que se “cuida”, mas morre do mesmo jeito), diz foi azar, casualidade, etc. Azar nada: ele morreu do mesmo jeito que foi projetado pelo espírito antes da encarnação e, para que isso ocorresse, Deus agiu como já havia sido pré-programado. 

De que serviu a sua obsessão pela busca da longevidade? Para ter prazer ou dor, ou seja, para se sentir satisfeito quando conseguia vivenciar o que gostava ou lamentar-se de não puder viver o que queria...Só serviu para isso, pois toda a sua preocupação não altera um dia sequer a sua morte...

Participante: Então, o esgotamento dos órgãos seria a retirada gradual do princípio vital?
Gradual ou completa... Isso depende da programação da encarnação feita pelo espírito.

O próprio ataque do coração, por exemplo, pode existir com uma retirada gradual – um ataque que diminua o funcionamento deste órgão, mas que não cause a morte – mas também pode acontecer de uma forma completa. Neste caso vocês diriam que foi um ataque fulminante...

Joaquim de Aruanda

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