sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Vida e morte

Vida e morte

Falamos sobre assassinos e dissemos que vocês não aceitam que eles existam porque acreditam que exista vida posterior ao acontecimento morte. Mas, o que é morte e vida?

Para os espíritos a questão da morte não se resume ao fato de estar respirando ou não. A questão do estar vivendo um personagem humano é tratada pelos espíritos como encarnação e não como vida. Já a morte, não é considerada da mesma forma que os humanos a veem. Para eles o acontecimento morrer que os humanos vivenciam é apenas o fim de uma etapa da sua existência eterna e não como vivem este momento os seres encarnados.


Estar vivo para os espíritos é estar unido a Deus. Quem não está numa união amorosa com o Pai, para os seres universais é considerado como morto. Portanto, mesmo que um ser humanizado esteja respirando e presente no mundo dos homens, ele estará morto se estiver ligado ao bom ao invés do bem.


A morte só é temida por aquele que não quer se desapegar do bom. Isso porque no Universo os seres incorpóreos não vivem o prazer oriundo de suas paixões, posses e desejos, mas apenas a relação amorosa com Deus. Não vivem este prazer porque sabem que ele mata, ou seja, os afasta daquilo que anteveem da realidade universal.


Viver para o bom é estar morto. Para se viver o bem, portanto, é preciso renascer. Como Cristo ensinou, ‘em verdade vos digo, quem não nascer de novo não verá o reino do céu’. 


Este ensinamento é mal compreendido também pelos espíritas e espiritualistas. Eles imaginam que nele está embutida a questão da reencarnação. Isso não é real. Cristo falou sobre reencarnação, mas em outras partes da Bíblia. Aqui ele falou de renascimento na própria vida e não em reencarnação.


Renascer para a vida, como Cristo diz nos ensinamentos que estamos fazendo alusão aqui é renascer do espírito e da água. A água simboliza a pureza que faz parte do ser renascido e a necessidade de renascer do espírito simboliza que o ser encarnado deve viver com a verdade espiritual, com a realidade do mundo dos seres incorpóreos.


Acontece que para que exista um renascimento necessariamente tem que haver uma morte antes. Se para o ser universal encarnado é preciso renascer nesta vida e isto significa viver a partir dos ensinamentos que foram trazidos pelos espíritos. Ou seja, o renascimento acontece quando o ser humanizado deixa de viver para o bom.


O ser humanizado tem medo da morte física, mas o que ele deveria realmente temer é a morte espiritual. Aquele que acredita haver em si algo mais do que a matéria compreendendo os ensinamentos dos mestres (fé raciocinada) deveria temer não o desencarne, mas sim o permanecer morto. 


Falo em permanecer morto porque a morte é inevitável para aquele que encarna. Como já conversamos você quando nasceu não tinha nenhum conceito humano. Por isso estava vivo. Ao longo de sua existência carnal este ser foi recebendo e incorporando os conceitos humanos de bom e com isso aos poucos foi morrendo. Isso é inevitável, pois se assim não fosse, quando chegasse o momento da razão, que é o momento do trabalho da reforma íntima, ele não teria o que realizar. Agarrar-se à morte espiritual sem tentar o renascimento, isso deveria ser apenas para aqueles que não acreditam haver em si algo mais do que a matéria.


Realizando o despossuir do bom o ser humanizado, então, vai renascendo paulatinamente. Com isso a questão vida e morte física passa a ser algo que não mais causa a mesma impressão.


Joaquim de Aruanda

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