terça-feira, 1 de setembro de 2015

O ser humano não sofre

Acho que neste momento em que afirmei que o ser humano não sofre acabei de embaralhar a mente de vocês. ‘Como você pode dizer que o ser humano não passa por sofrimentos se eu tenho dor, preocupação, angústia, saudades, etc. Possuo um monte de coisas que são sofredoras. Como, então, você afirma que o ser humano não sofre’? Vou tentar explicar a minha informação. 

O ser humano não vive nada. O que ele possui é a ideia de viver, o que é algo bem diferente um do outro. Vamos falar disso ...

Viver, vivenciar – vou falar de um jeito humano para que possam entender – é sentir na própria pele o que está acontecendo. O ser humano sofreria se sentisse na própria pele a angústia, o medo, o sofrimento. Se ele tivesse essas vivências, se sentisse essas coisas na própria pele, eu diria que ele sofre. 

Só que ele não tem essa vivência, não sente isso na própria pele, mas tem apenas a ideia de estar vivendo essas coisas. Vou explicar isso ...

Digamos que você, o ser humano, está angustiado por alguma coisa. Você acredita naquela angústia e nos momentos que lhe levaram a viver aquilo. Só que nada disso é real. Todas essas coisas são apenas uma história criada pela mente. O que existe é a ideia de existir e não a própria existência. 

Porque digo isso? Porque afirmo que aquilo que é vivido como sofrimento pelo ser humano não existe no mundo físico, mas apenas no mundo mental? Porque muitos outros seres humanos podem passar por situações análogas sem a angústia, sem o sofrimento. 

É fundamentado neste aspecto que afirmo que o ser humano não sofre. Ele não está vivendo na própria pele, mundo externo, o sofrimento, mas apenas no seu mundo interno. É dentro da mente de cada um que existe o sofrimento e por isso é que digo que ele não existe realmente, mas sim a ideia de estar sofrendo aquilo. 

Sei que não estou me fazendo muito claro nesta conversa, mas é muito difícil explicar o que quero lhes dizer. Isso acontece justamente por causa da questão da não identificação. Como não conseguem se libertar da identidade humana, se identificam com o que a mente cria e afirma que é real. Só que aquilo com o qual se identificam não é real, mas apenas uma ideia de existir. 

Aquilo que o ser espiritual, por conta da identificação com a personalidade humana, vive como real, não o é: trata-se apenas de uma criação mental. A angústia, o sofrimento e o medo por qualquer coisa neste mundo forma criados pela mente e não algo que esteja presente no momento de agora. 

Volto a dizer: sei que está complicado para vocês me entenderem, acompanharem meu raciocínio. Isso acontece porque realmente esta questão é complicada de falar com vocês. O que estou querendo dizer, resumidamente, é que os sofrimentos que o ser humano vivencia não são reais: eles são apenas a ideia de estar sofrendo. 

Essa ideia é tratada como real por conta de identificação que o espírito possui com a personalidade humana durante a encarnação. Se o ser universal não tivesse esta identificação, não teria naquele momento aquele sofrimento. Veria que aquilo era apenas uma ideia gerada pela mente, uma criação mental que não era real, mas que com a junção com força de maya tornou-se uma realidade.

Se o ser estivesse não identificado não viveria assim. Portanto, não se deve ter pena do ser humano e nem é necessário ter pena dele, pois ele não sofre, não vive o sofrimento. Esta forma d viver só acontece porque o espírito está identificado com um gerador de consciência que vive a ideia de estar sofrendo. Este é o primeiro detalhe.

Pai Joaquim

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