terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Não existe espírito que nunca encarnou

Retirado do estudo de O Livro dos Espíritos 
 
Não existe espírito que nunca encarnou: todos sempre encarnaram. 

Alguns encarnaram muitas vezes, mas outros poucas. Por quê? Porque alguns aproveitaram mais rapidamente as oportunidades e outros não. Apesar disso posso garantir: todos tiveram que passar pelas mesmas provas.


Sendo assim, para vocês que conhecem o fato das sucessivas encarnações e os objetivos delas, viver essa vida preso ao seu lado material, ou seja, viver essa vida para reunir riquezas materiais, é um disparate. Você sabe que está encarnado, sabe que está vivenciando provações, sabe que os outros são instrumentos das suas vicissitudes e agora sabe também que um dia terá que passar por uma existência onde terá que desapegar-se das coisas materiais. Por que, então, não desapegar-se nessa? 


Quando um ser vive essa vida pela história e não pela essência dela (provas, missões e expiações), na verdade está simplesmente criando uma nova encarnação para si. Está gerando a necessidade de começar tudo de novo. Mas, não é assim que mesmo aqueles que acreditam na reencarnação vivem?


Eles sabem que um dia terão que viver uma vida onde se entreguem a Deus completamente. Apesar disso, ainda buscam apenas libertar-se de uma ou outra coisa apenas. Dizem: ‘eu me libertei de duas coisas nesta vida’. Falam isso como se houvessem feito muita coisa.
Está certo, libertaram-se de duas coisas, mas eu pergunto: porque não se libertaram de dez? Porque não se libertaram de vinte? Porque não se libertaram de todas? Por comodismo. Temos que parar com essa história do comodismo. 


Olha, deixe-me dizer uma coisa àqueles que acreditam na reencarnação: a notícia da existência da reencarnação é milenar. Há sete mil anos atrás os egípcios já acreditavam na encarnação. Os hindus também. Então, a notícia da encarnação é muito velha. 


Conhecer a informação da existência das múltiplas vidas não é privilégio de ninguém. Na verdade, ter acesso à esta informação é, vamos dizer assim, uma faca que pode cortar dos dois lados. Ao mesmo tempo que saber disso traz a confiança necessária para o futuro pós-morte e o esclarecimento para o que você está vivendo hoje, também pode gerar o comodismo. Pode lhe fazer parar no tempo. 


Conhecer a existência das sucessivas encarnações pode lhe levar a pensar assim: eu tenho mais chances, por isso não vou fazer o que é necessário agora. 


Sendo assim, conhecer a existência da reencarnação não é glória para nem um espírito: é prova. Nunca se esqueçam: a quem muito foi dado, muito será cobrado. Por isso, se você conhece a existência da reencarnação, será cobrado por este conhecimento.


Se já conhece esta notícia, sabe que o que está vivendo hoje é o que plantou ontem. Você não pode ter esse conhecimento e querer fugir desta compreensão quando vivenciar os acontecimentos da vida... 


Participante: Não há discrepância, privilégio ou graça na pedagogia divina. Todos os espíritos progridem lenta e incessantemente sobre o mesmo processo evolutivo em consonância com a sabedoria, justiça e o amor de Deus. 

Do que você falou, eu só discordo do progresso lento. Você necessariamente não tem que ter um progresso lento: avança de acordo com a velocidade que decidir caminhar. Se quiser caminhar rápido, nada vai lhe impedir. 

Agora, a maioria realmente caminha lento. Mas, caminha lento por decisão individual, por comodismo. Caminha lento por não querer entender a vida carnal como uma existência espiritual e a vivenciar pelos valores do mundo material.
Na verdade, caminha lento porque cede à tentação. 


Joaquim de Aruanda

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