segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O futuro do planeta

O futuro do planeta

A visão da existência de um livro que cria uma história prévia para o planeta também destrói uma preocupação humana: o que a sua ação poderá causar ao planeta. 

A ação humana só causará a este planeta aquilo que está previsto acontecer. Na verdade nada acontecerá porque o humano agiu de tal forma. A compreensão é outra: o ser humano age de tal forma para que a história do planeta se desenrole como foi prevista.

Se tudo no Universo se interdepende, o que seria do futuro do planeta se o homem pudesse agir livremente? Se o homem pudesse agir de acordo apenas com sua vontade, Deus, o Senhor do Universo, a Onipotência Universal, teria que ficar no céu rezando para que o ser humano faça o que Ele previra acontecer. Já imaginaram Deus rezando para que o humano faça o que Ele quer? Que Deus é esse? Será que é aquele que o Espírito da Verdade ensinou?

“A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus”. (Pergunta 13)
Se tudo se interdepende, ou seja, se a ação de um provoca uma reação que afeta algum outro elemento, pode o homem obrar sozinho? Pode o homem por sua livre ação e vontade fazer o que quer se o que ele faz causa uma reação em outro elemento, Claro que não...
Por isso a doutrina dos espíritos levou Kardec a compreender o seguinte:
”Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária. Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe deem”. (Pergunta 9)
O Deus que não pode comandar as ações humanas para que a interdependência entre eles e as coisas do mundo seja vivenciada dentro daquilo que Ele sabe (Onisciência), não possui todas as capacidades infinitas e perfeitas. Ele é um refém do ser humano. 

Agindo livremente o homem, acaba a justiça e o amor soberano de Deus. Pode o Senhor ser ‘soberanamente justo e bom’ como nos ensina o Espírito da Verdade se Ele não age para salvar seu filho de uma ação maldosa e injusta que outro lhe faça? Pode Deus ser Onipotente se ele não consegue agir acima da potência de agir livremente que o ser humano imagina que tenha? 

Deus é tudo que o Espírito da Verdade descreveu na pergunta treze e mais: é a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas (pergunta 1). Será que quem possui a inteligência suprema não é capaz de prever o que poderá acontecer? Prevendo e não agindo será que ele é tão justo e bom quando descrito? Sendo a causa primária, será que não pode agir antes que a injustiça e a bondade aconteçam?
Repare que se Deus agisse dentro da crença de vocês, tudo o que foi descrito como propriedades Dele não existiriam. Ele não poderia mais ser o Senhor, mas viveria como refém do ser humanizado, ou seja, viveria esperando que o ser humano agisse para ver o que poderia ser feito para ajudar seus filhos. 

O ser humano se acha o senhor da Terra. Acha-se a raça controladora de todos os acontecimentos do planeta. Imagina-se capaz de fazer o que quer, mesmo que com isso destrua o que Deus fez.
Todos os incidentes cataclísmicos do planeta estão previstos dentro do Livro da Vida da Terra, mesmo aqueles que podem marcar o que vocês chamam de ‘fim do mundo’. Eles não serão criados por causa de determinada ação humana, mas são obras de Deus e atentam ao objetivo da encarnação: a promoção da reforma íntima, o abandono do bom...

“737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores? Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobrem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciado”.

O ser humanizado não vê a vida e seus acontecimentos como instrumentos da elevação espiritual. É por isso que temem os flagelos.

“Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos”. (Pergunta 737)

Mas, será que é preciso mesmo que os flagelos existam para que o ser humanizado acorde para a realidade, acorde para o fato de que o espírito não se apega ao mesmo ponto de vista que o humano tem agora? Será que Deus não poderia empregar outros meios para proporcionar a oportunidade de elevação do ser encarnado?

“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios”. (Pergunta 738)

Os seres humanos estão preocupados com o futuro do planeta porque segundo profecias ele será marcado por grandes cataclismos. Como estes acontecimentos colocam em risco a existência do ser humano, o espírito encarnado preocupa-se com isso. Preocupa-se também com os sofrimentos que poderão advir deste fim. Mas, os espíritas e os espiritualistas não deveriam viver esta preocupação, pois dizem que acreditam no Espírito da Verdade.

“... conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os espíritos que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real. Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a sua solicitude” Os corpos são meros disfarces com que eles aprecem no mundo. (pergunta 738 a)

Se o chamado fim do mundo já é história, pois está previsto no Livro da Vida do planeta nada pode fazer o homem para mudar isso. Agora, os espíritos que vivem os personagens humanos desta história podem fazer alguma coisa. 

“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo”. (Pergunta 740)

Joaquim de Aruanda

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