sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O fim do sofrimento

O fim do sofrimento

Participante: com tudo o que o senhor falou hoje, podemos, então, deixar de sofrer...
Querer deixar de viver sofrimentos criados pela mente humana é impossível. Mesmo que você monte uma lógica bem racional a partir de tudo o que falei, seria impossível que não sofresse, pois se isso acontecesse o destino para o qual se voluntariou seria alterado.

O que pode acontecer com o conhecimento de tudo o que falamos aqui em mente é sofrer com menos intensidade e por menos tempo. A mente criará a ideia de que a vivência de determinado acontecimento precisa acontecer com sofrimento e lhe dá automaticamente este estado de espírito. Você, de posse das razões que elencamos aqui (tudo está escrito, você se voluntariou para passar por aquilo, que o momento não é um ataque, mas sim uma oportunidade de evolução e não existem culpados da situação) pode, então, minimizar este sofrimento que a mente cria. 

Se você for assaltado, por exemplo, sua mente ainda vai criar uma sensação amarga de revolta para viver esta situação. Colocando em prática as razões que elencamos nesta conversa, a revolta ainda existirá, mas ela não será tão amarga e nem durará tanto tempo quanto duraria se não tivesse essas razões dentro de si. 

Eu seria hipócrita se dissesse que você pode deixar de sofrer completamente nesta vida, pois sei que todas as sensações que terá estão pré-marcadas e não podem ser alteradas. Sei que existem muitas doutrinas no planeta que afirmam que você pode extinguir o sofrimento, mas isso não é real. Alguns dizem, por exemplo, que Buda veio ensinar como acabar com o sofrimento. Isso é um absurdo. Na verdade ele veio lhe ensinar como sofrer. 

Qual a forma de sofrer que Buda ensina? Quando o sofrimento acontecer, ou seja, quando a mente o criar, receba-o com carinho. Abrace-o, afague-o, converse com ele e depois o libere. O problema é que vocês, possuidores por natureza, se agarram ao sofrimento que a mente cria e ficam vivenciando-o por muito tempo até o momento que ele se afasta de você. 

É dentro deste ensinamento que estou lhe respondendo agora. Daqui para frente quando o sofrimento viver receba-o com carinho, mas não o alimente. Ao invés de se apegar ao lamento por ter sido roubado, reaja com tudo o que aprendeu hoje: esta é uma oportunidade da minha existência à qual eu me voluntariei porque sei que é necessária para a minha elevação espiritual. 

O pesar de ter sido roubado ainda existe, mas ele não dói tanto quando se aplica o que ouviu aqui hoje. Sem essas razões que conversamos você ficaria muito mais tempo preso ao lamento de ter sido roubado. 

Joaquim de Aruanda

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