Os seguidores do Cristo não são os cristãos, mas
os amorosos. Cristo, como João decretou, era o “verbo”, a ação, o amor em ação.
Aplicando-se este ensinamento à passagem acima, podemos compreender: feliz
será você quando amando, for perseguido, acusado, caluniado, chamado de bobo ou
idiota.
O momento que o “mundo” exige que você tenha uma retaliação contra quem lhe prejudicou, é aquele que você tem para ser feliz. Esse é o momento para alcançar a elevação espiritual.
A felicidade espiritual não deve ser procurada apenas quando acontece o que você quer ou espera: quando está passeando, quando a sua casa cercada por cercas elétricas e muros altos impendem o roubo. A felicidade espiritual precisa ser conquistada em todos os momentos.
Para isso é que existem os acontecimentos que nos contrariam. Eles são os momentos propícios para adquirirmos esta felicidade, pois, agindo desta forma, o ser humanizado terá “vencido o mundo”, ou seja, os seus desejos materiais. As bem-aventuranças são os caminhos da felicidade, mas ser feliz depende de colocá-las em prática nos momentos de contrariedade.
Quem buscar a Deus sem viver a situações de contrariedade reagindo sentimentalmente como hoje conversamos, jamais conseguirá viver a felicidade espiritual na verdadeira acepção da palavra. O máximo que poderá ser alcançado é o prazer de ver o que você quer acontecendo, mas que, pela impermanência das coisas, levará amanhã a um sofrimento.
O prazer de hoje é a garantia do sofrimento amanhã, pois se hoje o mundo combinou com os seus desejos, amanhã certamente não o fará. A busca pelo prazer, espiritualmente falando, não leva a nada, ou melhor, leva a submissão ao ego, ao individualismo, ao afastar-se de Deus.
Só agindo dentro das bem-aventuranças, colocando em prática todos os ensinamentos do Cristo você pode conseguir alcançar a verdadeira felicidade.
Elevação espiritual não é praticar a caridade, mas fazê-la com amor, buscando o consolo em Deus, com humildade, com fome e sede de fazer a vontade de Deus, com misericórdia, com o coração puro e trabalhando pela paz entre as pessoas sem esperar receber nada em troca. Isso é elevação espiritual.
Como disse, precisamos acabar com as teorias e entrar na prática, ou seja, não ficarmos presos ao “fora da caridade não há salvação”, mas atingirmos a compreensão que fora da caridade executada dentro das bem-aventuranças não há salvação.
Joaquim de Aruanda
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