sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Planejamento da vida humana

Participante: você pode explicar com mais detalhes como acontece o planejamento da vida humana? 

Primeiro detalhe: espírito não escolhe vida. Espírito, antes de encarnar, escolhe gênero de provas. Uma coisa é diferente da outra.

O espírito não escolhe acontecimento, não escolhe encarnar com determinado espírito, não escolhe assumir papel de pai ou filho de outro determinado espírito. Ele não escolhe essas coisas. O que ele escolhe é gênero de provas. 

Então, o espírito escolhe fazer a prova da vaidade, da ganância, da humildade, da soberba. Ele escolhe essas coisas. Ele escolhe o gênero de provação pelo qual passará. 

Na pergunta 851, que fala da fatalidade, é dito o seguinte: ao escolher o gênero de provas, o espírito gera para si uma espécie de destino. Por isso afirmo que não é o espírito que escolhe o destino, mas sim o gênero de provas. Mas, como esse gênero de provas se transforma num destino, numa história de vida? 

Isso acontece através do senhor dos carmas, Deus. É Deus que recebendo o pedido do gênero de prova dos espíritos, gera histórias de tal forma que aqueles que possuem carmas que sejam análogos se encontrem. É o que Buda chama de interdependência.

Vou dar um exemplo. Um espírito escolhe o gênero de provas para se libertar do ser bagunceiro. Outro espírito escolhe se libertar do gênero de provas de exigir ordem, organização. Os dois espíritos, portanto, escolheram estes gêneros de provas. A partir deste pedido, Deus, o senhor do carma, cria uma história onde esses dois espíritos vão conviver para que um vença a sua bagunça e o outro vença aquilo que ele acredita que é certo, a ordem. 

Então, o bagunceiro é o carma de quem tem ordem e este tem como carma a bagunça do bagunceiro. É assim que os dois vivem suas próprias provas e cada um, sob o comando de Deus, contribui para a obra geral, como está na questão 132 de O Livro dos Espíritos. 

Acho que já lhe respondi, mas quero, por favor, acrescentar mais um detalhe e queria que você prestasse atenção a ele. Essa minha resposta acabou com o romantismo nas reencarnações. 

Acabou com a história de alma gêmea, de que um espírito foi sua mãe numa encarnação e agora, porque lhe ama muito, ocupa esta posição de novo. Isso não existe; isso é ilusão do mundo dos devas. Não é real, não faz parte do universo. 

Quero deixar isso bem claro. Não existe entre os espíritos libertos da materialidade afinidades sentimentais. Os espíritos que amam um espírito determinado é um egoísta. Os espíritos não mantêm esta relação de amor um com outro. Quando na literatura você vê estes casos, pode ter certeza que isso não é amor, mas obsessão.

O espírito ama a todos de uma forma igual, de uma forma geral e não a outro específico. Ele nutre um amor universal por todos e não um amor específico por outro ser. 

Sei que minha fala acabou com o romantismo que vocês vivem, mas está na hora de acabar com o romantismo humano. Está na hora dos seres encarnados começarem a compreender realmente o que é o universo e virarem as costas a ele. Está na hora de acabar com o romantismo, seja familiar, de amor, que se vive neste planeta. Isso porque ele é irreal, é humano, é ilusório.

Participante: no processo de escolha da vida há ajuda dos espíritos puros?

No processo de escolha dos gêneros de provas há a ajuda de espíritos mentores. Não vou dizer que eles sejam puros, mas os seres que fazem isso estão sempre mais próximo de Deus do que aquele que eles ajudam. 

Portanto, esse ser não é um espírito puro, mas já é melhor do que o outro, no sentido de estar mais próximo a Deus. É por isso que faz o trabalho de mentor. Só que enquanto faz este trabalho ele mesmo evolui...

Pai Joaquim

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