quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O respeito a decisão da comunidade

Participante: como tomar uma decisão para a casa quando não existe maioria para decidir?
Pela própria decisão da comunidade. O que ela decidir será a decisão da comunidade, ou seja, de todos.

Estou entendendo a sua preocupação. Você quer saber como se chega a uma diretriz. Vou tentar lhe explicar. 

Imaginam que para decidir o que o caminho que uma comunidade tomará devem agir da seguinte forma: todos da comunidade votam e decidem o que será a verdade dela; a partir daí todos seriam obrigados a cumpri-la. Não é disso que estou falando.

Como já falei anteriormente, a obrigação acaba com a neutralidade necessária para a execução dos trabalhos. Não estou falando em submeter-se à decisão da maioria já que quer participar daquela comunidade, mas em integrar-se perfeitamente a ela.

Não estou falando que não deve haver votação: pode até haver. O que estou dizendo é que depois de uma votação, não existe mais maioria ou minoria: existe uma decisão da comunidade. Por respeito a esta decisão aquele que foi voto vencido na votação muda a sua forma de pensar.

Digamos que a uma comunidade se juntou para decidir em que dia ia trabalhar com apometria. Depois de todos falarem sobre o assunto defendendo o seu ponto de vista e votarem, se quiserem, fica decidido que isso acontecerá na terça-feira. Os trabalhadores que achavam que existia outro dia da semana melhor ou mais propício para a realização dele devem esquecer a sua posição individual e aderir ao que a comunidade entendeu como certo. É isso que estou falando.

O problema é que quando não há o respeito pela comunidade, as pessoas que foram contrárias a decisão que saiu vencedora não mudam seu ponto de vista e com isso gera-se instabilidade no grupo. Quando isso acontece, morre o respeito à comunidade.

Quando o trabalhador respeita a sua comunidade, ele não quer que sua vontade se imponha aos outros. Quando ela é acatada, aquele que foi à favor da decisão tomada não se regozija; já aquele que vê a sua opinião ser descartada, por respeito à comunidade, abre mão de sua opinião. Quando alguém se sente integrante de uma comunidade e a respeita, quando ela toma uma decisão esta passa a ser dele também. Quando não há esta postura, a comunidade está malfadada.

Se alguém participa de uma comunidade sem respeito a ela, quando se toma uma decisão em nome dela, esta pessoa não muda a sua opinião. A partir daí, começa a fazer fofocas com a intenção de minar aquela decisão e acabar sobrepujando a sua vontade. Um cenário desse leva a comunidade à desagregação e a se transformar em apenas um bando de pessoas.
O trabalhador que não respeita a própria comunidade torna-se um câncer para ela. Se ele não tiver respeito pela comunidade e adotar a decisão comum como sua, podem ter certeza que o câncer vai comer toda a comunidade.

Por isso, oriento a todas as comunidades de trabalhadores que compõem uma casa: conversem, estabeleçam suas diretrizes de comum e respeitem a decisão do grupo. Não porque alguém foi voto vencido, não porque não conseguiu impor seu desejo, mas porque você pertence à comunidade e tem respeito por ela.

Pai Joaquim

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