quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Não existe apenas um tipo de verdade na mente.

Não existe apenas um tipo de verdade na mente. 
 
Ela é composta por dois tipos distintos de verdades: as “genéricas” e as “individuais”. É preciso que assim seja para que exista a vida em coletividade. Com o entendimento do que chamamos de “verdade genérica” esta afirmação será compreendida. 
 
Por favor, olhe para onde estou apontando e me diga o que é aquilo?
Participante: Uma parede.

Outra pessoa, por favor, me responda o que é aquilo que estou apontando?

Participante: Também vejo uma parede.

Ou seja, classificar aquela forma como “parede” é uma verdade comum a todos os seres humanizados. Todos que olharem para ali dirão que aquilo é uma parede. 
 
Mas, como cada um chegou à conclusão de aquilo é uma parede? Já vimos esta resposta: porque existe um referencial (verdade) na mente de cada um que rotula o que foi percebido com o termo “parede”.

Portanto, existe um grupo de verdades nas mentes humanas que é igual para todos. Isto é que chamamos de “verdade genérica”: aquela que é igual para todos.

O reconhecimento das formas e objetos do mundo carnal se dá através das verdades genéricas arquivadas no ego ao qual o espírito que encarnará no planeta Terra se ligará. Todos os egos dos habitantes do planeta Terra possuem a mesma verdade genérica sobre as formas e objetos para que possa haver a vida coletiva.

Imagine se isto não fosse real. Um olharia para um determinado objeto e diria uma coisa e outro “veria” algo diferente. Lembre-se, como fiz quando falei do reconhecimento da pigmentação rotulada como vermelha, que não estou falando apenas de nomes, mas de reconhecimento de objetos. Imagina o caos que seria se as verdades sobre a “janela” fossem diferentes?

Por isto os egos possuem verdades genéricas: para permitir a construção de uma realidade comum a todos. Sem isto não poderia haver o mundo material.

Agora, o processo de análise da mente não para por aí. No seu conjunto de verdades estão embutidos mais elementos do que apenas as verdades genéricas que afirmam existir ali uma parede.
A partir da observação da parede, cada um começará a emitir opiniões pessoais sobre ela: se a pintura é “feia ou bonita”, se ela está “bem ou mal” construída, se a existência dela é “boa ou má”. 
Estes elementos, que fazem parte da verdade sobre esta determinada parede, são as “verdades individuais” que cada mente utiliza e insufla o ser humanizado subjugado por ela a acreditar nelas como reais. 
 
Repare que neste aspecto, diferente da “verdade genérica”, não existe universalidade nem eternidade. Enquanto que na primeira fase (reconhecimento da forma do objeto) todos veem a mesma coisa, aqui já é bem diferente.

Alguns a acharão “bonita” e “boa”, mas outros considerarão que a parede é “má” e “feia”. Ou seja, cada um “achará”, guiado pela sua mente, diferentemente do outro. Mesmo que haja concordância em gênero (“bonita” e “boa”), isto não acontecerá em grau. Além disso, o que hoje parece “bonito” amanhã poderá ser “feio”, dependendo da crença do momento. 
 
É por estes dois motivos (a sua crença ser individual e transitória) que afirmo que este componente da realidade ditada pela mente é uma verdade particular, individual.

Participante: O problema é quando um quer que o outro ache também “ótimo” aquilo que ele acha, não?

Sim. Mas, mais que esta compreensão, é preciso viver-se com a realidade de que, mesmo que duas pessoas classifiquem como “ótimo” algo, esta classificação terá um grau diferente entre estes seres. O que cada um achar desta parede, mesmo que seja traduzido na mesma palavra, jamais conterá em essência o mesmo grau daquilo que o outro “acha”.
Joaquim de Aruanda

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