quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Agressividade

Maldade não existe. A agressividade é uma defesa violenta do individualismo. 

Participante: Por parte da mente?

Na verdade não é da mente, porque é você que se individualiza quando acredita nas realidades criadas por ela. A mente é simplesmente a verdade; é você que por defendê-la se torna individualista.

Portanto, não é a personalidade humana que é individualista, mas você que acha que é ela e quer defendê-la dos outros. É você que parte do princípio que a mente está sempre certa enquanto que aquele que se liberta dela parte do princípio que não sabe nada, mesmo que a personalidade saiba. O ser universal parte sempre da ideia que não sabe nada, pois tem consciência que se acreditar em algo terá formado uma verdade relativa. 

Na verdade, o individualismo nasce quando o espírito se apega àquilo que está na mente da personalidade transitória como verdadeiro... Sendo isso verdade, posso dizer que a mente não é individualista: ela é o diabo. Ele propõe as verdades e você cede a esta tentação utilizando o seu individualismo. 

Voltando, então, ao tema que estávamos falando, volto a afirmar que a agressividade é a defesa violenta das verdades da mente, ou seja, uma exacerbação do individualismo.

Para podermos bem compreender esta vida temos que desmistificar algumas ideias. Uma delas é a agressão. Saiba que ninguém agride ninguém; todos se defendem dos outros. Aquilo que vocês chamam de agressão nada mais é do que a defesa ao seu individual, ao seu eu material, à sua personalidade humana.
Para poder ver isso mais claramente pergunto: alguém agride quem concorda com ele? Não, toda agressão surge depois de uma discordância, ou seja, surge depois que uma verdade ou padrão de comportamento é contestado. Viu como é defesa?

Se isso é verdade para você, também é para os outros. Portanto, ninguém lhe ataca: está se defendendo de você... Na verdade foi você que a atacou antes contrariando alguma verdade ou padrão de comportamento dela. Sendo assim, quando alguém vier lhe atacar, não fique ofendido: deixe-o defender-se de você...
Mas, como aceitar ser agredido? Oferecendo a outra face... Para isso, não tente se defender: doe ao outro a razão: ‘Você acha que eu não presto? Então está certo, eu não presto...’
Participante: Só isso?

Não, tem que fazer tudo isso... 

O que estou falando é muito mais complicado do que você imagina. Fácil é reagir dentro das normas do planeta, ou seja, você ataca todo mundo que lhe ataca. É fácil porque a humanidade irá lhe valorizar por ter se defendido. Agora, aquele que oferece a outra face, que perde sem luta, que não reage a uma agressão é chamado de bobo... Como o julgamento da humanidade é importante para você, é muito mais difícil doar a razão...

Participante: Realmente querer corrigir o outro não é certo...
Pior do que querer corrigir é achar que sabe a verdade para corrigir o próximo.
Perceba: ninguém corrige outra pessoa se não achar que está com a verdade e que o outro está errado. Portanto, quem quer corrigir o outro tem soberba, julgamento, acusação, crítica e outras coisas que são expressões do individualismo. 

Enfim, se alguém lhe chama de errado, não queira provar que está certo. Se alguém, então disser que deve se mudar, responda: ‘deixa eu fazer errado...’

Joaquim de Aruanda

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